Príncipe dos Bruxos?



Segurando cuidadosamente o dragão, Harry foi caminhando o mais rápido possível tentando não balançar demasiado o filhote semimorto em seus braços.
Atravessou as densas árvores, pedregulhos, folhas e galhos que se distribuíam pelo espaço. Pelo caminho apanhou algumas raízes que achou poder ter utilidade mais tarde e guardou-as nos bolsos dos jeans.
Pouco tempo depois, a claridade se foi tornando evidente até que por fim chegou a orla da floresta. Levantou uma mão a frente dos olhos devido a alvura, o tempo todo em que estivera dentro da floresta, onde apenas havia penetrado escassos feixes de luzes fazia com que agora sentisse os olhos a arder.
Deteve o andar ao avistar a cabana de Hagrid alguns metros à sua frente e lembrou-se que não havia tempo pra continuar ali parado. Avançou o passo. O tempo era agora essencial se quisesse salvar o dragãozinho que sangrava cada vez mais.
Chegou a cabana, bateu na porta de madeira. Ouviu uma voz vinda de dentro e pouco depois a porta foi aberta. Diante dele, o enorme homem de cabelos cheios e uma enorme barba mal cuidado olhou-o inquietante.

_Que aconteceu Harry? Que você traz aí? – perguntou olhando o garoto de alto a baixo. O garoto estava sujo, as roupas rasgadas que trazia no corpo estavam manchadas de um sangue escarlate.

_Trouxe um filhote que está precisando muito de ajuda. – Harry falou nervosamente.

_Claro. Entra, entra! – Hagrid convidou deixando um espaço para ele entrar.
Harry entrou e descansou o dragão sobre um invólucro de mantas numa mesa redonda que, entretanto Hagrid havia preparado para que ele se sentisse mais confortável.

_É um dragão, não é? Onde o encontrou? – Hagrid perguntou admirado analisando o animal.

_Na floresta proibida. – Harry respondeu andando de um lado para o outro, procurando algo que pudesse estagnar o sangue.

_Na floresta proibida? Esse local é perigoso e proibido para os alunos Harry, ainda por cima para novatos. Me prometa que não voltará a entrar lá...

_Preciso ir para o castelo fazer uma poção, mas enquanto isso, precisamos de algo para ele parar de sangrar. – o moreno afirmou pouco preocupado com a repreensão.

_Vai fazer a poção, eu tenho uma pasta que costumo usar nos animais feridos, não é muito efectiva com um dragão, mas dará tempo à você para fazer a tal poção.

_Tudo bem. Não demorarei. – disse fazendo carinho no filhotinho.

_ Não se esqueça de ir a enfermaria para tratar desses ferimentos, Harry. – Hagrid aconselhou antes que este saísse.

Harry entrou na enfermaria. Madame Pomfrey encontrava-se ao lado de uma pequena mesinha arrumando uma prateleira onde estavam situados medicamentos e ao lado deste havia uma fila de plantas.

_Madame Pomfrey? – Harry chamou.

_Sim. Precisa de alguma coisa, senhor Potter? - ela perguntou enquanto se virarva, mas surpreendeu-se quando o viu e avaliou seu estado. –O que houve com você? –perguntou indo apressadamente até ele.

_Lutei com um animal venenoso para salvar um filhote, mas preciso apenas de uns ingredientes para fazer uma poçao que rapidamente curará a nós dois.

_Hum...ingredientes. Mais precisamente de que tipo?

_Plantas, principalmente plantas. -ele falou analisando as plantas que estavam em vasos ao lado da prateleira.

_Hum...as que estão aqui são pra ferimentos ligeiros, mas creio que haja algo nas masmorras. Eu te levo lá.
Madame Pomfrey caminhou juntamente com Harry até que por fim chegaram as masmorras. Entraram numa sala onde os alunos normalmente tinham as aulas de Poção.
Percorreram o corredor no meio das filas de mesas até a secretária onde o professor, se encontrava compenetrado nos papéis devidamente espalhados à sua frente.
Snape estava passando mais uma infeliz matéria de poções, Harry constatou quando se aproximou. E ao notar o olhar deste no que estava fazendo Snape bruscamente fechou o livro e se pôs em pé encarando Harry indisposto. Olhou deste pra Madame Pomfrey aguardando que ela revelasse os motivos que a tinham levado lá, a ela e principalmente ao Potter num dia em que não tinham aquela matéria.

_Severus, trouxe aqui o senhor Potter. Ele precisa de ingredientes para fazer uma poção. – a enfermeira falou amavelmente.

_Hum...uma poção. Para que finalidade Potter? - Snape murmurou desconfiado.

_Para se curar mais rapidamente de alguns ferimentos e ninguém melhor do que você pra ajudá-lo, não é mesmo Severus? – Madame Pomfrey inquiriu.

_Claro. - Snape retruquiu contra gosto. O rosto cerrado de Snape fixou mais uma vez Harry desagradavelmente. _Apressemo-nos, não tenho o dia todo. Vai ao armário buscar os outros ingredientes. - Snape disse dando volta à sua secretária e dirigindo-se até a um canto particular da sala de onde voltou com algumas plantas que colocou em cima de uma das mesas. Harry entretanto também fora buscar os ingredientes necessários a uma prateleira que se situava no fundo da sala.

_Preciso de uma janela para conduzir o preparo. –Harry falou separando o que iria precisar e fazendo tudo levitar, tomando o cuidado de usar sua varinha.

_Há uma janela no caminho para o hall. –a enfermeira responde em tom prestativo antes de começar a guiar o rapaz para o local. Snape não entendeu bem o porque daquilo, mas estava curioso para ver uma poção élfica, portanto apenas os seguiu.

Harry pegou o caldeirão, colocou-o sobre o lume perto da janela e começou a por as plantas, algumas com folhas inteiras e outras com as folhas picadas. Começou a mexer lentamente o caldeirão no sentido inverso à dos ponteiros do relógio. Após ter mexido durante praticamente meia hora, o conteúdo foi ficando levemente viscosa e adquirindo uma tonalidade alaranjado. Em seguida acrescentou uma a uma as raízes que havia apanhado na floresta. E assim foi adicionando os outros elementos da poção com a supervisão de Snape, que observava atentamente os passos que o garoto seguia na realização. Harry acrescentou outro ingrediente o que fez com que a poção adquirisse um alaranjado mais intenso. Uma das coisas que mais deixava Snape curiosa era o facto de Harry ter colocado o caldeirão próximo a janela e a poção estar atingindo uma viscosidade consista, porém ainda flexível. A luz do pôr-do-sol incidia sobre o caldeirão abrilhantando o seu conteúdo. Mas mesmo com essas dúvidas, o professor permaneceu calado, não iria estar a perguntar, afinal ele era Severus Snape, um ótimo mestre na elaboração de poções.
Assim que a poção ganhou a consistência e tonalidade requeridas, Harry serviu-a em dois frascos de vidro.

_Terminei! - exclamou estafado olhando para Snape e madame Pomfrey.

_Ainda bem, isso significa que se pode retirar. E não pense que pelo facto de preparar essa poção subiu em minha consideração. - Snape sibilou desdém. Harry percebeu que tais palavras seriam uma maneira de o mandar embora dali.

_Severus, faça-me o favor de levar este frasco a Hagrid, o pobre animalzinho está lá. Enquanto eu levo o rapaz a enfermaria e cuidao dele. –o pedido da enfermeira estava mais para um ordem, que Snape se sentiu “obrigado” a cumprir, por isso apanhou o frasco e saiu, pensando que ao menos poderia ver se a poçao funcionaria e que tipo de bicho Harry havia trazido para o castelo.

Assim que chegou a enfermaria, acompanhado de madame Pomfrey, Harry se dirigiu a um dos leitos, onde se sentou pesadamente. Sentia-se fraco e possuía a vista turva, suas mãos tremiam e sentia câimbras nas pernas.

-Tire a camisa e a calça, vou pegar o pijama para que se vista. –A enfermeira fala em tom prático, se dirigindo a um dos armários.

Harry não respondeu, apenas desabotoou os primeiros botões e retirou a camisa pela cabeça, depois a calça jeans e as meias. Sentia seu corpo pegajoso e queria tomar um banho, mas duvidava de que fosse capaz de se levantar, então se contentou em deitar, deixando sua consciência lhe abandonar suavemente.

-Trouxe uma toalha para que possa tomar banho... –A enfermeira parou de falar e suprimiu um gritinho de surpresa, por ver o rapaz nu e adormecido. –Onde já se viu não usar roupa de baixo?! –resmunga ao reparar nas roupas que estavam no chão.

Fechando a cortina em volta da cama e deixando as coisas que trouxera em cima de uma cadeira, a enfermeira foi pegar o necessário para limpar o rapaz, que estava com o corpo cheio de ferimentos. Depois de limpá-lo e de lhe arranjar uma roupa de baixo, Pomfrey apanhou o pote onde Harry depositara o ungüento que deveria ser passado nas feridas. Observou um grande corte purulento na região abdominal e retirou algumas amostras de pus e outra de um líquido amarelado que escorria quando o ferimento era pressionado, depois se dedicou a passar o ungüento em todas as feridas e depois as cobriu com gases apropriadas, para que pudesse vesti-lo sem que a roupa absorvesse o medicamento. Por fim, o vestiu e depois lançou alguns feitiços para garantir que estava tudo bem com o rapaz.

Quando abriu os olhos, Harry observou o luar iluminar o espaço que ocupava, tentou se levantar e gemeu de dor, os cortes de seu tronco doíam com qualquer movimento que fazia. Observou as mãos e viu que elas tremiam, mas suas pernas pelo menos já não estavam dormentes.

-Boa noite, Potter. Como se sente? –Olhou para o lado e viu a enfermeira se aproximar com uma bandeja nas mãos.

-Dolorido, mal posso me mexer. –Harry fala após se sentar com dificuldade e se recostar ao travesseiro.

-Vou pegar uma poção que aliviará a dor, enquanto isso coma.

Pouco tempo depois, Dumbledore entrou na enfermaria e se dirigiu para onde Harry estava. Vendo o diretor se aproximar, Harry bebeu a poção para dor e afastou um pouco a comida, já esperando pelo interrogatório.

-Desculpe-me por atrapalhar sua refeição, Harry. –Dumbledore fala ao se aproximar e Harry responde com um aceno. –Mas vi o dragão que trouxe e fiquei curioso para saber onde o encontrou.

-Na floresta proibida. –Harry respondeu tranquilamente e Dumbledore apenas o incentivou a continuar o relato. Harry assim o fez com toda a precisão necessária, mas sem entrar em detalhes. –A poção que eu fiz, vai curar os nossos ferimentos, dentro de um ou dois dias estaremos bem, o senhor não precisa se preocupar. –Harry tinha um tom tranqüilo e seguro.

-Antes de qualquer coisa, devo lhe repreender por entrar na floresta proibida, que como o próprio nome já diz, é proibida aos alunos, sem exceções. Como é novo aqui e ainda não está acostumado com nossas regras apenas tirarei trinta pontos da Grifinória, mas que isto não se repita. –Harry fez que sim, não estava com ânimo para discutir. –Quanto ao dragão que trouxe, consultei alguns livros e não encontrei qualquer referência a sua espécie, desconheço sua origem, o que o torna perigoso. Mas não posso recriminá-lo por salvá-lo, é apenas um filhote e será enviado para a Romênia, onde o irmão de Ronald Weasley irá cuidar dele com todo o cuidado necessário.

-Não precisa, eu posso cuidar dele. –Harry fala de modo firme, havia captado as intenções do diretor. –Sei que o senhor tem suas dúvidas, mas eu posso estabelecer contato mental com ele, posso cuidar de seus machucados e ajudá-lo a dominar suas habilidades. Quando ele estiver totalmente recuperado e apto a escolher, deixarei que ele escolha entre ficar, voltar à floresta proibida, ir à Romênia ou talvez para Almaren, tenho certeza de Merolch ficaria encantado em recebê-lo. –Harry tinha um ar determinado e o tom sábio que somente um elfo poderia ter, além de estar dando sua palavra, o que para alguém criado como ele, era algo sagrado.

-Você não mente, estou certo? –Dumbledore pergunta observando a resposta no olhar do rapaz.

-Não senhor. Prefiro não aprender os vícios dos humanos, além disso, sei como me proteger e salvaguardar sem usar tais artifícios. –Harry responde de modo sincero e sem hesitar.

-Vamos fazer o seguinte. Daqui um mês conversaremos com esse dragão e veremos o que ele pensa, mas já adianto que para ele ficar, precisarei saber sobre a espécie dele, caso contrário a opção dele ficar em Hogwarts será vetada.

-Escreverei a Melroch, ele deve ter registros, não se preocupe. –Harry garante e Dumbledore assente.

-Alimente-se bem. Irei conversar com Papoula. –Dumbledore se despede com um sorriso diferente, antes de ir em direção a enfermeira.

Durante o restante do jantar, Harry observou a enfermeira e o diretor conversarem entretidos, imaginou que comentavam sobre sua poção. Assim que acabou de comer, o rapaz bebeu outra poção que a enfermeira havia deixado com ele e imediatamente sentiu uma sonolência o dominar. Sua mente ficou totalmente nublada, mas não resistiu, pois a dor também sumira.



Sentiu um vento frio bater em seu corpo, as roupas pareciam grudar em seu corpo. Quando abriu os olhos, deparou-se com um horizonte branco, não conseguia definir onde começava o céu e onde terminava a terra. Dirigiu seu olhar para baixo, viu diversos pontos dourados sob gigantescas sombras. Uma onda de satisfação o atingiu, se concentrou um minuto e então desapareceu, sentiu seu corpo se partindo e depois se reagrupando, então quando abriu novamente os olhos, viu que os pequenos pedaços de montanha que se moviam, ganhavam contornos humanos e pareciam cercá-lo.

-Quem é o Gurg? –Uma voz sibilante e fria, saiu de sua boca ao pronunciar as palavras sem emoção.

Não houve resposta. Os gigantes investiram com fúria contra si, mas seu íntimo não temeu, pelo contrário, pareceu se excitar como se aquilo fosse o que desejava que acontecesse. Ergueu sua varinha e, sem que pronunciasse uma palavra, um raio verde tombou o primeiro gigante, sabia que estava morto e aquilo lhe deixava feliz. Mais dois raios negros saíram de sua varinha e fizeram dois gigantes recuarem urrando de dor e levando as mãos nos locais atingidos, aparentemente sangravam. Três seres enormes vieram de uma vez, lançou um feitiço vermelho no chão, que ruiu prendendo os gigantes que urraram com força. Ouviu um som feroz vindo da esquerda e notou a grande avalanche, novamente se concentrou e desapareceu, aparecendo em outro lugar.

Observou atentamente vários pontos dourados desaparecerem, alguns gigantes pareciam conseguir conter o avanço da neve misturada as rochas. Um gigante maior que os demais, devendo quase atingir os sete metros, pareceu ordenar algo e os outros gigantes pararam de fazer o que quer que faziam. Sorriu e novamente desapareceu e apareceu no vale, atrás do gigante que parecia ser o líder.

-Curvem-se perante mim, tornem-se meus servos e lhes darei permissão para matar e destruir, além de armas. –Novamente aquela voz fria saiu de sua boca, mas dessa vez expressava soberba e poder.

Não houve resposta, pelo menos não em uma língua entendível. O líder apenas emitiu sons guturais, muito mais parecidos com grunhidos do que com palavras e os outros avançaram contra si. Novamente lançou feitiços, dessa vez o sangue manchava a neve, pedaços de corpos voavam, porque a ele era muito mais divertido do que simplesmente matar. Quando os cinco gigantes jaziam no chão, outrora alvo e frio, mutilados e sem vida, o maior dos gigantes se voltou para si, olhou com fúria em seus olhos, mas depois se ajoelhou reverente.

-Eis o poder do lorde negro, aquele que deverá reinar entre os bruxos! Curvem-se diante do Príncipe Negro. Reverenciem a Melkor! –O brado forte, soou como o grito de um louco aos demais. Contudo, dentro de si, podia sentir o poder emanar e aumentar, como se a cada batalha ficasse mais forte.

Olhou para o horizonte que se avermelhava, então inspirou fundo o cheiro de sangue, aquilo o preenchia, o fazia se sentir soberano, aumentava as ondas furiosas de ira, vingança e ganância que urgiam dentro de seu peito.



Apesar do muito frio que se fazia por todo o castelo, o dia nascera ensolerado.
No salão principal, na mesa dos grifinórios, Rony comia tudo aquilo que suas mãos conseguiam alcançar. Harry observava perdido em seus pensamentos, enquanto Hermione esboçava expressões de indignação.

_Como consegue comer tanto assim Rony? –Hermione perguntou pousando o livro de Runas Antigas que estivera lendo.

_Pre…ciso …de energia pra…- Rony começou.

_Não fale de boca cheia…- a voz de Hermione foi abafada segundos depois pelas corujas que invadiam o salão, uma coruja marrom largou um exemplar de profeta diário entre Hermione e Harry.

Ela esbugalhou os olhos para a primeira página. A manchete era clara, concisa e nela era possível ler: “Harry Potter ou Haryon”, por Rita Skeeter.
Uma grande foto com Harry e Krum se encarando de frente estava do lado esquerdo da página.
Harry segurou a jornal e começou a ler o breve artigo escrito:
“ Harry Potter, a novidade mais recente da escola de Magia e Feitiçaria de Hogwarts. O garoto de quinze anos criado por elfos que ingressou este ano o quinto ano nesta escola tem sido alvo de variadíssimos temas. O mais actual, é o facto do jovem solicitar aos demais pra que estes o tratem por Haryon, um título que significa, nada mais, nada menos do que: ‘Príncipe dos Bruxos’. Uma breve explicação do próprio: “Príncipe Herdeiro. Os elfos do conselho me chamaram de Haryon justamente por acharem que eu me tornaria Príncipe dos Istari, que são os magos, bruxos e etc., então todos os elfos passaram a me chamar assim.”
A pergunta que se segue é: Isto é apenas o egocentrismo de um garoto, que como todos nós sabemos necessitado de atenção ou Potter terá a intenção de projectar algo mais com este nome?

Segundo as declarações do nosso consagrado Ministro da Magia, Cornellius Fudge, tal como anteriormente acontecera com os boatos que diziam respeito ao retorno Daquele Que Não Deve Ser Nomeado ou ao querer ser chamado Haryon, são tácticas de Harry Potter para ganhar popularidade e confiança da comunidade bruxa, para ser encarado e visto como uma espécie de rei, alguém que supera todos os bruxos em qualquer nível.
Esperemos que Harry Potter não esteja de momento pensando em fundar nenhum jornal pra defender as suas fantasiosas ideias e claro, aguardemos que seja mais criativo e que arranje um apelido mais adequado à sua pessoa.”


_Ela esteve em Hogsmead?- Rony perguntou incrédulo retirando o jornal das trémulas mãos de Harry e relendo o excerto em que Harry dissera o que significava Haryon.

_Ela deturpou praticamente tudo o que está aí escrito. - Hermione disse indignada com o que lia.

_Rita Skeeter? Porque motivo publicou isso? - Harry bradou tão alto que chamou a atenção do salão. Sentiu um olhar gélido da mesa dos professores e soube que provavelmente era de McGonagall.

_Acalme-se Haryon. Skeeter é uma repórter muito conhecida e responsável pela maior parte das notícias distorcidas que são publicadas no Profeta. - Hermione respondeu em voz calma, como se quisesse tranquilizá-lo.

_Como poderei falar com ela? - Harry exigiu saber.

_Se eu fosse a você não faria isso. – o ruivo aconselhou recebendo um olhar danado de Harry. _Ela podem voltar a inventar qualquer coisa e te prejudicar ainda mais.

_ Dessa vez tenho de concordar com Rony. - Hermione opinou. –Ano passado Krum e eu fomos o alvo predileto dela, tentei contra argumentar, exigir que ela corrigisse algumas mentiras que publicou ou se retratasse, mas ela só piorou as coisas com mais fofocas. –Hermione confessou desanimada, fazendo Harry entender o porque dela não ter mencionado o namorado antes.

_Mesmo assim nao posso ficar de braços cruzados! Vou procurar Dumbledore e tentar arranjar um jeito de conversar com essa mentirosa. -Harry afastou o prato furioso, havia perdido a fome. Hermione segurou sua mao como se quisesse consola-lo e, por isso, ele se deixou ficar, mas mantendo-se em silêncio durante algum tempo, apenas ouvindo os pequenos burburinhos e risinhos vindo das mesas, principalmente dos Slytherin.

Assim que viu o diretor se levantar e sair do salão principal, Harry também se levantou e se despediu dos amigos, dizendo que iria conversar com o diretor. Apesar de ainda estar nervoso por mais uma onda de boatos e mentiras lhe envolvendo, o que mais perturbava Harry era o sonho que havia tido na noite anterior. Rapidamente cruzou os corredores e encontrou Sírius a frente do gárgula que dava acesso ao escritório de Dumbledore.

-Sírius! Espere, vou entrar com você! –Harry fala acelerando o passo e alcançando o padrinho.

-Também veio falar sobre aquela porcaria que o Profeta Diário publicou? –Sírius pergunta entrando com o afilhado.

-Sim, apesar de não ser o mais importante. –O tom vago de Harry deixou Sírius curioso, mas este resolveu esperar para ouvir o que Harry tinha a dizer.

-Sírius, Harry! Já os esperava, acomodem-se. –Dumbledore fala de modo simpático e apontando duas cadeiras.

-Trouxe a carta para Melroch. –Harry a entrega a Dumbledore, que faz um sinal para Fawkes e prende a carta a pata de fênix. –Entregue-a somente a Melroch, Fawkes. –Harry pede fazendo carinho no topo da cabeça da ave, que pia alto e longamente, antes de levantar vôo e sair pela janela aberta.

-E o que mais o trouxe aqui, Harry? –Dumbledore o olhava de uma forma, que fez Harry pensar que o diretor já desconfiava de que era algo mais grave do que fofocas em um jornal.

-Antes de qualquer coisa, quero saber como posso falar com essa Skeeter. –Harry fala em tom sério, ao que Dumbledore se recosta em sua poltrona.

-Entendo que se sente mal quanto a isto Harry, mas a única coisa que recomendo no momento, é que tome mais cuidado com o que fala em público. Sei que a culpa não é sua, não está acostumado a este tipo de coisa, mas infelizmente não há como desfazer o mal que já foi feito. –Dumbledore fala no modo calmo de sempre, mas no momento aquilo parecia uma provocação aos olhos de Harry.

-Infelizmente Dumbledore tem razão, mas não se preocupe. Vou entrar em contato com uns amigos para dar um jeito de manter essa bruxa velha longe de você. –Sírius tentou acalmá-lo e Harry sorriu em agradecimento, apesar de ainda não estar muito satisfeito.

-O outro assunto que me trouxe aqui, foi um sonho que tive noite passada. Creio que por ter dormido sob o efeito de uma poção, minha mente tenha ficado frágil e Voldemort tenha se aproveitado disto. –Dumbledore se ajeitou em sua cadeira para ouvi-lo melhor e Sírius o olhou preocupado.

Após um relato breve, mas detalhado, Harry observou o silêncio e as trocas de olhares entre o diretor e o padrinho. Os quadros também haviam permanecido atentos ao relato e pareciam debater entre si sobre o ocorrido.

-O que você nos contou é muito sério, Harry. Significa que Voldemort tem gigantes ao seu lado e já recuperou boa parte de seu poder, apesar de ainda estar longe da forma antiga. –Dumbledore tinha uma expressão séria e preocupada no rosto.

-Nós vamos cuidar de tudo, Harry. Agora não comente sobre o sonho com ninguém, é melhor não criar mais alvoroço, já basta o que o Profeta Diário provocou hoje. –Sírius o aconselha e Harry assente.

-Bom, então eu vou visitar meu novo amigo, quero ver se ele está se recuperando bem. –Harry fala já se levantando, mas pára ao ver que Sírius também se levantava.

-Estive ontem na enfermaria, mas você estava dormindo. Não gostei do que Papoula me contou e depois vou querer saber melhor como tudo aconteceu. Por enquanto quero apenas saber se você está se sentindo bem. –Sírius fala fazendo um carinho em Harry, que sorri feliz pela preocupação do padrinho.

-Eu estou bem sim. Ainda não totalmente, mas amanhã já estarei completamente normal. –Harry garante e depois se despede do padrinho e do diretor antes de sair, indo para a casa de Hagrid.

Harry estava na cabana, cuidando dos ferimentos de seu amigo, enquanto cantarolava uma música élfica para que este se acalmasse. Na verdade, a canção também era para ele, que ainda estava irritado com todos os boatos e fofocas, as pessoas estavam o tratando ainda pior e as gracinhas de Draco Malfoy ecoavam em sua mente.

-Gostaria de ter o temperamento de Ethyar, para não me importar com os outros, ao invés de sentir essa chama me consumir, me dando a sensação de que vou explodir a qualquer momento! –Harry desabafa ao amigo, que lhe observa de jeito confuso.

-Não deveria dar tanta atenção ao que Malfoy diz, ele é só um idiota. Inclusive, posso organizar um duelo entre os dois na minha próxima aula. –Sírius, que acabara de chegar, fala em tom cúmplice a Harry, que sorri diante da idéia.

-Nada disso! Se fizer isto vai arranjar problemas com o pai do Draco e se isso não é problema para você, pense que será para Dumbledore. –Hermione fala de modo sensato, entrando junto com Rony, seguidos por Hagrid.

-Lá vem a senhorita sabe-tudo estragar a diversão dos outros! Vê se fica fora dessa, que isso é assunto de homem. –Rony ralha com Hermione, que lhe lança um olhar furioso.

-Não fale assim com Hermione! –O tom de Harry era duro, e nem Rony ou qualquer outro iria questioná-lo. A garota apenas sorriu agradecida. –Sei que você tem razão Hermione, brigar não é o melhor meio. Sempre aprendi que a luta é sempre o último recurso. Mas que é difícil resistir e não esmurrar aquele engomadinho, isso é! –A frustração era evidente na voz de Harry, o que fez Hagrid querer mudar o assunto.

-Você fez um ótimo trabalho com esta poção! É impressionante o como esse rapazinho está melhorando depressa. –Fala feliz, enquanto terminava de por água para ferver, para fazer um chá para todos.

-Realmente! O número de bandagens em você explica isso, até sua barba está queimada! –Sírius fala zombeteiro e Hagrid cora.

-E quem pode culpá-lo? Hagrid é muito maior que ele, o pobre deve ficar assustado! –Rony fala tentando fazer um carinho no dragão, mas este o arranha com seus espinhos. –Retiro o que eu disse! Ele é um assassino! –Rony esbraveja vendo o corte em seu braço. Sírius ri, mas o chama para ver o corte.

-Ele ainda está muito assustado, mas é só conversar com ele, que isso muda. –Harry explica e depois toca a mente do dragão, apresentando os amigos e dizendo que eles só queriam o seu bem. –Venha, Mione. Ele vai deixar que o toque. –Harry faz um sinal para ela e aponta para a “barriga” do dragãozinho.

-Tem certeza de que é seguro? –Hermione pergunta e Harry diz que sim. –Certo. Olá amiguinho. –Hermione fala hesitante, enquanto sentia a pele macia e aveludada, apesar de curiosamente fria.

-Dumbledore me disse que ele ficará por um tempo e que talvez possa ficar com você. Acha seguro ter um dragão como animal de estimação? –Sírius pergunta desconfiado, apesar de ver que Harry tinha certo domínio sobre o animal.

-Não quero nenhum animal de estimação. Ele será meu amigo, como qualquer um de vocês. –Harry o repreende levemente, não gostava do jeito que os humanos tratavam os outros animais. –De todo modo, ele é um animal inteligente como os humanos e os centauros, entre outros. Portanto, eu tenho certeza de que ele pode conviver muito bem conosco.

-Nesse caso é hora de paramos de chamá-lo de ele ou de dragão, temos que lhe dar um nome! –Hagrid sugere animado. –Eu sempre quis ter um dragão e sempre sonhei em lhe dar o nome de Norberto, o que acham? –A careta de Rony e Hermione, assim como o riso reprimido de Sírius desanimou um pouco o meio-gigante.

-Eu acho que algo como Thorn combina mais. –Rony fala ao ver o sangue que manchara a camisa quando se cortou com os espinhos da cauda do dragão.

-Você às vezes é mesmo um insensível Rony! Ele precisa de um nome forte e poderoso como ele, algo como Hélios, que na mitologia grega era o Titã do Sol. –Hermione sugere pensativa, ao que Rony lhe responde com um remendo.

-Talvez Fëanor, significa espírito de fogo. –Harry fala observando a fumacinha que saía do focinho do dragão, que parecia estar gostando do carinho de Hermione.

-Todos demos uma sugestão, então quem vai decidir qual nome dar? –Rony pergunta curioso, afinal Harry havia dito que o dragão não seria dele e sim livre.

-Sírius foi o único que não sugeriu nada, pode fazer uma escolha imparcial. –Hagrid sugere e Hermione olha para Sírius desconfiada disto, Rony também parecia não estar muito confiante.

-Realmente, Sírius. Confio em seu bom senso e imparcialidade para escolher o nome! –Harry aprova satisfeito, mas deixando claro ao padrinho que deveria ser imparcial.


N/A: Oi, desculpem a demora para atualizar, mas além das provas de fim de ano, eu, Lílian, andei um pouco doente, então o cap acabou atrasando bastante.

N/A²: Eu sabia que vocês não gostariam do Krum! Mas fazer o que se ele foi a primeira pessoa no mundo bruxo que demonstrou carinho por Hermione, né?! De todo modo, não se preocupem que logo, logo, as coisas mudam.

N/A³: Agora a questão mais importante do cap ( rsrsrsrsrsrs ): Qual o nome que vocês gostariam de dar para o dragão? As sugestões foram apresentas pelos personagens e a resposta do Sírius vai ser a resposta da maioria dos leitores. Basta vocês comentarem e escolherem entre Norberto, Thorn, Hélios e Fëanor.

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