Preparativos



Capitulo XV
Preparativos

Daquela noite até a próxima lua cheia, os dias foram extremamente apreensivos e carregados no castelo da família Black.
A matriarca ainda tentava a todo custo convencer o marido de que aceitar um Lobisomem dentro da própria casa era mais que um ultraje, chagava a ser perigoso.
Mas Sirius estava irredutível. Mesmo Noah sendo um trouxa ele agora tinha uma dívida de gratidão com o homem que salvara sua filha dessa maldição e não a pagaria o expulsando de lá.
Aliás, suas filhas pareciam adorar colocá-lo em situações desagradáveis, já que ele também devia o resgate de sua caçula a outro trouxa. E, se antes tinha que aturá-los por serem a escolta do príncipe, agora teria que respeitá-los por lhes dever, de certa forma, a vida das suas duas meninas.
Naquela manhã seu cunhado adentrou o escritório, onde ele lia alguns documentos importantes, com cara de poucos amigos.
-E então?
-Nada, Sirius. Depois daquela noite o Slughorn sumiu sem deixar rastros. Não havia ninguém na gaiola que conjurei quando chegamos à floresta, ma ele não voltou para sua propriedade tão pouco. E... Até agora as buscas não deram em nada.
-Acha que ele pode estar à espreita? Ainda querendo se vingar da Lynce?
Pesadamente Alexander fez que sim.
-Se conheço bem o gênio daquele ser, tenho certeza que ele se manterá a espreita, a espera da melhor oportunidade.
O outro acenou penosamente. Depois de um suspiro cansado fez sinal para que o cunhado senta-se.
-Falta pouco para próxima lua cheia. – disse sério – O que vamos fazer com o cavaleiro?
Potter deu de ombros, embora aquela pergunta tivesse lhe perturbado durante cada segundo dos dias que se passaram.
-Não sei, Sirius. Mantê-lo preso nas masmorras, talvez... Ou quem sabe, deixá-lo solto na floresta.
-Para ele atacar mais alguém?
-Podemos usar um feitiço que o impeça de sair da mata, ou se aproximar do castelo. Acho que será mais seguro porque o animal terá espaço para correr. Se o prendermos ele vai se machucar muito... E nós não queremos isso. – finalizou ele, antes que o cunhado optasse pela segunda opção.
-Ah, é... Não queremos... Mas acho que seria melhor perguntar-lhe o que ele prefere, não?
-Ele não tem noção do que vai se transformar.
-Mesmo assim, acho que é melhor conversarmos com ele, o amigo e com o príncipe.
-Se quiser eu posso fazê-lo.
Sirius soltou um suspiro cansado.
-Eu agradeceria muito, cunhado. Você é bem melhor nisso do que eu.
Alexander acenou com um sorriso de lado, enquanto se levantava, seguiu para a porta. Quando a abriu o cunhado o chamou novamente.
-Alex... – não era comum ele o chamar pelo primeiro nome, muito menos pelo apelido, por isso Potter virou-se surpreso – Obrigado por ter ficado no castelo para me ajudar com tudo isso. – disse o outro sinceramente.
-Não há por que me agradecer, Sirius. Somos uma família, afinal.

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A atmosfera que rodeava o castelo era muito densa com a aproximação da Lua Cheia. Stella sabia que em breve Richards iria se transformar apesar de ele ainda estar no quarto devido aos seus ferimentos que não sararam devidamente.
No dia seguinte a pequena aventura atrás de Vega, ela podia jurar por todos os santos que conhecia que vira Lynx sair do quarto do cavaleiro enquanto o Sol ainda nascia. Mesmo assim, não comentara nada com a irmã. Sentia que aquilo fora necessário a ela.
Sté, por sua vez, não falara mais com Eric. Na verdade, o estava evitando e tinha consciência que ele também sabia disso. Talvez o estivesse machucando e está dúvida a fez mais triste e silenciosa.
Eric era o príncipe da Inglaterra e certamente, sua família preparou-lhe uma noiva há séculos, como era costume, mesmo que ele não saiba. E pelo pouco que ouvira da conversa do rei com seu pai sabia que ele jamais toleraria uma nora bruxa. Mesmo que ela fosse uma Black.
Balançou a cabeça para espantar os maus pensamentos. Havia tomado uma decisão e não iria voltar atrás com ela. Estava no corredor dos quartos de Eric e dos cavaleiros. Parou em frente a porta do quarto que Lynce saíra a alguns dias atrás. Mordeu o lábio inferior enquanto pensava se devia ou não entrar.
-Ótima idéia, Stella e falar o quê? - murmurou baixinho em frente a porta - Olá,meu nome é Stella Black está tudo bem com o senhor?
Fez uma careta depois do que falara enquanto a mão se encontrava em cima da maçaneta. Por que de repente todo esse interesse em Noah? De todos os três visitantes daquele castelo, Richards era com quem menos falara. Já trocara mais de cinco frases com Lancaster enquanto o ajudava a procurar um livro na biblioteca. E Eric...
Bem, podia-se dizer que suas conversas sempre eram... Interessantes.
Por que agora queria tanto falar com Noah?
Havia Lynce, é claro, intuía que a irmã gostava do cavaleiro do quarto em frente. Mas e o que mais?
Noah agora era um lobisomem. E de todas as criaturas existentes no mundo mágico os lobisomens eram quem mais lhe fascinavam. Patético, ela sabia, mas o que podia fazer? Além disso, ela tinha uma certa idéia que gostaria de discutir com o cavaleiro...
Ouviu passos se aproximando da porta e correu para uma a tapeçaria ali existente rezando para ninguém vê-la. Segurando-a um pouco de lado pode por uma fresta, viu seu padrinho, Alexander Potter, sair do quarto. O que ele estava conversando com Richards?
Antes que pudesse se refrear encaminhou-se a passo largos e decididos ao quarto. Suspirou pesadamente antes de abrir a porta que emitiu um pequeno rangido. Noah estava dormindo. Não se via mais olheiras sobre sua pele pálida, mas ainda havia faixas no seu peito. Droga! Teria que voltar mais tarde e talvez perdesse a coragem... Ou seria melhor assim?
Quando ia fechar a porta ouviu uma voz levemente rouca falar.
-Quem está aí?
Stella prendeu a respiração, permanecendo estática, ainda a uma pouca distância de fechar a porta. Mordeu o lábio inferior incerta entre voltar a entrar no quarto ou sair quase que correndo dali.
Ouviu um leve gemido escapar dos lábios do rapaz e, ainda a se esconder atrás da porta, podia jurar que ele estava se sentando na cama, mas ela se enganara ao pensar desse modo, pois segundos depois, sentiu que Noah abrira a porta calmamente e agora a encarava com um meio sorriso.
Sentiu-se ligeiramente envergonhada com o fato, mas procurou não demonstrar isso quando adquiriu uma postura mais ereta e encarou o rapaz firmemente.
-Desculpe ter acordado o senhor. – ela falou num ar cordial. – Não era a minha intenção, eu só... Eu só gostaria de saber como o senhor estava.
-Eu não estava dormindo, então, não se preocupe por pensar em ter me acordado. – ele falou num tom rouco e, mesmo sendo quase imperceptível, Stella reparara que ele apoiava um pouco o corpo na porta e sua respiração estava um pouco ofegante. – É que eu tenho o costume de pensar de olhos fechados. – ele respirou fundo. – Se a senhorita quiser entrar, eu não faço objeções. – ele sorriu de modo sincero. –É um tédio ficar aqui sem fazer nada, ainda mais quando seus amigos te falam que você está mais ranzinza do que o normal e que, durante esse período, preferem manter uma distância considerável.
Stella apenas sorriu sabendo que isso não era de todo verdade, já que constantemente via Eric, Jack e até mesmo Cygnus passar horas e horas trancados no quarto do cavaleiro. Mas hoje os três haviam saído um pouco, ela cria que para cavalgar ou, talvez, uma nova aula prática que o seu irmão daria a Eric.
Assentindo de leve, ela adentrou o quarto e Noah fechou a porta, antes de caminhar a passos lentos de volta para a cama e deitar-se novamente. Calmamente, Stella acomodou-se numa das poltronas que estava ao lado da cama.
-A senhorita é a Stella, não? – ele perguntou num ar meio vago, quando o silêncio se estabeleceu entre eles. A morena ergueu o olhar para encará-lo e notou que o rapaz estava a reprimir um sorriso. Sentiu-se ligeiramente envergonhada. Será que Eric havia contado o que havia acontecido entre eles para os amigos? – Aquela que estava com a pequena Lyra, naquele dia em que estávamos na biblioteca. – ele completou, mas Sté teve a ligeira impressão de que ele poderia sim dizer algo como “a garota que o Eric beijou”. Limitou-se, então, a apenas assentir. – Creio, então, que a senhorita deva saber quem eu seja... – ele soltou um fraco riso. – Afinal, todos já devem saber.
-E o senhor sabe realmente o que o senhor é, Richards? – ela perguntou num tom sério. – A lua cheia está se aproximando... - Sté completou rapidamente. Não era pretensão dela conversar com ele sobre isso inicialmente, mas ela não pôde evitar. No entanto, por mais que a feição do rapaz tivesse se tornado mais carregada, ela notou que ele ainda sorria um pouco.
-É; eu sei. – avaliou num tom vago. – Isso, definitivamente, é no que eu venho pensado desde que cheguei à conclusão de que iria me transformar num lobisomem. – ele deu de ombros. – Mas eu não quero ficar no castelo e, tão pouco, dentro das propriedades dos Black. – completou num ar sério. – Eu não quero que essa história se repita com mais ninguém. – Noah afundou um pouco na cama e suspirou pesadamente. – Eu cheguei a pensar em ir embora daqui, mas... – ele tornou a suspirar. – eu não sabia para onde poderia ir.
-Entendo...
-Seu tio esteve aqui antes. – ele explicou calmamente. – Creio que deve tê-lo visto sair daqui.
-Eu o vi, mas ele não me viu. – ela falou num meio sorriso. – Ele estava um pouco distraído. – ela mordeu o lábio inferior, meio nervosa, lançando um olhar sério para Noah. – Hum, Richards...
-Sim? – ele soltou, franzindo o cenho de leve. – Bom, podemos não conversar muitos, mas, atualmente moramos na mesma casa, não? Pode me chamar de Noah se quiser. – ele falou, sorrindo.
-Certo, então... – ela suspirou. – E, bem, pode me chamar de Stella se quiser. – ela retribuiu o sorriso, sentindo-se um pouco mais a vontade em falar sobre aquilo.
Ele assentiu em resposta e ela prosseguiu.
– Eu não sei se devia dizer isso ou não, mas creio que deveria estar ciente sobre o que eu ouvi meu irmão e o príncipe Eric combinando.
-Cygnus e Eric? – Noah perguntou, meio desconfiado, arqueando a sobrancelha em seguida. – Bem que eu notei que o Eric estava meio estranho hoje e o Jack estava mais calado do que o normal... – comentou mais para si do que para Stella. – Tem a ver comigo, suponho.
Stella apenas assentiu.
-É algo delicado e que não se sabe quanto tempo pode durar até que consiga algo perfeito, mas isso iria ajudar muito em suas transformações. – ela começou pausadamente. – Creio que o senhor nunca ouvira falar em animagia, não é mesmo?
Noah apenas negou e Stella passou a explicar de forma minuciosa o que consistia ser um animago, ao que o rapaz esboçou um ar estranhamente sério e contrariado ao mesmo tempo em que se mostrava surpreso. Stella notou que o rapaz estava incerto ao pensar se ficava triste ou feliz com essa história toda...
-Então, é isso...? – Noah murmurou, rouco, quando ela terminou de falar. – Animais são imunes à maldição? Além dos tais animagos?
Ela assentiu calmamente.
-Mas isso é uma sandice! – ele alteou um pouco a voz. – Animagos ou não, isso não significa que numa das transformações, eu não possa matá-los. Eles ficaram loucos, só pode ser isso. Estão loucos! – ele bufou de raiva e Stella notou que, como previra, o rapaz não ia aceitar a situação.
-Eles não vão desistir assim tão fácil, creio eu.
Noah suspirou, fazendo Stella perceber o quanto ela estava certa. Sorriu.
-Que eles nunca consigam, então. – ele resmungou, aborrecido. – Que o Eric seja burro o suficiente para não conseguir... – ele franziu o cenho, confuso. – como é mesmo o nome...?
-Transfiguração? – ela respondeu, meio incerta.
-Isso! Que o Eric seja burro o suficiente para que não consiga transfigurar palito em graveto quanto mais a si mesmo em animal e que o Black consiga fazer com que ele chegue à conclusão de que não tem futuro como animago! – ele soltou num ar carregado, sem pensar, e depois lançou um olhar receoso para Stella. – E que ele nunca saiba que eu disse isso. – Sté prendeu o riso.
-Se isso te consola, o Cygnus não sabe animagia. – ela falou calmamente e Noah sentiu-se um pouco mais aliviado. – Mas acontece que meu tio Alexander sabe e, se bem o conheço, é capaz dele ter a mesma idéia que o meu irmão teve.
Noah suspirou, porém não se deu por vencido internamente. Depois de um tempo, voltou a encarar Stella, que o observava de modo sério.
-Eu vou pensar nisso com mais calma, então. – ele comentou, ao que Stella pôs uma mecha do cabelo atrás da orelha, gesto este que fez com que os olhos claros do rapaz adquirissem um brilho estranho. Sorriu internamente ao notar a quem aquele gesto era tão peculiar e a pergunta que veio a seguir, confirmou suas suspeitas. – E como a sua irmã está? – ele pigarreou. – Digo, sua irmã mais velha.
-A Lynce? – ela se fez de desentendida. Noah esboçou um ar estranho.
-Lynce?
-É o apelido dela. – ela falou num meio sorriso. – A Lynx não gosta muito do nome dela. São poucas as pessoas que ela permite que diga o nome dela mais do que duas vezes sem que ela o advirta sobre o fato. E, se perdurar, é capaz da pessoa levar uma azaração para que nunca mais esqueça. – Sté riu um pouco da feição que Noah exibiu. – Mas, por que o senhor quer saber sobre ela, Noah? – alfinetou de leve.
-Hum, bem, é que eu não a vi desde aquela fatídica noite e...
-Eu a vi saindo do seu quarto na manhã seguinte. – Stella não se conteve em comentar sobre isso e riu ao notar a feição de Noah empalidecer antes de ruborizar consideravelmente. – Mas, não se preocupe, ninguém mais sabe. – completou, antes de rir mais um pouco.
-N-n-nada demais. – ele gaguejou num sussurro – Não aconteceu nada demais, Stella. Nós... Só... Conversamos. – completou, quase afônico.
-Ela não veio mais aqui, não é mesmo? – ela questionou num ar mais gentil. – Por isso que tocou nesse assunto?
Noah deu de ombros, meio constrangido, mas Stella soube perfeitamente que a irmã não viera, conhecia Lynce perfeitamente para saber que ela não voltaria novamente, apesar de se controlar para não fazê-lo.
-Eu fiquei preocupado com o estado da sua irmã. – ele falou num murmúrio rouco. – Ela pareceu que ainda se sentia culpada, mesmo depois de tudo o que eu disse para ela. Eu, bem, eu só queria saber se ela... Se ela está bem.
-Eu não a vejo muito. – Stella falou calmamente. – A Lynce sai praticamente todos os dias agora e só chega à noite, ou então, passa o dia enfurnada na biblioteca ou no quarto.
-E... – ele pareceu receoso em prosseguir. – Isso é normal dela?
-O nome da Lynce não nega a sua real natureza. – Stella disse num meio sorriso e Noah arqueou uma sobrancelha, meio intrigado, apesar de ter entendido perfeitamente o que ela queria dizer com isso. – Bem, é melhor eu ir embora. Você precisa descansar, Noah.
-Preciso? – ele falou num ar entediado. – Mais do que eu já descanso?
Ela riu um pouco e meneou a cabeça.
-Eu posso voltar outra hora para conversarmos mais um pouco, se preferir.
-Acredito que eu prefira. – ele falou seriamente, ao que ela se despediu dele e saiu do quarto calmamente.

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Betelguese reduziu o trote do cavalo para algo mais ameno, sentindo o vento que lhe cortava o rosto diminuir a sua intensidade aos poucos. Ela sorriu meio de lado, recolocando o capuz que lhe acompanhava a capa e observando com cautela tudo ao seu redor. Avistou três cavalos descansando à sombra de um grande carvalho, ao longe, e não precisou de mais nada para descobrir que Cygnus juntamente com o príncipe e seu cavaleiro estavam ali por perto, de certo desfrutando de uma agradável queda d’água que havia há alguns metros dali.
Ela esboçou um fraco sorriso quando reconheceu as gargalhadas do irmão, seguido do que pareceu algum comentário meio indignado de Lancaster. Aparentemente, o irmão estava se dando muito bem com o príncipe e seus cavaleiros.
Avançou com cautela, e quando tomou uma distância que lhe pareceu considerável tornou a aumentar o cavalgar do animal, deixando o capuz deslizar novamente até os seus ombros, enquanto ela deixava escapar um longo suspiro.
A trilha que agora percorria era curta e meio íngreme, mas seu cavalo pareceu não protestar, afinal, há muito já se acostumara com aquele trajeto. Mal ela alcançara o topo da pequena subida, atiçou o cavalo com as rédeas, fazendo-o partir a galope com um longo relinchar.
A floresta era menos densa naquela região e ela podia sentir o sol da tarde aquecer-lhe o corpo de uma maneira agradável, permitiu-se sorrir brevemente por alguns instantes, alargando-o ao notar que estava sendo seguida.
Alguns minutos depois um cavaleiro em sua montaria irrompeu a sua frente, fazendo o seu cavalo empinar de leve. O rapaz gargalhou gostosamente ao que ela o encarou de forma furiosa, após ter retomado o controle do próprio animal.
-Você é ridículo, Lestrange. – ela bradou num resmungou. – Por mil demônios, quantas vezes mais eu tenho que falar para que nunca faça isso?
Ela apenas obteve mais uma gargalhada em resposta. O rapaz girava em torno dela com seu cavalo, como um predador que espreita a sua presa, e ela fazia o mesmo com o seu, a fim de acompanhá-lo, fazendo com que o cavalo contornasse a si mesmo.
-Desde quando a senhorita demora tanto tempo sem cavalgar, Black? – ele comentou num tom leve de desdém fazendo-a sorrir meio de lado.
-Desde quando certo senhor me dissera que seria interessante contar para os meus pais o que eu realmente faço quando ando a cavalo. – ela comentou num ar meio risonho, meio malicioso.
-E você a senhorita acha mesmo que esse humilde senhor contaria? – Felix comentou num meio sorriso, parando o cavalo calmamente.
-E por que ele não contaria? – ela rebateu num murmúrio rouco, encarando-o firmemente, parando o dela também.
-Porque... – começou num tom casual, aproximando-se dela calmamente até que os cavalos estivessem emparelhados. – esse senhor não acharia muito interessante as suas cavalgadas se a senhorita acabasse por não aparecer. – ele a encarou com certo ar de censura. – E ele, agora, gostaria de saber o porquê disso. – Lestrange respirou fundo, ao que ela apenas encarava-o de modo penetrante. – Por que você não veio nos últimos dias, Betelguese?
-Houve alguns problemas em casa. – ela falou seriamente, ignorando o arrepio que assolou todo o seu corpo quando sentiu os dedos dele tocarem-lhe a face para depois acariciar os seus cabelos lentamente. Podia sentir a respiração dele aproximando-se cada vez mais do seu pescoço. – Então, não achei seguro sair. – ela riu, cerrando os olhos de leve, quando sentiu um beijo dele sobre o seu pescoço. – Eu te mandei uma coruja avisando, não foi? – ele soltou algo que lhe lembrou muito uma afirmação, enquanto subia os beijos, caminhando calmamente até os seus lábios. – Então, por que veio por esses dias, sendo que lhe falei que viria hoje? – concluiu num tom rouco, enquanto ele roçava os lábios de leve aos dela.
Betel conteve um suspiro quando ele se afastou um pouco dela e a encarou nos olhos de modo firme. Um meio sorriso brotou nos lábios dele.
-Achei que você poderia sentir minha falta e optar por vir alguns dias antes.
Ela riu um pouco, arqueando uma sobrancelha de leve.
-Então, o senhor agora está a admitir que sentiu falta dessa pobre senhorita? Não creio.
Felix apenas meneou a cabeça de leve, antes de tomar as rédeas dela para si com uma das mãos e fazer com que os dois cavalos recomeçassem a andar calmamente.
-Talvez eu tenha sentido um pouco... Talvez.

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