Então é Amor?



Snape acordou sobressaltado e olhou o relógio. Eram seis e meia da manhã. Entendeu o que acontecera. Entendeu por que todos sabiam que Hermione o amava. Entendeu por que ela chorava na maior parte das vezes que suas mãos se tocavam. Na batalha fora a única vez que ele se dirigira a ela de modo amigável.
Ele tomou uma ducha rápida e correu para a ala hospitalar. Não havia ninguém lá, exceto uma Hermione em recuperação que dormia tranquilamente.
Ele parou à distância, observando-a. Não achou que merecesse o amor dela. Ela estivera com ele o tempo todo, enquanto ele a abandonara, ainda que inconscientemente, para apanhar de comensais da morte.
Suspirou e aproximou-se. Olhou-a mais de perto. Por que ela confiara nele? Por que uma jovem tão bonita e tão cheia de vida fora amá-lo, um homem tão negro, tão sombrio, tão taciturno?
Snape suspirou outra vez e quis ir embora, envergonhado. Mas lembrou-se que ela não tivera vergonha de demonstrar seu amor por ele diante de todos, correndo o risco de ser acusada de traição caso desse tudo errado.
Ele abaixou-se e beijou-lhe os lábios. Quando afastou o rosto do dela, viu que ela acordara.
- Desculpe, eu não pretendia acordá-la – sussurrou ele.
Hermione sorriu.
- Nunca tinha acordado de um jeito melhor. Mas a minha cara deve estar horrível...
- Você jamais poderia ser horrível, Hermione – disse ele.
Ela deu um sorrisinho encabulado.
- Você veio cedo – comentou ela, olhando o relógio. – Você acorda a esse horário normalmente?
- Mais ou menos – disse ele. – É que tive um sonho meio... real. E quis vir cuidar de você igual você fez comigo... e fui ingrato o bastante de tratá-la tão mal depois de tudo...
- Você lembrou, então? – perguntou ela, parecendo desconfortável.
Ele assentiu.
- Entendo tudo agora, menos uma coisa...
- O que?
- Por que raios você achou que eu não gostaria de lembrar?
Hermione desviou o olhar.
- Você não é do tipo romântico.
- Mas eu me lembrei de cada sensação que tive durante a batalha e desde o momento que você veio para mim...
Ela corou levemente.
- E...?
- Naquele momento amei você – o olhar dela voou de volta para ele; ela estava espantada. – Não como agora, mas como pessoa. Eu nunca amei uma pessoa por ela ser uma pessoa. Mas você ama as pessoas. Você cuida delas e se importa com elas. Você foi uma amiga leal e corajosa para os seus amigos, mas ficou firme ao meu lado... mesmo... você sabia... que poderia ser acusada de traição?
Ela assentiu em silêncio.
- Claro que não me importei com isso – disse ela. – Igual você não se importou em arriscar seu perdão oficial para torturar o Malfoyzinho.
Snape levantou o canto dos lábios em um sorrisinho típico e murmurou:
- Parece que estamos quites, srta. Granger.
- É, parece que sim, mestre – murmurou ela.
Ele sentou-se ao lado dela na cama e acariciou os cabelos dela. Ela lhe sorria.
- Que bom que isso tudo aconteceu – disse ela, inesperadamente. – Você me ama... pelo menos um pouquinho...
Snape sorriu.
- É, parece que sim – murmurou ele, em acordo, oferecendo um sorriso amistoso para ela. – Madame Pomfrey tem uma previsão para sua recuperação total?
- Com as poções, mais dois dias, mestre – murmurou ela.
- Se continuar me chamando de “mestre”, vai ter que fazer tudo o que eu mandar – disse ele com um sorrisinho malicioso.
- Hum... e o que você vai me mandar fazer... mestre? – perguntou ela, sorrindo para ele.
- Terei prazer em explicar quando você estiver melhor – sussurrou ele no ouvido dela.
Hermione deu um sorrisinho maroto e disse:
- Depois disso, acho que vou até melhorar mais rápido.
- Assim você estraga a cena – disse ele, em tom de falsa repreensão. – Você devia ficar apavorada.
Hermione soltou uma gargalhada fraca, mas divertida.
- Medo de você, Severo? Como?
Snape sacudiu os ombros e ficou acariciando os cabelos dela, o rosto dela, os dois em silêncio, os olhos dela presos aos dele. Já não era apenas uma questão de sexo, como quando eles estavam juntos nos aposentos dela e ela lhe passava as matérias de DCAT. Era diferente. É claro que ele a desejava. Mas não era apenas o corpo dela que ele queria.
(A música a seguir chama-se Hysteria, e é de uma banda inglesa chamada Muse)

‘Cause I want it now
Porque eu quero agora

I want it now
Eu quero agora

Give me your heart and your soul
Me dê o seu coração e a sua alma

I’m not breaking down
Eu não estou desmoronando

I’m breaking out
Estou desobstruindo

Last chance to lose control
Última chance de perder o controle

And I want you now
E eu quero você agora

I want you now
Eu quero você agora

I feel my heart implode
Eu sinto meu coração implodir

And I’m breaking out
E eu estou desobstruindo

Escaping now
Escapando agora

Feeling my faith erode
Sentindo minha fé erodir


Eles se olharam mais. Uma das mãos de Hermione segurou a mão dele que acariciava seus cabelos e beijou-a. Snape sorriu e passou a mão delicadamente no rosto dela. Nunca tivera oportunidade para um momento tão simples quanto aquele. Era simplesmente maravilhoso. Sentiu-se velho e estúpido, mas gostou de sentir-se assim.
Desceu o rosto e beijou os lábios dela. Hermione abriu a boca e ele sorriu, antes de fazer sua língua encontrar a dela. Uma das mãos dela envolveu o pescoço dele, puxando-o para mais perto. Snape sentiu-se tremer levemente e afastou-se.
- Vamos esperar você melhorar – disse ele, fazendo-se sério.
- Certo – sussurrou ela.
Madame Pomfrey entrou e estacou ao ver Snape ali.
- Esse velho rabugento já veio atormentar você – disse ela, com um sorrisinho.
- Igual ela fez quando eu é que estava preso aqui – resmungou Snape, ácido.
- Calma – disse Hermione. – Eu quero melhorar logo. Deixe madame Pomfrey cuidar de mim.
- Ah, então você está me mandando embora? – perguntou ele.
- Não, claro que não – disse Hermione, segurando as mãos dele com mais força. – Fique.
Madame Pomfrey resmungou.
- Eu vou ter que tirar a sua blusa para ver esses hematomas – disse a medibruxa.
- Não faz diferença – disse Hermione.
Snape pareceu desconfortável.
- Granger... – disse ele.
- Granger uma ova – disse ela. – Pode ficar. Eu já te vi sem as calças. Qual o problema de me ver sem blusa? Além do mais, você não vai me achar atraente; eu estou toda roxa.
Madame Pomfrey resmungou algo sobre a impropriedade daquilo, enquanto punha os biombos em volta da cama dela. Hermione pediu ajuda para Snape para se sentar e ele ajudou-a. A jovem começou a abrir a blusa, e ele olhou para o outro lado.
Hermione tirou a blusa e observou seu sutiã preto. Claro, ela usara um vestido negro na festa. Madame Pomfrey voltou.
- Não é o tipo de exame que se faz na presença de um homem – resmungou ela.
- Por que não, se você só vai olhar os meus hematomas? – perguntou ela.
- Se Dumbledore vier aqui e brigar comigo você vai dizer que é um capricho seu, a presença desse velho chato aqui!
Snape já ia se virar para resmungar, mas lembrou que Hermione estaria apenas com sutiã e pareceu achar o biombo muito interessante.
- Meu Deus... esse aqui não está roxo – disse madame Pomfrey. – Isso parece preto para mim.
Hermione deu um grito de dor:
- Quer me matar?
Snape estava preocupado e virou-se, se aproximando. Madame Pomfrey estava prestes a dar um chilique. Mas ele sentou-se em seu lugar à beira da cama e contemplou uma marca enegrecida na altura do estômago dela. Sentiu ódio de si mesmo.
- Ahn... água fria ou mesmo gelo provocam vaso constrição... – disse ele. – Isso aí é sangue preso... Seria bom dispersar.
Madame Pomfrey disse:
- Eu sei o que é isso, Snape. Hermione, querida, afaste as costas para que eu possa vê-las.
Hermione obedeceu e as costas dela estavam marcadas por várias manchas arroxeadas escuras ou mesmo enegrecidas.
- Bom... eu posso diminuir isso de uma hora pra outra, mas vai doer, sabe.
- Não dói mais do que sofrer essas agressões, eu aposto – disse ela.
Madame Pomfrey pegou a varinha e a mão de Hermione instantaneamente procurou as de Snape, que segurou a dela com firmeza. Enquanto a medibruxa fazia os feitiços apropriados, Hermione tinha uma careta de dor e segurava a mão dele com força.
- Deite-se de novo.
Hermione obedeceu, e Snape não pôde deixar de reparar que ela tinha um corpo lindo, mesmo tão ferido. Madame Pomfrey fez os hematomas desaparecerem, mas disse que Hermione ainda teria que ficar até “as coisas de dentro voltarem para o lugar”.
- Especialmente que você recebeu um chute na altura no útero – disse ela, a contragosto, pois Snape estava ali.
- É, eu senti – disse ela, fechando a cara.
- Sabe que aquele seu... sangramento não foi normal – disse madame Pomfrey, olhando feia para Snape, por ele estar ali.
- Acho que vocês querem que eu saia – disse ele.
- Não é pra você sair – disse Hermione, segurando a mão dele. – E eu sei que não foi normal.
- Por isso você tem que ficar aqui até amanhã, para eu ter certeza de que você vai ficar bem – disse madame Pomfrey.
- Se eu não ficar bem... – Hermione já sabia o que vinha.
- Esse chute em especial pode fazer você ter que perder o útero, você sabe – murmurou ela.
Hermione fez uma cara feia.
- Nunca sonhei em ser mãe. Mas acho que eu gostaria de ser uma um dia – disse ela.
Snape pigarreou para se notar presente.
- O que foi? – perguntou madame Pomfrey.
- Tenho uma poção que tem bem a utilidade de cuidar desse tipo de... acidentes – disse Snape. – Sem que ela precise decepcionar o futuro marido dela, quem quer que seja.
Ele e Hermione trocaram um rápido olhar antes de ele voltar a falar.
- Não sei se a tenho em estoque, mas posso prepará-la em sete horas.
- Melhor você ir ver logo – disse madame Pomfrey. – Quanto antes, melhor.
Snape assentiu e já ia, mas Hermione segurou a mão dele. Ele olhou para ela e sabia o que ela queria, mas não faria nada com aquela velha fofoqueira ali. A jovem olhou para ele com uma cara inocente. Está bem, ele faria sim.
Deu um beijo curto nos lábios dela e se afastou, sem olhar para a cara de madame Pomfrey fez.

Snape andou pelos corredores até as masmorras e, no meio do caminho, viu uma cena bastante peculiar: Harry tinha Gina prensada na parede, num canto e a estava beijando de um jeito nunca imaginara que Harry fosse capaz.
- Assim eu fico com inveja de você, Potter – comentou Snape com um tom letal e um sorrisinho de deboche nos lábios.
Os dois se desvencilharam muito rápido. Gina se recompôs rápido, já Harry estava mais que muito envergonhado.
- Ahn... a Mione ta bem?
- Se você resolvesse ir vê-la em vez de ficar se agarrando com a srta. Weasley no corredor, quem sabe você soubesse – disse ele.
Harry corou até a raiz dos cabelos.
- Snape... deixa a gente em paz – disse Gina, insolente. – Espera a Mione melhorar aí você faz o que quiser com ela.
- Srta. Weasley! – exclamou Snape, ao mesmo tempo em que Harry exclamava “Gina!”, ambos em tom de repreensão.
Ela riu.
- Ele ta é com inveja, Harry – disse Gina divertida. – A Hermione especialmente gosta que encostem ela na parede desse jeito.
- Eu não to ouvindo isso – disse Harry, desesperado, andando de um lado para o outro. – A minha namorada ta contando pro professor Snape do que a minha melhor amiga gosta! Isso é aterrorizante.
Gina riu.
- Eu não posso contar tudo do que a Mione gosta, mas é algo nesse estilo – disse a jovem. – Vem, Harry, para algum lugar fora do alcance dele.
- Eu agradeceria se não precisasse mais presenciar uma cena dessas – disse Snape, com um sorrisinho maldoso.
- Não vai presenciar – disse Gina, ainda mais insolente. – Talvez ouça alguns sons, mas ver não vai não.
- GINA! – gritou Harry, da cor de uma beterraba.
Snape riu.
- Menina, você cresceu e se tornou bastante... pouco reservada – disse Snape, mal contendo a risada.
- Você não viu a Mione ainda – disse Gina, sacudindo os braços. – Você acha que ela é tímida, é? Eu já saí com ela umas vezes... pra dançar. Mas não vou estragar nada. Você vai ter uma surpresa.
Snape riu por causa da cara que Harry fez.
- Espero que sim, srta. Weasley.
- Ai, eu vou vomitar... – disse Harry, olhando para o outro lado. – A Mione e o Snape... Não dá!
- Claro que dá, Harry, você mesmo me disse que achava que eles combinavam – disse Gina.
Snape olhou para Harry, curioso.
- Mesmo, Potter? Então você odeia sua amiga, porque eu sei o quanto você me odeia.
- Não é isso – disse Harry, furioso. – É que... você cuidando dela... e ela de você... e vocês conversando... JÁ OUVIU DIZER QUE OS OPOSTOS SE ATRAEM?
- Se livrou bem dessa, Potter – disse Snape, com uma risada seca. – Bem, srta. Weasley, vá terminar o que estava fazendo em outro lugar.
Gina sorriu e Harry olhou para o chão, envergonhado. Snape foi para sua sala e descobriu que teria de preparar a tal poção. Já começou com tudo, para ficar pronta o quanto antes.
Quando viu que chegou o ponto em que a poção deveria cozinhar por duas horas, ele se levantou e foi para a ala hospitalar.
- E então? – perguntou madame Pomfrey.
- Está cozinhando. Faltam duas horas e meia para ficar pronta – disse ele. – E a Granger?
- Está descansando e...
- EU NÃO ESTOU DESCANSANDO PARA ELE – a voz de Hermione veio como um trovão.
Madame Pomfrey suspirou e disse:
- Entre, Snape.
Snape assentiu e entrou. Foi encontrar Hermione, sozinha, deitada, com um livro no colo.
- Ai, eu não agüento mais ficar aqui! – resmungou ela.
- Isso porque você nem ficou muito tempo aqui... – disse Snape, sentando-se na beirada da cama dela.
Hermione sentou-se um pouco e repousou uma das mãos na perna de Snape. Ele olhou para a mão dela e disse:
- Não faça gracinhas, se não madame Pomfrey me põe pra fora daqui – disse ele, sério.
- Que tipo de gracinhas? – perguntou Hermione, deixando sua mão passear para cima e para baixo na perna dele.
Snape ficou sério, observando a mão dela correr por sua perna.
- Esse tipo de gracinhas...
Hermione deixou a mão dela parar quase na virilha dele e ficou passeando por lá com as mãos, observando o tipo de reações que aquele simples gesto provocava.
- Está se divertindo? – perguntou ele, com a voz um pouco diferente.
- Não o bastante – sussurrou ela, travessa.
Snape suspirou, observando o caminho que a mão dela fazia até o volume em sua calça e como brincava lá. Ele abafou um gemido.
- Sabe, isso não é muito adequado – disse ele.
- O que não é muito adequado? – perguntou ela, quase inocente.
- Se eu te agarrar com você nesse estado e alguém entrar aqui, eu vou ser acusado de estupro.
Hermione gargalhou e sussurrou no ouvido dele:
- Podemos fazer essa experiência, se você quiser.
Snape retirou as mãos dela de si.
- Vamos com calma – disse ele. – Você não me conhece o suficiente para saber que eu posso ser... desagradável.
- Eu não sei disso? – perguntou ela.
- Não, decididamente não.
Hermione assentiu e voltou a deitar-se, consciente do olhar de Snape em si.
- Que foi? – perguntou ela, acariciando o braço dele.
- A srta. Weasley disse que você não é tão tímida quanto parece – disse Snape. – Isso é verdade?
- Às vezes – disse Hermione. – Às vezes tenho uns ataques de vaquisse aguda crônica.
Snape soltou uma risada seca e curta, mas que já era muito mais do que ele dava normalmente.
- Isso é muito ruim? – perguntou ela.
- Pra mim, é ótimo – disse ele. – A cada quanto tempo esses acessos a atingem?
- A cada uns dois ou três meses... – murmurou ela.
- E quanto foi o seu último? – perguntou Snape, com um meio sorriso.
- Há uns dois meses e meio – respondeu ela, dando uma risadinha.
Snape sorriu levemente, mas logo se fez sério, com um semblante pensativo.
- O que foi? – perguntou Hermione, sentando-se e olhando para dentro dos olhos dele com suavidade, mas a mesma inabalável firmeza.
- Você me fez pensar...
- O que?
- Antes desejei o seu corpo – disse ele, um pouco confuso com o que ia dizer a ela. Hermione olhava-o, atenta. – Agora, eu me arrisco a dizer que... acho que só isso... quando eu tiver... não basta... E... Hermione, você me ama mesmo, tanto quanto dizem, tanto quanto suas atitudes parecem mostrar?
Hermione abriu um sorriso cintilante e surpreendeu-o com um beijo possessivo.
- Acima de tudo na Terra – respondeu ela, com os lábios a centímetros dos dele.
Desta vez, ele é que a beijou, e, perto da porta, Dumbledore e madame Pomfrey trocaram um olhar sorridente antes de saírem de lá.



AAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH

PENÚLTIMO CAP, MEUS AMORES!!!!

SEMANA Q EM VCS VÃO SABER O FIM DESTA HISTÓRIA!!!

ESPERO Q VCS GOSTEM, PQ DEPOIS VOU ATT AS MINHAS DUAS OUTRAS E PÔR UMA NOVA POR AQUI, SÓ PRA NÃO PERDER O HÁBITO!!!

EU REALMENTE AMO VCS!

AMOS OS COMENTS DE VCS!!!

APENAS PERDOEM MINHA FALTA DE ATENCIOSIDADE; EU ANDO MUITO OCUPADA E NÃO TENHO TIDO TEMPO PRA RESPONDER COMENT, POR COMENT... EU BEM Q GOSTARIA!!!

BJOSSSSSSSSSSSSS

ANNINHA SNAPE

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