Lupin Mesmo em Noite de Lua ch



Capítulo V
Lupin Mesmo em Noite de Lua cheia


Os livros estavam espalhadas por toda a enorme mesa, desorganizados, abertos em páginas aleatórias, marcadas com alguma coisa em cima, como lápis, penas ou algum outro livro.

Era difícil acredita que o rapaz de cabelos alaranjados, que jazia submerso em meio aquele monte de papel, conseguisse se entreter com algum deles. Mas, o homem que parara na porta da biblioteca e se pois a observa-lo por alguns segundos, sabia bem que o outro tinha um dom de atenção e percepção de detalhes incomum a um aluno normal. Uma das poucas coisas que herdara do pai, no resto, o rapaz era praticamente todo a mãe.

-O que está procurando, filho?

-Uma poção... – disse, o garoto, simplesmente – Mas essa porcaria de biblioteca tem pra mais de dez mil exemplares.

-Já disse para esperar à senhora Cole chegar, filho. Ela é bibliotecária de Hogwarts a anos, tenho certeza que pode encontrar o livro que você quer com facilidade.

-Não tenho tempo para espera-la.

O pai bufou com um certo irritar.

-Ela esta chegando no mesmo trem que as crianças, Procion... Daqui a exatamente meia hora. Tenho certeza que você pode esperar.

O rapaz levantou a cabeça do meio dos livros e anotações que fazia. Quando seu pai usava aquele tom era por que sua paciência, que costumava ser infinita, estava chegando ao fim. Alias, ele era o único que escutava aquele tom com certa periodicidade.

-Certo, pai. – fez um movimento com a varinha e os livros começaram a se fechar ordenadamente e voar silenciosos para seus lugares nas estantes – Vou esperar o JS e a Lizzy para me ajudarem.

-Ótimo. Agora que tal subir e tomar um banho, daqui a pouco estão todos aí e a cerimônia de seleção vai começar.

-E amanhã?

-O que tem amanhã?

-Você sabe do que eu to falando pai... – chiou ele.

A paciência não fora algo que herdara. A mãe costumava dizer que eram os resquícios do sangue Black da avó que falavam mais alto no rapaz. Afinal, ele ganhara o nome porque Andrômeda interferiu na decisão (Procion não seria um nome escolhido por Ninphandora, claro, nem a pau ela faria aquilo com o filho... O problema foi o último pedido que sua mãe fizera, antes de falecer... Queria que o primeiro neto tivesse um nome de estrela – costume entre a família que ela pertencera – Tonks não teve outra alternativa).

-Sua poção tinha terminado... E esta faltando ingredientes para eu fazer mais.

-Sua mãe está trazendo o que falta amanhã cedo, filho, Dara tempo, não se preocupe. – ele deu um sorriso animador, sabia o quanto o rapaz se preocupava com ele – Agora suba, ou será que o diretor vai precisar te dar uma ordem?

-Ta bom, ta bom! Já to indo senhor Diretor Remo Lupin!

Seguiu para o salão comunal de sua casa, feliz ao imagina-lo cheio novamente. Aprendera desde cedo a aceitar o castelo como sua casa, já que a profissão de Auror Internacional da mãe a fazia viajar muito. Acabava ficando sempre com o pai, e a função de diretor dele lhe exigia uma permanência maior no local. Normalmente era divertido, embora passar as férias sozinho em Hogwarts não costumava ser muito agradável

Tomou um banho demorado, como fazia sempre. Tanto que quando descera, já encontrara o grande salão cheio de gente e rostos conhecidos.

Sorriu alegremente ao avistar o primeiro cabelo ruivo sentado em um das pontas da mesa vermelho e dourada. Ao lado a vasta cabeleira negra que, junto com os cabelos sempre de cores diferentes que o próprio rapaz usava, formavam o grupo mais fácil de se achar do colégio. Os três amigos era pontos de referência, por assim dizer.

-Ah! Ai estão vocês dois. - os dois olharam de banda para o amigo que acabara de chegar. Poucos centímetros mais baixo que JS e com cabelos que agora ostentavam um tom vermelho bem mais berrante que o de Lizzy. O recém chegado os empurrou para os lados sentando-se bem no meio dos dois – Como estão?

-Bem... – respondeu o moreno.

-Quase que você é assassinado esse fim de semana e ainda tem a cara de pau de responder que anda bem, JS? Fala serio. – falou a ruiva.

-Assassinado? – os olhos do jovem Lupin se encheram de curiosidade.

-Vou te dar uma dica, Procion. – disse a garota – Tio Gui juntou Charlote e Dori, na Toca, esse fim de semana.

Ele encarou JS surpreso.

-E você ainda ta vivo?

Potter riu.

-Com certa dificuldade, mais estou. – contou por alto o que acontecera, sobre o beijo, a faca voadora, a chegada dos Malfoy etc etc etc...

-Eu sabia que você tinha culpa no cartório...

-Até parece, Lizzy... Se eu não tivesse lá as duas teriam arrumado outro motivo pra brigar.

-Isso é verdade... Mas bom, mudando de assunto... Eu andei pensando muito durante nossas férias e decidi que esse vai ser o ano...

Eles encararam Procion sem entender, o amigo parecia ansioso, empolgado mesmo.

-O ano do que, cara?

-O ano... O NOSSO ANO... Eu passei as férias inteirinhas imaginando o que fazer para marcar esse ano, gente...

-Devia ter as passado estudando para ter notas boas... Por Merlin, Procion, você tem a biblioteca do colégio toda, só para você nas suas férias, devia aproveita-la mais.

-Lizzy, eu já te disse que você me da medo? – perguntou o rapaz enquanto a cor dos seus cabelos mudavam de vermelho tomate para azul turquesa – Lembra o meu pai falando.

-Tudo bem, cara! Fica tranqüilo, não parece, mas ela é inofensiva... Qual é a grande idéia?

-Ah sim, a grande idéia... Afinal, sou eu que tenho as grandes idéias por aqui.

-Desde quando?

-Lizzy querida, já te expliquei a divisão das tarefas mil vezes nesses anos, eu tramo a situação, o JS faz a merda, e você tira a gente dela... É simples. Por isso que nos damos tão bem desde o primeiro ano, lembra?

-Nós nos damos bem? – gracejou Potter.

-Deixa o seu pai saber que está querendo aprontar algo grande esse ano, Procion. O Diretor Lupin vai te matar se...

-Shiiiii! Ele não vai saber, ok! Vocês não vão contar, então não tem como ele saber.

-Não vai saber o que, metamorpho?

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