Novas versões para velhos ship



Capítulo VI
Novas versões para velhos shippers

Lizzy, Procion e JS olharam para o alto ao mesmo tempo. Lá estava o primogênito dos Malfoy, com a mão pousada no ombro de Lupin. Imponente em suas vestes de primeira linha. Lizzy não pode conter o pensamento de que o primo ficava ainda mais bonito de uniforme.
Lúcifer ocupava, juntamente com JS, o posto de rapaz mais cobiçado do colégio, pela sua beleza, porte e sofisticação. Muito embora sua reação a essa fama fosse bem diferente da do amigo. Os relacionamentos do loiro consumavam ser longos e sérios, o que deixou Lizzy particularmente muito feliz ao término do último namoro, já que todos pensavam que o rapaz se casaria com a tal Kamila Creevey.
-Nada, cara... Por que? – respondeu Lupin com um sorriso cínico. Tava na cara que o outro não acreditava nas palavras dele.
-Nada? Sei... Pelo amor de Merlin, vê se você e o JS não se metem em confusão esse ano, Procion. Vocês acabam pegando detenção sempre nos fim de semana e ai a Leões de Hogwarts fica desfalcada. Por mais que meus solos de bateria sejam fantásticos... Sem o guitarrista e o vocalista fica difícil uma banda tocar.
-Ah, o Alan e o Albert dão conta tranqüilo.
-Por Merlin, não! O tem Albert uma péssima voz e o Alan não consegue cantar e tocar o baixo ao mesmo tempo! Fica horrível. O Malfoy ta certo, vocês dois tem que se comportar esse ano.
-Exatamente, Granger. Você podia ajudar e mantê-los longe de confusão.
Ela balançou a mão sobre a cabeça, daquele jeito que o primo achava tão engraçado.
-Eu to fora, Malfoy. Eles nunca me escutam...
-Também pudera... – ele deu alguns passos para sentar bem ao lado de Lizzy, o que a fez olhar expressivamente para os dois amigos - ...Tanta gente pra escutar, iam dar atenção logo a você. Seria maluquice mesmo...
-Mas nós somos malucos.
Lúcifer riu.
-É verdade, JS... Tinha me esquecido disso. Só dois malucos para aturarem essa aqui, não é... – num impulso rápido que ela não esperava, ele a abraçou com força – Minha priminha chata querida!
-Me larga seu estrupício! – gritou Lizzy tentando se desvencilhar, mas o rapaz era mais forte.
-Para, se não continuar a espernear vou morder sua bochecha aqui no meio de todo mundo!
-Para com isso, Lúcifer!
Ele começou a rir da cara envergonhada dela. Deu-lhe um beijo na bochecha e finalmente a soltou. Virando-se para o palco em seguida.
-Vejam, vai começar a seleção...
Lizzy aproveitou a distração do primo para encarar novamente os dois amigos que estavam se deliciando com a cena. JS lhe abriu um sorriso cínico, enquanto Procion tinha a cabeça apoiada na mão esquerda, com uma expressão apaixonada, de quem assistia algum filme trouxa, bem água com açúcar.
Ela deu uma cotovelada no filho do diretor, para que ele parece de tirar sarro de sua cara. E olhou feio para JS em seguida. O amigo deu de ombros ainda sorrindo, ela sabia o que ele estava lhe dizendo sem palavras “quem mandou se apaixonar logo por ele? A culpa é sua mesmo”. Ele vivia lhe repetindo isso.
Se bem que pra JS era muito fácil dizer certas coisas, ele nunca havia gostado realmente de ninguém na vida. Procion por sua vez não se apaixonava, ele tinha musas, o que era completamente diferente. Logo que se aproximava da garota e descobria que ela não era o sinônimo de perfeição que ele idealizava, o encanto acabava em segundos.
Resumidamente, a única idiota do grupo que se apaixonava por primos mais velhos que só a viam como uma pirralha chatinha com que adorava implicar, era ela. Por Merlin, ela duvidava se quer que Lúcifer tivesse percebido que ela já tinha seios. Vê-la como mulher então? Impossível... Atraente? Nem se fala.
Bem diferente da forma como ele via a prima corvinal. Elizabeth sempre percebera o olhar encantado que Lúcifer dava para Charlote quando ela chegava, ou saia, que qualquer lugar. Os olhos dele pareciam imãs a qualquer movimento dela.
Soltou um suspiro profundo enquanto pensava nisso.
-Que foi? – os olhos cinzentos haviam se voltado para ela novamente, preocupados. Ela adorava quando podia ver algum resquício de sentimentos bons por ela naquele olhar. Mesmo que fosse só preocupação.
-Nada...
***********************
A alguns corredores dali, a garota de cabelos negros, braços cruzados e pé esquerdo batendo insistentemente no chão, aguardava impacientemente que alguém aparecesse. Mais alguns minutos de espera, e o menino loiro de olhar prepotente virou a esquina.
-Você está atrasado. – disse assim que o menino apareceu.
-A chata da Loureine percebeu quando eu levantei... Tive que inventar uma desculpa.
-Não deve ter sido difícil. Você é bom em desculpas, Malfoy. Ou melhor dizendo... Em mentiras.
-Ah! Falou a santinha... – ele a enlaçou pela cintura – Que eu saiba nós dois andamos mentindo pra todo mundo aqui, senhorita Bella Lílian Potter. – e lhe deu um selinho demorado.
-É, mas você faz por gosto, eu só faço pelo bem da humanidade. Se nossos pais descobrem que estamos namorando é capaz de explodir a terceira guerra mundial.
Ele sorriu meio de lado, passou a mão nos cabelos dela, fingindo despreocupação.
-É por isso que agente finge que se detesta, lembra?
-Lembro... Mas não precisava ter derrubado o perfume do seu irmão, caramba! Aquele quarto vai ficar fedendo por mais de um ano.
-Ele não queria me emprestar. – disse dando de ombros – Mas nós tínhamos que começar a pensar num jeito de contar pra todo mundo, Lilian. Imagina só o choque que vai ser pros velhos quando eu resolver te pedir em casamento.
Bella soltou uma gargalhada.
-Você me pedir em casamento, Draco? Isso vai levar tanto tempo que, provavelmente, nossos pais já terão morrido.
-Hey! É um bom plano... Trouxe a capa?
- Sim. – ela puxou o pano que estava na família a tantas gerações – Os gêmeos conseguiram pegar na mala do JS sem ele notar. – envolveu a si mesmo e ao namorado, fazendo com que desaparecessem sob a capa de invisibilidade.
-Eu amo meus primos...
Pode se ouvir um barulho demorado de beijo. De repente uma mão puxou o pano que os cobria, e o beijo que trocavam foi revelado.
-Ora, ora, ora. O que temos aqui.
O casal olhou surpreso para a garota que os havia revelado. De vestes da Sonserina, meio a cima do peso para o seu tamanho e com um olhar de superioridade que irritava qualquer um.
-Goyle, sua cretina.
-Dobre a língua pra falar comigo, Malfoy mirim. – a garota do quinto ano levantou o dedo ameaçadoramente – É senhorita Ludmila Goyle para você. – riu vitoriosa – Sabe, eu bem que disse para a Loureine que você estava escondendo algo, mas não imaginava que era tão repugnante... Onde já se viu, um Malfoy da sua estirpe se envolvendo com uma Potter
-E desde quando o que eu faço ou não é da sua conta, heim?
-Desde quando eu quero favores seu, garotinho...– ela praticamente cuspiu o nome – Mas não se preocupe, seu segredinho está salvo comigo. Desde que faça o que eu quiser, claro.
-Se você abrir essa boca eu arrebento a sua cara! – ameaçou Bella.
-Não tenho medo de você, Potter. Alias, fica na sua que o assunto não é contigo.
Bella avançou um paço em direção a ela, mas Segundo a parou. Talvez a barganha da Goyle fosse melhor do que séculos de detenção e um escândalo entre as famílias.
-Lilian, deixa que eu resolvo isso. – disse, conciliador – Volta pro salão.
Ela o encarou meio contrariada, mas cobras devem ser tratadas como cobras, e o namorado sabia lhe dar melhor com isso que ela. Acenou positivamente e saiu, mas antes lançou um olhar assassino para Goyle, que fingiu não ver.
-Muito bem. O que você quer de mim?
-De você, nada... O que eu quero é o seu irmão. – disse sorridente – Você vai me ajudar a conquista-lo.
Draco cruzou os braços e sorriu debochado.
-Meu irmão pode ser um grifinório idiota, Goyle, mas ele tem bom gosto, sabe.
-Isso já é um problema seu. Se o gosto dele não for pela minha pessoa em três meses, querido, o seu gosto por garotas vai se tornar público... Entendido.
Ele acenou positivamente, se arrependendo por não ter deixado a namorada quebrar a cara dela.
**************
-Grifinória!
A mesa explodiu em palmas a cada nova seleção, a exemplo das demais. Dessa vez não havia nenhum integrante da família a ingressar no colégio, por isso a seleção parecia sem graça.
Alan, Albert e Anna, conversavam entre si, só se dando ao trabalho de bater palmas quando alguém era selecionado a casa do Leão. Dori, permanecia ao lado deles, mas não estava envolta no assunto, se preocupava em cuidar os olhares de JS e Charlote, mas, para o bem de ambos, o rapaz sentara de costas para a mesa corvinal.
Foi quando algo lhe chamou a atenção. Dois de seus primos discutiam a alguns metros. Não era bem uma discussão, o garoto era dissimilado demais para discutir com a irmã quando, visivelmente, estava tentando sair desapercebido do salão.
Ele disse algo que pareceu convencer a outra. Mas não a ela. Por isso, assim que Segundo (como Draco era chamado por alguns dos primos Weasley) saiu pela porta do salão comunal, ela foi atrás, sorrateira e silenciosa. Nem dava pra creditar que ela era uma Weasley, tão discreta que conseguia ser quando queria.
Quando finalmente o primo Malfoy parou de caminhar, ela teve que se segurar para não soltar uma exclamação e por tudo a perder, ao vê-lo dar um selinho em Bella Lílian.
Dori levou a mão à boca, tentando assimilar a informação. Bella Lílian e Draco Malfoy II estavam namorando? Mas e todas as cenas que os dois faziam com brigas e tudo mais na frente deles? Onde fora parar aquela raiva incondicional que demonstravam ter um pelo outro? E, principalmente, onde fora parar o juízo deles?
Segundos depois ela os envolvia com a capa de invisibilidade dos Potter e os dois sumiam. Mas não por muito tempo. Uma garota sonserina os descobriu.
Discutiram, elas os ameaçou e... Nem dava pra acreditar o que aquela cretina estava pedindo. Dori teve que se conter para não ir lá tomar satisfação como uma legitima prima ciumenta que era. Mas isso exporia Bella e Segundo ainda mais. Preferiu ficar quieta. Por enquanto...

************
-Lúcifer. Podemos conversar um instante?
O loiro levantou os olhos para a ex namorada que havia acabado de parar atrás deles. Esguia, de olhos e cabelos castanhos, envergando o mesmo brasão que ele no peito.
Do outro lado da mesa, onde tentava ajudar os amigos a resolver um dos problemas de Astronomia, Lizzy pode perceber que o primo não gostara da interrupção a sua leitura, mas manteve a postura educada e sóbria que sempre tivera. Acenou positivamente, se levantou, seguindo Kamila Creevey para fora do salão comunal.
-O que foi, Kamila? Aconteceu alguma coisa?
Era apenas uma pergunta educada, Lúcifer sabia muito bem que nada tinha acontecido e que ele teria que perder incontáveis minutos explicando o por que terminara o namoro no fim do ano letivo anterior... De novo!
-Eu só queria... Conversar. – os olhos marejaram – As coisas ficaram tão difícil desde que a gente terminou.
-Podemos conversar o quanto quiser, Kamila, mas eu não sou mais seu namorado.
-Mas por que? Eu não consigo entender, Lúcifer... Por que?
-Nós já discutimos isso tantas vezes... Por Merlin.
-Você tem outra pessoa, é isso?
-Já disse que não... – o tom de voz estava começando a transparecer a impaciência.
-Então eu não consigo entender.
-Kamila, presta atenção. Eu não estou com outra pessoa, eu só não gosto de você como deveria gostar para ser seu namorado, só isso.
-Então você gosta de outra!
Ele levou as mãos à cintura, molhou os lábios com a própria língua num movimento rápido.
-Ta legal, é isso. Você prefere que seja assim, então ok. Eu gosto de outra... Estamos entendidos?
As lagrimas finalmente romperam a face da garota, e ela tentou limpa-las entre soluços surdos. Lúcifer permaneceu inabalado.
-Eu sabia... Sabia que era isso. – murmurava ela até que finalmente se retirou o deixando sozinho no meio do caminho.
-Saco...

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