Os Black do lado certo da Lei



Capítulo IV
Os Black do lado certo da Lei


Abriu a porta bruscamente e entrou sala adentro com cara de pouquíssimos amigos. As vestes rasgadas e as marcas de cortes e arranhões pelo rosto e braços, davam uma pequena dica do que o estava incomodando.

Cruzou a seção dos Aurores sem olhar para os lados e ninguém teve o desplante de interceptá-lo. Quando alcançou a maçaneta da sala do chefe, a abriu com a mesma fúria que a anterior, batendo-a, em seguida, com um sonoro estrondo logo atrás de si.

-Você ta de sacanagem comigo?!

-Olha os modos para falar comigo, rapazinho. Eu ainda sou seu superior.

-Que se foda a patente, senhor Sirius Black! – o homem de 60 e poucos anos, sentado a cadeira de couro, levantou a sobrancelha intrigado, depois sorriu de lado – Você está querendo o que? Me matar? É isso?

-Se quisesse te matar não teria te feito, Junior, seria mais fácil. – o pai abriu um largo sorriso apontando uma cadeira para que o outro se sentasse – Ou então faria o serviço quando ainda usava fraldas. Você ficou muito difícil de matar depois de crescidinho.

O rapaz desabou na cadeira a frente da mesa do pai, bufando.

-Relatório.

-Os TRÊS remanescentes dos comensais, loucos e assassinos, foram presos sem causar dano a ordem trouxa... TRÊS... Ouviu bem? Três, e não um como haviam me dito.

-Desculpe... Não sabíamos... – o garoto detestava quando ele usava aquele tom cínico – Era de se esperar que houvesse mais, Júnior, você sabe muito bem que esses covardes andam em grupos, caso contrario não saem da toca. Sua mãe já cansou de te contar como as coisas funcionavam na época gloriosa de Voldemort.

Ele continuava a bufar, enquanto batia o pé insistentemente no chão.

-Podiam ter mandado mais gente pra me ajudar, sabe...

-Pra que? O Moody te treinou muito bem, filho, e depois que eu perdi a Tonks para trabalhos internacionais você é meu melhor Auror...

O rapaz continuou fazendo cara feia. O pai resolveu alfinetar ainda mais. Achava engraçado o filho quando saia do sério, igual a esposa.

-Sabe... Devia arrumar uma namorada... Você anda muito estressado.

-Estressado? Por que será que eu ando estressado heim? Porra pai, eu tive que me virar sozinho para imobiliza-los enquanto esquivava das maldições imperdoáveis, sabia? Alias! Aquelas pestes parecem não conhecer outros feitiços. E, como se não fosse trabalho suficiente, ainda tenho que disfarçar para que os trouxas não percebam o que estava acontecendo.

-Ossos do ofício. Eu, sua mãe e até sua irmã te avisamos que ser Auror era um saco... Mas você tinha que seguir os passos do Harry. – o rapaz cruzou os braços, inconformado, atitude que costumava fazer desde pequeno – Ora, pare de tolices, eu sei que você adora essa vida, Junior. Então, pare de reclamar no meu ouvido por causa de alguns arranhõezinhos. Tenho certeza que fez bem pior com aqueles três.

Pela primeira vez desde que entrara na sala, Sirius Junior abriu um sorriso debochado, lembrando e muito o que o pai lhe dera a pouco.

-Que isso... Não foi para tanto. Só quebrei alguns ossos, apaguei algumas memórias... Nada sério. – descruzou os braços, e prendeu os cabelos negros e lisos em um rabo de cavalo curto – Bom, vou pra casa tomar um banho e cuidar dos ferimentos. – se levantou num arfar, estalou as costas – Diga a mamãe que passarei lá mais tarde, de qualquer forma.

-Certo, estaremos te esperando. Ah, só mais uma coisa. – Sirus abriu uma de suas gavetas, pegou uma carta onde reluzia o brasão do colégio que os dois freqüentaram, cada um em seu tempo, e esticou para o filho.

-Carta de Hogwarts? – perguntou surpreso – Não recebo uma dessas a mais uns quatorze anos. Do que se trata?

-Abra.

Ele rasgou o selo, curioso se pos a ler. Franziu o cenho.

-Ele quer que eu vá a Hogwarts... – revirou o papel - Mas, isso aqui é um pedido oficial ao Ministério. Pra que tudo isso?

-Remo está preocupado. E, no lugar dele eu também estaria. Queria que a esposa fosse designada para o colégio, mas os Aurores Internacionais não a liberaram, então ele quer você...

O rapaz voltou a sentar-se a frente do pai.

-O que está acontecendo?

-Ainda não aconteceu nada. Mas Remo está com medo que aconteça... E eu também.

-Por que?

-A professora de adivinhação andou prevendo umas coisas.

-Adivinhação pai?! Ah! Santo Merlin, achei que era algo sério.

-E é... A senhorita Luna Lovegood é a atual professora de adivinhação de Hogwarts, Junior. Lembra dela?

-Vagamente. Amiga de colégio da Mira, não é? Uma loira com cara de doida, que perdeu o namorado na guerra.

-Ela mesma. Veja bem, Luna nunca foi de ter visões, apesar do conhecimento na arte da adivinhação. Seu dom nessa área costuma ser raro, mas preciso... Ela previu o acidente de carro que vitimou Percy e Penelope Weasley, os pais da Daisy. E também previu a morte de Nevile Longbotton, seu namorado na época...

O rapaz soltou um não muito empolgado humm.

-O caso é que, o que ela anda vendo não é nada agradável, Junior. Por isso seu padrinho quer a sua ajuda.

-E onde eu entro nisso?

-Entra no “impedir que as visões aconteçam”. Simples...


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