Adivinhado a Adivinhação



Capítulo XI
Adivinhado a Adivinhação

Os últimos acontecimentos o deixavam preocupado, e não poderia ser diferente. Sua irmã perdera a melhor amiga de forma trágica e JS não podia deixar de pensar que, pela proximidade do local do crime, poderia ter sido a própria Daisy a vítima.
Ela ficara tão abalada que passou dois dias na enfermaria, recebeu a visita dos pais, avós tios e todos os primos, incluindo Loureine, para surpresa dele.
Ela chegara numa hora em que somente JS se encontrava ao lado de Daisy, devido há um tempo vago que possuía. O rapaz tinha certeza que fora proposital já que a Malfoy tivera que matar uma de suas aulas para comparecer.
-Não gosto do tumulto que os meus primos fazem... – disse ela respondendo a pergunta desconfiada que fizera na ocasião.
Olhou Daisy desacordada, suspirou profundamente antes de se aproximar e sentar na ponta cama, com cuidado para não acordar a prima.
-Será que é algo com a gente? – ele a olhou curiosa, sem entender – Será que o assassino queria atingir a nós? – ela tentou explicar – Matou a minha melhor amiga e agora a melhor amiga da Daisy.
Ele achou engraçado a forma como ela via o mundo... Sempre girando a seu redor.
-Acho que não, Loureine. – respondeu docemente – Provavelmente tinha haver com elas mesmo, e não com vocês.
-Eu não entendo. O que a Ludmila teria em comum com a Smith? É absurdo JS.
E era mesmo... Ele tinha que concordar. Não havia lógica em matar as duas, não tinham amigos nem inimigos em comum, não freqüentavam os mesmo ciclos para que isso acontecesse.
-A única ligação que elas tinham era através de mim e da Daisy... – ela disse num sussurro, olhando pela janela de forma que ele não conseguisse ver seus olhos direito, mas um movimento com a mão, tentando secar o rosto, fez JS perceber que a garota tentava não chorar.
Ele se levantou, seguiu até ela e, sem aviso a abraçou, trazendo a cabeça miúda para junto de seu peito. Foi o suficiente para a garota desmontar completamente e chorar, dando vazão a todo o sentimento que reprimira desde a morte da amiga.
-Chora... É bom chorar... – sussurrava ele, enquanto acariciava-lhe os cabelos platinados – Você vai se sentir melhor depois.
-Desculpa... – disse entre soluços – Eu... Eu odeio chorar... Mas imaginar que ela morreu por minha culpa me deixa mal.
-Imagino...
Daisy se remexeu na cama. Loureine achou melhor romper o abraço e limpar as lágrimas restante com a ponta da manga de suas vestes.
-Loureine... – sussurrou a ruiva abrindo os olhos e a reconhecendo.
A outra ensaiou um sorriso.
-Olá, prima... – não foi preciso dizer nada, as duas sabiam que naquele momento dividiam dores bastante parecidas, por isso a presença da loira.
Eles ouviram um tossir, JS e Loureine viraram-se para avistar Procion chegando com um buquê de flores na mão.
-Será que posso entrar? – ele perguntou meio sem graça.
-Claro, entre cara. – disse o amigo, feliz com a aparição de Lupin – Foi bom você chegar... Será que você pode ficar um pouco com a Daisy? Eu vou levar a Loureine ali e já volto...
Potter não esperou a resposta, puxou gentilmente a loira para que o acompanhasse, deixando Procion e Daisy sozinhos na enfermaria.
O metamorpho deu um olhar engraçado na direção em que eles saíram. Daisy riu. Ele voltou-se para ela novamente, surpreso com a gargalhada da garota, nunca havia percebido como aquela gargalhada tinha um som gostoso de se ouvir.
-Como está se sentindo? – perguntou, quando ela parou de rir, sem se importar por ter sido o motivo de tanta graça.
-Sim... Mas minha cabeça ainda dói um pouco...
-Deve ser efeito da poção calmante que te deram. - Ele esticou o buquê – Espero que goste de flores.
-Eu adoro, claro. – ela respondeu sorrindo, mas não o sorriso alegre que sempre tinha para qualquer situação, era um sorriso opaco, quase triste - Obrigada.
-Que bom. Posso? – ela fez que sim, e ele se sentou ao seu lado na cama, a enlaçou com um dos braços.
Daisy recostou no peito dele de bom grado, não queria pensar no que a havia levado até ali, doía-lhe lembrar da cena, mas sabia que mais cedo ou mais tarde teria que relatar tudo em depoimento. Por isso, qualquer minuto de paz como aquele lhe era de estrema importância.

*******
-Para onde está me levando, Potter?
-Para um lugar tranqüilo.
-Se me levar para a torre de astronomia eu vou bater em você.
-Eu sou mais criativo do que os caras com quem você sai... Pode deixar.
E era mesmo, afinal nenhum dos caras com quem Loureine saira há havia levado na sala precisa. Ela conhecia a sala de nome apenas, mas nunca tinha feito questão de procurá-la.
-Pense no que quer... – disse ele.
Ela deu de ombros.
-Quero um lugar para se ficar sozinha.
Ele sorriu.
-Agora entre.
Ela o fez. E a surpresa fora maior do que esperava, Loureine não podia imaginar um local melhor para se ficar só do que aquele quarto.
JS permaneceu próximo a porta enquanto ela se admirava com a perfeição de detalhes. O encarou com expressão surpresa e sentou-se na cama de lençóis brancos e rendados.
-É exatamente igual.
-Que bom... Sempre que quiser chorar pode vir para cá. – ela acenou positivamente, finalmente entendendo o por que dele a haver levado ali – Agora eu já vou...
-Não... – ela esticou a mão para ele – Fica aqui comigo um pouco.
Apesar de se surpreender com o pedido, JS obedeceu, indo sentar ao lado dela na cama.
-Então... Onde estamos?
-Não faz a mais vaga idéia? – ela perguntou, apontando a mesa de cabeceira onde havia duas fotos bruxas, uma de um casal no dia de seu casamento e a outra de uma garotinha loira de uns 4 anos apenas.
Bom, nem todas as pessoas da foto sorriam, claro. O noivo lhe encarava com cara carrancuda enquanto a ruiva ao seu lado acenava alegremente. A garotinha loira, por sua vez, dava-lhe um sorriso educado, depois, olhava marotamente para os lados e então mostrava-lhe a língua.
-É o seu quarto. – ele disse, reconhecendo-a na foto de criança.
-Eu costumava ser geniosa quando pequena...
-Quando pequena? Só? Em que época isso mudou que eu não lembro?
Ela lhe mostrou a língua, como fazia aos 4 anos.
-Você é muito chato, Potter.
-E você é muito linda, Malfoy.
Ele e sua boca grande, simplesmente não conseguia ficar quieto. Agora ela com certeza o expulsaria dali.
Se encararam e o inevitável aconteceu.
JS não soube dizer quanto tempo se passou enquanto eles se beijavam. Mas, para o resto de sua vida, teria aquele como o beijo mais longo e mais gostoso que já provara.
Porem foi o encontro mais rápido também.
Assim que romperam o beijo ela se levantou, visivelmente incomodada com o que aconteceu.
-Eu... Eu acho melhor você ir embora, JS.
-É... – disse se levantando também – Acho melhor ir também... É melhor esquecermos isso.
-É... É melhor esquecermos isso.
Mesmo sabendo que era o certo a se fazer ouvi-la concordando com aquele absurdo de esquecer um beijo inesquecível lhe doeu o peito. Preferia quando as garotas corriam atrás dele, era mais fácil e menos doloroso partir.
Acabou acenando simplesmente, e foi embora sem dizer mais nada.
***********
-Como é ser o filho do diretor?
-Chato. Principalmente ser filho do diretor Remo Lupin!
-Achei que se dessem bem...
-Ah, nós nos damos bem sim, apesar dos temperamentos diferentes...
-Eu acho vocês super parecidos.
-Acha é?
-Sim... Você é inteligente pra caramba, é tão adiantado em algumas matérias que já não as precisa cursar. Tia Mione sempre disse que seu pai foi o melhor professor que tiveram e a pessoa mais inteligente que ela conheceu também... E pra tia Mione dizer isso de alguém é por que deve ser verdade.
-Sou adiantado por que passo a maior parte das minhas férias aqui, estudando. Já que não tenho nada melhor pra fazer. Só por isso... Não é nenhum dom inexplicável.
-Então por que?
-Por que o que?
-Por que acha chato ser filho do seu pai?
-Bom... O problema na verdade é que ele saca tudo muito rápido. Quando quero fazer algo errado preciso calcular milimetricamente cada passo para ele não se dar conta – bom, pelo menos não antes de eu fazer o que quero, por que cedo ou tarde ele descobre. – ela riu – Você acha graça, né? Mas é um saco, ás vezes são meses tramando uma única noite e ai, por causa de algo que não esperava vai tudo por água a baixo. Então fico maquinando para saber o que aconteceu de errado, onde o plano falhou sabe... Alas, eu estava fazendo isso quando... Quando você gritou...
-Por isso não estava assistindo o começo do jogo, como todo mundo?
-É, por isso.
Ela parecia curiosa.
-E o que havia dado errado?
Ele levou a mão a cabeça, sorrindo sem graça.
-Você não vai querer saber.
-Ah vou sim... Pode ir contando...
*************************
No domingo seguinte JS sentou sozinho no Três Vassouras, Lizzy havia sumido, como fazia a algum tempo já e Procion estava com Daisy, os dos haviam se tornado muito próximos depois dos últimos acontecimentos.
Próximos demais até, mas o jovem Potter via com bons olhos um possível namoro entre os dois. Mesmo em tempos tão obscuros.
Balançou a cabeça tentando afastar os maus pensamentos. Estava tão cansado de pensar naquilo e não chegar a nenhuma conclusão. Levantou-se e seguiu para o banheiro imaginando como o tio estava frustrado também.
Quando saiu do banheiro, se surpreendeu ao ver Junior sentado numa das mesas, acompanhado de ninguém menos que o pai de Procion e atual diretor do colégio, Remo Lupim. E algo no semblante dos dois fez JS imaginar que o que conversavam era de suma importância.
Ele puxou discretamente a capa de invisibilidade que pertencera ao pai e ao avô antes dele, que trazia junto a si desde o primeiro assassinato, se cobriu com ela e seguiu para perto dos dois.
-E, mais uma vez, aqui estamos todos em Hogsmead fingindo que nada aconteceu. – dizia Junior.
-Também não gosto disso, Junior.
O tio balançou a cabeça em negação, concordando com a afirmação de Lupin.
-Fico me perguntando quantas mortes mais a professora de adivinhação viu... – mas, a visão de um novo cliente do bar o fez finalizar o assunto dizendo – Com licença padrinho, preciso resolver umas coisas.
JS não esperou para ver o que o tio iria resolver, precisava procurar Loureine para que ela lhe ajudasse a descobrir as visões da professora de adivinhação.
Na demorou muito para encontrá-la, a loira saiu da loja de roupas resmungando para si mesmo o tanto de coisas ruins e sem qualidade que encontrava naquela cidade tão chinfrim. Não era de se admirar que as pessoas naquele colégio fossem tão cafonas.
-Psiu! Malfoy!
Ela olhou para os lados e não viu ninguém. Continuou a caminhar intrigada.
-Para de andar, Loureine! – era a voz de JS, no seu ouvido.
Sem duvida do que fazia, ela virou a mão com tudo onde deveria estar o rosto dele, acertou em cheio
-Ai! Sou eu, sua louca! – ele retirou a capa revelando apenas a própria cabeça.
-Eu sei... – respondeu seca.
-Então por que me bateu?
-Por que você mereceu... Nunca mais me assuste desse jeito.
-Ah loirinha se assusta fácil é?
Ela bufou enquanto olhava para os lados.
-Fala logo o que você quer, não quero ser vista com você por ai.
-Ah, eu posso resolve isso fácil. – disse, a cobrindo com o pano – Pronto, agora ninguém pode nos ver. – disse cínico.
-O problema agora é que eu estou muito perto de você.
-Humm, isso é um problema?
-Quer levar outro tapa, Potter?
Ele riu.
-Você realmente acha que eu vou tentar te agarrar, garota? Se liga! Eu não preciso disso... – alfinetou, malicioso - Bom, vamos parar de gracinha e ir logo ao que interessa, Malfoy. Descobri uma coisa, mas preciso da sua ajuda agora. Vamos voltar a Hogwarts.
****************
O carvalho era o melhor lugar para se encontrarem, próximo ao lado mais afastado do lago. Não costumava ser muito freqüentado nem por casais enamorados, principalmente quando todos estavam em Hogsmead. Por isso podiam ficar abraçados enquanto o tempo teimava em passar.
-O baile de natal é na outra semana... – disse ele, a despertando de um leve cochilar.
-Ah... É mesmo...
-O que você acha?
-De que?
-De anunciarmos que estamos namorando no baile.
-Você está louco Lúcifer?
Ele riu do sobressalto da namorada.
-O que tem demais Lizzy, nós estamos namorando mesmo, não estamos?
-Sim, mas nossos pais não vão gostar nada da noticia.
-E por acaso você esta pensando em terminar comigo caso os seus pais mandem?
-Não, claro que não!
-Então?
-Tem o seu pai também...
-Eu não estou nem ai pro que meu velho vai pensar, dizer ou fazer... Alias, nunca estive.
Ela voltou a deitar no peito dele.
-Isso é verdade.
-Então, você topa?
Lizzy voltou a encarar os olhos cinzentos cheios de coragem.
-Topo... Claro que eu topo.
Lúcifer levantou uma das sobrancelhas ao ouvir um barulho estranho próximo a eles. Se entre olharam, e com um aceno leve se levantaram silenciosamente para tentar observar o que acontecia.
Conforme se aproximavam o ruído foi ficando mais claro, eram barulho de beijos. E, quando no abrir de um arbusto eles identificaram quem era o casal que escolhera o mesmo lugar que eles para namorar, Lúcifer teve que tapar a boca da namorada para que ela não soltasse uma exclamação alta demais.
Ali, a poucos metros deles, Bella Lílian e Draco se beijavam, parecendo bastante íntimos.
Ela fez sinal para que ficasse quieto, e apontou para o casal que rompia o beijo.
-Acho melhor voltarmos, Draco. Vão acabar sentindo nossa falta...
-Você fica tão engraçada quando está com medo, Lílian. – disse o menino rindo, a puxando pela mão.
-Não estou com medo... É que o tio Junior descobriu que nós... – Bella Lílian engoliu o resto da frase ao dar de cara com o irmão que acabara de aparecer acompanhado de Loureine.
Pelo visto voltaram mais cedo de Hogsmead.
-Nós o que, Bella? – perguntou JS - O que você está fazendo de mãos dadas com o Segundo?!
Os mais novos soltaram as mãos rapidamente, embora não houvesse mais como negar que o faziam.
-Vamos Bella! Responda a minha pergunta!
-Me parece meio obvio... – falou Loureine com a voz arrastada e calma de sempre – Então os pombinhos estão namorando, heim...
-Não é bem isso... – gaguejou o garoto.
-É o que então?!
-Será que da pra você se acalmar JS...
-Com você passeando por ai de mãos dadas com o Segundo? Não, não da para me acalmar não.
-Ai Potter, veja pelo lado bom... – disse Loureine – Vamos poder chantageá-los com essa informação.
-Ah! Cala a boca, Loureine! – disse o caçula.
-Bella! Eu ainda to esperando uma explicação para você estar andando com esse retardado do Malfoy!
-Hey, Potter! Dobre a língua para falar de mim! – Lúcifer se surpreendeu com a atitude corajosa do irmão... A julgar pela raiva nos olhos de JS fora uma atitude estúpida, mas corajosa.
-Vem dobrar, seu...
O primeiro passo que o moreno deu em direção ao seu irmão caçula foi o suficiente para fazer Lúcifer sair do esconderijo e entrar no meio da discussão, mandando-o parar.
Lizzy foi atrás.
-Vamos parar essa conversa por aqui. – disse o mais velho do grupo – vocês estão muito alterados.
-Eles estão saindo juntos! Lúcifer!
-É... Eu já percebi, JS.
-Então como quer que eu me acalme?!
-Não é o fim do mundo, JS... – começou a dizer Lizzy.
-Não é o fim do mundo? – repetiu ele – É o que então? Eu não acredito que você está fazendo isso com o papai, Bella Lilian... Não acredito que teve coragem de fazer isso!
Ouvir o irmão gritando a falha dela com o pai foi o suficiente para que ela explodisse, finalmente.
-Tive coragem mesmo!!! Bem diferente de você que é louco pela Loureine e nunca faz nada!
JS teve vontade de dar um soco na irmã, mas se conteve, até por que ela já havia lhe virado as costas e ido embora falando-lhe varias insultos. Draco acabou indo atrás dela.
JS e Loureine se encararam. Ela sorriu satisfeita, ele desviou o olhar.
-Vamos embora daqui, Malfoy. Temos coisas mais importantes para resolver... – disse ele, visivelmenmte irritado com o que acabara de acontecer.
-Oh, como o senhor quiser, senhor Potter. – respondeu a garota, com deboche.
Em seguida os dois se retiraram também.
Lúcifer encarou a namorada.
-E você esta preocupada com o que nossos pais vão dizer de nós... – murmurou.
***************
O jovem Black se aproximou do balcão onde Dori havia parado para pedir uma cerveja amanteigada. Chegou a tempo de pedir mais uma quando o garçom troce o copo dela.
Ela levantou os olhos para ele, numa cara não muito satisfeita em o ver. Junior colocou as mãos no bolso esperando que ela dissesse algo, mas a oriental não o fez.
-E então, senhorita Wesley... Já temos duas garotas mortas, quando vai me contar o que sabe.
-Eu já lhe disse que não sei, sr. Black. – finalmente ela virou-se para ele.
-Então, devo presumir que não sabia que a Bella e o Malfoy II estão namorando, não é?
-Como soube disso?! – perguntou ela surpresa.
-Eu desconfiava... Acabei de ter certeza. – sorriu de lado, feliz por tê-la feita confirmar algo, mesmo sem querer – Eu peguei os dois para conversar um pouco antes de vir pra cá. Mas eles disfarçam melhor que você...
-Você vai os denunciar para o resto da família, não vai?
-Por que eu faria isso? – deu de ombros – Tantos casais incompreendido pelas famílias deram certo, meus pais por exemplo...
Ficaram em silencio por algum tempo, a cerveja de Junior chegou, e, depois de um gole ele voltou a falar.
-Mas meu faro de Auror ainda me diz que estão me escondendo algo... E você sabe o que...
Ela deu de ombros e tomou um gole da bebida.
-Pois seu faro deve estar com problemas.
-Será mesmo? – ele aproximou o nariz novamente do pescoço dela e mais uma vez Dori sentiu o arrepio inconveniente as toque da respiração dele em sua pele – Jasmim... Eu já disse que esse perfume é a sua cara?
Ela não entendeu o por que da mudança de tópico.
-Olha sr. Black... Eu... – estava sem jeito, era a primeira vez que não sabia ao certo o que fazer. Resolveu voltar ao assunto anterior - Eu não sei de nada, ok.
-Ok... Isso me deixa aliviado, porque assim você deixa de estar envolvida nesse caso e...
-E?
-E eu posso chamá-la para ir comigo ao baile de Natal.
-O que?
Ele deu um beijo na bochecha dela, sorriu e se retirou dizendo.
-Baile de Natal, Dori... Não se esqueça.
*************
A sala de adivinhação tinha um aroma estranho na opinião do rapaz, mas a loira ao seu lado parecia gostar.
-Madrinha... – chamou ela assim que entraram no local – Madrinha, você está ai?
Ouviram um barulho, depois, os olhos azuis e expressivos de Luna Lovegood apareceram.
-Nenny... – disse ela num sorriso – O que faz por aqui, hoje é domingo... Devia estar na cidade. – então se deu conta da presença do rapaz – JS?
-Oi tia Luna... – ele a chamava assim desde pequeno, Luna e Gina não eram apenas grandes amigas, mas eram as melhores amigas de sua mãe, Mira – Nós precisamos conversar com você.
-Os dois... juntos? Isso é novidade... Mas sentem-se... – eles obedeceram, se acomodando em um dos almofadões coloridos – Querem chá? – fizeram que não com a cabeça – Bom, pelo visto é serio... O que houve?
-Nós... – ele olhou para Loureine, procurando apoio, mas não encontrou – Bem, eu... Eu ouvi dizer que a senhora andou tendo visões tia.
O semblante de Luna se anuviou.
-Visões sobre os assassinatos... – reforçou a menina – E, bem... A primeira garota a morrer era minha amiga, madrinha. Eu te disse...
-Sim, eu sei... Entendo o seu interesse, Nenny... – voltou-se para JS – Mas qual o seu interesse nisso?
-Eu... Bom... – não dava pra dizer que ele queria catar a afilhada dela, dava? – To preocupado com as minhas irmãs, tia. A Daisy estava bem perto do local desse ultimo assassinato... Podia ter sido ela.
-Não, não podia. – houve um silencio – Ela não era um alvo... A Daisy não quer o que elas queriam...
-E o que elas queria?
-Não sei Nenny, não sei. É só uma sensação que ela queriam algo em comum.
-Então a senhora não viu o que elas queriam?
-Não...
-Mas viu que elas iam ser mortas?
-Não, JS. Vi que mortes aconteceriam. Não quem morreria. Eu vi o sangue, vi os cortes. Senti a raiva do assassino e a alegria dele ao se livrar delas, mas não sei quem foi.
Mais uma vez o silencio se apoderou deles, os dois tinham medo de fazer a próxima pergunta.
-A senhora viu mais mortes tia?
Luna fez que sim resignada.
-Enquanto não descobrirmos quem está matando as meninas eu vejo muitas mortes, JS... Muitas...

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