Os Segredos de Hogwarts



Capítulo 18: Os segredos de Hogwarts

Após as derrotas dos ataques de Voldemort, o Profeta Diário não se cansava de noticiar o bom trabalho do Ministério. Como o Ministro havia coordenado bem a distribuição dos Aurores, para proteger todos os locais possíveis de ataque, e como ele estava fazendo um ótimo trabalho.

Pela primeira vez, Harry não estava chateado com isso. Ele tinha decidido, junto a Dumbledore e com o Ministro, que seria melhor que Voldemort acreditasse que Snape tinha avisado o Ministério, e não a eles. Isso diminuiria a chance de Voldemort procurá-lo para saber de Snape e dos Malfoys.

Perdeu-se um tempo grande com a reconstrução de Hogwarts. Mas isso não parecia incomodar a todos que ali estavam, pois era uma marca da derrota de Voldemort.

Todos estavam contentes, pois se Voldemort não tinha sido derrotado, não havia dúvida que seu poder de fogo havia diminuído muito.

Sem Greyback e a maioria de seus lobisomens, sem os Gigantes e os Dementadores, o poderio de Voldemort se resumia aos Comensais que não foram presos, e algumas criaturas das trevas que permaneciam ao seu lado.

Todos sabiam que Voldemort continuava poderoso, mas a vitória tinha enchido todos de esperança.

Após os ataques, Harry retornou ao seu problema anterior, achar a última Horcruxe. Agora sabia que ela provavelmente estava em Hogwarts, e possivelmente nas masmorras. Essas informações facilitavam a busca, mas não a deixavam menos difícil.

Harry sabia que nem mesmo Dumbledore conhecia Hogwarts plenamente e, sem mais informações, a busca poderia levar vários anos. Mas como não tinham anos para procurar pela Horcruxe, tinham que achar alguma coisa que os ajudasse.

Foi numa conversa com Dumbledore, após os ataques, que surgiram as primeiras idéias.

- O que sugere que façamos? – perguntou Harry. – Por onde começamos a procurar?

- Sabemos que Voldemort ia para as masmorras, portanto acho que devemos começar por lá – respondeu Dumbledore. – Mas como iremos fazer isso sem chamar a atenção é que não sei.

- Não podemos simplesmente suspender as aulas de poções, ou transferi-las para outras salas? – perguntou Hermione.

- Isso seria facilmente arranjado – respondeu Dumbledore. – O problema é evitar que os alunos da Sonserina os vejam.

Harry e seus amigos estranharam o comentário de Dumbledore. Afinal, ele sempre pregara que as casas deveriam se unir, e que era necessário que confiassem uns nos outros.

- Espero que entendam que meu receio não se deve ao fato de serem alunos da Sonserina, e sim alunos como quaisquer outros – Dumbledore percebeu o espanto dos garotos e tratou logo de acabar com qualquer mal entendido.

- Poderíamos fazer as buscas nas masmorras a noite, quando todos já estivessem em suas salas comunais – disse Gina. – Assim, teríamos um tempo bem razoável.

- O problema seria fazer isso a noite e ainda assistir as aulas durante o dia – completou Hermione. – Precisaríamos faltar pelo menos nas aulas da parte da manhã.

- Mas acho que a Srta. Weasley está certa – Dumbledore sorria para a garota. – Podemos fazer com que os alunos fiquem em suas salas, e então vocês poderão utilizar o período da noite para as suas buscas.

Harry pensou que era impressionante como Gina tinha a maioria das idéias com que Dumbledore concordava.

- Falarei com a Professora McGonagall para instruir Filch. Ele deverá garantir que nenhum aluno, exceto vocês é claro, tenha acesso às masmorras durante o período da noite – completou Dumbledore. – Contudo, isso demorará alguns dias. Acho melhor vocês começarem as buscas na próxima semana.

Harry gostou da idéia de ter alguns dias para relaxar com Gina, mas sua alegria durou só até Dumbledore voltar a falar.

- Portanto, usem esses dias para encontrar algo que possa lhes ajudar. Aconselho que vejam todos os livros que dizem respeito a Hogwarts e a sua história.

- É – disse Rony. – Acho que para alegria de Mione, finalmente iremos ler “Hogwarts, uma história”.

Todos riram, inclusive Hermione, e foram direto para a biblioteca iniciar a busca por informações.




Os dias seguintes foram iguais a todos aqueles em que o grupo procurava alguma informação na biblioteca. Um certo tédio e desilusão tomavam conta deles, por não encontrarem nada que os ajudasse. Somente a chegada da outra semana e a possibilidade de vasculharem as masmorras foi que trouxe algum ânimo ao grupo.

Na segunda-feira, Harry e seus amigos estavam na entrada das masmorras, para iniciar a busca.

- Teremos que nos separar para poder vasculhar as masmorras mais rápido – disse Harry.

- Ok – concordou Hermione. – Eu e Rony iremos vasculhar a parte norte, enquanto você e Gina ficam com o lado sul, tudo bem?

- Sem problema – respondeu Harry. – E se precisarem de ajuda, é só usarem as moedas da AD.

Rony e Hermione concordaram e seguiram em direção a parte norte das masmorras, enquanto Harry e Gina seguiram para a parte sul.

Conforme caminhavam pelas masmorras, Harry não pôde deixar de notar em como era sombrio aquele trecho do castelo, e como só passava por ali para ir às aulas de poções, nunca havia se aventurado pelas masmorras.

As masmorras eram escuras e úmidas, seus corredores eram guardados por armaduras muito oxidadas e era possível ver o limbo que tomava conta das paredes. Haviam várias salas fechadas e, embora tivessem autorização para vasculhar as masmorras, algumas delas simplesmente não eram possíveis de abrir. Harry decidiu apenas marcá-las, para que pudesse ver com a Diretora se havia um meio de abri-las. Enquanto caminhavam pelas masmorras, Harry e Gina por várias vezes pressentiam ser observados, mas como não viam ninguém, continuavam sua busca.

Quase no fim do corredor do lado sul das masmorras, eles encontraram alguém que não esperavam ver. Nick-quase-sem-cabeça, o fantasma da Grifinória, flutuava pelo corredor, parecendo ir em direção ao salão de entrada.

- Boa noite! – disse Harry, já pensando em como iria descobrir o porquê do fantasma da Grifinória estar nas masmorras.

- Olá, Harry! – respondeu Nick. – Olá, senhorita Weasley!

- Pode me chamar de Gina! – respondeu a ruiva. – Passeando um pouco?

- Não, estamos tratando de assuntos de Hogwarts – respondeu Nick. – Só que não posso lhes dizer nada. Só diz respeito aos fantasmas das casas. Mas vocês não deveriam estar na cama?

- Temos permissão para andar pelo castelo a noite – respondeu Harry, tentando ser o mais educado possível. Não queria que Nick se ofendesse e os deixasse antes de conseguir tirar alguma coisa dele.

- Posso saber o que estão procurando? – perguntou Nick.

- Infelizmente, não – respondeu Harry. – Embora quiséssemos. Tenho certeza de que você, como profundo conhecedor do castelo, poderia nos ajudar muito – Harry agora tentava bajular Nick, de forma sutil.

- Que pena – murmurou Nick. – Tenho certeza de que poderia ajudar. Nós, os fantasmas, vimos o que Aquele-que-não-deve-ser-nomeado fez ao castelo, e queríamos muito ajudar.

- Então nos ajude! – Harry olhava firme para a figura translúcida parada em sua frente. – Temos que achar uma coisa que Voldemort queria, e que imaginamos estar aqui nas masmorras. Tenho certeza de que os fantasmas poderiam ajudar. Precisamos de toda informação possível.

Nick parecia pensar, enquanto olhava para Harry e Gina.

Após alguns segundos (que pareceram horas para eles), Nick olhou seriamente para Harry e disse:

- Gostaria muito de lhe ajudar, Harry, mas não depende só de mim. O que posso e vou fazer é o seguinte – Nick encarava os dois seriamente. – Irei conversar com os fantasmas das outras casas, e só então poderei dizer se podemos ajudá-lo ou não.

Harry e Gina concordaram, e então Nick se retirou, flutuando pelo corredor.

- Será que eles sabem alguma coisa que possa nos ajudar? – perguntou Gina, enquanto ela e Harry continuavam a andar pelo corredor.

- Eles estão aqui a tanto tempo quanto os retratos, acho que devem saber muito sobre Hogwarts e seus segredos – respondeu Harry. – É bem provável que saibam de alguma coisa!

- Acho melhor irmos – disse Gina. – Já está quase na hora de encontrarmos Rony e Hermione na entrada das masmorras.

- Certo! – respondeu Harry, pegando na mão de Gina e começando a retornar para a entrada das masmorras.

Eles fizeram o caminho de volta rapidamente, e encontraram Rony e Hermione, que já os aguardavam na entrada das masmorras. Hermione contou a eles que não haviam encontrado nada na parte norte, e que isso os tinha desanimado um pouco. Só quando Harry contou sobre a conversa com Nick-quase-sem-cabeça, e de que ele daria a resposta se os fantasmas iriam ajudá-los amanhã, foi que ela voltou a se animar.

- Espero que eles resolvam nos ajudar – disse Hermione demonstrando ansiedade. – Eles devem conhecer muitos segredos de Hogwarts!

Com a expectativa de terem a ajuda dos fantasmas, o grupo seguiu para a torre da Grifinória, ansiosos e esperançosos que o dia seguinte fosse melhor, para que finalmente pudessem ter uma luz para seguir na procura das Horcruxes.

No dia seguinte, nenhum deles seguiu para as aulas do período da manhã, indo para o grande salão somente na hora do almoço, após acordarem. Eles não tiveram muito tempo para conversar sobre o que fariam naquela noite e, como o refeitório já estava cheio, resolveram deixar para discutir o assunto depois das aulas do período da tarde.

Quando saíram da última aula, Harry, Rony e Hermione foram abordados por Nick-quase-sem-cabeça nas escadas que davam acesso aos dormitórios.

- Já tenho a resposta, Harry – disse Nick. – Você poderia me acompanhar até aquela sala vazia para conversarmos?

- Claro! – respondeu Harry. – Rony, Hermione, vocês podem encontrar a Gina e me esperar na Sala Comunal? Assim que acabar de conversar com o Nick encontro vocês lá!

Rony e Hermione se entreolharam achando estranho que Harry não lhes pedisse para acompanhá-lo, mas entenderam que seria mais fácil para ele conseguir informações do fantasma se estivesse sozinho. Os dois fizeram que sim com a cabeça e seguiram para a Sala Comunal.

Harry seguiu Nick até a Sala, fechando a porta ao entrar. Nick se postou flutuando de frente a Harry e disse:

- Nós conversamos e resolvemos que iremos ajudá-lo. Porém, existem três condições – Nick agora encarava Harry com um semblante sério, nunca visto pelo garoto no rosto do fantasma.

- E quais seriam? – perguntou Harry.

- Primeiro, somente você deverá saber das coisas que iremos lhe contar, não podendo contar nem a seus amigos! – disse Nick.

- Mas dependo da ajuda deles! – disse Harry. – Eu nunca escondi nada deles!

- Infelizmente, se não nos der a sua palavra que nunca contará o que lhe revelaremos a ninguém, não poderemos ajudá-lo – Nick parecia inflexível com relação à condição.

- Se eu concordar, qual seria a segunda condição? – perguntou Harry.

- Que após cumprir sua missão, prometa que devolverá tudo que lhe for emprestado ou oferecido para ajudá-lo nela – continuou Nick. – Não deverá ficar com nada para seu uso pessoal, por mais importante ou tentador que seja.

- Isso não é problema! – Harry sabia que seria capaz de cumprir essa condição, pois nunca fora sua intenção adquirir nada na busca das Horcruxes, sua única intenção sempre fora só destruí-las. – E a terceira?

- Que após lhe contarmos tudo que possa te ajudar, você será um guardião deles, e deverá fazer de tudo para que outras pessoas não os descubram – conclui Nick. – Mas não se engane, sempre haverá pessoas que farão de tudo para consegui-las, e como você será o único vivo que saberá delas, isso o tornará o alvo delas.

Harry agora ficara indeciso. Já sofrera bastante sendo o alvo de Voldemort, será que devia colocar a sua vida em risco novamente? E o pior, colocar a vida das pessoas que amava novamente em perigo? Harry só pensou em uma coisa a fazer e virou-se para Nick, dizendo:

- Agora sou eu que preciso conversar com meus amigos para decidir. Colocando-me em risco, coloco a vida deles também em risco, portanto preciso deixá-los a par do que pode acontecer. Encontre-me aqui amanhã nesse mesmo horário que terei a resposta.

Nick fez que sim e já estava saindo quando Harry lhe perguntou:

- O que vocês vão me contar irá me ajudar?

- Tenho certeza que sim! – respondeu Nick, saindo da sala e deixando Harry só com suas dúvidas.

Após alguns minutos só na sala, Harry resolveu ir para a Sala Comunal, pois não se sentia capaz de decidir aquilo sozinho.

Quando Harry chegou a Sala Comunal, encontrou Rony, Hermione e Gina sentados, esperando ele chegar. Ele fez um sinal e os outros o acompanharam para fora, caminhando em direção aos jardins.

Eles se sentaram em frente ao lago, e Harry lhes contou tudo que Nick havia lhe dito, e que para aceitar todas as condições precisava da concordância deles, pois teria que manter segredo e colocá-los em perigo.

Houve um silêncio, que só foi quebrado pela voz da pessoa que Harry menos esperava.

- Se é necessário, não temos opção – Gina disse. – Não podemos ter dúvidas no que diz respeito ao que temos que fazer para destruir as Horcruxes!

Rony e Hermione olharam para Harry e em seguida para Gina, enquanto concordavam fazendo sim com a cabeça.

Harry olhou com doçura para Gina, agradecendo a confiança que ela depositava nele, e disse em seguida para todos:

- Está certo, então. Amanhã eu falarei com o Nick e tentarei obter o máximo de informações sobre Hogwarts. Espero que isso realmente nos ajude.

Com aquela frase, Harry se levantou e deu a mão a Gina, para ajudá-la a se levantar. Rony fez o mesmo com Mione, e os quatro seguiram em silêncio para o castelo. Harry estava perdido em seus pensamentos por colocar a vida de seus amigos e de sua amada novamente em perigo, e os outros imaginavam como devia ser difícil para Harry carregar o peso de ter que enfrentar as coisas sozinho na maioria das vezes.

Naquela noite, Harry teve o sono perturbado por sonhos terríveis, em que via Gina, Rony e Hermione mortos por culpa sua, e que isso poderia ter sido evitado se ele compartilhasse com seus amigos os segredos que os fantasmas de Hogwarts tinham lhe contado. Acabou acordando várias vezes durante a noite.

Harry se levantou muito cedo, parecendo não ter dormido, e ficou na Sala Comunal, aguardando Rony, Hermione e Gina descerem para o café. Quando eles desceram, seguiram para o Salão Principal e o levaram como se fosse um dia normal.

No horário marcado, Harry se despediu de todos e seguiu em direção a sala em que tinha conversado com Nick-quase-sem-cabeça.

Harry entrou e encontrou a sala vazia. Sentou-se em uma das cadeiras vazias e aguardou. Alguns minutos depois, Nick entrou flutuando através da porta, e foi logo perguntando ao garoto:

- Decidiu, Harry?

- Sim! – respondeu Harry. – Concordo com tudo que vocês pediram, e estou pronto para prosseguir com o que combinamos!

- Então, vamos! – disse Nick.

- Agora? – perguntou o garoto.

- Claro! – respondeu Nick. – Não temos tempo a perder.

Nick-quase-sem-cabeça atravessou a porta, esquecendo-se de que Harry não tinha essa capacidade. Harry abriu a porta e gritou para o fantasma:

- Hei! Espere! Não consigo atravessar paredes!

- Desculpe! – disse Nick, parando no corredor. – Às vezes me esqueço disso – o fantasma parecia envergonhado.

Harry acompanhou Nick pelas escadas e chegaram até as masmorras. Harry nunca havia ido tão fundo nas masmorras, chegando até um corredor sem saída.

- Pra onde vamos agora? – perguntou Harry.

- Aguarde um momento – disse Nick. – Já volto para buscá-lo.

Nick atravessou a parede no fim do corredor, deixando Harry sozinho, no fim do corredor.

Aqueles minutos sozinho no corredor pareceram horas, e o silêncio foi quebrado por barulhos que pareciam correntes e trancas se abrindo, para em seguida a parede se mover, fazendo surgir uma passagem parecida como uma porta. Nick apareceu na entrada da passagem fazendo um sinal para que Harry entrasse.

- Onde estamos indo? – perguntou Harry.

- para a sala dos fundadores – respondeu Nick de maneira simples.

Mal Harry passou pela passagem criada na parede, e ela se fechou, deixando o local iluminado apenas pela luz que vinha de Nick-quase-sem-cabeça. Harry ficou na dúvida se devia usar a varinha para melhorar sua visão do local, mas ao primeiro passo dado na intenção de seguir o fantasma, archotes se iluminaram com uma chama azulada, revelando um corredor estreito e úmido.

Harry continuou seguindo Nick-quase-sem-cabeça pelo corredor, chegando a um portal, que era coberto por película prateada e se assemelhava a um véu de prata líquida. Nick se virou para Harry e disse:

- Agora atravessamos, mas o que você ver dentro desta sala não poderá contar a ninguém, conforme combinamos!

Harry seguiu o fantasma pelo véu, e quando a seu corpo atravessou o mesmo foi como se atravessasse uma cachoeira de água morna, ao mesmo tempo em que sentia seu interior queimar.

Ao chegar do outro lado, Harry abriu os olhos e pôde ver uma sala circular que possuía uma mesa simetricamente quadrada, e cada lado dela possuía os símbolos e emblemas de cada uma das casas. Havia quatro imponentes tronos, postados em cada lado da mesa.

Harry soube na mesma hora que se encontrava na sala dos fundadores. Contudo achou que a proteção para entrar nela era mínima. Como nenhum aluno ou professor não fora capaz de encontrá-la antes, ele não sabia.

- Não se iluda, meu rapaz! – disse Nick-quase-sem-cabeça. – Se tentasse atravessar o portal sem nosso consentimento, ficaria vagando por ele o resto da eternidade.

Aquelas palavras assustaram Harry, que finalmente entendera que a proteção era muito mais sagaz do que ele pudesse notar.

No centro da mesa havia um cristal com inúmeras pontas, que parecia flutuar. Harry se aproximou da mesa, mas foi impedido pelo que parecia ser uma redoma de vidro invisível.

- Sente-se ali, por favor, Harry – disse Nick apontando um banco de madeira. – Temos que aguardar os outros.

Harry se encaminhou ao banco, sentando-se. Nick se postou flutuando atrás do trono do fundador da Grifinória.

Após alguns segundos, um a um chegaram os fantasmas das outras casas. O Frei, que se colocou na parte de Lufa-Lufa. O Barão Sangrento, da Sonserina e Lady Grey, da Corvinal.

Quando todos estavam presentes, Nick-quase-sem-cabeça começou a falar:

- Bem, estamos aqui, conforme aceito pela maioria, para ajudar o Sr. Harry Potter a defender Hogwarts Daquele-que-não-deve-ser-nomeado. O Sr. Potter aceitou nossas condições, e, portanto, podemos explicar a ele como iremos ajudá-lo.
- Quero deixar claro que não concordo com isso! – disse o Barão Sangrento em voz alta. – Já fomos enganados uma vez!

Era a primeira vez que Harry ouvia a voz do fantasma da Sonserina, e entendeu porque todos tinham medo dele. Era uma voz realmente intimidadora, e fazia com que a pessoa pensasse duas vezes antes de questioná-lo.

- E por esse motivo que agora é necessário a maioria de nós concordarmos antes de revelar nossos segredos a alguém vivo! – Nick respondera no mesmo tom para o Barão, para surpresa de Harry.

A conversa cessou, e Harry notou que a fantasma da Corvinal abaixou a cabeça, e permaneceu assim até a hora que Nick retornou a falar.

- Não estamos aqui para pensar nas coisas que já aconteceram, e sim para tentar resolvê-las!

Nick olhou para Harry e pediu que ele se aproximasse.

- Harry, agora lhe contaremos qual a missão que temos e como podemos ajudá-lo – disse Nick. – Como lhe disse antes, essa é a sala dos fundadores de Hogwarts e, como o próprio nome já diz, foi criada pelos quatro fundadores da escola. Essa sala é secreta, portanto somos os únicos que sabemos de sua existência – Nick tomou ar, por hábito, e continuou a falar. – Ela foi feita com o intuito de proporcionar um local onde os fundadores pudessem decidir os caminhos da escola e discutir sobre novos feitiços e sobre magia.

Após uma breve pausa, Nick olhou fixamente para Harry e recomeçou a falar.

- Cada um de nós foi escolhido por um motivo para ser o representante das casas, após a morte dos fundadores, e prometemos proteger os segredos que essa sala reserva. Foi nos dado o direito de decidir quando a pessoa é digna e precisa conhecer estes segredos numa situação de extremo perigo para o mundo bruxo.

Harry ficava ansioso para saber quais os segredos que aquela sala continha, e no que esses segredos poderiam ajudá-lo, mas se manteve em silêncio, pois de alguma forma compreendia que deveria esperar.

- Agora falaremos com Harry Potter, a quem julgamos ter o direito de receber esses segredos, e concordou com os termos que por nós foram criados – Nick fez um sinal para que Harry se aproximasse, e quando Harry o fez achando que seria novamente barrado pela parede invisível, lhe foi possível se aproximar da mesa e aguardar que novamente lhe fosse solicitado alguma coisa.

- Harry Potter – começou a falar Nick. – Você já sabe quem somos, e agora dirija suas perguntas ao Oráculo dos fundadores. Mas lembre-se, só perguntas que te ajudarão a salvar o mundo bruxo, não caia na tentação de saber nada sobre seu futuro, pois pode ser perturbador viver sabendo o que te espera no fim – o fantasma apontou para o cristal no centro da mesa.

Harry enfim percebeu que Voldemort tentara vir às masmorras não para pegar uma das suas Horcruxes, mas para perguntar alguma coisa ao Oráculo.

- Qual é a última Horcruxe de Voldemort? – perguntou Harry ao Oráculo.

Uma voz doce soou do cristal, dizendo:

- A última Horcruxe de Voldemort é a tiara de Corvinal.

- E onde ela está? – perguntou Harry.

- No local que vocês costumam chamar de Sala Precisa ou Vaivém. Sobre um busto – respondeu o Oráculo.

Harry se lembrou de ter visto uma tiara sobre um busto quando entrou na Sala Precisa para guardar seu livro de poções, no ano anterior.

- E como posso destruí-la? – continuou Harry.

- A tiara não pode ser destruída – respondeu o Oráculo.

Harry se sentiu perturbado. Se não havia como destruí-la, como eliminar a parte da alma de Voldemort que ela continha? Ele se acalmou e voltou a perguntar ao Oráculo:

- E como posso destruir a parte da alma de Voldemort que nela está contida?

- A única forma é encontrar alguém suficientemente forte para suportar toda a inteligência contida nela. E essa pessoa finalmente saberá o que fazer. Nem mesmo o Oráculo dos fundadores sabe como fazer isso – respondeu a voz.

Harry criou novo ânimo, pois embora fosse difícil, ainda era possível encontrar alguém que fosse capaz de usar a tiara.

- E quem seria essa pessoa? – perguntou Harry.

- Infelizmente não sabemos a resposta – respondeu o Oráculo. – Qualquer pessoa, dependendo da situação e da determinação, pode ser capaz de usá-la.

Mas um temor muito forte surgiu em seu peito, e perguntou rapidamente:

- E se a pessoa que usar a tiara não for capaz de agüentar a inteligência nela contida?

- Enlouquecerá! – respondeu o Oráculo.

As palavras do Oráculo deixaram Harry ainda mais assustado. Como poderia pedir a alguém para correr esse perigo? Mas teria que se preocupar com isso depois, precisava saber como evitar isso.

- Existe uma maneira de evitar que essa pessoa enlouqueça?

- Se alguém que ame essa pessoa esteja disposta a trocar de lugar com ela – respondeu o Oráculo. – Pode ser que as duas se salvem, ou que as duas fiquem loucas, tudo dependerá do amor que um sente pelo outro.

Harry se deu por satisfeito, mas então a tentação caiu sobre seus pensamentos. Ele poderia perguntar se venceria Voldemort no fim, se ele iria morrer, ou se ficaria tudo bem com Gina e seus amigos, mas então se lembrou das palavras de Nick, sobre se viver atormentado pelo futuro.

Harry olhou para o fantasma e, percebendo que estava se alongando demais nas perguntas que estava fazendo, perguntou para o Oráculo:

- Existe algo nessa sala que pode me ajudar a vencer Voldemort?

- Sim!

- E o que seria? – perguntou novamente o garoto.

- O escudo de Hogwarts, que somado a espada de Griffyndor, tornam o protetor de Hogwarts praticamente invencível – respondeu o Oráculo.

- E eu sou o protetor de Hogwarts? – perguntou Harry.

- Não sabemos! – respondeu o Oráculo. – A situação decidirá quem é o verdadeiro protetor de Hogwarts. Agora seu tempo terminou, Harry Potter, e peço que se retire da sala.

Harry assentiu com a cabeça e se afastou da mesa. Quando o Oráculo se apagou, Harry se virou para Nick, perguntando:

- Vou poder levar o escudo, por enquanto?

- Não – respondeu Nick. – Mas agora que sabe dele, ele lhe aparecerá assim que for necessário, sendo você o protetor de Hogwarts ou não.

Harry seguiu Nick-quase-sem-cabeça de volta a passagem das masmorras e, antes de se despedir, perguntou a Nick:

- Posso lhe fazer algumas perguntas?

- Claro! – respondeu Nick. – Agora somos todos guardiões dos segredos de Hogwarts.

- Quem mais sabe dessa sala? – perguntou Harry.

- Voldemort! – respondeu o fantasma.

- E o que ele queria saber, para ir ao Oráculo? – continuou Harry.

- Não é óbvio? – respondeu Nick. – O mesmo que você. Queria saber como derrotá-lo. Mas não se preocupe, ele não poderia entrar como fez na última vez. Teria que ter o nosso consentimento.

- E como ele entrou da última vez? – perguntou Harry.

- Lady Grey – respondeu Nick. – Disse a ela que poderia trazer ela de volta a vida, usando o poder do Oráculo, mas quando entrou, perguntou a ele como fazer as Horcruxes, para que ele próprio fosse imortal. Felizmente, nós o impedimos de fazer qualquer outra pergunta quando chegamos, e então mudados as regras de acesso a sala dos fundadores.

- Mas por que vocês mesmos não perguntam isso a ele? – disse Harry.

- Porque apenas pessoas vivas podem fazer isso – disse Nick.

Se dando por satisfeito, Harry se despediu de Nick-quase-sem-cabeça, e foi em direção a Sala Comunal da Grifinória, a fim de descansar. No dia seguinte, pegaria a tiara na Sala Precisa e a colocaria num lugar seguro. Precisaria da ajuda de seus amigos para decidir como acabar com a Horcruxe.




Nota do Autor: Esse capítulo foi bem calmo, mas é só a preparação para o que vem a seguir. Foi a melhor forma que encontrei para continuar a fic, Espero que gostem. Agradeço a todos os que estão acompanhando a fic e comentando, valeu pelo incentivo. O proximo capítulo está bem adiantado e não devo demorar para posta-lo. Espero terminar a fic antes do lançamento de Harry Potter e as Reliquias da Morte em Português. Qualquer sugestão para a fic é só deixar uma comentário ou me mandar por e-mail. Obrigado a todos.

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