Ataque ao Castelo




Os dias que se seguiram após a destruição do medalhão foram tranqüilos, embora os quatro soubessem que tinham que descobrir logo qual era a última Horcruxe.

Eles passavam boa parte do tempo livre pesquisando, na biblioteca, algo que indicasse qual poderia ser a última Horcruxe. Eles também conversavam com os quadros de Hogwarts, na esperança de saber de alguma lenda que pudesse ajudá-los.

No entanto eles pareciam mais tranqüilos, e as discussões e brigas comuns durante todos esses anos simplesmente diminuíram. Rony e Hermione eram vistos quase sempre de mãos dadas, sorrindo um para o outro. Enquanto isso, Harry e Gina tentavam não transparecer a felicidade que aumentava a cada noite que se encontravam na Sala Comunal da Grifinória, após todos dormirem, e Rony parar de se queixar de deixar a “irmãzinha” com Harry.

- Será que não estamos relaxando demais com a busca pela última Horcruxe? – disse Harry a Gina, em umas das noites que estavam juntos, na Sala Comunal da Grifinória. – Afinal, já faz mais de quinze dias que estamos procurando e não achamos nada!

- Não, concordo Harry. – respondeu a menina – Estamos fazendo tudo o que é possível para achá-la.

- É que às vezes, acho que poderíamos usar mais tempo na busca – continuou Harry, só notando que havia dito besteira quando o rosto de Gina ficou vermelho de raiva.

- Entendo! – disse Gina com um olhar cortante a Harry. – Acho que você não devia perder o seu precioso tempo com coisas que não tem importância, como eu, por exemplo.

- Não é nada disso! – Harry disse rapidamente, tentando contornar a situação. – É que fico preocupado. Temo não conseguir destruir as Horcruxes. E nunca mais diga que o tempo que passamos juntos não tem valor pra mim, pois são os momentos mais importantes da minha vida.

Harry puxou a garota e a beijou com todo o amor que sentia por ela.

Quando o beijo terminou, Gina olhou para o garoto e disse:

- Tudo bem. – Gina tentava se controlar – O que você acha de trazer alguns livros da biblioteca pra cá, afinal não podemos ficar lá até tarde. Nem ficar andando pelo castelo à noite, sem chamar a atenção.

- E podemos continuar a ficar sozinhos juntos, que é o que importa – respondeu Harry rapidamente, puxando a garota e a recostando em seu peito.

Ficaram ali por um tempo, até decidirem ir dormir. Poderiam acabar adormecendo ali, e serem vistos por alguém.




Após alguns dias, os quatro foram chamados ao escritório da Professora McGonagall. O recado dizia para irem rápido, e não falarem para ninguém sobre a visita.

Eles acharam muito estranho, pois haviam combinado de não se reunirem com Dumbledore até acharem alguma pista sobre a última Horcruxe.

No horário combinado, eles seguiram para o escritório.

Novamente a sós com figura de Dumbledore, após McGonagall sair da sala, perguntaram a ele:

- Queria falar com a gente, professor? – Harry iniciou a conversa.

- Sim. – disse o professor – Uma pessoa, que não direi quem é por enquanto, entrou em contato comigo. Ele quer nos dizer alguma coisa. Ele disse que é muito importante, mas tem algumas exigências.

- E quais seriam elas? – perguntou Rony.

- Ele quer conversar apenas comigo e com Harry, e que não seja impedido de ir embora depois de conversarmos – respondeu Dumbledore.

- Ele viria até aqui para conversarmos? – perguntou Harry.

- Não – respondeu Dumbledore. – Ele disse que quer um lugar neutro, e que fosse segredo para todos os outros.

- O senhor confia nessa pessoa? – perguntou Gina – Me parece suspeito demais.

- Confio e sempre confiei – respondeu Dumbledore. – Embora muitos discordem de meu julgamento.

- Não é quem eu estou pensando, não é professor? – Harry parecia horrorizado com a idéia. – Não pode ser ele.

- Temo que sim, Harry – Dumbledore parecia sereno. – E acho que devíamos aceitar, embora eu corra muito menos perigo sendo apenas um quadro. Quem tem a temer é você, então cabe só a você decidir se iremos encontrar o Professor Snape ou não.

A menção do nome de Snape deixou todos boquiabertos. Como Dumbledore podia confiar em Snape, após ele ter o matado, ter traído a Ordem e a todos que confiaram nele?

Vendo o receio de Harry em aceitar, Dumbledore se apressou em dizer ao garoto:

- Não precisa responder agora, Harry. Mas o Professor Snape me disse que a informação é muito importante, e que se demorarmos em obtê-la, logo ela de nada servirá.

- Preciso pensar! – respondeu Harry. – Pelo menos até amanhã.

- Tudo bem, Harry – respondeu Dumbledore. – Espero você aqui amanhã, e se concordar, iremos amanhã mesmo encontrar o Professor Snape.

- Tudo bem! – Harry continuava contrariado. – Amanhã nos veremos.

Harry então saiu da sala de McGonagall e foi direto para a Sala Comunal da Grifinória para pensar.

A pedido de Harry, Rony, Hermione e Gina o deixaram sozinho na Sala Comunal, para pensar.

Sentado em frente à lareira, sentado na poltrona de sempre, Harry pensou por horas.

Seria justo arriscar tudo que havia conseguido até agora, se encontrando com Snape?

Devia confiar nele?

Snape sempre o odiara, e fazia questão de demonstrar isso, porque devia achar que ele queria ajudar agora?

Tudo isso martelava a cabeça de Harry. Porém duas coisas o deixavam confuso, pois o faziam acreditar que o melhor era se encontrar com Snape.

A primeira coisa é que Dumbledore confiava em Snape, e o professor nunca havia errado em suas definições de caráter, visto que não confiou em Tom Riddle desde que o conheceu, e ele confiava cegamente em Snape.

A segunda é que se a informação fosse realmente importante, e alguém saísse ferido por ele não ter a recebido, não se perdoaria. Principalmente se uma dessas pessoas fosse um dos seus amigos.

Já era tarde da noite, e Harry estava quase decidido a encontrar Snape, quando uma figura de longos cabelos vermelhos desceu as escadas, e se sentou no chão, bem na sua frente.

- E então, resolveu? – perguntou Gina.

- Já – respondeu Harry de maneira simples.

- Esteja certo que seja o que for que você tenha decidido, pode contar com meu apoio. Só peço que se por acaso resolva ir, tome cuidado, e que volte pra mim são e salvo – disse Gina.

Harry se levantou, ergueu Gina pelos braços e a abraçou. Resolvera ir ao encontro de Snape, pois a única coisa que faltava para decidir era o apoio de Gina.

No dia seguinte, Harry foi cedo para a sala da Diretora e comunicou a Dumbledore sua decisão.

- Muito bem! – disse Dumbledore a Harry. – Agora só nos resta ir ao lugar combinado, mas antes de lhe dizer para onde deve aparatar, preciso que me prometa que não irá dizer a ninguém. Nem mesmo para seus amigos.

- Eu prometo! – respondeu Harry. – Vamos acabar logo com isso!

- Então peço que vá para a casa onde seus pais foram mortos – Dumbledore parecia entender que isso seria doloroso para Harry. – Snape nos encontrará lá.

- Mas como o senhor vai até lá? – perguntou Harry.

- Já providenciei tudo – respondeu Dumbledore. – Vá até a casa e me espere na sala.

Harry não esperou Dumbledore dizer mais nada, aparatando em seguida para Godric´s Hollow.

Harry se encontrava na sala da antiga casa de seus pais, e procurava a maneira que Dumbledore iria utilizar para estar presente ali também.

- Harry, aqui! – a voz de Dumbledore, que vinha de um canto da sala, chamou a atenção de Harry, que seguiu em direção a ela, tentando achar o professor.

- Como o senhor conseguiu fazer isso? – disse Harry ao ver a figura de Dumbledore em um antigo porta-retrato que estava em uma mesinha de canto.

- Nada que alguns amigos no Ministério não possam arrumar – disse calmamente Dumbledore. – Agora só nos resta esperar. O professor Snape deve chegar a qualquer momento.

- Na realidade, já estou aqui! – Snape saía de debaixo de uma capa de invisibilidade, no outro canto da sala.

Harry sentiu um desejo enorme de pegar sua varinha e acabar com a vida de Snape ali mesmo, mas como tinha prometido a Dumbledore, limitou-se a dizer:

- Estamos aqui! O que você quer nos dizer?

- Não tão rápido, Potter – respondeu Snape. – Precisamos combinar algumas coisas antes.

Harry se limitou a lançar um olhar mortal a Snape e fez um sinal para que prosseguisse.

- Quando tive que matar Dumbledore, sabia que estava eliminando qualquer chance de que acreditassem que eu estava do lado da Ordem, mas agora posso deixar isso bem claro. Porém isso vai acabar com meu disfarce perante o Lorde das Trevas, portanto preciso de algumas garantias.

- Teve que matar! Seu desgraçado! Sempre existem opções! – gritou Harry.

- Calma, Harry! Já lhe disse e repito que Severo não teve opção! Portanto acalme-se! – Dumbledore disse decidido ao garoto.

Snape sorria de forma cínica para Harry, continuando a falar:

- Como ia dizendo, preciso de garantias para mim e para mais algumas pessoas, que só irei revelar os nomes quando tivermos nosso acordo. A promessa de que vocês irão me esconder e também proteger essas outras pessoas, até que tudo esteja seguro.

- E se não prometermos? O que você vai fazer? – Harry desafiava Snape.

- Creio que terei que retornar ao Lorde das Trevas, e não lhe dar a informação – Snape parecia não se importar. – Porque após dizer o que vou lhes dizer, estarei morto se for pego por ele. Mas posso garantir que o arrependimento maior será seu, Potter!

Harry agora fervia de ódio. Seu desejo era avançar sobre Snape, causando-lhe o máximo de dor que pudesse, mas novamente se controlou. Havia coisas mais importantes para pensar do que seu ódio por Snape.

- O que você quer? – perguntou Harry.

- Um lugar seguro, para mim e para meus acompanhantes. E que o fiel do segredo deste lugar seja você, Potter – respondeu Snape.

- Eu? Porque eu? – Harry estava atônito, como Snape podia pedir aquilo. Ele responsável pela segurança dele.

- Porque sei que é tolo o suficiente para manter sua palavra e fazer um voto perpétuo! – Snape fez uma cara de vitória, sorrindo com sarcasmo.

- Mesmo que desse minha palavra, não tenho onde esconder vocês – disse Harry.

- Mas eu tenho! – Dumbledore que estava calado, entrou na conversa. – Conheço uma casa, afastada o suficiente de Hogwarts e de Hogsmeade. Você poderá ser o fiel do segredo, Harry. Mas a decisão continua sendo sua.

Harry tentava decidir se valia a pena fazer um acordo com Snape, mas a possibilidade de ver seus amigos serem mortos ou sofrerem algum ataque o fez rapidamente decidir.

- Está bem! Eu prometo, mas não temos uma terceira pessoa para fazer o voto perpétuo – disse Harry rapidamente.

- Aceito sua palavra por enquanto – respondeu Snape.

Com muito esforço, Harry pegou a mão estendida de Snape.

- O que tenho para lhes contar é que Voldemort pretende fazer ataques combinados a alguns lugares, mas seu interesse real é entrar em Hogwarts – começou a contar Snape. – Os dementadores farão um ataque ao Beco Diagonal, junto com alguns Comensais, enquanto outros Comensais atacarão Hogsmeade, junto com os gigantes que se uniram ao Lorde das trevas.

Snape fez uma pequena pausa, e continuou a falar.

- Depois que esses ataques se iniciarem, Voldemort irá tentar entrar no castelo, usando alguns Comensais de sua confiança e os Lobisomens comandados por Greyback.

- E quando será isso? – perguntou Harry.

- Dentro de três dias – respondeu Snape.

- E só agora você vem nos contar? – Harry parecia irritado. – Não teremos tempo de montar nossas defesas.

- Acontece, senhor indignado, que só agora ele nos comunicou seus planos, e portanto não tinha como lhes avisar antes – Snape respondeu de forma irônica. – Portanto corram e não deixem ninguém, que não seja necessário, saber dessa informação. Voldemort cancelaria os ataques, e perderíamos uma chance de finalmente derrotá-lo, se desconfiasse de alguma coisa.

- Certo! E quando você irá para a casa que Dumbledore falou? – perguntou Harry.

- Só poderei ir para lá depois dos ataques, ou Voldemort suspeitaria da minha ausência – respondeu Snape. – Minha posição é com Voldemort no castelo. Darei um jeito de ser capturado. Quando o ataque acabar, vocês me levam para lá, com meus convidados.

- Quem seriam? – perguntou Harry.

- Draco e Narcisa Malfoy – Snape respondeu de forma óbvia.

Novamente Harry se encheu de raiva. Além de proteger Snape, tinha que proteger os Malfoy. Isso era demais. Como ele tinha dado sua palavra, não voltaria atrás.

- E a propósito, Potter – continuou Snape. – Eu levaria as famílias do Sr. Weasley e da Srta. Granger para o castelo. No mesmo dia eles vão receber visitas nada gentis em suas casas.

Harry agora entendia as palavras que Snape tinha dito sobre ele se arrepender. Voldemort iria atacar a família de seus amigos.

- E o que ele quer fazer em Hogwarts? Tentar me matar como sempre? – perguntou Harry.

- Não. Ele nem sabe que você está lá – respondeu Snape. – Parece que quer ir buscar alguma coisa lá. Mas agora nossa conversa acabou. Tenho que ir. Lembrem-se, vocês têm três dias. E só contem às pessoas que precisam saber.

Snape girou no ar e aparatou da casa dos Potter em Godric’s Hollow.

- Melhor irmos também, Harry – disse Dumbledore. – Conversaremos em Hogwarts.

- Certo! – respondeu Harry, enquanto rodopiava e aparatava, em direção a Hogwarts.

Quando Harry chegou ao escritório da Diretora, o mesmo estava vazio, e segundos depois Dumbledore apareceu em sua moldura.

- Temos que nos preparar o mais rápido possível para os ataques. Irei contatar o Ministro, solicitando uma reunião urgente entre nós três – disse Dumbledore. – Mas queria perder alguns minutos para discutirmos outra coisa.

- O motivo de Voldemort atacar Hogwarts – disse Harry.

- Me alegro que tenha notado isso – disse Dumbledore. – E acho que suspeita qual seja o motivo, não é?

- Que a última Horcruxe está aqui em Hogwarts, e ele já sabe que estamos procurando-a – respondeu Harry.

- Concordo com você com relação à última Horcruxe estar em Hogwarts, mas não ao fato dele achar que a estamos procurando – Dumbledore falava para Harry. – Mas isso não vem ao caso por enquanto. Temos que nos preparar para o ataque, e acho melhor você conversar com seus amigos. Só peço que mantenha o fato de Snape ficar escondido só entre nós.

Harry saiu do escritório, e foi se reunir com seus amigos. Ele lhes contou tudo que aconteceu, omitindo o que havia combinado com Dumbledore.

Após controlar o desespero inicial de todos, que temiam pela segurança de suas famílias, Harry informou que membros da Ordem iriam se encarregar de buscá-los, e que ficassem calmos.

Não havia nada a fazer, a não ser esperar pela conversa com o Ministro.



Dois dias depois, estava tudo acertado. Havia aurores posicionados em Hogsmeade, no Beco Diagonal e em Hogwarts. A maioria da Ordem ficou em Hogwarts, embora Moody tenha ficado em Hogsmeade para comandar a equipe de aurores posicionada lá.

Ficou acertado que os aurores do Beco e de Hogsmeade deveriam apenas conter os ataques, não deixando os seguidores de Voldemort perceberem que já estavam cientes deles.

Apenas quando Voldemort atacasse Hogwarts e que podiam usar força total, e tentar capturar o máximo de Comensais possível.

A família de Hermione estava segura. O Ministério os tinha levado para um lugar afastado dos ataques, e apenas algumas pessoas sabiam de sua localização. Eles imploraram para que Hermione fosse com eles, mas ela fora irredutível. Não abandonaria seus amigos.

A família Weasley tinha ficado em Hogwarts, para reforçar a segurança.

Como não sabiam a hora exata dos ataques, todos ficaram em alerta, vigiando o castelo em turnos. Eles acreditavam que os ataques seriam durante a noite, pelo fato de Voldemort usar os lobisomens, mas não podiam arriscar.

A noite antes do terceiro dia foi tranqüila, assim como quase todo o dia seguinte. Contudo, no fim da tarde, como Snape tinha alertado, começaram os ataques ao Beco Diagonal.

Os aurores que defendiam o Beco estavam resistindo bem, pois o Ministério escolhera os que tinham mais experiência contra criaturas como os Dementadores, para proteger o local.

Após algumas horas, o ataque a Hogsmeade teve início. Os gigantes, liderados por alguns Comensais, atacaram Hogsmeade com força total, exigindo dos aurores e de Moody muita energia para contê-los.

Já era noite quando os lobisomens apareceram nas portas de Hogwarts. Harry, que observava tudo da sala da Diretora, viu quando eles passaram pelos portões, sem serem combatidos.

Somente quando a figura de Voldemort surgiu, atrás dos lobisomens, sendo acompanhado por Nagini, os Aurores iniciaram o contra-ataque ao grupo de Voldemort.

Fenrir Lobo Greyback liderava o grupo de lobisomens, que atacava com ferocidade os aurores. Remus Lupin, que havia tomado sua poção para se controlar, liderava o grupo de aurores, junto com a Ordem e os professores de Hogwarts.

Harry e seus amigos queriam participar da luta, mas foram impedidos pelo Ministério e por Dumbledore, dizendo que deveriam ficar na retaguarda, e só deveriam entrar na luta se fosse estritamente necessário.

Os lobisomens começaram a levar vantagem sobre o grupo que tentava detê-los. Vários aurores já se encontravam fora de combate, feridos ou mortos pelos seguidores de Voldemort. Embora os membros da Ordem conseguissem colocar vários deles fora de combate, os lobisomens eram muitos e a situação estava ficando difícil.

Lupin e Tonks mandaram o grupo recuar, diante da derrota eminente, entrando no castelo e sendo perseguidos pelos lobisomens.

Agora a luta se encontrava no portão de entrada do castelo. Os membros da Ordem, junto com os aurores e professores de Hogwarts, utilizavam o pouco espaço da entrada dos portões para tentar bloquear o ataque.

A idéia funcionou por algum tempo e causou muitas baixas aos seguidores de Voldemort, mas foi impossível mantê-la por muito tempo.

Com a chegada de Voldemort ao portão, a situação ficou insustentável. Os bruxos que defendiam o portão não eram capazes de se defender contra os feitiços lançados pelo Lorde das trevas.

Uma vez que a batalha se encontrava dentro do castelo, não havia mais motivo para Harry e seus amigos ficarem na sala da Diretora, e saíram para ajudar os outros.

Conforme desciam as escadas em direção a entrada do castelo, o barulho da batalha aumentava, deixando Harry e seus amigos cada vez mais nervosos.

Quando chegaram ao andar térreo, um grupo de lobisomens acabava de chegar ao acesso que levava as escadas, e se preparando para subir.

- Incarcerous! – gritou Harry, prendendo um dos lobisomens com cordas.

- Sectumsempra! – gritou Hermione de trás de Harry, atacando um lobisomem que tentava chegar a Harry pelo lado, sem ele perceber. – Esses feitiços não adiantam, Harry, ataque pra valer!

- Estupore! – gritava Rony.

- Levicorpus! – Gina agora levantava um lobisomem, o lançando pela janela.

- Vamos! – gritava Harry, conforme abria caminho pelos lobisomens. – Temos que ajudar os outros.

Quando finalmente entraram no salão de entrada, uma tremenda confusão tinha se instalado lá. Voldemort derrubava os aurores com muita facilidade, enquanto avançava em direção às masmorras.

- Temos que detê-lo! – gritou Harry para seus amigos.

Quando Harry tentou chegar a Voldemort, Greyback se lançou em sua direção, derrubando-o, e por muito pouco não o mordeu. Ele foi retirado de cima de Harry por Lupin.

Harry se levantou rapidamente, e correu em direção as masmorras, seguido por Rony, Hermione e Gina.

- Pare! – gritou Harry, quando finalmente alcançou Voldemort.

- Veja, Nagini, nosso querido Harry está aqui – disse Voldemort de maneira sarcástica ao ver Harry, quando se virou. – E ele trouxe seus amigos. Que surpresa boa. Agora poderei acabar com todos de uma vez.

Voldemort pegou sua varinha e apontou pra Gina.

- Avada Kedavra! – gritou ele.

- Expelliarmus! – gritou Harry, se colocando na frente de Gina.

Como já ocorrera há 3 anos atrás, quando Voldemort retornou, os feitiços lançados por Harry e Voldemort se transformaram em feixes de luz e ficaram batalhando para ver qual venceria o outro.

Nesse exato momento, os membros da Ordem e vários aurores surgiram na entrada das masmorras.

Voldemort desviou o seu feitiço, fazendo as paredes as lado de Harry ruírem, bloqueando a passagem.

Ele então abriu caminho pelas paredes, correu para fora do castelo, seguido por Nagini, e desapareceram numa cortina de fumaça.

- Tudo bem, Harry? – perguntava Moody.

- Não era pra você estar em Hogsmeade? – perguntou Harry, ao invés de responder a pergunta.

- Tivemos sorte – respondeu Moody. – Tivemos o reforço dos aurores que estavam no Beco Diagonal, após vencerem os Dementadores. E quando vencemos os gigantes em Hogsmeade, viemos todos pra cá.

Finalmente Harry se acalmou.

- Mas acho que não precisavam de nós. Pelo que vimos lá em cima, vocês estavam se virando muito bem – continuou Moody.

- Como assim? – perguntou Gina. – Quando descemos estávamos levando uma surra!

Moody fez um sinal ao grupo, que o acompanhou até o salão de entrada.

Quando chegaram ao salão, eles puderam ver um grande grupo de pessoas que estavam presas por cordas.

- O que houve aqui? – perguntou Rony, ao ver a cena. – E quem são essas pessoas presas? Elas não estavam aqui quando descemos para as masmorras.

- A maioria eram lobisomens! – respondeu Hermione. – Como isso aconteceu?

- Foi Lupin! – respondeu Moody – Ele matou Greyback, e as pessoas que ele tinha transformado deixaram de ser lobisomens.

Nesse exato momento os garotos viram a figura de Lupin que se aproximava deles, muito ferido, amparado por Tonks. Embora a lua brilhasse lá fora, Lupin não era mais um lobisomem, e sorria feliz para o grupo.

- Bom trabalho! – disse Harry, apertando a mão de Lupin.

- Não me orgulho disso, embora fosse necessário! – respondeu Lupin. – Muitas dessas pessoas só seguiam Greyback por medo, e agora estão livres.

- Inclusive você! – disse Tonks, com lágrimas nos olhos. – Embora pra mim não faça a mínima diferença!

Tonks abraçou o companheiro, sendo seguida por Gina e Hermione.

- Harry! – uma voz que vinha das escadas que levavam à sala da Diretora o chamava. – Tem uma coisa que precisamos resolver.

Harry reconhecera a voz de Quim Shacklebolt que o chamara. Harry se despediu do grupo e foi a seu encontro.

- Sim, professor Quim? – perguntou Harry.

- Tem uma pessoa lhe esperando na sala da Diretora. Acho que sabe quem é – disse Quim.

A figura de Snape apareceu na mente de Harry, e ele se lembrou do acordo que tinha feito.

- Acho que sei – respondeu Harry. – Você vem comigo?

- Não! – disse Quim. – McGonagall disse que era pra você ir sozinho.

Harry concordou com a cabeça e subiu as escadas em direção à sala da Diretora.

Ao chegar à sala, ele bateu na porta e foi recebido pela Diretora, que o fez entrar.

Harry encontrou Snape, ao lado do quadro de Dumbledore. A figura de Snape sem um arranhão deixou Harry furioso. Seus amigos tinham passado por maus bocados, e ela parecia sair de uma aula entediante.

- Chegou a hora! – disse Dumbledore. – Harry, pegue o pergaminho que lhe dei para que pudesse se comunicar comigo. Escreverei lá o local para onde deve levar Snape e os Malfoys.

Harry encarou o pergaminho, e um endereço surgiu diante de seus olhos.

Rua das Filitéias, 36, Fuligham, Escócia.

Harry foi envolto por uma luz branca, que parecia uma espécie de nevoeiro, sumindo após alguns segundos.

- Está pronto! – disse Dumbledore. – Agora só falta fazermos o voto perpétuo.

- E quem será a terceira pessoa que fará o voto perpetuo? – perguntou Harry.

- Eu! – disse Gina, entrando na sala da Diretora.

- Você não! Não quero que faça parte disso! – disse Harry. – Não fazia parte do acordo.

- Na realidade, fazia sim – disse Dumbledore. – Foi uma exigência de Snape, e como já tinha falado com a Srta. Weasley antes mesmo de falar com você.

- Está tudo bem, Harry – disse Gina.

Harry olhou com ódio para Snape, mas não havia como voltar atrás agora. Ele se colocou a frente de Snape, segurando a mão do antigo professor.

Gina pegou a sua varinha e começou a fazer o voto perpétuo.

- Você promete manter segredo quanto a localização de Severus Snape, Narcisa e Draco Malfoy? – começou Gina.

- Prometo! – disse Harry.

- Você promete que em hipótese alguma revelará o local onde eles estarão, e será fiel do segredo desse local?

- Prometo!

- Mesmo que seja a custa da vida das pessoas que mais ama?

Harry agora hesitava.

Gina olhou com ternura e fez que sim para Harry.

- Prometo! – disse Harry, para que em seguida Gina finalizasse o voto perpétuo.

Gina olhou para Harry, dizendo:

- Estarei lhe esperando lá fora!

Gina saiu, deixando Harry, Snape e Dumbledore.

- Harry, já liberei a sala para que possam aparatar daqui. O professor Snape irá guiá-lo para o local onde Narcisa e Draco os esperam – disse Dumbledore. – De lá, seguirão para o local que escrevi no pergaminho. Snape sabe onde fica. Quando os deixarem lá, retorne direto para cá. Estarei lhe esperando.

Harry concordou com a cabeça, embora não gostasse nada de aparatar com Snape para um lugar desconhecido.

Quando segurou no braço de Snape, sentiu a velha sensação de aparatar acompanhado, como se seu corpo fosse sugado por um tubo muito apertado.

Alguns segundos depois, Harry e Snape estavam em frente a um prédio antigo, como se fosse uma casa de campo abandonada, dentro de uma floresta. A casa estava coberta pela vegetação, o que a tornava quase invisível.

Snape entrou na casa, enquanto Harry o aguardava na entrada.

Alguns minutos depois, Snape voltava acompanhado de Narcisa e Draco Malfoy. Harry não disse uma palavra, mas era evidente o ódio mútuo entre eles.

- Vamos! – disse Snape. – Não temos muito tempo.

Todos se aproximaram de Snape, aparatando em seguida.

Harry, Snape e os Malfoy agora estavam no que parecia uma vila de pescadores, na costa da Escócia.

- Pense no endereço para que possamos entrar! – disse Snape a Harry.

Harry se concentrou no endereço dado por Dumbledore, e uma pequena casa surgiu entre os números 34 e 38.

- Entrem! – disse Harry. – Preciso voltar a Hogwarts. Dumbledore me disse que estaria tudo pronto na casa, e se precisarem falar comigo utilizem o pergaminho que foi lhes dado por ele.

Snape e os Malfoys entraram na casa. Quando Snape fechou a porta, a casa desapareceu entre as outras, como se nunca estivesse ali.

Harry se concentrou e aparatou em direção a Hogwarts.

Quando chegou à sala da Diretora, encontrou Dumbledore e Gina, que retornara a sala, lhe esperando.

- Acho que precisam conversar! – disse Dumbledore, desaparecendo do quadro, sendo seguido por todos os outros ex-Diretores.

Harry e Gina se encontravam sozinhos. Harry encarou a ruiva e disse:

- Por que você não me disse nada?

- Porque tinha certeza que se contasse, não iria falar com Snape – respondeu Gina. – E Dumbledore me pediu para deixá-lo decidir sozinho.

- Mas você devia ter me contado! – Harry parecia chateado. – Achei que não teríamos segredos um para o outro!

- E não temos! – Gina tinha os olhos marejados. – Só não queria colocar mais uma coisa na sua cabeça, antes de você decidir se ia ou não falar com Snape. Era muito importante que você fosse, e se resolvesse não ir, não queria ser o motivo.

Gina abaixava o rosto e pequenas lágrimas começaram a correr pelo seu rosto.

Harry se aproximou, abraçando a garota com ternura, e dizendo em seu ouvido:

- Tudo bem! Só que nunca mais esconda nada de mim, tudo bem?

- Nem você de mim! – respondeu Gina.

- OK! – Harry sorria e levava Gina para fora da sala.



Nota do autor: Gostaria de agrtadecer a Nikari Potter pela betagem, pelos comentários e pelo incentivo. Suas dicas me ajudaram muito para melhorar o meu modo de escrever.

Gostaria de agradecer a todos que deixam seus comentários, isso é muito importante para quem está escrevendo.

Obrigado a todos e até o proximo capitulo.

Valeu!

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