‘A professora’



Senhoras e senhores, sem mais... O capítulo
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Dedicaderrimo à Nathy que queria as "coisas"
Só espero não decepcionar.
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Capitulo 20. ‘A professora’

Hermione estava apoiada na mesa onde à pouco Snape se apoiara. Estava estática. Não chorava, mas sua infelicidade atingira os níveis de quando Dumbledore morreu e a segunda guerra iniciou.

Harry estava enterrado atrás de uma carteira, e Ron permanecia em pé, encostado na parede com a cabeça baixa.

O silêncio era aterrador. Até que Ron levantou a cabeça. Falseou a voz. Pigarreou, e por fim tomou coragem para dizer o que pensava.

- Sabe, eu nunca pensei que um dia diria isso, mas, estou com pena do Snape. Isso que você falou explica muita coisa Harry. – Disse o Ruivo com cautela.

Hermione olhou para Ron. Ele tinha um olhar ‘avoado’. Subitamente ela sentiu vontade de rir. Afinal Luna estava exercendo uma forte influência sobre Ron. – pesou ela. E realmente achou que Ron estava certo. A paixão adolescente de Snape pela mãe de Harry explicava muita coisa. Como o porquê ele odiava Harry e ao mesmo tempo tentava de todas as formas protege-lo. Harry era um pedacinho de Lílian. Mas também era um pedacinho de Thiago, o homem que havia ganhado o amor da mulher a qual ele era apaixonado. Então ela lembrou-se do conselho que o quadro de Dumbledore havia lhe dado mais cedo. Agora o conselho fazia mais sentido do que nunca. Ela deveria “ensinar Severo a amar e confiar novamente. Mesmo que para isso, ela tivesse que força-lo”.

- Mione – Chamou Harry. Ele viu a moça voltar o rosto para ele como se despertasse, então disse: - Eu não sei o que aconteceu, mas você volta com agente. Não quero você perto de Snape. A partir de hoje eu vou dar mais atenção à você. E eu tenho um amigo no departamento de aurores, que é muito inteligente, engraçado... Vou conversar com ele e marcar para agente sair. O que você acha? Eu, você, Ron, Gina, Luna, e meu amigo?

Mione riu. Harry tentando arranjar um partido para a amiga solteirona era realmente divertido. Mas sua cabeça estava vagando pelas masmorras, e não no departamento de ministérios.

- Harry... Eu... – Mione olhava para Harry como se pedisse desculpas.

De repente Ron arregalou os olhos para Mione. Olhou para porta por onde Snape havia acabado de sair. Olhou para Harry confuso.

- Perai? Não, não, não, não. O-oque? Hahahaha... Não. Vocês tão de brincadeira. Não, não é isso que eu to pensando. – Disse o Ruivo perplexo.

Mione olhou-o. E em seu olhar, como muitas vezes já acontecera, ela esclareceu toda sua alma para o amigo.

- Mione... – Disse Ron com pesar. Constatar que a amiga estava apaixonada pelo homem que ele mais odiou durante toda a vida era um como um golpe na boca do estomago. Subitamente o rosto do Ruivo adquiriu um tom pálido esverdeado, e uma cara de repulsa estampou-se instantaneamente.

- Mione, isso passa. – disse Harry - Tem que passar. – completou com um tom contido de desespero na voz.

Mione já esperava essa reação dos amigos. E com isso ela sentiu que não havia mais barreiras. Não tinha mais para quem esconder que ela gostava do malvado mestre de poções. Não existia a vergonha que ela pensou que sentiria quando contasse aos amigos. No momento só havia uma dor, e uma vontade de sair correndo para as profundezas do castelo de Hogwarts.

- Ninguém tem que gostar dele por minha causa. Eu nunca pensei que isso fosse acontecer. Portanto eu não tenho como explicar nada... Se há alguns meses atrás alguém me dissesse o que eu estaria sentindo e vivendo hoje, eu certamente iria chama-lo de louco... Mas agora eu me sinto perdida. E a única coisa que eu sei, é que agora eu tenho que ir... – Disse Mione angustiada.

Ela saiu deixando seus melhores amigos para traz. Perturbados e perplexos com a tão ‘terrível’ noticia de que sua amiga, a meiga e inteligente Hermione, havia se perdido nas cavernas obscuras do morcegão de Hogwarts.

*****

Mione fechou a porta em suas costas. Admitir seus sentimentos para os amigos havia deixado-a mais leve. De certa forma, ela agora estava feliz. Já não sentia mais a tristeza pelas palavras que Snape havia desferido contra ela. A única dor, era a dor que ela sentia com ele. Mione era uma mulher sensível, e muitas vezes a tristeza das pessoas que amava era muito mais relevante para ela do que as próprias dores.

Olhou o corredor. Crianças atrasadas ainda passavam para ir ao salão principal almoçar. Um grupo de sonserinos do segundo ano cumprimentou-a com admiração. As coisas haviam mudado depois da guerra. Ela abriu um sorriso para o grupo, e sem mais desatou uma corrida para as profundezas de Hogwarts. Os meninos ainda observaram-na correndo em direção as masmorras com carinhas de surpresa.

À cada escada vencida seu coração acelerava mais. Ela descia sempre pulando os três últimos degraus. Sentia-se criança. Chegou ao corredor dos aposentos do professor. Lembrou do dia em que Dumbledore morreu, e como ele olhara-a desesperado ao saber que havia comensais no castelo...

A porta... – Ela avistou feliz.

Não pensou...

Correu mais...

A maçaneta...

Estava ofegante...

Tocou e girou sem pensar...

Nem cogitou barreiras mágicas...

Mas não precisaria... A porta sequer estava trancada à chave...

Sem ser convidada? Ela não precisava mais de convite...

O mestre à mataria?

Ela riu... Certamente ele pensaria nisso – pensou.

Entrou atrevida...

- Ahhh! – Captou rapidamente as mãos ensangüentadas e os dedos em posições estranhas do homem deitado no sofá, antes mesmo que ele, assustado, sentasse e as recolhesse atrás do corpo rapidamente.

- P-professor... O que aconteceu? – Disse ela olhando ao redor e avistando logo a mancha de sangue na parede da lareira. Sentiu o coração apertando. Um nó na garganta, e seu rosto se contraiu para evitar o choro.

- Você é muito educada. – Disse Snape com sarcasmo. – Seus pais nunca lhe ensinaram à não entrar sem ser convidada? – Completou o bruxo amargamente. Não estava em seus planos deixar-se ver daquele jeito.

- E-eu vim aqui para... – Mione tentou dizer, mas foi interrompida.

- Saia daqui sim? – Disse o mestre levantando-se agora escondendo as mãos em baixo da capa negra.

- Não.

- O-o que? – Gaguejou ele perplexo.

Mione aproximou-se e tomando cuidado para não segurar no lugar onde Harry havia batido, ela tomou o rosto do professor nas mãos, passou um dedo sob os lábios do bruxo para limpar o sangue que o manchava. Ele era muito mais alto que ela. Ela estava com um sapatinho de salto e na ponta dos pés, mas mesmo assim não conseguia alcançar os lábios do professor. Puxou-o delicadamente, e encostou os lábios nos dele.

Ela fechara os olhos. Mas Snape permanecia com os olhos abertos e estarrecidos. Ele sentiu a língua da mulher passando por seus lábios, como se pedisse para que ele entreabrisse-os para ela entrar.

Ele aceitou. Sentiu Hermione vasculhar-lhe a boca, tocar-lhe a língua. Ele permanecia parado, sem reação e sem corresponder o beijo. Ela estaria com pena? Depois de tudo que ele disse à ela, ela estaria com pena?

Sentia o sabor inebriante, quente da mulher. Sim, ela estava com pena. – Snape pensou. Mas o que isso implicava? Para que ela o havia procurado?

Ele levantou e afastou o rosto de forma a desprender-se do beijo da mulher. Olhou-a. Ela estava com o rosto banhado em lagrimas, mas ainda sim os olhos lhe sorriam. Era linda. Mérlin ela estava com o rosto mais lindo do mundo. As lagrimas rolando contrastavam com os olhos e com a boca que sorria. Mas que complicado. – pensou - Onde já se viu alguém rindo e chorando. – Pensou ele.

Mione enfiou as mãos para dentro da capa do professor e puxou delicadamente os braços do bruxo para fora. As mãos vermelhas se descortinaram. Mione sentiu um salto no coração ao ver os dedos dobrados em posições exóticas. Pegou as mão do mestre delicadamente em suas próprias mãos. Olhou para cima. Ele a olhava com uma expressão indecifrável. Não tinha dor em suas feições. Só vazio.

- Acho melhor a senhorita ir embora – disse ele calmamente mas com um olhar grave.

Hermione apenas suspirou e pegou sua varinha que estava escondida em um bolso interno do casaquinho. Ela havia se aprimorado muito em feitiços mudos. Apontou para as mãos do mestre, e num piscar de olhos, ambas estavam inteiras novamente.

- Teste. – Ela disse.

Ele abriu e fechou os dedos.

- Esta bom. - Disse calmo. Não sabia por que Hermione era tão complacente. Ele a havia ofendido, e como resposta ela o procurava cheia de carinho? Ele não sentia-se merecido de tanto cuidado. Ela não merecia um homem como ele. Ele teria que expurga-la. Ela merecia ser feliz.

- Obrigado. Agora saia. – Disse ele amargamente.

Ela fingiu que não ouviu. Apontou a varinha para as mãos do Professor novamente, e o sangue foi sugado pela ponta de sua varinha com outro feitiço mudo.

- Pronto? – Perguntou ele com uma voz entediada.

- Não – Ela respondeu serenamente, e apontou a varinha para o rosto do bruxo irritante.

Outro feitiço, e o supercílio do homem rabugento estava intacto. Mais outro para tirar a marca roxa e desinchar. E finalmente um ultimo feitiço para retirar o sangue seco que estava pregado ao rosto.

- O que você quer? – Disse o bruxo com sarcasmo. – Eu não posso dar pontos para grifinória para você.

- Eu só quero uma coisa de você no momento: Cale a boca sim? – Disse Mione com um sorriso. Estava aprendendo a levar os desaforos do professor. Na verdade eles agora pareciam engraçados.

Ela deixou-o e caminhou pela ante-sala dos aposentos particulares de Snape. Parou de frente ao console da lareira. Limpou o sangue da parede com um feitiço. Mais uma volta e os objetos foram concertados e postos nos lugares que ela mais achou conveniente. Andou para a estante de livros, e apanhou os livros do chão com as mãos mesmo, e colocou-os no lugar.

- Ah... Com licença. Quando foi que eu disse que você poderia se sentir em casa? – Perguntou Snape com uma voz gélida.

- Creio que o senhor nunca disse nada parecido. – Disse Mione com simplicidade.

- Então porque a senhorita ainda está aqui? – Perguntou ele como se expulsasse-a.

- Porque eu quero. Porque eu posso. Porque eu estou pouco ligando para o que você diz. Porque você é um Sonserino idiota, arrogante e ardiloso e eu não. – falou ela como se esclarecesse algo complicado para uma criança.

Snape suspirou. Finalmente a retaliação. Mas o que a moça havia dito não era nada, ela só provara que ela era uma Grifinória teimosa, corajosa e abdicadora. Viu que não conseguiria se livrar da bruxa. Na verdade, estava feliz por não conseguir... Lembrou-se das palavras maldosas que havia dito a pouco para a moça... Titubeou, então disse:

- Hermione... Desculpe pelo que eu disse mais cedo. – Snape observou com atenção a moça que agora estava se acomodando no sofá como se estivesse na própria casa.

Hermione sentiu dois saltos em seu coração. Um por ouvir seu nome saindo da boca do professor, e outro pelo pedido de desculpas inesperado. Mas ela dissimulou uma voz entediada e disse:

- Ah... Tudo bem. Eu sei que você estava com ciúme mesmo. Mas espero que isso não se repita.

Snape estranhou a calma da mulher. Ela simplesmente agiu como se fosse comum ouvi-lo desculpando-se. E não estava cobrando nada? Não estava zangada? E como ela sabia que ele só dissera aqueles impropérios por ciúmes dela com Rony Weasley?

- Você é muito modesta – Disse o buxo com sarcasmo.

- Sebe, acho que não concordo com você... Severo – Disse ela testando o primeiro nome do professor na língua. – Na verdade eu não sou modesta, e não me preocupo nem um pouco com isso. Eu sei que sou boa em muitas coisas, e o lado bom disso, é que eu também sei admitir quando não tenho habilidade para outras coisas.

- Hora, hora, hora. Será mesmo que a senhorita sabe-tudo não uma expert em tudo? – Disse Snape irônico.

- Na verdade não - disse a moça com um meio sorriso. – Eu não tenho habilidade nenhuma em física quântica, nem em História trouxa, e sou péssima na ciência exata de compreender meu ex-professor de poções. – Ela falou com uma sobrancelha levantada.

- Sinto muito, mas esta ultima não é uma ciência. Muito menos exata. Por incrível que pareça, o mestre de poções é humano. Eu sei que é difícil não me imaginar dormindo pendurado pelos pés em um ponto obscuro do castelo, mas esta é a verdade: Eu sou um homem. – Disse Snape irônico, e abriu os braços de forma à levantar a capa. Esse movimento deu ao homem uma indiscutível simulação de asas negras.

Hermione não conseguiu conter uma pequena gargalhada. Obviamente ele não havia notado que seus últimos movimentos o deixara mais parecido ainda com um morcego gigante. E ao ouvir a referência de Snape ao modo de descanso dos morcegos, ela instantaneamente imaginou o homem pendurado de ponta cabeça com a capa e as vestes caídas de forma à deixar o mestre parecendo um guarda-chuvas ao avesso. Com essa imagem mental ela levantou-se do sofá e se aproximou do bruxo carrancudo mais uma vez, porém com um grande sorriso desconcertante.

Snape, que esboçava uma cara de quem chupou limão até o momento, amoleceu todas as feições com a aproximação da bruxinha.

Hermione colocou as mãos para dentro da capa de Snape entre os braços e corpo. Tocou-lhe nos lados do corpo observando o rosto do mestre que permanecia impassível. Ela correu as mãos para as costas do homem. Encostou o rosto no tórax do bruxo e aspirou profundamente.

Quando abandonou o contato visual com o rosto do bruxo para poder cheirar-lhe o corpo, ela perdeu a titubeada de Snape. Ele fechara os olhos ao sentir as pequenas mãos correndo por suas costas, e contraiu os lábios de forma a suprimir um pequeno gemido quando ela esfregou o nariz em seu peito.

A mulher era provocante de mais. Decidiu que render-se seria mais fácil. Delicadamente ele envolveu-a com os braços, de forma à corresponder o abraço da bruxa. Com satisfação ele sentiu o corpo de Mione tremer ao sentir seu toque.

- Eu não quero mentir pro meu coração Severo. – Disse ela baixinho. – Isso dói de mais. Eu não sei o que esta acontecendo. Mas não me importo mais em mergulhar. Talvez eu bata com a cabeça no fundo, mas não posso mais suportar. E eu não sei por que, mais sinto que ainda me machucarei muito. Mas não posso deixar de ama-lo. – Completou ela levando as mãos para o rosto do bruxo e puxando-o para um beijo.

Severo apenas correspondeu ao beijo. Estava perplexo e ao mesmo tempo feliz em ouvir que a bruxinha o amava. Sentiu vontade de dizer o mesmo, mas seu coração bloqueou-lhe a garganta. A única vez que ele se entregara a alguém daquela forma ele saíra perdendo. Em seu passado ele descobriu que pior que amar era admitir que amava. Pois quando admitia, ficava exposto, e se não se é correspondido, essa entrega se torna humilhante e lacerante.

Mione afastou um pouco os lábios. Olhou para o rosto do homem, os olhares se encontraram cúmplices. Ela sentia que caia em um precipício. Sim, Severo Snape possuía olhos de precipício. Olhou-o como se pedisse para que ele também dissesse que à amava. Mas era em vão. Ele não diria nada. E ela soube que estava perdida. Caindo em uma queda sem fim naqueles dois olhos que mais pareciam buracos negros. Se entregara. Não tinha mais volta. Beijou-o.

Ele sabia o que a moça queria ouvir, mas não disse. Estavam muito próximos. Apenas se entregou. A boca da mulher era deliciosa. Ele permitiu-se. Estava perdido. A língua da bruxinha invadia-lhe a boca sem pudor ou receio. Sentia o corpo da mulher enviar-lhe ondas de calor. O que seria aquilo?

Ela ofegava, já podia sentir o corpo do bruxo reagir ao contato. Ela o desejava. Desejava-o mais do que nunca. Os últimos meses haviam sido preliminares intermináveis. Finalmente os dois estavam de acordo. Ela sentiu seu corpo aquecer, suas pernas amoleceram, e ela podia sentir a umidade que seu corpo expelia extasiado em saber que finalmente seria saciado. Ela separou o beijo novamente. Snape pode ver o rosto corado da bruxinha. Estava linda.

- Você me quer? Você me deseja? – Perguntou Hermione sôfrega. Precisava ouvir ao menos que era desejada, afinal o bruxo havia resistido à ela de todas as formas nos últimos tempos.

Severo manteve-se calado, estava com a testa franzida em uma expressão grave, e como resposta a pergunta dela, ele puxou-a mais contra seu corpo, comprimindo-a contra sua evidente ereção.

Hermione entendeu. Amoleceu sob suas mãos. Ele olhou-a nos olhos e sentiu que estava se perdendo. Os olhos dela, castanhos claros, que eram caramelados como areia do deserto, estavam fixos nos dele. Ele sentiu-se vagando pela alma dela, mas tudo era incerto. Severo sentiu que estava se perdendo para sempre naquele olhar. Olhar que ele só poderia comparar à uma castanha tempestade de areia. Não poderia mais prever como seria seu futuro. Aquela tempestade não o permitia ver um palmo na frente do nariz. Se antes de tê-la ele sabia que passaria o resto de seus dias lecionando em sua masmorra, e corrigindo pergaminhos... Mas agora ele não podia mais saber nada.

Não sabia ao certo o que fazer ainda. Beijou-a novamente. E com um salto no ventre ele sentiu as pequenas mãos percorrendo-lhe o peito e detendo-se no laço de sua capa. Ela puxou uma ponta do cordão desatando o laço. Ele sentiu a capa escorregando por suas costas. Abraçou-a mais, passou uma mão por baixo da ‘estranha’ vestimenta trouxa de Hermione e encontrou as costas pequena e magra, a pele dela reagiu com um arrepio.

Os lábios não se descolavam por um segundo. Snape sentia Mione respirando dentro de sua boa. Ela puxava o ar, fazendo com que ele puxasse o ar do ambiente pelo nariz para prover a respiração à ela. Estavam inebriados. Ele sentia algo engraçado com aquilo: Era como se realmente fossem um só.

Mãozinhas procuraram o primeiro botão do colarinho de seu sobre-tudo. Fileiras de botões foram desatados por dedinhos hábeis. E rapidamente ele estava sem a peça pesada de inverno. Outra peça foi retirada, e outra, e outra, até que ela alcançou a camisa. Agora ele estava apenas com as calças e a camisa de gola alta. Estava atordoado, e de repente sentiu medo. E se no final das contas ele não soubesse o que fazer? Afinal, ele nunca havia praticado com uma mulher.

Hermione desligou-se do beijo para observa-lo daquela forma.

- Severo, você deveria usar menos roupas. – disse ela divertida.

Ele achou a observação engraçada, mas não conseguiu rir. Tinha uma clara feição de preocupação, que para seu desespero, logo foi questionada:

- O que esta acontecendo? – Perguntou Mione receosa.

- Nada. – Disse ele simplesmente.

O clima havia quebrado. Ele sentiu-se um parvo.

- Mentira. Me diga. Você não me quer? Eu sei que você não me ama. Mas eu não me importo, se houver pelo menos desejo de sua parte... Eu o quero. E não me importo em não ser amada. Não por enquanto... Eu tenho esperanças de fazer você me amar. – Disse ela magoada.

Ele observou-a. Como ela era tola. Como podia não ver que ele a amava desesperadamente?

- Não diga isso. E não fique assim – Disse ele levantando o queixo da moça para faze-la olhar para ele. – E-eu só...

Mione não estava entendendo. Ele deixou-a em pé e sentou-se no sofá.
- É só que... – Ele não conseguia admitir.

- O que? – Perguntou Mione indo sentar-se ao lado dele no sofá.

- Eu não... – Vacilava, mas sentia que deveria contar.

- O que? Você não o que? – Mione agora estava mais curiosa do que nunca.

- Eu tive uma vida conturbada... Quando eu estudei em Hogwarts, eu não era bem o exemplo de garoto popular... Na verdade eu não chegava nem perto – disse ele amargamente.

Hermione não estava entendendo onde aquela conversa iria chegar, mas parecia séria. Ela ainda sentia o sangue fervendo devido à aproximação anterior, mas sentiu que deveria escutar o que o bruxo tinha a dizer.

- Eu fui um tolo. Estava desiludido. A escola não foi exatamente uma experiência agradável... Como sabe, me alistei para as linhas do lado negro. Ao lado do Lorde das trevas eu era um capacho útil. Meu tempo era preenchido fazendo maldades e conspirações asquerosas. Tarde de mais eu percebi que havia sido um erro. Eu errei. Nunca matei. Mais fui responsável indireto de muitas mortes. Responsável pela perseguição doentia aos pais de Potter. À Lílian... – Disse ele com uma voz terrificante.

- Tranquei-me neste castelo cheio de crianças, e passei a agir como agente duplo do lado da ‘Ordem’ para lutar com todas as forças contra o lado negro. Minha vida não era mais importante. Eu não queria ser feliz. Eu só queria me redimir. Eu deveria lutar. Era a única forma de tentar diminuir o peso da culpa que esmagava meu coração. Com o final da segunda guerra eu voltei para o castelo, e mais do que nunca me ocupei com a tarefa de professor. – disse ele – Eu não me preocupei com mais nada fora das paredes do palácio. Há muito já havia desistido de ser feliz... – Disse ele com pesar.

- Até alguns meses atrás, eu não tinha necessidade alguma em estar com alguém. Minha cabeça não abria espaço para nada além de minhas aulas. Até que naquele fatídico almoço na casa do ministro, quando você pensou que eu estava tocando-lhe as pernas por baixo da mesa. – ele concluiu com um meio sorriso sarcástico.

Hermione não conseguia acreditar no que estava ouvindo. Severo Snape nunca havia tido oportunidade de estar verdadeiramente com uma mulher antes dela? Era isso que ele estava dizendo em meio a todo aquele rodeio? Ela queria a confirmação, pois era surreal um homem como ele nunca ter tido uma mulher.

- Você nunca... – Ela não terminou a frase propositalmente. Para deixar a pergunta no ar.

E como resposta afirmativa ela teve a visão do homem desviando o olhar e encostando-se no sofá com a cabeça para traz. Ela observou-o sentado de pernas abertas desleixado e com as mão juntas no colo. Viu ele engolindo em seco várias vezes com o pomo de adão subindo e descendo varias vezes seguidas.

- Severo você é... – Ela não pode evitar o sorriso que se formou em seus lábios. Ele não a encarava. Permanecia com a cabeça encostada para traz observando obstinadamente o teto.

- Então dessa vez eu serei a professora. – Disse ela amena e divertida, como se o confortasse.

Ficou de joelhos no sofá e montou no colo do bruxo sentado, fazendo com que este abaixasse a cabeça rapidamente devido à surpresa para encara-la.

Hermione olhou-o lasciva. Estava novamente consumida por um calor que emanava de seu ventre. Levou uma mão à cabeça, agarrou o pauzinho que prendia o cabelo em um coque comportado e puxou-o chacoalhando e libertando os cabelos encaracolados.

Snape ofegou ao ver os cabelos soltos da moça caindo-lhe abaixo do busto. Instantaneamente ele sentiu um forte cheiro de baunilha invadindo-lhe as narinas. Ele pegou delicadamente uma mecha que estava sobre o busto da moça e cheirou demoradamente. Quando levantou os olhos para encarar Mione, ela pode ver os olhos do ex-professor brilharem como labaredas negras. Ele agarrou-lhe as costas e puxou-a alcançando com a boca o pescoço gracioso, cheirando e mordiscando.

Sob efeito do toque Hermione sentiu o quadril amolecer, e uma umidade incessante constrangeu-a.

- Severo, como sua professora eu gostaria de fazer com você uma avaliação contínua. Diga-me, o que sente? – Disse ela desatando os botões da camisa branca de Snape com um olhar de luxuria.

- Suas mãos. – Ele disse e sorriu desentendido.

- Muito engraçado. – Disse ela com um meio sorriso e com os olhos pregados no peito do homem. – Eu quero dizer: O que sente em sua mente e seu coração.

- Por que tantas perguntas?

- Eu preciso te conhecer. – disse ela simplesmente agora com a cabeça abaixada para o colo do homem e desatando o único botão da calça negra.

- Tanta coisa se passa na minha mente e em meu coração... Mas se quer saber, eu sinto desejo por você. E eu... gosto de seu jeito, e sua companhia. Sinto que você é uma pessoa que não me aborreceria em uma conversa. – disse Severo observando embasbacado a moça abrindo sua calça.

Não era o que ela gostaria de ouvir, no entanto, era um grande avanço. Agora poderia seguir... Sua curiosidade à respeito do homem era desmistificadora. Ela desconectava a imagem de professor aos poucos, assim como ele há muito tempo já havia desconectado a imagem dela à de uma aluna. Mas para ele era fácil, pois ela havia mudado muito. Enquanto ele continuava do mesmo jeito: Vestindo preto e lecionando.

- Por que você tem tantas cicatrizes no peito e nas costas? – Perguntou ela agora o livrando da camisa e passando os dedos sobre as linhas de cicatrizes rosadas.

- Por causa de um feitiço que eu mesmo inventei em minha juventude, e que acabou sendo usado contra mim muitas vezes durante a segunda guerra.

- O feitiço virou contra o feiticeiro. – Disse Mione num sorriso triste. Era um chavão trouxa que agora ela entendia ao pé da letra. – Por acaso é aquele feitiço que uma vez Harry usou contra Draco?

- Sim. Mas me desculpe, eu não me sinto à vontade em falar nisso. – Disse Snape com amargura.

Atordoado ele percebeu as mãos da moça que agora libertava sua ereção. Ele se viu quase nu (ainda estava com as calças nas pernas), enquanto Hermione estava toda vestida.

- Acho que não estamos em par de igualdades – Ele disse sentindo seu corpo pulsar de excitação.

- Sim... Mas isso é facilmente resolvido – Disse ela tirando o casaco e a própria camisa e jogando-os no chão.

Snape levantou o corpo com as costas encostadas no sofá para terminar de retirar a própria calça. Hermione precisou segurar-se no ombro do bruxo para não cair. Sentiu uma onda de calor e prazer perpassar o vente e os seios, fazendo que estes se intumescem. O homem era forte, muito forte. Ele fez aquele movimento como se ela não fosse nem uma pluma sobre o corpo dele.

Agora estava sobre o homem nu, sentado no sofá. Ela ainda estava vestida com sutiã, meia-fina, calcinha e saia levantada acima do meio da coxa devido à posição em que se encontrava sobre o colo do bruxo. Era estranho o contraste da pele nua com seu corpo coberto parcialmente pelas peças restantes.

Ela beijou-o. Ele deixou-se beijar.

Severo passou as mãos vacilantes pelo abdome e seguiu-as para as costas da mulher. Tocou o fecho do sutiã olhando para o rosto de Mione. Ela respondeu o questionamento mudo que ele lhe fez com os olhos, com um sorriso aprovador. Ele tentou abrir o fecho.

“diabos, como se abre essa porcaria?” – Pensou com o rosto contorcido em uma careta de dificuldade.

Hermione riu. Era no mínimo engraçado ver o homem digladiando com o fecho da peça. Ela então levou as mãos às costas, guiou os dedos tão inexperientes com a tarefa, e o fez abrir. Ele percebeu o feito e lhe sorriu enquanto puxava as alças dos ombros da bruxinha.

Observou o trabalho. Os seios estavam livres. A respiração tornou-se arquejante. Severo soltava o ar fervendo dos pulmões diretamente em seus mamilos. Ela afogueou-se. Ele não agia, então ela agarrou-lhe a nuca e puxou-o a contra o busto, e sentiu extasiada Snape tomando-lhe um dos seios entre os lábios.

Ele sentiu-se maravilhado com o formato e o sabor da pele em sua boca, excitou-se com a textura dos pequenos círculos de pele rosada. Sem aviso, segurou-a pela cintura e escorregou com ela para o tapete felpudo. Estava entre as pernas da bruxinha. Ela tinha a saia levantada e franzida na cintura. Ele levantou o dorso e ficou de joelhos. Observou o rosto rosado emoldurado por um circulo de cabelos espalhados pelo tapete. Mexeu no fecho da saia, abriu-a, levantou as pernas da bruxinha, juntou-as no ar e puxou a peça. Agora via a calcinha de algodão branca e o final da meia cor de pele acima do meio da coxa.

Mione levantou a cintura e retirou parcialmente a calcinha branca, recebendo ajuda no final da tarefa.

Naquele momento não necessitavam mais de palavras. Severo retirou-lhe as meias que eram as ultimas peças que faltavam, soltou as pernas da bruxinha, e completamente extasiado ele mergulhou em um beijo quente. A volúpia o consumia. Ela segurou-o e o posicionou. Sem mais ele aprofundou-se no corpo quente.

- Liso, muito quente, macio, e molhado – Disse o bruxo arquejante. Mal conseguia respirar.

- O que? – Ela perguntou com uma voz rouca. Estava extasiada. Completa.

- É o que eu sinto. – Disse ele ofegante. Estava parado, completamente envolvido pela sensação de estar dentro da mulher.

Hermione riu luxuriosa e disse baixinho:

- Quer saber se esta cumprindo corretamente as etapas? Como uma de suas poções que você põe no quadro, que devem se cumprir corretamente os processos?

- Eu gosto de saber se estou fazendo certo.

- Hummm – Gemeu a bruxa. - Na verdade deve haver mais movimento.

Ela levantou e abaixou a cintura dando pequenos gemidinhos, e arrancando um leve grunhido do bruxo sobre ela.

- Acho que entendi. – Disse ele com um sorriso malicioso e safado. Movimentando-se ritmicamente sob o corpo da mulher que gemia e resfolegava à cada nova investida.
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FINITO!

Auhauhauhauh
AfeMeuMérlin!!!
Hahahaha
Nada de clímax pra vcs!
Vamos deixar isso subentendido.
Qui áquiá quiá!
Ai ai.
^^’
Então... COMENTSSSSSSSSSSSSSS!
Hahahaha
Quero muuuuitos comentários!
Vou precisar de animo pra escrever o próximo cap, jah que não tenho idéia nem uma de como escreve-lo!

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