Por que te vas



Capitulo 6° Por que te vas.

O homem de nariz adunco andava de um lado para o outro na sala. Observava seus alunos, mas sem os ver realmente. Havia passado feitiços mudos, e os mandara praticar em aula, então, enquanto ele não visse alguém enfeitiçado, estava tudo bem, e ele poderia continuar na companhia de seus pensamentos. Uma semana já o distanciava do fatídico almoço na casa dos Weasleys, mas ele não conseguia parar de pensar na situação trági-cômica que havia coadjuvado.

“Aquela sabe-tudo era mesmo muito atrevida. Horas, quem ela pensa que é? Velho assanhado? Eu? Ela é que é uma sabe-tudo pervertida! Como pode achar que eu estava tocando-a? Eu? Justo eu? Em todos esses anos? Ficaria mesmo muito bem, ‘EU’, tocando-a por baixo da mesa, com um monte de gente à nossa volta...”

Ele deteve-se olhando para um ponto no quadro. “Ainda se nós estivéssemos sozinhos, eu bem que gostaria de tocar as penas delicadas e branquinh..” “SEVERO SNAPE! NÃO SEJA UM VELHOTE TARADO!”- Disse repentinamente seu lado racional.

Muitas vezes naquela semana, ele havia se pego imaginado situações bem piores do que roçando as pernas na senhorita Granger, e sempre ele se acordava desses devaneios, perplexo consigo mesmo.

- Senhorita Wood*! A senhorita sabe o significado de feitiço mudo?- Disse o bruxão ranheta, e continuou: - Feitiços mudos implicam em não haver vozes Agora cale a boca e pratique! – Ele estava realmente enfezado naquele dia.

A hora do almoço chegou rápido. Ele teria que enfrentar McGonagall. A bruxa velha ainda não tinha tido tempo para questiona-lo sobre o acontecido. Caminhou entre os alunos no corredor distribuindo insultos e retirando pontos. Iria direto para a mesa hoje, e com sorte, pegaria um lugar bem distante da bruxona.

Ele fez sua cara mais enjoada e brava, e abriu a porta do salão principal agressivamente, e caminhou rapidamente com as vestes enfunando e farfalhando pelo corredor. Os alunos iam voltando as cabeças para observa-lo. Ele adora essas entradas triunfais. Era sempre o centro das atenções, e ser temido por seus alunos era realmente delicioso! Ele capturava os rostinhos medrosos. E as vezes podia ver o pavor no rosto de alguns colegas professores também.

“Merda!”- pensou. Só tem lugar ao lado de Minerva.

Ao constatar o fato, ele dirigiu-se para o lado da bruxa.

- Ola Severo.- Falou a diretora.

- Oi Minerva.- Disse rabugento.

- Severo, o que realmente aconteceu no domingo? – Perguntou a diretora.

Ele notou as orelhas dos outros professores voltadas para ele, e sentiu, o fantasma enxerido da Grifinória parado as suas costas para ouvir a conversa. Ele soltou um olhar mortífero para seu colegas e virando-se para o fantasma às suas costas disse:

- Nick, você não tem nada de melhor para fazer com a sua morte além de ficar tentando especular a vida dos vivos?

Ele viu com satisfação o fantasma sair ofendido. Nenhum fantasma gosta de ser lembrado de que já está morto.

- Você poderia tentar ser menos agressivo – Disse minerva num tom seco – E agora, me diga. O que aconteceu?

- E você deveria tentar ser menos enxerida – aferroou Snape – Você estava lá, você viu tudo que aconteceu. Aquela molequinha metida da Senhorita Granger achou, erroneamente, que eu a estava molestando-a. Agora se a senhora me dá licença, eu gostaria de comer em paz.

Minerva olhou para o professor. Pela irritação deste, era óbvio que a situação havia o afetado mais do que ele gostaria de aparentar. Então ela garfou uma cenoura, e engoliu-a, e falou displicente para o professor:

- Sabe, a senhorita Granger não é mais uma “molequinha” – e repetindo as palavras que ela tinha ouvido o próprio professor proferir à algum tempo atrás disse: - ‘Ela estava realmente bonita aquele dia’...

O professor engasgou-se com o pedaço de carne que estava mastigando. Ficou vermelho. Tossia descontrolado. Minerva apenas olhava-o com ar de satisfação. Ele pegou a própria varinha e pensou no feitiço de alto socorro, e o maldito pedaço de carne desceu rasgando pela sua garganta. Ele olhou para a bruxa praticando como nunca oclumência. “Aquela bruxa sórdida só poderia estar entrando em sua mente!” – pensou desesperado”. Mas não podia mais ficar inerte e frio. Aquilo realmente o ‘tirou do sério’. Então o bruxo jogou os talheres dentro do prato e quando ia se levantar Minerva o chamou.

- Professor, antes que o senhor saia, eu gostaria de lhe pedir um favor.

O bruxo bufou indignado, mas conteve-se e disse:

- Se estiver ao meu alcance...- Disse com sarcasmo.

- A senhorita Granger esta aqui no castelo. Acredito que ela veio aqui apenas para lhe pedir desculpas, portanto, gostaria que a recebesse. Bem, e o favor que eu gostaria, era que o senhor a tratasse com delicadeza. – disse a bruxa velha em tom seco.

E com satisfação, ela viu os olhos de Snape arregalarem-se. Mas logo em seguida o professor se recompôs e disse:

- Este é meu horário de folga. Irei para meus aposentos, preciso me refrescar antes do próximo período. Diga a ela que aceito as suas desculpas, e peça para ela ir embora, pois tenho muito trabalho. – Disse Snape friamente.

- Vou tentar, mas acho que ela quer falar pessoalmente. – disse a bruxa.

- Pois eu não tenho tempo para recebe-la! Se ela realmente quer me pedir desculpas, diga para ela marcar uma hora, pois eu sou uma pessoa muito ocupada! – disse o bruxo azedamente.

- Ela também é uma pessoa ocupada Severo! Sugiro que a receba. Ela é ministra trouxa, e tem que voltar rapidamente para seus afazeres. Eu sei que ela está muito envergonhada, e não vai sossegar enquanto não tiver lhe pedido desculpas pessoalmente! – disparou a bruxa assumindo seu tom severo característico. – E agora você está em sua hora de descanso, e pode recebe-la por alguns instantes! – completou.

- Pois eu não vou recebê-la! – disse o bruxo fora de si. – Vou para meus aposentos! E não quero ser incomodado!

- Espere-a lá então, pois eu vou mandá-la descer! – disse Minerva mais azeda do que nunca.

- Não se atreva Minerva! - Falou o professor num tom de quase sussurro, e saiu andando rápido para seus aposentos.

“Mas que velho chato!” – Pensou Minerva. E jogando o guardanapo na mesa, saiu resoluta para ante-câmara ao lado do salão sob olhares de seus colegas. “Como afinal Dumbledore agüentava o gênio daquele rabugento?”- Pensou Minerva com saudades.

- Senhorita Granger – Disse McGonagall ao entrar na sala e ver a moça sentada com a cabeça apoiada nas duas mãos.

- Sim? Ele virá aqui para eu pedir desculpas? – perguntou Mione esperançosa.

- Bem, não. – Disse Minerva.

- Onde eu devo encontra-lo então? Na sala dele? Ou no escritório? – Perguntou Mione à velha professora.

- Bem, ele não quer recebe-la...Disse que aceita suas desculpas, mas que está ocupado no momento. – Falou Minerva.

- Eu fiz uma grande bobagem não é? – Falou Mione em um muxoxozinho.

- Sossegue – disse a professora – Desça para as masmorras e bata nos aposentos dele. Se ele a vir, ele não vai recusar-se a conversar. E não se preocupe com o que aquele coração de pedra. Ele está acostumado. Acho que ofensas e acusações falsas simplesmente resvalam nele. – Disse a professora provocativa.

Como Minerva já esperava, suas palavras tocaram Mione. O fato de ela lembrar que o professor já fora muitas vezes acusado injustamente tocou a moça. “ O que está dando em mim?” – pensou Minerva – “estou mesmo fazendo o que eu acho que estou?” “Estou tentando juntar esses dois?”. “Bem, é obvio os dois se dariam bem. Ela poderia domar o gênio dele... e ele confortar o coração dela.” - pensou, mas bancar o ‘cupido’ não era de seu feitio. E sentindo um estranho cheiro de sorvete de Limão, ela disse:

- Vá lá querida. Você se recorda onde é não?

- Sim. - disse Mione olhando abobalhada para os olhos da bruxa. A professora estava com um cintilar estranho por baixo de seus óculos quadradinhos...

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“Aquela intrometida”. – pensou Snape dirigindo-se ao seu banho. “Quem ela pensa que é?” “Só por que é diretora acha que pode mandar em mim?” “Eu não vou receber ninguém em minha hora de folga!” “E ela que não se atreva”.

“Será que ela se atreveria?” – perguntou seu lado racional. “Nãooo”. “Eu fui realmente claro quando disse que não receberia a senhorita Granger”. “Mas e se ela se atrevesse? Lembre-se, ela disse que iria mandar a moça descer”- falou novamente o lado racional. “Mesmo que ela mandasse. A ‘monstrinha sabe-tudo’ não se atreveria a descer para encontrar o ‘terrível’ professor de poções em seus aposentos”. – Concluiu ele, e foi para seu banho.

*******************************

Mione caminhava vagarosamente, aquela parte do castelo dava-lhe cala-frios na espinha. Era de certa forma apavorante. Ela sentia-se uma garotinha prestes a encarar um Trasgo... E ela conhecia bem essa sensação. Teve o desprazer de encontrar um Trasgo no primeiro ano. Porém, esse que ela estava prestes a encarar era inteligente, e usava-se das palavras ao invés da clava, para golpear suas vítimas.

E tentando buscar o perdão de si própria por ter injustiçado o professor durante o almoço, ela tentava se justificar. Ela sabia que havia agido errado em gritar para o quatro ventos aquelas barbaridades. Talvez tivesse sido uma espécie de desforra de seu sub-consciente ter agido daquela forma, afinal, durante anos ela sofreu humilhação por parte do professor. Lembrou-se quando Draco Malfoy infligiu-lhe um feitiço para crescer os dentes, e quando ela mostrou a face atestando o feitiço para o professor, ele lhe disse que “não via diferença nenhuma”...

“Eu não fui totalmente culpada aquele dia...- pensava desesperada enquanto caminhava para sua possível humilhação - Ele poderia ter falado que a filhinha de Harry estava lá em baixo da mesa”. “Ele poderia ser menos agressivo com as pessoas”- Pensou a moça – “Não sei por que toda aquela ‘marra’”. “Parece que gosta de distanciar as pessoas de si”.

Então, sua mente levou-a ao dia em o professor havia sido encontrado. Voldemort descobrira sua traição antes de sua queda, e decidiu que a morte seria pouco para a traição de Snape, então resolveu ‘testar’ a força física de todos os seus seguidores no professor. Soube-se, por depoimentos de comensais, pois Snape negava-se a falar de sua opressão, que Snape também havia sido torturado por horas seguidas pela maldição cruciatos. Quando ele foi encontrado nenhum osso do corpo do bruxo estava intacto. Ele havia passado longas noites sendo saco-de-pancadas, e seu estado mental, devido à tortura, beirava a loucura. E quando Voldemort caiu por terra, e a ‘ordem’ o descobriu, ele ainda teve que encarar julgamentos, até que finalmente acharam uma coletânea de lembranças de Dumbledore, com todos os planos e conspirações de sua morte. Snape sabia existência desse material, mas Dumbledore escondeu tudo e realizou um feitiço poderoso, para que as provas sobre a verdadeira lealdade de Snape, só se revelassem quando Voldemort estivesse derrotado.

Com um susto ela se viu na porta dos aposentos do bruxo. Estivera tão perdida em recordações, que nem notara que já havia chegado ao seu destino.

Ela bateu na porta de mansinho. Ninguém atendia. Talvez ele não estivesse ali.- pensou – “Vou procura-lo em outro lugar”. De repente a porta se abriu com um ranger agudo. Hermione pulou para traz com o susto.


Olhou para dentro dos aposentos do professor. Não havia nem sinal dele. Ela procurou por quem tivesse aberto a porta, mas não viu ninguém. Deu um paço incerto para dentro dos aposentos. Estava numa ante sala, mas podia ver que havia um quarto bem amplo ao fundo, porque a porta que separava a sala do quarto estava aberta, e ela podia ver parte da cama do professor. Ficou parada na porta. Estava assustada. Era idiotice dela, porém, ela nunca imaginara o ex-mestre de poções como uma pessoa normal, do tipo que ‘dormia, por exemplo.

Acordou de suas divagações com um puxão nas vestes. Olhou para baixo.

- Dobby! – Disse a bruxa feliz, e abaixou para abraçar o elfo-doméstico.

- Senhorita! – Exclamou o elfo feliz.

- O que faz aqui Dobby? – Perguntou a bruxa entrando na ante sala e espichando o pescoço para o quarto. Aparentemente não tinha ninguém nos aposentos.

- Dobby terminar limpeza senhorita. Agora Dobby ir para cozinha. – Falou o elfo esganiçado segurando um balde e um esfregão.

- Dobby, você sabe onde está o professor Snape? – perguntou a moça gentilmente.

Mas a resposta do elfo nunca foi ouvida. Snape, que havia acabado de tomar banho, saia do quarto com o cabelo amarrado em um rabo de cavalo alto, com uma toalha negra presa perigosamente na cintura, e com uma braçada de roupas dizendo:

- Dobby, leve estas roupas para a lavand...

A voz do professor morreu quando viu sua ex-aluna em sua sala particular.

Hermione arregalou os olhos. Se para ela já era difícil imaginar o professor dormindo em uma cama, aquilo estava totalmente fora de sua compreensão. Era surreal ver o professor de toalha, exibindo a brancura de seu corpo, e ainda mais vê-lo de cabelo amarrado, provavelmente, para não molhar durante o banho, era de mais para sua sanidade mental.

Seus olhos estavam cravados nas formas do ex-professor de poções. E era estranho como ela podia captar detalhes tão rapidamente. Via o corpo alvo, a toalha presa na cintura revelava um caminho de pêlos negros do umbigo seguindo reto para dentro da toalha, deixando à observadora, uma curiosidade imensa de saber como aquela trilha iria acabar. Ela reparou no peito do professor. “será que ele tem alguma atividade física?” – pensou – Pois ao contrario do que ela imaginava, ele não possuía o corpo ossudo e pelancudo. Mas possuía os músculos bem definidos. Não eram músculos inchados e exagerados, mas era bem bonito, e esguio. Ela podia ver nos braços nus, veias verdes e azuladas, destacadas pela brancura do professor. E os cabelos presos dava-lhe uma jovialidade atrevida. Ela poderia dar-lhe seguramente 35 anos, não o conhecesse, e se ele estivesse deste jeito em algum clube ou praia – pensou.

Mas antes que ela pudesse descer os olhos para as panturrilhas, ela ouviu a voz agressiva do mestre de poções:

- Saia daqui sua atrevida! Quem lhe deu o direito de invadir meus aposentos! Saia! Saia! – dizia gesticulando as mãos.

Hermione parecia ter virado pedra novamente. Não conseguia mover as pernas. Ela a havia assustado. Estranhamente, ele a havia assustado mais do que qualquer bizarrice que no mundo bruxo ela já havia presenciado. Ela o viu pegando a varinha que estava no console em cima da lareira. Mas permanecia parada. Então, sentiu algo empurrando seus joelhos. Ela caminhou de costas, sentindo-se sendo empurrada por duas pequenas mãozinhas. Era Dobby que a levava para fora.

Quando estava passando do batente, suas pernas embolaram-se ela tropeçou e caiu de costas. Sentiu a cabeça batendo com força no chão de pedra do corredor. O barulho que sua cabeça fez ao bater, faria inveja quebra da barreira do som por um avião super-sônico. Ela via estrelinhas. E tinha consciência que estava em uma posição muito ridícula, pois sentia seus joelhos dobrados para dento, enquanto os pés para estavam para fora. Suas mãos tocavam desesperadas, o lugar da batida. E devido à dor, sua cara deveria estar contorcida como a cara de uma gárgula.

Ela apertava o local da batida, sentindo algo molhado nas mãos, ela tentou desesperadamente e sem sucesso, sentar-se sem ter que parar de massagear o imenso galo que havia levantado. Estava convulsa. A dor assemelhava-se à dor que sentiu brevemente quando na batalha final, um comensal lhe lançou um crucius.

Abriu os olhos e viu o rosto de seu professor de poções, só de toalha, com um sorriso brincando nos lábios por causa de sua situação. Sentiu-se completamente humilhada e ultrajada. “Como ele poderia rir de uma situação dessas” – pensou. E como uma criança, ela começou a chorar devido a situação vexatória, e para conter os soluços tirou uma das mão da cabeça e colocou na boca. A mão ensangüentada sujava o rosto já manchado com as lagrimas. Dobby olhava-a desesperado, e batia na própria cabeça com o esfregão.

Aparentemente, seu professor de poções não havia percebido a gravidade da queda, pois quando viu o sangue nas mãos da moça, ele arregalou os olhos, e correu se jogando de joelhos na frente da moça.

Ela o ouviu gritando para o elfo ir buscar madame Ponfrei. E sentiu seu rosto colado de frente ao peito nu do professor. Ele havia puxado a cabeça da bruxa para examinar o ferimento desta.

Ele sentia o corpo da mulher tremer devido ao choque da dor. Pegou-a no colo, e levou-a para seu quarto. Deitou-a na cama. Sentou-se ao lado dela e olhou-a preocupado.

O sangue vertia da cabeça da moça. Então, ela sentiu-se sendo virada de lado, sentiu a varinha de Snape passar pelos seus cabelos, e ouviu ele pronunciando um encantamento, que ‘parecia quase uma canção’. E sentiu que o corte fechara-se.

Ela sentia como se tivesse acabado de lutar com ‘três trasgos tristes’. Estava acabada. Com vergonha de ter entrado nos aposentos do professor sem permissão. Com vergonha de te-lo visto apenas de toalha. Com vergonha da queda. Com vergonha de agora estar deitada na cama dele. Com vergonha de estar gostando do cheiro de menta misturado com um odor amargo nos lençóis do ex-professor. Com vergonha por já reconhecer que aquele cheiro amargo pertencia ao suor limpo do professor. Despertando de suas divagações, ela ouviu a voz do homem que acabara de curar seu ferimento.

- Isso está feio Granger, eu fechei o corte, mas não tenho a menor idéia de como abaixar esse galo. E também não sei se você não rachou a cabeça na queda, porque, para abrir um buraco daquele na sua cabeça, teu crânio só pode estar partido em dois. – disse o professor com uma nota de preocupação.

Hermione voltou os olhos para o ex-mestre de poções. Suas pupilas estavam dilatadas com a dor. Ela viu o professor ainda com as mãos sujas com seu sangue. Ele a encarava destemidamente. Ela vacilava. Não agüentando, arriscou uma olhada mais de perto para o tórax do homem ao seu lado. Possuía cicatrizes, o que era realmente exótico, já que no mundo bruxo, dificilmente os ferimentos deixavam marcas tão profundas, o que dava um ar de força ao bruxo. E num gesto instintivo, ela lambeu os próprios lábios finalizando o ato com uma mordidinha no lábio inferior.

Snape, que a estava observando, capturou as reações da moça. Sentiu-se mais nu do que estava. Estaria ele ficando doido, ou a bruxa estava o ‘comendo com os olhos’? Resistiu à tentação de dar uma olhada nos pensamentos dela, afinal, ela não era mais uma criança. Ele não podia simplesmente invadir a mente da bruxa e ver o que ela pensava sobre ele. Mesmo por que, ele tinha medo que constatar que estava completamente errado, e que bruxa só estava estanhando vê-lo sem as vestes de professor. O que era certamente o mais provável – dizia seu lado racional. – Mas seus pensamentos foram subitamente interrompidos pela voz vacilante da mulher ao seu lado:

- M-me des-desculpe. Eu...Eu... Não queria ter invadido. É só que eu vi Dobby e... – Tentou explicar a moça.

- Ssshiu- Fez o professor tentando apaziguar. Como se dissesse que ela não precisava se explicar.

Mas ela continuou:

- Eu...eu... vim pedir desculpas por ter tratado o ‘senhor’ tão mal durante o almoço, e eu estava errada. O senhor não é um ‘ Assanhado’...Eu...- disparou a bruxa.

- Calada Granger! – Disse o professor mais seco do que gostaria. Ele não sabia por que, mas não lhe dava prazer ver medo e submissão nela. Na verdade, se fosse por parte de outra pessoa, ele adoraria. Mas dela, naquela situação... Não...Ele odiou.

Ela o olhou indignada. Estava tentando pedir desculpas, e ao invés de compreender e perdoa-la, ele a mandava se calar? Ninguém nunca lhe mandara se calar daquela forma.

“Mas quem ele pensa que é para falar assim comigo?” – pensou a garota raivosa. “Eu vim até aqui para lhe pedir desculpas, ele quase me expurga da sala dele”. Como eu poderia saber que ele estava nesse estado?”. “Depois ele me vê caída e machucada, e fica zombando da minha dor!”“ Eu já fiz o que eu vim fazer!”.“Já pedi desculpas para esse grosso!”. - E concluindo essa constatação, ela levantou vacilante.

- Bem, já fiz o que vim fazer. Já pedi desculpas pelo ocorrido. Agora tenho que voltar ao meu trabalho – Disse a moça, mas agora sem vacilar em sua fala. E começou a levantar o corpo com dificuldade.

- Você tem que esperar madame Ponfrei. Ela fará exames para ver como esta essa sua cabeça dura. – Disse o professor com sarcasmo.

- Pois eu não preciso. Mandarei chamar um médibruxo quando estiver de volta ao meu gabinete. – Disse a bruxa já colocando-se sentada e preparando para levantar.

- Acho que você não entendeu senhorita Granger. Eu não estou sugerindo que a senhorita espere pela medibruxa de Hogwarts. Eu estou ‘mandando’. A senhorita não se levantará daí. Nem que eu tenha que amarra-la nesta cama. – disse o bruxo suavemente.

Hermione arregalou os olhos ao ouvir que o bruxão a amarraria na cama, e sentindo um estranho ímpeto de testar as palavras do professor, levantou-se para o lado oposto da cama. Suas pernas bambearam, ela tocou a parede, e andou escorando por esta. Não sabia o porquê, mas suas pernas não respondiam. Estava tonta.

Snape caminhou vagarosamente para a moça. Pegou-a novamente no colo, e colocou-a na cama. Ao abaixar-se, ele sentiu o cheiro dos cabelos da bruxa, ela cheirava baunilha, ficou por alguns instantes naquela posição. Então seu lado irracional apoderou-se dele...

- Tudo isso é vontade de estar amarrada na ‘minha cama’, senhorita Granger? Acho melhor que a senhorita não me teste, pos eu ‘adoro’ doces de baunilha. – disse o bruxão safadamente no olvido de Hermione.

Mas logo se arrependeu de ter dito aquilo. Agora ela teria a prova de que ele era um ‘velhote assanhado’, dizia seu lado racional.

- Hummm- Vibrou a garganta da moça em um gemidinho.

Snape levantou rapidamente a cabeça. Ele ouvira direito? Ela gemeu quando ele insinuou-se para ela? Não. Só podia estar ficando louco. Mas ao olhar para o rosto da bruxa, ele constatou, pelo rubor envergonhado no rosto desta, que ele realmente tinha provocado aquela reação na bruxinha. Não sabia o que dizer. Mas estava muito satisfeito consigo mesmo. Via a confusão no rosto da mulher.

Hermione sentia-se ridícula. Como pode expressar aquela reação? Não sabia, mas quando ela sentiu a respiração de Snape em seu pescoço, ela perdeu a razão. Só sentia o ar morno que saia da respiração do professor. E quando ele disse aquilo, ela não conseguiu conter o gemido.

Os olhares se encontraram. Ele passou uma mão para o outro lado do corpo da moça sem perder o contato visual. Agora estava realmente determinado à ver o que a moça pensava. Aproximou seu rosto do dela. Ela suspendeu a respiração. Ele não sabia por que, mas não conseguia se concentrar e por em praticar sua legilimência na moça. Sentia um ímpeto de aproximar seu rosto do dela. Aproximava-se vagarosamente. Ela parecia aprovar sua aproximação. Os lábios estavam quase colados...

- Professor! – Disse uma vós feminina.

Ele virou-se rapidamente. Era a medibruxa. Madame Ponfrei olhava-o desesperada. Parecia desconcertada com a situação. Ele não entendia o porquê. Já que havia chamado a bruxa para socorrer a senhorita Granger em seus aposentos, então era de se esperar que ela estivesse deitada em sua cama. E como ele estivera tampando a visão da porta com o próprio corpo, e não chegara a beija-la, era impossível que a bruxa entendesse a situação que eles se encontravam. Mas a medibruxa olhava-o espantada.

Ele já ia levantando para insultar a falta de eficiência da medibruxa, quando sentiu a mão de Hermione em seu ombro. Ela olhava-o no rosto e tinha um ar de divertimento... A moça apontou para sua cintura, mas sem tirar os olhos dos olhos do bruxão. Então, ele lembrou-se que estava só de toalha.

Na verdade, olhando para baixo, para seu completo desespero, ele estava quase sem a toalha. Pela graça de Mérlim, suas partes baixas não estavam à mostra, mas uma parte da toalha caia em sua virilha, revelando uma de suas coxas nuas, que atestava que o bruxão não estava com nenhuma roupa por baixo da toalha.

- Mas que Mér... Mérlim! – Disse o bruxo irritado – Como se uma já não me bastasse!

E ajeitou a toalha em volta do corpo novamente. A medibruxa permanecia estacada à porta do quarto. Então o bruxão disse:

- Eu estava saindo do banho quando a senhorita Granger invadiu meus aposentos, e como se não bastasse, decidiu rachar a cabeça na minha presença. Então eu à socorri... E agora pouco eu estava concertando o corte na cabeça dela. Não tive tempo para me trocar horas! – vendo que a medibruxa, mais calma, agora o olhava admirada, ele disse – Se vocês não pararem de me olhar assim, eu juro que jogarei um feitiço de memória tão forte em vocês, que depois que eu terminar vocês vão esquecer até que andaram sobre duas pernas um dia! – Disse o bruxo extremamente irritado com os olhares das bruxas do quarto.

– Agora me dêem licença. – Disse o bruxo pegando umas roupas negras num armário no outro canto do quarto e dirigindo-se ao banheiro.

Quando voltou estava totalmente vestido, mas viu apenas a medibruxa esperando-o na ante sala. Hermione já tinha ido embora. A medibruxa disse-lhe que a moça estava bem, e que fez um feitiço para tirar o galo e ministrou uma poção contra tontura e dor. Ponfrei disse também, que a bruxinha tinha deixado-lhe um recado no caderno em cima da escrivaninha, e com isso saiu dos aposentos do professor.

“Afinal essa bruxinha é uma cabeça dura mesmo” – pensou Snape pegando
o bilhete.

*****
"Professor, estou realmente arrependida do vexame que lhe causei na ocasião do almoço na casa do Ministro. Gostaria que aceitasse minhas sinceras desculpas.
Sinto muito pelo transtorno que lhe causei hoje também.
Hermione Granger."
Ps.: ‘Já que o senhor gostou tanto do meu perfume, eu deixei o frasco que carrego na bolsa em baixo de seu travesseiro.
*****
Snape terminou de ler a carta, foi até a cama, e pegou um frasco azul, que continha um restinho de perfume. Abriu-o e cheirou, não tinha o mesmo cheiro inebriante que ele sentiu no pescoço da bruxa, então em seguida ele jogou algumas gotas no travesseiro em que a moça esteve deitada, e cheirou o travesseiro. Daquela forma o perfume se aproximou mais do odor delicioso que se desprendia dos poros da bruxa.



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COMENTEM! COMENTEM! COMENTEM! COMENTEM!
Preciso saber se vcs tão gostando!

AFFE!
Aushuahsuhash
Eu adoro torturar o pobre Snape!
Esse capítulo ficou um pouco mais longo, mais foi necessário, pois marcou a aproximação e o desejo de um pelo outro.
Eu estava conversando com um amigo que lê as minhas fics, e ele disse que eu não consigo escrever no estilo novelinha, porque todos os cap. tem um inicio um meio e um fim, e que dessa forma fica parecendo contos sobre uma mesma história...
Bom, sei lá... Nem sei pq eu tou contando isso pra vcs ...
^^’
Nham @__@’
NOTA:
O nome desse capítulo é uma referencia à uma música do Pato fu, que tem o mesmo nome. A musica é em espanhol, mas acho que dá pra entende o contexto. Bom ae vai a letra...
(eu escrevi o cap. ouvindo essa música *__*)

Hoy en mi ventana brilla el sol
Y el corazón se pone triste contemplando la ciudad
Porque te vas
Como cada noche desperté pensando en ti
Y en mi reloj todas las horas vi passar
Porque te vas
Todas las promessas de mi amor se irán contigo
Me olvidarás, me olvidarás
Junto a la estación lloraré igual que un niño
Porque te vas, porque te vas (3x)
Bajo la penumbra de un farol se dormirán
Todas las cosas que quedaron por decir se dormirán
Junto a las manillas de un reloj despejarán
Todas las horas que quedaron por vivir esperarán


Snape virgem pra todas! =D~~~
e uma Hermione safadinha pros minus...¬¬'

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