Problemas no Ministério



- Rony... Acorda! - Hermione sacudiu o amigo levemente pelo ombro para fazê-lo despertar. Rony grunhiu e piscou os olhos lentamente.
- Mionee... - sussurrou com a voz engrolada. - Que horas são?
- Quase seis... Harry... - a garota também sacudiu Harry levemente pra que esse acordasse.
- SEIS? Ah, qual é, Mione... Você só pode estar brincando! - Rony virou de lado e se cobriu até a cabeça.
- Ronald! Levanta, a Ordem quer dar um aviso. - Hermione prendeu a respiração. Rony abaixou o cobertor, mostrando a cabeça vermelha.
- O que houve? - Harry se sentara na cama, para ouvir. O garoto colocara seus óculos e tinha os olhos arregalados. Hermione sentou na cama de Rony, com um ar desolado.
- Olha, eu não sei, mas, Tonks me acordou essa manhã e parecia muito preocupada. Mencionou algo sobre o Ministério e mandou eu acordar vocês porque Lupin e Moody estavam esperando lá embaixo. - Hermione mordeu os lábios. - Não sei o que pode ter acontecido, mas, espero que não seja nada tão grave. Talvez o Ministro tenha dado um comunicado importante ou algo assim, mas, não sei... Francamente não sei.

10 minutos depois, Harry, Rony e Mione desceram, vestidos e completamente apreensivos.
Lupin, Tonks e Olho Tonto encontravam-se sentados na mesa do café com olhares extremamente preocupados. Os garotos não se sentaram.
- Bem... - Lupin começou, indicando uma cadeira. - acho melhor que se sentem. - Hermione sentou-se entre Rony e Harry. Lupin pigarreou. - Em primeiro lugar, quero avisar Rony, que sua família toda está vindo para cá neste exato instante e que Hermione, seus pais foram mandados para a Escócia por Olho Tonto para maior segurança deles.
Hermione engoliu em seco e Harry pôde senti-la estremecer ao seu lado. Lupin trocou um olhar com os demais e suspirou:
- Essa noite, o Ministro da Magia foi morto. - Os três ficaram boquiabertos.
- Como assim? - Harry exclamou. - Voldemort invadiu o Ministério?
- Parece que sim, Harry. Noite passada, Voldemort invadiu a cabine do Ministro enquanto alguns Comensais dominavam outros membros de outros cargos.
- Papai! - exclamou Rony. - Percy! Eles... eles estão bem?
- Sim, Rony, fique tranquilo. Eles não foram tocados. - Rony suspirou de alívio. Mas, Hermione interrompeu Lupin.
- Professor, o que Voldemort queria com o Ministro?
- Ora, Hermione, sem o Ministro da Magia e sem Dumbledore o mundo bruxo fica quase sem defesa alguma. Será desencadeado o caos a partir de hoje. Depois da morte de Lily e James, Harry... Nunca pensei que voltaria a ver tempos como esses. Nunca imaginei que Voldemort voltaria dessa maneira. Tudo isso me parece um flashback do passado, um mal sonho, e procurando evitar que o pior aconteça se formos atacados, decidimos que vocês precisam de treinamento mágico urgente.
- A partir de amanhã. - Tonks interrompeu. - Vamos ensinar todas as azarações e formas de defesa que sabemos á vocês. Sirius tinha muitos livros de feitiços por aqui e se Monstro não os escondeu, eles também serão muito úteis pra nós. Achamos que não corremos perigo aqui, no entanto...
- No entanto, Bellatrix pode ter alguma idéia brilhante que traga os Comensais para cá, sem mencionar que eu acho que devíamos sair para pegar esses desgraçados! - Olho Tonto deu um soco na mesa com fúria. - Devíamos estar lá agora Remo! Prontos pra eles. Prontos pra colocar cada um daqueles malditos em Azkaban!
- Calma, Alastor... Ainda é muito cedo para uma atitude dessas. No futuro, quando os garotos estiverem prontos, podemos nos arriscar um pouco mais. Mas, por agora, eu recomendo que tomemos o café da manhã em paz. Amanhã o dia será cansativo e temos que preparar tudo pra quando os Weasley chegarem.
Comeram em silêncio. Harry sentia como se pudesse tocar a tensão com as mãos. Apesar de tentarem parecer displicentes e travarem pequenos diálogos enquanto devoravam seus ovos fritos, o nervosismo permanecia á flor da pele.

Após o café, Lupin e Olho Tonto saíram para mandarem avisos á outras pessoas da Ordem e colocarem um novo reforço de feitiços protetores em volta da "Mui antiga e Nobre Casa dos Black", agora de Harry. Ele mesmo tentava refrear a alegria que sentia por saber que iria rever Ginny depois de quase duas semanas de confinamento. Ainda não sabia o que iria fazer quando a visse, mas, por agora, tomaria um banho. Rony, por sua vez, tinha subido ao quarto dos dois para trocar de suéter (Aquela se manchara de molho) e encontrara Mione sentada perto da janela, com lágrimas nos olhos.
- Mione... - Ele se aproximou, sentando-se ao lado dela no peitoril de madeira. - Qual o problema?
A garota levou um tempo para responder, e quando respondeu tinha a voz levemente embargada:
- Estou muito preocupada. Quero dizer, seus pais vêm pra cá agora, já estão á caminho, enquanto meus pais, estão longe e sozinhos... Eu...
- Mione, Você-sabe-quem não tem porque fazer mal ao seus pais. Ele simplesmente não pode sair matando todos os trouxas do mundo.
- Como é que você sabe? E se ele recuperar a ascensão de anos atrás? E se ele conseguir mais servos? Sem Dumbledore e sem o Ministro, o mundo virará um caos... Quem sabe o que ele pode fazer! Talvez... Talvez eu devesse ir ficar com meus pais... - Ela disse isso e abaixou a cabeça com tristeza, olhando para as mãos em cima dos seus joelhos. Rony ficou em silêncio por alguns instantes, chocado, e então falou:
- Eles vão ficar bem, Mione. E se estiver tão preocupada, traga eles pra cá, no entanto, acho que correm muito mais risco se ficarem entre bruxos. - Como Hermione continuasse em silêncio ele continuou. - Não vá. Nós precisamos de você aqui. Eu preciso de você aqui. - Rony sussurrou a última frase e desviou seu olhar para a paisagem lá fora. Suas orelhas e bochechas estavam vermelhas. Ainda estava mirando a paisagem, quando sentiu a mão de Mione cobrir a sua.
- Está bem. - Os dois sorriram levemente um para o outro, quando Harry apareceu, vestindo uma calça jeans e suéter e com os cabelos molhados. Ele deu uma olhada detalhada nos dois e viu que suas mãos estavam entrelaçadas:
- Ahn... - Ergueu os olhos, ansioso. - Seus pais já chegaram, Rony?
- Não. - Rony e Hermione soltaram as mãos quando ele se levantou. - Devem chegar daqui a uma meia hora ou menos, segundo o Moody. - Ele abriu a maleta surrada que levara para lá e tirou uma suéter Weasley de dentro. - Parece que um colega de trabalho do papai no Ministério, mandou uma coruja pro professor Lupin, avisando que nessa ou na próxima semana também vem buscar refúgio aqui e se juntar a nós. - Tirou a suéter suja e vestiu a limpa, de modo muito desajeitado. Harry e Hermione ficaram em silêncio, ambos imersos em pensamentos.
- Harry... - Mione quebrou o silêncio. - Você sabe... Ginny também está vindo pra cá...
- Eu sei. - Rony chegou mais perto deles.
- Vocês vão... Você vai..? - Ele perguntou, mas, Harry apenas permaneceu em silêncio, observando as árvores se agitarem lá fora com a brisa.

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