A decisão de Lupin.



O coração de Hermione deu um salto e pareceu parar de bater. Sua boca ficou seca. Lilá ali? Aquela Lilá? Justo quando... Quando tudo parecia estar bem...
Lilá tinha o rosto manchado de lágrimas, e o cabelo loiro fora repartido em duas tranças. Após olhar demoradamente para Hermione, ergueu seus olhos pra Rony, com os lábios tremendo ligeiramente:
- Rony... - E antes que Hermione pudesse se preparar pra isso, a garota se lançou nos braços dele, colando seus lábios nos do garoto. Por um instante, Hermione achou que iria desmaiar, mas, felizmente Ginny estava ao seu lado para ampará-la quando seus joelhos deram uma falhada.
- Mione... Vem, vamos dar o fora. - Ela segurou a mão da garota com força, levando-a de lá. Harry lançou um olhar exasperado para as duas, mas, uma coisa o impediu de segui-las. Queria ouvir o que o pai de Lilá tinha a dizer.
Enquanto Lilá devorava Rony com os lábios, Harry via as mãos do amigo penduradas ao lado do corpo e por um momento sentiu pena dele. Vira quando ele e Hermione desceram de mãos dadas pela escada. E era uma pena que após tanto tempo sem conseguirem se resolver, acontecesse uma coisa dessas quando pareciam estar bem.
- Calma, calma, Chris! - exclamou o Sr. Weasley balançando as mãos. - Conte tudo muito bem!
- Ora, Arthur! Não me peça calma quando meu sobrinho acabou de ser assassinado!
- Assassinado...? - Harry disse, dando alguns passos na direção deles. Lilá agora soluçava no ombro de Rony, que parecia totalmente desnorteado e infeliz. O homem virou-se para Harry, com os olhos arregalados:
- Harry Potter.
- Sim. O Sr. dizia que seu sobrinho foi assassinado...
- È... é. - O pobre homem parecia estar passando mal. - Ele trabalhava no Ministério quando ocorreu aquele incidente da morte do Ministro. Esteve desaparecido... Desde aquele dia. Essa manhã o encontraram morto em um dos corredores do Departamento de Mistérios.
Lilá deu uma soluçada. Todos olharam pra ela. Rony arregalou os olhos pra Harry, como que pedindo ajuda:
- Ele... Ele morava conosco. - Ela sussurrou. - Nem pude... pude dizer Adeus. - E novamente desabou nos braços de Rony. O garoto, segurou-a com uma cara de terror.
- È. È... Arthur, isso não pode continuar. Não pode. - O Sr. Brown estava tão pálido quanto Lilá. - Precisamos reunir as pessoas que estão do nosso lado e lutar logo de uma vez. Estão morrendo pessoas todos os dias. E meu sobrinho merece ser vingado.
- Você tem razão, - disse Lupin. - Já adiamos isso por tempo demais. Algo precisa ser feito. - Tonks chegou pra perto dele com os olhos arregalados. Lupin parecia nervoso. - Sei de algo que podemos fazer. Eu, e Olho Tonto vamos atrás dos lobisomens.
- O QUÊ? - exclamaram Harry, Arthur, Molly e Rony enquanto Tonks gritava:
- NÃO! Você não vai! - Ela agarrou os dois braços dele.
Lupin suspirou. - Minha querida, talvez eu não seja atacado por eles. Talvez alguns deles estejam do nosso lado, e precisamos de aliados.
- Tudo bem... Mas, eu vou com você.
- Não. Tonks, você sabe como eles são agressivos. E Molly vai precisar de ajuda aqui.
- Corta essa, Lupin! Não vou deixar você ir sem mim!
- Nymphadora! - exclamou Olho-Tonto de mau humor. - Não é hora de fazer showzinhos! Você não tem a habilidade suficiente para nos acompanhar e vai acabar distraindo Remo de seus objetivos! Fique aqui e cuide dos garotos e da casa... Arthur talvez precise de sua ajuda em questões do Ministério.
Tonks enfiou as duas mãos nos bolsos da frente da calça jeans rasgada que usava. Seu queixo tremia.
- Certo, seu velho rabugento, vou ficar aqui. - Ela balançou a cabeça num gesto triste e virou as costas, subindo as escadas correndo. No andar de cima uma porta bateu e o quadro da mãe de Sirius começou a berrar. Lupin pareceu extremamente triste e passou a mão pela testa, com o olhar distante.
- Remo. - Olho-Tonto murmurou. - Sempre lhe disse para não envolver trabalho com amor, isso só dá problemas. Bruxos menos inteligentes que você viram o dever em primeiro lugar.
Lupin enrubesceu e sussurrou:
- Essa não é a melhor hora, Alastor. Vou arrumar minhas coisas. Devíamos partir o quanto antes e você deveria fazer o mesmo.
Mal havia virado as costas para os que estavam presentes, Harry exclamou:
- Professor!
- Sim? - Lupin olhou pra ele.
- Quero ir com o senhor.
- Ora, mas, é o cúmulo! - Olho-Tonto exclamou, batendo a bengala com força no chão. - Estão achando que esta missão é o que, uma excursão para um Parque de Diversões Trouxa???
- Não, Harry, você deve ficar aqui. - Lupin disse de uma forma tão dura, que Harry não insistiu. - Cada um terá sua missão nessa guerra, mas, a sua não é essa. Você sabe disso.
O Professor olhou pra ele com tanta intensidade que o garoto mudou de idéia na mesma hora.
- Tem razão, desculpe, professor.
Lupin acenou com a cabeça, e ele e Olho-Tonto desapareceram pela escada também, da onde a mãe de Sirius ainda gritava.
- Bem, Chris... - murmurou o Sr. Weasley muito abalado. - Venha, vamos almoçar, você parece faminto. Depois resolvemos essa questão do Ministério.
Ele, Molly e Chris foram saindo da sala até que o olhar dele foi parar em Rony e Lilá que ainda abraçava o garoto. Seus olhos azuis piscaram de leve:
- Venha, querida, venha comer... - E demorou-se em Rony. - Você deve ser o namorado da minha filha, não é?
- Ahn... Eu... Eu... - gaguejou Rony, mas, Lilá respondeu antes que ele pudesse terminar:
- Sim, papai... Este é Ronald.
- Hum... Entendo... Bem, prazer Ronald. Minha filha está realmente precisando de você neste momento. Venha, querida... Vamos comer.
E pai e filha saíram, abraçados.
Rony olhou pra Harry, desesperado como o amigo jamais vira:
- E agora, o que eu... o que... a Mione... eu.... - Os lábios dele tremiam tanto que mal conseguia falar.
- Rony, é melhor dar um jeito nisso. - Harry interrompeu-o, com pena do amigo. - Ou não vai mais ter volta.
- Harry... estou ferrado. - Ele colocou as mãos na cabeça, sentando-se na poltrona mais próxima com a voz extremamente aguda.
- Você realmente está.

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