Capítulo VI



A sala era circular e suas paredes eram de pedra e continham correntes onde prisioneiros algum dia foram trancados e torturados, assim como ela. Uma porta de ferro com um brasão onde uma espada atravessava a caveira com a boca aberta, de onde saia uma cobra. Não conhecia aquele lugar, mas teve certeza que estava no subsolo de alguma mansão, pois as paredes também eram úmidas. Hermione ergueu sua cabeça para olhar sua algoz. A comensal sorria cruelmente para ela, feliz em ver a dificuldade como que a garota respirava e as feições que denunciavam a dor que sentia. Hermione sabia que o sofrimento de qualquer ser, principalmente os nascidos trouxas, como ela, divertia Bellatriz. Mas se a comensal estava a espera de pedidos de piedade ou de crises de choro, iria se cansar. Por mais que cada centímetro de seu corpo urgisse de dor, por maior que fosse sua ânsia de ficar livre das correntes, ela jamais daria o gostinho de humilhar-se perante Bellatriz.

- Doeu sangue sujo?- zombou a comensal. Hermione sorriu cinicamente.

- Bem, acho que quebrei minha unha. Uma tragédia não? – o sorriso da comensal se desvaneceu. Aproximou-se perigosamente da mulher e num gesto súbito agarrou seus cabelos com força, obrigando Hermione a erguer mais a cabeça. A encarou e disse secamente.

- Acha engraçado está aqui não é? Deve estar sonhando com o lindo momento em que o “Pottinho” vai salvá-la! –

Hermione sentiu um arrepiou incomodo.

– Está mau acostumada! Ele sempre salva a garotinha sangue ruim! – baixou a voz até a altura de um sussurro – Mas não desta vez... Nenhum deles espera pelo que vai acontecer!

- Do que está falando?-indagou Hermione, com uma sensação ruim.

- Algo que tornará minha vingança muito mais deliciosa. Mas para isso, preciso do artefato e você vai me ajudar a tê-lo – a comensal fixou o olhar nela.

- Você realmente acha que temos este artefato não é? Nem sabemos do que se trata.

- Sabem sim. Meu querido sobrinho o tem, afinal, foi ele que o roubou.

- Você não tem como ter certeza – afirmou Hermione.

-Correto. Mas não vou demorar muito para saber – sorriu enquanto se encaminhava em direção a porta.

Presa e sem ter como escapar, sentindo as pernas tremerem e a cabeça doer, restou a Hermione rezar para que Harry e a ordem da fênix conseguissem impedir os planos de Bellatriz.



Som de vozes o fez despertar aos poucos. A cabeça doía, mas a cicatriz não parava de formigar um só momento. Abriu os olhos e tentou focalizar o local que estava em vão. Não estava com os óculos. Tateou uma mesinha de centro até que o encontrou. Pôs as lentes e tudo entrou em foco novamente. Harry estava sentado no sofá da sala de estar da Toca. Olhou ao redor para descobrir de onde viam as vozes que o acordaram. Percebeu que vinham da cozinha então caminhou em direção dela. As vozes ficavam cada vez mais altas e ele pode entender o que conversavam.

- Tenho certeza que você está metido no seqüestro dela! – era Rony.

- Você só pode estar brincando! Nunca faria isso com ela. – uma voz conhecida retrucou.

- Não entendo por que ela estaria naquele parque então! – insistiu o ruivo.

- Que tal você pensar no que fez a ela! Alguma coisa aconteceu para ela estar lá tão cedo! O que houve no jantar? Responde-me Weasley! – irritou-se o outro.

- Não vou te dizer nada! – o rapaz se irritou.

- Parem os dois! – pediu o S. Weasley.

Quando chegou ao ambiente, viu que o Sr. e a Sra. Weasley tentavam parar com uma discussão entre Rony e Draco. “Draco?” Mas o que ele estava fazendo lá? Foi quando as lembranças de poucos minutos atrás voltaram. Draco entrando na sala. Hermione morando com ele na França. Draco falando do seqüestro de Hermione. “Hermione!” O sonho... Uma sala com paredes de pedra e correntes. Um brasão esquisito. Sua amiga acorrentada, recebendo uma maldição imperdoável. Entrou na cozinha, angustiado.

- Temos que ajudar a Mione! – falou rapidamente assustando todos.

- Harry querido, você desmaiou, não está bem. Precisa descansar... – começou a falar a Sra. Weasley, mas Harry não lhe eu atenção.

- Estou bem. A única coisa que preciso é achar Hermione. – olhou para Malfoy e disse com firmeza – Não quero saber o motivo pelo qual a seqüestraram, só quero resgatá-la. E você vai me dizer como posso fazer isso.

Draco o encarou e deu um suspiro triste.

- Não sei como – disse.

- Não? – harry o fitou com raiva – Pelo que nos contou, sua tia disse que você tem algo que ela quer.

- E-Eu não posso... – o loiro falou baixinho.

- Ora Malfoy! Não me faça perder a paciência com você! Diga de uma vez! – dessa vez foi Rony quem falou. Harry percebeu que o amigo estava com o rosto corado de certo pela pergunta de Malfoy. Tinha que admitir que o amigo estragou o jantar com suas palavras nada agradáveis, mas com certeza ele estava preocupado com Mione. Lá no fundo, ele também sentia falta da amiga.

- Ela me fez prometer... Nunca me perdoaria se eu entregasse a Bellatriz.

- Olha Malfoy, eu sei o que é prometer algo para Hermione, fiz isso muitas vezes. Sei que ela nos faz prometer de um jeito que não temos como fazer ao contrário do que ela propôs. Mas estamos falando da vida dela. Se você a considera tanto quanto nós, tenho certeza que não deixará de nos ajudar. Afinal, Hermione corre perigo e precisa de todos, inclusive de você.

Draco sabia do que Harry estava falando. Passou três anos convivendo com a garota. Estava preocupado com ela, mas sabia que sobreviveria. Ele asseguraria isso, nem que precisasse morrer para que ela não sofresse mais. Na verdade, não queria admitir que seu maior medo era o que aconteceria depois do salvamento.

- Não sei por onde começar a procurar – falou baixo.

- Desmaiei porque escutei alguém gritando – disse Harry de repente, todos olharam para ele – acho que foi Hermione.

Draco murmurou um palavrão.

- O que mais você viu? – perguntou Rony.

- Ela estava acorrentada num lugar com paredes de pedra... – Harry tentava se lembrar mais do sonho - e tinha um desenho esquisito... Um tipo caveira e uma espada...

-O que disse Potter? – perguntou o loiro de repente.

- Ora, o que você ouviu! Não sei o que significa, mas vi uma caveira e uma espada...

- Você disse uma caveira e uma espada?-perguntou Draco alarmado.

- Falei sim Malfoy. Por quê?- indagou Harry impaciente. Draco não respondeu.

- Por acaso a espada atravessava a caveira?-perguntou o loiro.

- Sim, atravessava. Mas como... – Draco o interrompeu.

- E da boca dela saia uma cobra? – seu rosto estava sério.

- Saía. Como você sabe disso? – interessou-se Harry. Malfoy encarou e seu olhar demonstrava preocupação.

- Acho que sei onde Hermione está.



Passos ecoava pelo lugar praticamente deserto. Hermione levantou o rosto para olhar quem estava se aproximando. A porta foi aberta bruscamente e por ela passou duas pessoas. A primeira era sua raptora, Bellatriz Lestrange que exibia um sorriso cruel. A segunda pessoa era um homem alto e com cicatrizes no rosto. Hermione não o reconheceu no primeiro momento, mas quando o comensal falou, ela sentiu o corpo gelar de medo e seus músculos ficaram tensos.

- Ora, não é que ela sobreviveu mesmo? – falou com frieza – Para uma sangue ruim, você é bem forte!

Hermione ainda não podia acreditar que Antônio Dolohov estava na sua frente. Ainda lembrava da dor que sentiu pela maldição que ele lê lançou no quinto ano quando ela, Harry, Rony, Neville, Luna e Gina foram ao Departamento de Mistério pensando que estavam a resgatar Sirius. A farsa de Voldemort e o ataque do comensal quase causaram a morte de Hermione que passou vários dias para se restabelecer.

- Você deveria estar preso em Azkaban – falou a garota com firmeza.

- Sim, eu deveria. Principalmente depois do que aconteceu no ministério. Só que não pude deixar de aceitar o convite de Bella para participar de um plano tão engenhoso.

- Você fugiu – afirmou Hermione. Dolohov sorriu com amargura.

- Exatamente. Alguns dementadores não são facilmente manipulados pelo ministério. Para garantir ajuda, é só oferecer um pouco de diversão. Algumas pessoas das quais eles possam sugar a alma e pronto! Liberdade!

- Não vão conseguir.

- Será que não? – ele desdenhou - Para quem está presa, você é bem otimista.

- Ela é bem resistente Dolohov! – zombou Bellatriz – Muito mais do que parece. Você não concorda que um pouco de sofrimento diminuiria essa resistência?

- Oh! Claro que sim! – ele começou a se aproximou da garota, analisando-a. Encostou a boca perto do ouvido de Hermione e ela pôde sentir seu hálito fétido – Embora ache que a hora não seja essa. Logo o momento certo chegará e não vai ter maneira do Potter proteger você nem a si mesmo.

Comensal deu as costas e caminhou rapidamente para a porta. Bellatriz seguiu. Hermione ficou sozinha com seus pensamentos percebeu que as coisas estavam piores do que ela imaginou quando aceitou voltar a Londres para solucionar o caso dos ataques aos membros da Ordem da Fênix. Pensando bem, era muita coincidência que os ataques não estivessem mais acontecendo. Um pensamento repentino passou por sua mente. “Se pararam os ataques assim que voltamos, é porque sempre souberam que o Draco tinha o artefato. Os ataques foram só uma isca para que voltássemos ao país.” Lágrimas chegaram a seus olhos quando imaginou toda a dor que os comensais provocariam se conseguissem o objeto. Se pelo menos pudesse escapar, contaria ao senhor Weasley sobre os dementadores e o pouco que sabia sobre os planos de Bellatriz, mas era impossível sozinha e machucada como estava. As lágrimas começaram a correr diante de sua impotência. “Harry preciso de você.”




Harry nunca tinha visto um lugar tão opressor. As altas paredes de pedra escurecidas pelo tempo e por falta dos cuidados dos donos, que há um pouco mais de três anos não habitavam mais suas dependências, dava calafrios. As grades de ferro estavam oxidadas, mas o brasão da família Malfoy estava bem visível. A floresta densa próxima da mansão não melhorava em nada o aspecto sombrio do local. Olhou para Draco. Harry sabia que rever sua antiga casa despertaria muito rancor em Malfoy, mas ele se recusava a demonstrá-lo no momento. O rosto fino tentava não transparecia nenhuma emoção.

Desviou o olhar do loiro e focalizou seu melhor amigo. Rony parecia um pouco nervoso e agitado embora em momento algum tenha pensado em não acompanha-lo na busca por Hermione. No fundo, Harry sabia que o amigo queria obter as mesmas respostas que ele. Rony sentia-se traído tanto quanto Harry se sentiu ao descobrir que a amiga passou três anos ao lado do garoto que os humilhou durante sete anos de suas vidas. Porém, o moreno achava que este não era o único motivo. Tinha medo que Rony ainda sentisse por Hermione e o mesmo que ele sentia. Não ia suportar saber que disputava o amor dela com o melhor amigo. Sacudiu a cabeça, tentando afastar seus pensamentos para concentrar-se no resgate de Hermione. Depois teria muito tempo para conversar com ela.

Draco não pôde deixar de se sentir mal com a vista de sua antiga casa. Lá, viveram os piores anos de sua vida. Nunca teve o amor do pai e este não queria que ele tivesse amor por ninguém. Lucio o ensinou a esconder os sentimentos muito bem. Não admitia que o filho único se mostrasse um fraco e o criou com mais rigor que o normal, dispensando qualquer demonstração de carinho para com ele. Voltar era algo que nunca imaginou fazer, muito menos naquelas circunstancias. “O que eu não faria por você Hermione?” Olhou para Harry e Rony e não pode deixar de sentir ciúmes. Quando tudo terminasse e ela estivesse mais uma vez segura, ela ia se acertar com os amigos e logo o esqueceria.

- “Não” - Ele se repreendeu - “Ela não é assim. Você sabe muito bem disso. Então por que sinto que vou perdê-la?”.

- Malfoy... – uma voz o tirou de seus pensamentos.

- O que? – falou distraído.

- Como vamos entrar? – perguntou Harry.

- Acho que na podemos entrar pela porta da frente não é? – Rony falou sarcástico como sempre.

- Muito engraçado Weasley! – retrucou Draco – temos que contornar a mansão e entrar pela porta que fica perto das salas de tortura do subsolo.

- Salas de tortura? – espantou-se Rony – Não me admira você ser assim!

- cala a boca, cabeça de fogo! – exclamou o loiro.

- Não tentem me dar ordens, serpente Albina!

- Do que você me chamou?

- Parem os dois! - ordenou Harry – Estamos aqui para salvar a Hermione, não para assistir vocês brigando!

- OK. Vamos encontrar a Mione – disse Rony. Harry percebeu o uso do apelido da amiga, coisa que o ruivo, desde a partida dela, ele se recusava a fazer.

Circundaram a mansão dirigindo-se a um declive situado à direita. Estava em um nível abaixo, quando os três rapazes desceram então puderam avistar uma porta de ferro.

- É ali a entrada? – perguntou Rony. Draco afirmou com a cabeça.

- Vocês não acham que está fácil demais? – desconfiou Harry.

- Concordo. Minha tia não é descuidada. Não deixaria a entrada desprotegida desta forma.

- Será uma armadilha? – pronunciou-se Rony.

- Provavelmente – respondeu o loiro – Precisamos pensar no que fazer.

- Você está querendo dizer que temos que bolar um plano? – disse Rony.

- Claro que estou dizendo isso! Você é muito lerdo Weasley.

- Ora sua cobra...

- Não comecem novamente! – irritou-se Harry.

- Está bem, Potter! – Draco falou – O que vamos fazer?

- Não sei – o moreno disse desanimado.

- Nem vem Potter! E todas aquelas aventuras que o famoso trio viveu? – indagou o loiro.

- A Mione é que bolava todos os planos e teorias. – Harry sorriu lembrando das idéias da amiga – Sem ela, eu não estaria vivo.

Draco não gostou da forma que Harry falava de Hermione. Os ciúmes não tardaram a aparecer e ele preferiu voltar a pensar no problema que tinham de enfrentar.

- Não é possível que você não tenha aprendido nada com ela Potter – voltou-se para Rony – Você também Weasley. Pense em algo!

Os três começaram a pensar em como poderiam entrar na mansão sem ser percebidos, evitando um confronto com comensais. Alguns minutos se passaram até que Harry anunciou som um sorriso nos lábios.

- Acho que tenho uma idéia.

Continua...

N/B: UUUUUUUUU... Chegou o dia que vou suar nessa fic! Hehe... Brincadeira! Olha a responsabilidade de escrever nessa fic! Bom... Adoro essa fic, não só pelo fato de eu ser a beta, mas também porque eu convenci Monique de escrevê-la. Sinceramente acho que ela demora muito para atualizar e que nos deixa muito ansiosos para saber o que acontecerá no próximo capitulo, mas fazer o que né! Ah... Sabe acho que a capa da fic esta muito fraquinha... (Fui eu que fiz as anteriores.) Devemos colocar outra? Nick é uma ótima escritora e uma boa amiga (voz de narradora), serião gente, ela é ótima, tirando que ela assassina o português de vez em quando, mas isso é normal. Bem Nick continue assim, que você esta no caminho certo rumo ao desconhecido! Hehe... BjOoO

N/A: Lá vou eu me desculpar novamente!Não quis demorar, juro! Mas crise de inspiração acontece com todo mundo e comigo então nem se fala! Ei Nety! Me dá um desconto! Você sabe que só vivo na correria. É estágio, faculdade, casa para tomar conta... Moro com meu irmão e uma amiga e sou eu que resolvo tudo! Tenho que organizar tudo: contas, compras e horários... Se eu parar para revisar o capítulo, enlouqueço! Se já demoro a postar normalmente, imagina se me preocupar com isso? Por este motivo tenho você! Rsrsrs Obrigada pela voz de narradora! Bom, vamos aos agradecimentos!

Diego: Amigo lindo!!! Não maltratei sua querida e amada salve salve Hermione. Lembra que ela também é meu personagem preferido? Pois bem. Talvez no próximo, ela sofra só um pouco, mas tenho certeza que ela dá conta! E, como sempre, vai ter a resposta para todas as questões! E O Harry heim? Ta com ciúmes pra caramba e vai ter mais, acho... O Draco deve se encarregar disso. Rsrsrs No final, tudo se acerta! Obrigada por comentar tá? Toda vez que leio seus comentários fico pulando de alegria! Você sempre me anima! Pense numa pessoa de sorte que sou. Ter amigo como você é um presente divino. Sabe que torço muito por você né? Beijos!

Paulinha Mark’s: Oi Paulinha! Você tem razão. O Harry e o Rony são dois cabeças duras. Mas dá um desconto. A Mione, por melhores intenções que tenha, realmente não deu muitas explicações. É natural que eles não entendam a partida dela muito menos ao lado do Draco. Obrigada por comentar! Espero que goste do novo capítulo!

Andréa Pismel: Oi!!! Não é que arrumei uma fã? \o/\o/\o/ Concordo com tudo que você falou. Eles estão magoados, mas vão entender. A Mione realmente é muito racional, mas acima disto está o amor dela pelos amigos e por uma pessoa em especial. E, por eles, ela é capaz de tudo. Pode me perturbar a vontade. Pelo menos sei que gosta realmente da fic. Beijos e comenta tá?

Binks Granger Potter: Oi Binks! Que bom que gostou! Fico feliz, já que sua fic é ótima e ter um elogio seu é uma honra. Nossa beta é demais não é? A Nety é sem explicação! Rsrs Obrigada por comentar. (Nossa, adorei o Harry e a Hermione se entendendo! Que reconciliação heim?)

Poly Figueiredo: Poly! Conterrânea! Sua fic tá linda! Estou amando! Ainda bem que você está gostando da minha. Obrigada pelo comentário! Me conta o que achou deste. Beijos!

Nety Obrigada mais uma vez por betar e me cobrar os capítulos. A Arte da sedução está linda e eu não me canso de repetir que adoro ser sua beta! Adoro você!


Bem, o capítulo está postado e estou à espera de muitos comentários. Espero que tenham gostado e até o próximo. =***


Nick Granger Potter

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