Perdendo a sanidade



DISCLAIMER: Reconheceu é da J.K.Rowling. Não reconheceu... é meu!
AVISO: É uma história slash, se não gosta, não leia, mas é antes de mais nada um romance, daqueles melosos... toda construída sob o ponto de vista de algum personagem. O uso dos termos originais ou da tradução para o português variou conforme a forma que soaram na minha cabeça ...

Simplesmente desconsiderando o último livro...


Capítulo 8 – Perdendo a sanidade

POV REMUS
Voltei da reunião bem tarde, esgotado, mas feliz. Minerva quase explodira de orgulhos da Hermione, mas também quase nos enforcou por permitir que dois adolescentes participassem de um feitiço tão complexo. Somente quando Moody, de forma quase cruel, colocou que somente eu estaria “ferrado” se eles falhassem, ela pareceu se acalmar. Claro que ela ficou com ladainha um tempo, mas acabou relaxando.
Subi para ver o Sírius e tomar um banho e como ele estava dormindo fiquei algum tempo na banheira. Quase dormi ali, mas algo me agitou e saí com pressa. Ainda sem camiseta fui pro quarto, por sorte.
Sírius estava agitado, suando profusamente e murmurando algo. Fiquei apavorado e corri até ele, tocando-lhe o rosto com as duas mãos. Ele me chamava e pedia para eu tirá-lo dali. Não consegui me conter. Chorei.
― Sírius, acorde, vamos! Estou aqui, acorde!
Puxei seu corpo e abracei com força. Acho que ele acordou nesta hora pois parou de se debater e correspondeu ao abraço.
― Fique calmo, Padfoot! Estou aqui e não vou sair.
― Eu sei! Você sempre esteve! - sua voz era rouca e seu abraço, apertado. Ficamos assim muito tempo e não sei quem soltou quem.
― O que houve? - perguntei preocupado.
― Pesadelo...
― Com o véu?
― Não! Azkaban!
Enxuguei as lágrimas do meu rosto e do dele. Pela resposta curta sabia que não queria falar do assunto.
― Vou preparar a banheira pra você, vai ajudar...
Ele sorriu e eu fui. Sabia que minha tortura ia recomeçar. Banho, loção, massagem, Sírius nu na minha frente, lobo enlouquecendo. Pronto! Estava perdendo a sanidade de vez. Onde foi parar a minha muralha?
Quando o coloquei na banheira seu prazer pelo contato com a água foi visível.
― Moony... Por que tá cuidando de mim?
― Porque você é meu amigo! - pergunta idiota.
― Não... por que não faz isso com magia?
Meu coração doeu.
― Te incomoda que eu te toque?
― Claro que não, Moony! Não seja estúpido! - não entendi a reação – Só não quero que fique esgotado e... pra ser sincero... foi horrível ser trazido por feitiço pra cima. Senti falta da segurança do seu colo!
Agradeci mentalmente que ele estivesse de olhos fechados. Eu estava mais vermelho que os cabelos Weasley.
― Você consegue se esfregar sozinho? Vou buscar o seu jantar...
― Só não vou conseguir sair daqui... Droga! Sinto-me um inútil...
― Calma, Padfoot! É por pouco tempo... só alguns dias...
― Vou tentar ter calma e... er... Moony?
― Hum?
― Janta comigo?
Concordo com um sorriso que não consigo evitar. Saio, pois preciso me recuperar, respirar. Quando chego à cozinha Gina e Harry haviam preparado a bandeja para duas pessoas. Sabiam que eu ficaria tanto tempo quanto possível ao lado dele.
Tirei-o do banho, fiz-lhe a massagem e jantamos em silêncio. Eu imerso na minha tentativa de controle e ele... sabe-se lá, onde.
Quando eu o acomodava pra dormir ele ainda estava estranho. Seu olhar perdido, longe. Fiquei preocupado, achando que era algum efeito do véu, já que, afinal de contas, não sabemos quais efeitos ele tem...
― Sírius... tudo bem?
Ele me olhou e havia tanta tristeza naqueles olhos que não suportei. Peguei sua mão e a segurei entre as minhas. Ele deu um meio sorriso encabulado mas não a tirou. Só suspirou, fechando os olhos.
― O que tá havendo, Padfoot? Me fala pra eu te ajudar...
― O pesadelo...
A voz dele estava embargada. Poucas vezes o vi assim.
― Quer me contar?
― É o mesmo de sempre... Uma lembrança daquele lugar... Nada mudou...
― Você já tinha antes do véu?
Fiquei chocado com a minha falta de sensibilidade. Estava tão ocupado ficando longe dele que nunca notei que ele tinha pesadelos. Meu coração voltou a doer e foi com esforço que contive as lágrimas.
― Quando falei que a certeza da minha inocência me manteve lúcido em Azkaban, eu... eu não falei que a esperança do seu perdão me dava força.
Fiquei atônito ao ouvir isso, não entendia e ele continuou.
― Quando eu me dei conta da merda que tinha feito fiquei desesperado porque... porque Prongs e Lily estavam mortos e você certamente me odiando. De certa forma eu traí você. Passei 12 anos precisando do seu perdão, eu precisava sair dali pra te pedir perdão...
Abracei-o forte e chorei. Nem tentei esconder, só chorei e depois de muito que consegui falar.
― Você não tem que me pedir nada, Padfoot... Eu nem tentei te ouvir, não te procurei... eu também te traí.
― Por favor, Moony, diz que me perdoa, mesmo que você me odeie, me perdoa...
― Sírius... eu nunca odiaria você...
Abracei-o novamente e fiquei brincando com seus cabelos entre meus dedos. Os mesmos cabelos que tantas noites embalaram meus sonhos, minha lama. Queria tirar a dor que ele estava sentindo, não só a física, fazê-lo feliz, mas não sabia como e isso machucava demais.
Ele pareceu se acalmar e o soltei. Fiquei olhando-o um pouco. Tinha um ar triste. Onde tinha ido parar sua alegria, sua impetuosidade e até sua arrogância? Tão perdido que estava em minhas dúvidas que não o vi abrir os olhos.
― Moony... posso te pedir uma coisa, er... delicada?
― Pode...
― Dorme aqui do meu lado?
Só concordei com a cabeça, olhando-o como se olha uma criança perdida. Era isso que ele era neste momento. Uma criança. E eu, seu guia.
Fui dar uma olhada nas “crianças”, como dizia a Tonks. Apesar do horário ainda não haviam ido deitar. Estavam jogando cartas e ouvindo músicas trouxas. Quando olhei o aparelho de CD, Hermione corou e Harry explicou, aos risos, que ela o enfeitiçara. Ele e Rony queriam fazê-lo mas, de acordo com a Gina, teriam posto fogo na casa.
― O que seriam de vocês sem a Hermione? - perguntei divertido.
― O mesmo que os Marotos sem você! Nada! - Rony, como sempre, rápido nas respostas.
― E Remus... Amanhã começaremos nossas pesquisas e... podemos abusar de você?
― Claro, Harry! Estou às ordens! - já subia o primeiro degrau quando parei – Comeram?
― Sim mãe! - Rony respondeu – Escovamos os dentes, tomamos banho e lavamos atrás das orelhas! Ops, não é minha mãe!
Rimos. Era bom ver que, com toda a seriedade do momento, eles ainda conseguiam fazer piadas. Se bem que, estou certo, eles não gostariam de me ver gritar como Molly Weasley. Conseguiria ser bem pior, se é que isso é possível...
Munido de um bom livro, fui pro quarto, preparado para mais uma noite de tortura.

POV SÍRIUS
Enquanto o Remus foi dar uma olhada naquela turminha eu cochilei. Acordei ao sentir seu cheiro ao meu lado. Ele estava de pijama, encostado na cabeceira da cama, lendo. Tão sério, tão concentrado, tão lindo.
Ops! Desde quando eu acho o Moony lindo?
Bom... acho que desde sempre! Eu sempre disse que ele era o melhor de nós, isso devia refletir, apesar da aparência trite e cansada que ele apresentava nos últimos tempos.
Fiquei com meus olhos fechados sentindo seu cheiro e, aturdido, percebendo o quanto ele fora importante na minha vida. As poucas vezes que chorei foram no seu colo e sempre tinha um cafuné pra me acalmar. Me dei conta de como sua opinião sempre foi importante, como eu buscava seu olhar de aprovação e como isso me norteava. Percebi como sempre fiz questão de protegê-lo para que ninguém o ferisse e acabei eu mesmo fazendo isso tantas vezes...
Sua mão pousou no meu cabelo e eu levantei os olhos. Ele continua lendo e parece nem notar que me faz cafuné. Controlo um sorriso e não me movo. Gosto da sensação de ser acarinhado. Relaxo novamente e durmo.
Acordo novamente no meio da noite. Desta vez não foi um pesadelo, mas um doce sonho. Fiquei assustado, mas não posso dizer que não gostei. Eu beijava o Moony e ele retribuia com intensidade. Percebi que eu o abraçava novamente, ele de costas pra mim. Com esforço me viro, mas o calor do corpo dele ainda está ali e as lembranças do sonho também.
Relaxa Sírius, conta até 10 e respira!
Merda Moony! O que você está fazendo com meu juízo já quase inexistente?

POV REMUS
Acordo com Sírius se esfregando em mim. Sua mão está novamente na minha cintura e tenho a impressão que ele está tendo outro pesadelo, ele geme e logo se vira, agora quieto.
Não posso negar que tê-lo tão perto me deixou extremamente excitado. Me controlo, concentrado no fato de que, neste momento, sou todo o apoio que ele tem.
Pelo visto vou tomar muitos banhos frios nos próximos dias. Merlin... Sinto-me podre!

POV SÍRIUS
Já fazem quatro dias que estou de volta e já estou quase bom. Aquela loção é fantástica. Ou serão as mãos do Remus e suas massagens?
Cansei de me confrontar, de me analisar e decididamente estou ficando maluco de vez. O que Azkaban não conseguiu, o meu querido Moony está fazendo!
Nas últimas noites ele dormiu comigo e não tive pesadelos. Cheguei a conclusão de que sua presença calma me conforta, me dá segurança. Agora mesmo ele está dormindo um sono suave e meu braço repousa em sua cintura. Chego a uma conclusão que me parece a mais acertada da minha vida. Preciso falar, senão vou explodir. Minha voz é só um murmúrio.
― Quero passar o resto da minha vida assim!

POV REMUS
Acordei ainda de madrugada com o Sírius murmurando. Não consegui entender o que ele dizia, mas perdi o sono enquanto ele simplesmente continuava apagado. Virei, ficando de barriga para cima e meu coração quase parou quando ele se acomodou nos meus braços apoiando a cabeça no meu peito. Suspirei e não resisti ao impulso de acariciar-lhe os cabelos.
Lembrei-me de Tonks. Ela estava cada dia mais minha amiga. Saber do meu “segredo” só a tornou mais próxima. Fico feliz por isso. Sua companhia é extremamente agradável agora que não preciso me esquivar de suas investidas. Não gostaria de vê-la sofrendo. Algumas vezes ela ri, divertida com meu zelo para com o Sírius. E insiste que eu me declare a ele. Harry também. Mas não vou fazê-lo.
O incrível é que ele parou de perguntar sobre o “resgate”. Pelo que Hermione me falou, eles contaram por cima, junto com todas as novidades. Acho que o excesso de informações chocantes superou sua curiosidade. Rogo que não pergunte mais, não conseguirei explicar...
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Não falta muito agora...
Beijocas

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