Ataque de ciúme?



DISCLAIMER: Reconheceu é da J.K.Rowling. Não reconheceu... é meu!
AVISO: É uma história slash, se não gosta, não leia, mas é antes de mais nada um romance, daqueles melosos... toda construída sob o ponto de vista de algum personagem. O uso dos termos originais ou da tradução para o português variou conforme a forma que soaram na minha cabeça ...

Simplesmente desconsiderando o último livro...


Capítulo 9 – Ataque de ciúme?

POV SÍRIUS
Estou há mais de meia hora na banheira e meu mau humor ainda não melhorou e sei que ele só vai passar quando eu for me deitar e me aninhar no peito do Remus de novo! Parece insano, mas é muito claro para mim...
Acordei esta manhã confortavelmente instalado em seus braços. Nada me pareceu mais correto. Parece que finalmente encontrei o meu lugar no mundo. Mas não tive coragem de falar nada. Se me declarasse de forma confiante ele saberia que Harry havia me dito a verdade. Achei que seria prudente agir com naturalidade e suavidade e levantei-me como se nada tivesse acontecido.
A questão estava em que agir com suavidade não combinava em nada com o Sírius que o Moony conhece...
O dia correu tranquilo. Passamos a manhã na maldita biblioteca dos Black, que a Hermione está devorando, ajudando os garotos em suas pesquisas. Consegui convencer o Harry a esperar eu melhorar antes de partir. Com seu coração mole ele aceitou.
Depois do almoço Remus foi fazer compras. Ele e a Gina se revezam no preparo das refeições. É difícil dizer quem cozinha melhor. A Tonks chegou e ficamos papeando. Antes de cair no véu notei uma pequena “queda” dela pelo Moony. Cutucando um pouquinho soube que ela “desistira” de investir nele. Tive a mais louca idéia da minha vida.
Quando ele chegou, é claro que ela o saudou do seu jeito espalhafatoso de sempre. Pulou em seu pescoço e beijou-o incansavelmente nas bochechas. Nada podia ser mais perfeito.
Chamei o Harry com um grito e pedi que me trouxesse para o quarto. Ninguém entendeu nada quando olhei feio pra ela, despejando-lhe um “boa noite Nymphadora” bem grosseiro. Claro que sei que ela odeia o nome, mas eu precisava demosntrar minha raiva, minha ira. O coitado do Moony ficou estático. Sentimentos como surpreza, mágoa, ira e até vergonha passaram por seus olhos de mel. Doeu fazer isso, mas seria preciso.
Chegamos ao quarto e o Harry ainda me olhava incrédulo, mas sem conversas pedi ajuda pra entrar na banheira. São poucos os movimentos que já consigo fazer sozinho.
Antes que ele saísse, porém, chamei-o e expliquei que depois conversaríamos sobre o que ocorrera. Não queria que seu coração ficasse aflito.
Não demorou nada para o Remus surgir no banheiro.
― O que foi aquilo Padfoot?
O uso do apelido, apesar da indignação que havia em sua voz, mostrava que ele estava sem barreiras pra me ouvir. Meu peito quase explodiu e por um instante pensei em lhe pedir desculpas. Mas não o fiz, precisava seguir com a minha idéia nada suave.
― Aquilo o quê, Lupin?
― Por que aquela saída “delicada”? Por que tratou a Tonks daquela maneira? Lupin?
Bingo! Este é o meu Moony! Totalmente previsível pra mim que o conheço...
― Ficou incomodado pela sua “amiguinha”?
― Por que isso, Sírius, a Tonks só...
― A Tonks, a Tonks... Tá preocupado com ela, volta pra lá!
Ele respirou fundo. Eu sabia que ele estava irado, mas como sempre, contendo-se. Viva o Moony!
― É o que pretendo fazer, no entanto, primeiro gostaria de saber o que...
― ME DEIXA, LUPIN!
― Sí...
― QUAL PARTE NÃO ENTENDEU?
Ele me olha com tristeza e sai sem bater a porta. Apesar da raiva que havia em seus olhos ele se conteve. Só espero que ele tenha entendido corretamente minhas reações.
A dúvida que agora me assola se converte em mau humor. O jeito é tocar a maldita sineta pro Harry me ajudar a sair antes que eu fique pior que um maracujá.

POV HARRY
A cena foi ridícula, mas também cômica. O Sírius teve a maior crise. Depois que eu o levei pro quarto, o Remus subiu e a Tonks teve uma crise também, mas de riso. Eu e o Rony estávamos incrédulos, olhando pra ela que parece ter notado.
― O que foi? Vocês não perceberam?
― O quê? - perguntamos quase em uníssono.
― O Sírius com ciúme do Moony?
Controlamos o riso pois o próprio voltava batendo o pé e a Tonks, na maior cara-de-pau, fazendo-se de magoada.
Preparei uma bandeja pro Sírius e esperei que ele tocasse a sineta. Só quando estou saindo, viro-me pro Remus.
― Quer que eu faça a massagem nele?
Um brilho passou pelos seus olhos sempre tão carinhosos. Um sorriso maroto nos lábios.
― Não, pode deixar que depois eu faço...
Acho que o Sírius vai sentir dor hoje!

POV REMUS
Só me recolho quando todos já haviam ido dormir. Minha vontade era brigar com o Sírius, mas sei que não teria coragem para tanto. Preciso, no entanto, entender o que aconteceu. E sei como fazê-lo falar.
Ele está acordado, mas passo sem nem olhá-lo e vou ao banheiro, trancando a porta ruidosamente. O cheiro dele está impregnado no lugar e meu corpo treme. Tomo um banho praticamente frio e sem pressa. Saio aparentando calma.
Não o olho nos olhos, apenas o acomodo e com um feitiço o dispo para a massagem. Faço-a sem carinho, quase duro e aperto onde sei que vai doer. Noto que ele trinca os dentes mas não reclama. É o meu silêncio que o está incomodando. Mais um pouco e ele vai falar até seus segredos mais perversos.
Depois de vesti-lo e cobri-lo, acendo a lareira e sento-me com um livro na cama de solteiro. Sei que falta pouco. Não chego a ler a terceira página.
― Droga Moony, além de ter quase moído meus ossos vai ficar aí, sem falar comigo?
Finjo que não ouvi e “continuo” minha leitura.
― Moony? - não respondo...
― Moony? - ainda não...
― Moony? - quase lá...
― CACETE, REMUS LUPIN, QUER LARGAR ESTA MERDA E FALAR COMIGO?
Bingo! Quer irritá-lo é só desprezá-lo!
― Que foi? - falo baixo, quase desinteressado, sem levantar os olhos do meu livro.
― Por que não está me olhando? Fala comigo...
― Não pediu para deixá-lo? Estou deixando, oras!
He, he! Posso ser cruel!
― Moony, por favor, vem aqui...
Era agora... eu o faria falar. Levantei e caminhei enfadado, deixando claro que eu lhe fazia um favor. Olhei em seus olhos e ergui minhas sobrancelhas.
― Moony...
― Por que, Sírius? - minha voz estava séria e ele bufou, cruzando os braços.
― Por que ela tem que se pendurar em você?
Sorri incrédulo. Uma esperança tola martelando no meu peito.
― Com ciúmes, Black?
― Claro!
Pisquei, tentando assimilar o que ouvia.
― Sírius! A Tonks é minha amiga e...
― Não Moony! Ela é uma maluca, desajeitada e trapalhona que...
― Quer parar de ofendê-la! - falei bravo.
― Não! Não quero! Aquela oferecida quer você e...
Fiquei puto.
― Escuta aqui, Sírius. Sou e sempre serei seu amigo, seu irmão, mas isso não quer dizer que não possa ser amigo de outras pessoas.
Ele fez bico e mudou de posição, ficando de joelhos na cama, de frente pra mim. Segurou minhas mãos e ficou olhando pra elas antes de falar.
― Me desculpa Moony. Eu não queria ofender a Tonks. Você sabe que eu a adoro, mas... doeu demais e eu não aguentei...
― O que doeu, Sírius?
― Perceber que ela te ama e que... que não existe nada que impeça você de aceitar e viver este amor...
― Sí...
― Não! Me deixa falar, Moony. Senão eu enlouqueço! Eu enlouqueço de pensar que ela estará com você, numa cama como esta, dormindo apoiada no seu peito, sentindo seus carinhos e...
Eu estava petrificado. Ele havia soltado minhas mãos e tinha as dele na cabeça como se quisesse arrancar dali as imagens que descrevia. De repente, lançou-se a frente e me abraçou, escondendo o rosto no meu pescoço.
― Me perdoa, Remus. Por favor me perdoa. Se você a ama, vou rogar a Merlin para que sejam felizes e não mais terei crises de ciúmes.
Meu coração estava na boca. O Sírius estava apaixonado pela Tonks!
― Sírius, o que exatamente você está dizendo?
Ele fungou.
― Estou dizendo que estou corroído. As últimas semanas me mostraram que o único lugar que quero estar é nos seus braços. Mas eu sou perdido, um merda, que devia ficar na dele e não ser tão pervertido ao ponto de amar desesperadamente seu melhor amigo que o vê como um irmão e ofender aqueles que ama. Estou dizendo que vai doer como a morte saber que ela, e não eu, estará com você, mas que estou vivo ao vê-lo sorrir. Estou dizendo que a raiva e a dor de perdê-lo pra Tonks foram demais e eu me descontrolei e ...
― Pára Sírius! - viro-me, ficando de costas para ele, não quero que veja meus olhos. Sei que isso vai doer.
― Mas eu preciso falar, Moony!
― Não! Você não precisa! O que você tem é só um período de carência e está confundindo esta proximidade que estamos vivendo. Ninguém se apaixona em cinco dias. - Merlin! Como doia dizer isso.
― Não estou apaixonado, eu te amo e o que aconteceu foi que estes cinco dias, esta proximidade, só permitiram que eu constatasse isso...
Não! Tantos anos reforçando minhas barreiras, solidificando minhas muralhas, elas não poderiam cair agora. Sabia que precisava falar alguma coisa, mas nada saia.
― Não sabia que se interessava por homens, Sírius...
Ok, o comentário foi ridículo, mas diminuiu a tensão, ele riu e eu não me virei.
― Não Moony! Não me interesso por homens. Eu amo você e foi justamente VOCÊ que me ensinou isso. Lembra-se quando estávamos no sétimo ano e aquele loirinho corvinal se declarou a você? Me lembro que o Peter ficou indignado porque você falou todo calmo que sentia-se honrado, mas que ele deveria procurar estar com alguém que o amasse.
Sorri lembrando-me da cena! Os dois presenciaram tudo escondidos pela capa do Prongs. Ele não parou.
― Peter não se conformou com a sua naturalidade com a história e perguntou se você era gay. Você só respondeu que as pessoas deveriam ser amadas por quem elas eram e não pelo sexo delas. Na época fiquei puto com o Peter por sair falando que você era gay num tom pra lá de pejorativo, mas só consegui entender o que você disse agora. Eu amo Remus John Lupin sem querer saber se ele é homem, mulher ou alienígena. Eu só... amo você e pronto!
Não consegui me mover. Minha esperança de que ele estivesse num pequeno momento de delírio extinguindo-se pouco a pouco. Ouvi que ele se levantava com dificuldade e senti sua mão forte no meu ombro.
― Moony... eu sei que você já me ama como amigo. Mas o que estou te pedindo é só uma chance. Namora comigo e deixa eu tentar fazer você me amar também?
Não deixei que ele falasse mais. Virei-me e o puxei para um beijo que calava e falava muito. Um beijo onde eu lhe entregava minha alma. Um beijo curto e suave, mas repleto de significado.
― Remus, o quê? - havia um brilho em seus olhos, algo que eu li como esperança.
― A Tonks realmente é só minha amiga. Eu amo você, Sírius Black.
Agora era ele que me envolvia em um beijo intenso. Um beijo cheio de angústia e urgência. Repleto de toda a entrega que eu sempre sonhei.

POV SÍRIUS
Não acredito! Estou beijando o Moony e é MUITO melhor que no sonho. Entrego-me naquele beijo como nunca me entreguei a ninguém e fico feliz da “ridícula cena de ciúme” ter dado certo. Estou no céu.
Moony é ainda mais doce e suave do que eu sonhava, mas meu corpo ainda enrigecido não obedece e começa a doer de forma imprópria. Se estava gemendo pelo prazer dos beijos, o gemido que me escapa agora é visivelmente de dor.
― Padfoot? O que houve? - tão preocupado!
― Só esta porcaria de corpo doendo...
Claro que meu doce Moony me deita e me acomoda em seus braços. Ficamos assim algum tempo, trocando carícias leves, antes dele falar quase num murmúrio.
― Merlin, se for um sonho, não me deixa acordar. Me mantém no sono eterno.
Beijo-lhe o peito por sobre a camisa do pijama e sinto-me pleno, completo simplesmente por estar ali.
― Não é um sonho, Moony! É real. Deliciosamente real!
Ele se move, ficando de frente pra mim. Seus olhos estão marejados. Repletos de uma ternura que transpassa a alma. Uma lágrima escorre por seu rosto. Não aguento.
― Não... não chora! Isso dói...
Beijo-o com ternura e o aperto num abraço. Minha excitação é visível e ele geme corando. Céus! Como pode um homem desta idade ainda corar?
― Oh Moony... você tem noção de como eu estou?
― Tenho... eu falei... você está carente!
― Não Moony, não é carência, é você!
Conheço o Monny como ninguém. Preciso que ele entenda que minha excitação é por ele e não pelo longo período de abstinência que vivi, o problema é que minha história pregressa não ajuda e ele é o cara mais sem auto-estima que eu conheço. Consigo entender o porque, mas tenho vontade de matar o mundo por ter feito isso com ele.
Preciso que ele fale, que me conte o feitiço. Não pode desconfiar que o Harry me falou, vai ficar ainda mais inseguro sobre meus sentimentos. Beijo-lhe com ternura por todo o rosto, tocando-lhe os cabelos. Descobri que adoro tocá-los.
― Moony... preciso te perguntar uma coisa...
Ele se aninhou nos meus braços, protegendo-se e eu gostei da sensação de ter sua cabeça apoiada no meu peito.
― Por que você não deu uma chance pra Tonks?
Ele suspirou antes de responder.
― Pelo mesmo motivo que não saí com o “loirinho corvinal”... Eu não podia estar com alguém só por estar... seria uma história só de corpo... sem alma, sem coração... Mas agora ela é realmente minha amiga. Ela sabe que meu coração estava entregue e que não poderia ser dela.
Aperto-o com força, contendo o choro. Ele continua falando.
― Te amo há tanto tempo, sempre em silêncio e só Merlin sabe o esforço que foi tentar acreditar que você estava delirando. Mas nem se for pra ser feliz só por uma noite, eu vou ser.
― Há quanto tempo, Moony?
― Desde o 6º ano, pelo menos foi quando percebi o que sentia...
Choro sem conseguir me conter agora! Eu fiz o Moony sofrer por muito tempo... Ele levanta a cabeça e seca minhas lágrimas. Não espero que pergunte.
― Não sei como você aguentou... eu quase pirei de ciúme... e... eu fiz você sofrer todos estes anos, Moony... Me perdoa?
― Não há o que perdoar, Paddy! Sempre me esforcei pra você não perceber... Nunca desprezou meus sentimentos. Diferente do que eu fiz com a Tonks, fugindo dela...
― Moony, eu juro que vou fazer de tudo para que você seja sempre muito feliz, não só esta noite, mas o resto das nossas vidas, até ficarmos bem velhinhos, chatos e ranzinzas! - ele sorriu – Mas... acho que a Tonks merece a verdade, saber a quem seu coração estava entregue!
― Ela sabe que é você que eu amo!
Olho-o falsamente entrigado e ele finalmente me conta o feitiço. Faço um bico magoado.
― Aqueles pestes. Me falaram somente que os quatro deveriam me amar. Fiquei tão emocionado por ser suficientemente amado pra um feitiço... Até pela Hermione... E tudo isso quer dizer que eles sabiam e eu fiz papel de idiota com ciúmes da Tonks? Todo mundo sabia? - ele riu.
― Não... não todo mundo... Só quem participou do seu “resgate”.
― McGonagall? - ele riu abertamente agora.
― Não, ela não! Aliás, somente Kingsley e seu irmão, além dos garotos e Tonks.
Beijo-lhe com ardor e não me controlo mais.
― Oh! Moony... te desejo tanto...
Ele sorri, lânguido.
― Eu também, Padfoot, eu também. Mas controle-se. Vamos esperar até que esteja realmente bom... Quero-o inteiro, quero que seja especial...
Entendo sua preocupação. Nossa primeira vez tem que ser mágica. Beijo-o novamente, agora com ternura.
― Há quanto tempo está sozinho, Moony?
― Não estou mais sozinho!
Seu abraço apertado é cheio de uma possessividade que me enche de paz. Não fiz a pergunta de forma correta.
― Por quanto tempo ficou sozinho, Moony?
Ele me olha profundamente. Seus olhos possuem um brilho que eu nunca vi antes. Seu semblante está tranquilo e ele dá um meio sorriso.
― É importante pra você saber?
― É... - não consigo formular resposta melhor.
― Nunca tive ninguém, nem fui de ninguém...
Dou um beijo suave em sua cabeça e o abraço forte. Agora faço questão que seja especial. Puxo as cobertas e nos cubro.
― Agora você tem a mim, Moony. E é meu também.
Ele sorri e me dá um selinho. Dormimos felizes. Tão relaxados e frustados ao mesmo tempo, mas finalmente completos.
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Ainda hoje mais um, como pedido de desculpas pela demora!!!!
Beijos a todos,

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