Primeiras respostas



DISCLAIMER: Reconheceu é da J.K.Rowling. Não reconheceu... é meu!
AVISO: É uma história slash, se não gosta, não leia, mas é antes de mais nada um romance, daqueles melosos... toda construída sob o ponto de vista de algum personagem. O uso dos termos originais ou da tradução para o português variou conforme a forma que soaram na minha cabeça ...

Simplesmente desconsiderando o último livro...


Capítulo 7 – Primeiras respostas...

POV REMUS
Acordei de novo pela manhã. Um Harry atacado abria as cortinas, deixando um sol lindo entrar no quarto.
_ Bom dia, Moony!
Olhei-o espantado. Parecia que de um dia para o outro o garoto havia deixado de ser um garoto.
_ Bom dia, Harry.
Tirei o braço do Sírius da minha cintura e levantei, caminhando em direção ao banheiro.
_ Remus! - Harry parecia sério – Hoje vocês já descerão pra comer. Falei com o Adam. O Sírius precisa de sol e está um dia lindo!
Sorri e olhei pro Sírius.
_ E se ele ainda não puder andar?
_Tranfiguramos algo numa cadeira de rodas ou similar! - concordei – E... Remus... você PRECISA falar pra ele como o feitiço foi feito.
Olhei pra ele com cara de choro. Dor rasgando minha alma.
_ Harry, eu... não posso!
_ Depois falamos disso. Tome seu banho enquanto acordo o preguiçoso ali, ok?
Concordei e fui ao banheiro, controlando meus instintos mais básicos que queriam estrangular o Harry só um pouquinho... O que ele queria, que eu virasse e dissesse pro Sírius que o amava, que sempre o amei? Que o desejava loucamente e dormir abraçado a ele me proporcionou uma noite divina como nunca tinha tido?
Não. Eu não podia fazer isso. Não podia trair a amizade dele. Eu precisava do amor dele pra respirar e se o amor que eu tinha era o de amigo, era com esse que eu ia viver.
Tomei um banho rápido e me vesti com pressa. Cheguei ao quarto e o que vi me fez chorar. Harry e Sírius estavam abraçados, olhos fechados e chorando. Padfoot sorria em meio as lágrimas e Harry dizia-lhe o quanto sentira sua falta e como estava feliz por ele estar de volta.
Afaguei os cabelos dos dois e sorri em retorno ao sorriso que ganhei deles.
_ Pronto pra começar seu dia, Padfoot?
_ Mais que pronto, Moony! Se possível começar comendo. Estou faminto!
Sua voz estava cautelosa, ainda falhando um pouco, mas mantinha a energia que sempre desprendeu dela.
_ Mas primeiro o loção! - falei mostrando o frasco ao lado e ele fez uma careta pro Harry.
_ Minha sorte é que meu massagista tem mãos divinas.
Rimos e eu senti que corei.
_ Bom Remus, vou ajudar a Gina com o café da manhã! - Harry falou rindo – Esta história de alisar peito peludo não é comigo.
Levei um travesseirada e nem pude revidar pois o moleque saiu correndo, aos risos.
_ Pode deixar meu amor, vou me depilar pra você! - respondi venenoso.
As gargalhadas dos dois ecoaram pelo quarto e corredor e o prazer de ouvir aquela risada rouca atingiu todas as terminações nervosas do meu corpo.
Depois do suplício de passar a loção e vesti-lo com uma roupa confortável, me preparei para descê-lo.
_ Prefere o feitiço pra levitar ou meu colo?
Ele corou antes de responder e eu sorri.
_ Seu colo! Er... Moony?
_ Sim...
_ Onde estamos?
_ Grimald Place!
Seus olhos demonstravam seu espanto e enquanto o pegava no colo expliquei.
_ Harry reformou o quarto pro seu retorno. Ele, Rony e Gina. A parte da decoração coube a ela.
_ Ficou... lindo! - sua voz estava embargada – Por que a segunda cama?
_ Harry sabia que eu não o deixaria sozinho nem por um minuto até estar certo da sua recuperação...
_ Obrigado! - ele disse me abraçando e sorri bobo de novo!
Coloquei-o numa poltrona e transfigurei os pés em rodas. O trajeto até a cozinha foi curto, mas a farra lá foi longa. Os quatro estavam super excitados. Mais uma vez abracei Hermione com força e agradeci. Nunca seria capaz de agradecer o suficiente.
_ Sabe que estou gostando desta história de voltar dos mortos. Nunca fui tão bem tratado...
A voz de Sírius ecoou pela cozinha, repleta de alegria e Harry logo respondeu travesso.
_ Mas não acostuma. logo você vai estar novinho em folha e eu vou te dar bastante trabalho.
_ Enquanto isso vou aproveitar... Gi, me dá um pedaço desse bolo?
_ Este? - a ruiva riu – Este eu fiz pro Remus. Se ele quiser te dar...
Só então olhei pro suculento bolo de chocolate à minha frente. Minha perdição, chocolate!
― Moony, por favor...
Ri com gosto! Adoro aquele olhar de cachorro perdido dele. Servi-lhe o bolo fazendo cara de contragosto.
― Vai dar de má vontade, é? - ele provocou.
― Não, por dois motivos simples. - brinquei – O primeiro é que sua dieta deve ser leve por enquanto, por isso só poderá comer esse pedaço. O segundo, e muito mais importante, é que agora que descobri as mãos de fada da Gina vou querer bolo todos os dias!
― Vou pensar, tá bom? - geniosa!
Todos rimos e eu tentei me conter. Pobre Padfoot, se ele soubesse que eu nunca lhe negaria nada...
― Agora que já comemos, vão me contar como me salvaram?
Apesar do tom de brincadeira, sabia que Sírius estava falando sério e antes que alguém se manifestasse interpelei a Hermione.
― E a Tonks?
― Ministério! - falou me compreendendo – Enviou uma mensagem há pouco. Reunião da Ordem, depois do almoço, em Hogwarts.
Terminei meu café em silêncio. Os quatro mantiveram as conversas em assuntos suaves e Sírius empolgou-se bastante com os planos de reforma da casa. Ele realmente adorou o quarto.
Passamos boa parte da manhã no jardim e quando eu e a Gina entramos pra fazer o almoço ela segurou minha mão, séria.
― Remus, por que você não falou sobre o feitiço?
Suspirei profundamente.
― Não tenho coragem, Gina...
― E onde foi parar seu bom senso?
Sorri encabulado. Ia levar sermão de uma garota de 15 anos.
― Remus, escuta! - olhei-a sério, escutando – Quando você for pra reunião vamos contar ao Sírius em que pé estão as coisas. Não dá pra ficar adiando...
― Eu sei, mas... ele ainda não está bem!
Sentia-me como uma criança perdida.
― Só o corpo dele! A cabeça está ótima! E se ele perguntar do resgate, falaremos. Só não precisamos dar os detalhes se você não quiser, ok?
― Obrigado, Gi. - abracei-a – O Harry tem sorte de tê-la ao lado dele!
Ela sorriu.
― Sorte tenho eu de ter você como amigo. Não estaríamos juntos se você não abrisse os olhos daquele cabeça dura.
Suspirei e fomos cuidar do almoço. Ir áquela reunião ia ser sacal, mas Tonks e Kingsley achavam que devíamos contar à Minerva e Moody. fazer o que, né?

POV SÍRIUS
Terminamos de comer e ficamos naquele clima de família feliz. Mas eu sabia que o Moony estava tenso. conheço-o bem demais. Não poderia pressioná-lo. Ele não reage bem à pressão.
Depois que ele saiu ficamos na sala, papeando e rindo do Rony que cochilou no sofá, de boca aberta.
― Fiquei “morto” por pouco mais de um ano, não foi?
― Foi... - Harry pareceu-me triste ao responder – Um dos piores da minha vida.
― E o que aconteceu para vocês estarem tão visivelmente... maduros?
― Você não acha melhor se deitar, Sírius? - Hermione perguntou tensa.
Eles estavam tentando me enrolar. Mas o maroto ali era eu. Não seriam quatro adolescentes que iriam me passar a perna.
― Não, Mione! O que eu preciso é saber o que está acontecendo. - minha voz se mantinha com dificuldade e falar doia. O tom rouco acordou o Rony, mas eu nem liguei – Por que a reunião não foi aqui? Por que tanto mistério a respeito do meu “resgate”? Por que o Moony tá tenso? Desde quando a Tonks chama o Remus de Moony?
Só me dei conta do absudo que era minha última pergunta depois que tinha feito. Maldita mania de falar sem pensar! Mas foi bom, pareceu ter aliviado a tensão deles.
― Que foi, Sírius, ciúme? - Harry provocou.
― Claro! Fui eu que dei o apelido pra ele. Eu escolho quem o chama assim. - falei bancando o ofendido – Mas, sério, quero respostas.
― Certo Sírius, lá vai! - Harry nunca esteve tão sério e os quatro começaram a me contar tudo que ocorrera desde a minha queda no véu.
Senti todo tipo de emoções naquela tarde. Dor, angústia, medo, arrependimento, desespero, ódio. Sorte não conseguir me levantar, senão teria feito outra besteira. Teria que processar tudo racionalmente. Compreendi também que o medibruxo que me atendeu era o irmão do Kingsley, por isso a sensação de conhecê-lo.
― Mas como vocês conseguiram? - eu ainda não tinha entendido como “fui salvo” se estava morto.
― A Hermione!- Rony respondeu cheio de orgulho mal disfarçado – Ela e a teimosia dela.
Rimos e eles me contaram como a Hermione havia descoberto o que realmente ocorria no véu e como fazer o “resgate”.
― Nossa! Quer dizer que foram necessárias quatro pessoas que me amassem para dar certo?
Estava emocionado. Não sabia que era tão importante. Harry somente assentiu e fiquei tenso.
― Por isso estavam tão esgotados. Vocês fizeram o feitiço.
― Fizemos! - Hermione explicou – Ficamos cansados porque foram precisos 15 minutos pro Remus retornar com você.
― Vocês sustentaram um feitiço por 15 minutos? - eu estava dividido entre a emoção por terem se arriscado por mim e a ira por terem feito isso – Fizeram isso sem a presença de um bruxo adulto pra auxiliar?
― Não foi bem assim, Sírius! Não somos exatamente crianças mais! - Harry tentou me explicar – Kingsley e Adam deram o apoio. Tonks e Remus também estavam lá!
Desisti de brigar.
― Não imaginei que era tão amado... - ouvi minha voz embargada – Não a ponto de sustentar um feitiço destes...
― Você é, Sírius, é muito amado!
A pequena Gina estava acariciando meu rosto e secando as lágrimas que não tentei conter. Resolvi brincar pra descontraí-los.
― Mas, se me amam, por que não queriam me contar o feitiço? É assim tão vergonhoso amar Sírius Black?
Notei que os quatro ficaram tensos e trocaram olhares expressivos e Harry novamente me surpreendeu com sua postura séria.
― Padfoot, eu vou te explicar, mas eu juro que te jogo de volta lá se...
― Se o que, Harry?
― Me escuta e presta muita atenção, principalmente na parte que sou capaz de nunca te perdoar! O feitiço só daria certo se aquele que entrasse no véu pra te buscar tivesse um tipo específico de amor. Os outros precisavam te amar muito, mas de formas diferentes entre si.
― Entendo...
― Então, os três éramos eu, amor filial, Hermione, amizade...
― Pensei que o Remus fosse meu amigo. - interrompi, mas Harry pareceu não me dar bola e continuou.
― Tonks, te amando como irmão e o Remus... bem, o Remus entrou no véu.
Meu coração veio na boca.
― O Moony... que tipo de amor?
― Ele á apaixonado por você! Ele te ama... como homem!
Fiquei chocado. Nunca imaginei.
― Eu não sabia... - balbuciei.
― Sei que não, Padfoot. - Harry falou baixo – Se a Hermione não tivesse descoberto o feitiço ele talvez morreria sem revelar à ninguém. Mas, por favor, não o magoe. Eu... não poderia te perdoar se fizesse isso... Não estamos pedindo pra você aceitar ou retribuir. Mas para entendê-lo. Se preferir, não fale que sabe, contudo, não permita que isso abale a amizade de vocês.
― Isso mesmo, Sírius! - Rony estava sério – No passado ele tentou se afastar de você, não conseguiu e esse amor não diminuiu. Tanto que serviu de elo de ligação.
― Sim, ele se arriscou por amor. - Hermione explicou – Se nós três falhássemos, ele também ficaria preso lá.
― Mesmo assim ele quis ir.- murmurei.
Minha mente trabalhava rápido. Entendi um monte de coisas. A timides exagerada do Moony, o fato de nunca namorar ninguém apesar de ter um batalhão de meninas e meninos atrás dele, a forma como corava...
Senti vontade de me dar uns murros por ser tão estúpido e nunca ter notado.
― Foi por isso... naquela época... ele se afastou?- perguntei já sabendo a resposta mas com um terrível medo de ouvi-la.
― Foi... ele não estava conseguindo lidar com o que sentia. - Harry estava sério.
― Eu nunca imaginei...
― Ele prezava, acima de tudo, sua amizade e contentou-se com este amor que você ofertava a ele.
Aquilo doeu. Eu fazia o Moony sofrer.
― Harry, acho que eu quero me deitar um pouco.
Os quatro me olharam compreensivos. Hermione fez o feitiço de levitar para me levar. Olhei-a de esguela e Harry resolveu me provocar.
― Relaxa, Padfoot. A Mione é boa nisso, foi a primeira da nossa classe a dominar este feitiço... além disso... não há como detectar magia feita nesta casa, andamos praticando.
Tentei sorrir.
― Hunf... sei...
Assim que me acomodaram na cama, devolvi a provocação.
― Leva a mal não, Mione! Você é uma excelente bruxa e tudo mais, mas eu prefiro o colo do Moony!
― Eu também, Sírius! - e ante aos olhares questionadores que recebeu, tratou de explicar – Colo é sempre mais gostoso, não é? Entre um feitiço e um colinho...
― Depende do colo! - Rony a interrompeu – Do Olho-Tonto, por exemplo, prefiro o feitiço.
― Eu também! - falei sério e todos rimos com gosto – Quero pedir-lhes uma coisa.- falei formal e quando todos me olharam continuei – Não digam ao Moony que eu sei... Eu o conheço melhor do que pensam... Vai ficar melindrado, vai de afastar de novo... não quero isso! Não suportaria...
― Está certo, Sírius, não falaremos. Até porque ele não queria que falássemos tudo isso pra você! - Harry sentenciou compreensivo – Também não quero que ele pense que traímos sua confiança... Mas achavamos que você precisava saber! Mas, por favor, não o magoe... mais! E... vamos deixá-lo descansar. Se precisar de alguma coisa, aperte esta sineta que está ao seu lado. Está magicamente conectada à cozinha. Venho correndo.
― Obrigado garotos – sorri – e garotas. Vocês são incríveis.
Gina me cobriu, beijando-me a testa e os quatro sairam do quarto. Foi impossível não sorrir ante a beleza destes dois casais e da força que possuiam com sua união.
Pensei em Tonks e no alívio que senti quando entendi que o Moony não era pai. Não queria pensar nisso, mas não conseguia. O Moony ma amava.
Ele sempre foi um cara fascinante. Especial. Muito fácil querê-lo, amá-lo. Ele poderia ter quem ele quisesse, mas o idiota queria a mim, Este imbecil que nunca fez nada certo na vida e ainda o magoei tantas vezes. Senti-me um lixo. Sou a últimas pessoa que deveria merecer o amor do Moony. Ele é íntegro, é suave. é doce. Merece alguém tão bom quanto ele. Não um condenado fugitivo, ex-morto estropiado.
Fechei os olhos e me deixei levar pelas emoções do dia, rogando que algum Deus do Universo tivesse pena de mim e não permitisse que eu o magoasse.

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Gente... Mais um....
Desconsiderem os erros... não tive tempo sequer de reler...
Um carinho pra minha "xará" Marina. Pode estar certa, passarei por lá!
Até o próximo...

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