As Coisas Têm de se Resolver!



Snape, depois de ter acordado, melhorou muito em dois dias. Dois dias em que Hermione fez todas as poções que eles deveriam fazer ao lado dele, leu tudo o que precisava junto a ele, qualquer atividade sua foi realizada sem sair do lado dele. Quando ele estava acordado, ela simplesmente ignorava que tinha obrigações e ficava segurando a mão dele, com carinho, conversando com ele assuntos banais e coisas assim. Quando ele estava dormindo, ela fazia o que tinha fazer com muita pressa, mas cuidado, sempre com um olho nele para saber se ele estava bem. Madame Pomfrey até deixou as poções dele serem ministradas por ela.
- Hermione... – murmurou ele. – Por favor, você precisa se cuidar um pouco. Vá andar, respirar um pouco de ar puro, em vez do ar infecto dessa ala hospitalar...
Hermione fez uma careta para ele.
- Sei que minhas olheiras devem estar horríveis demais para você vê-las, mas, mesmo assim, não vou arredar o pé daqui até você ter saído daqui.
Snape fez que não com a cabeça.
- Acho que precisarei saber alguma coisa para levar ao Lorde das Trevas... Peça para alguém chamar Dumbledore aqui para eu perguntar até onde é prudente eu contar...
- Mas... mas você acha que... acha que ele já vai te chamar? – perguntou Hermione, sentindo os olhos marejarem outra vez.
- Acho que já demorou demais...
Mais lágrimas escorreram pela face dela. Estava se sentindo uma imbecil. Chorava tanto ultimamente que achou que Harry poderia tirar o apelido de “mangueira humana” de Cho e dá-lo a ela.
Uma das mãos dele subiu e secou as lágrimas dela.
- Mas pare de chorar, Hermione! – exclamou ele. – Odeio ver você assim. Vamos, sorria. Amo seus sorrisos assim como amo a dona deles.
Hermione sorriu levemente para ele e afastou as lágrimas.
- Só você para me fazer sorrir numa hora dessas, Sevie.
Harry adentrou a ala hospitalar e pigarreou para se fazer presente. Então, quando os dois o olharam, Harry disse:
- O professor Dumbledore me pediu para avisar que virá conversar com vocês dois logo depois do almoço... e ele... ahn... não vai me dizer nada a respeito para... para preservar a vida do Snape... Vamos ensaiar alguma cena de ele me contando algo supostamente importante sobre Snape...
- Ah, mas quanta prudência da parte dele – comentou Snape, com seu melhor tom de Mestre de Poções.
Hermione lançou-lhe um olhar reprovador e disse:
- O Harry é meu amigo. É melhor você ser mais educado com ele.
Snape fez uma carranca e não disse nada; Harry pediu licença e saiu.
- Quem você pensa que é para falar comigo daquele jeito na frente dele? – perguntou Snape, irritado por ter sido desautorizado.
Hermione abriu a boca para falar algo agressivo em resposta, mas lembrou-se do estado dele e lembrou-se de que não queria brigar com ele. Não agora, com tantas coisas acontecendo. Snape fez outra carranca e cruzou os braços, contrariado.
- Me desculpe – disse ele. – Estou sendo ingrato.
- Está sim – disse ela, calma. – Mas isso não é novidade em se tratando de você.
Snape olhou para o outro lado e não disse mais nada. Não queria brigar com ela, tinha medo que ela fosse embora. Foi só por isso que não tornou ao seu velho tom de Mestre de Poções cruel. Hermione suspirou, aborrecida, e levantou-se. Snape virou-se para olhá-la com um sobressalto, com os olhos arregalados, temendo que ela fosse embora e não voltasse mais, mais do que temia por sua vida. Acalmou-se quando a viu cercá-los com os biombos e sentar-se outra vez na cama, ao lado dele, onde estava antes. Ele até suspirou aliviado, ainda com o coração acelerado.
- Vou ser mais educado quando for falar com o Potter – disse ele.
- Espero que seja, mas não por mim, e sim por você – disse ela, séria.
Snape fechou a cara. Não queria brigar com ela, mas ela estava sendo grossa. Ele relevou a grosseria dela, pois sabia que fazia mais de duas semanas que ela não dormia bem, e a falta de sono é capaz de deixar uma pessoa irritada.
Ele olhou para ela um tanto incerto e ela abaixou-se para beijar sua boca. Ele desistira de entreabrir os lábios; fazia três malditas semanas que não a beijava de verdade. Ela não o julgava capaz disso ainda e não o beijava direito.
Mas os lábios dela se entreabriram e ele imediatamente forçou sua língua para dentro da boca dela. As duas línguas se envolveram num beijo completo; as mãos dele a seguraram e o beijo deles tornou-se passional. Ele sentira falta daquele beijo. Umas das mãos dele desceu pela cintura dela e depois subiu por dentro da blusa para tocar um seio; ela, no entanto, o afastou.
- É por isso que não dá para beijar você! – resmungou ela. – Você está num estado desses e ainda vem com essas coisas! Por que você não espera melhorar?
Ele suspirou.
- Ele vai me chamar logo, Hermione, eu sinto isso. É você, e somente você, que me dá força para continuar. Eu estava num ponto de entregar os pontos quando você apareceu no Ministério naquela noite. Ver você me fez sofrer num primeiro momento. Olhar para você e saber que jamais poderia tê-la como minha. Mas, com imensa cara-de-pau, decidi me aproveitar da situação do jeito mais sujo que podia. E o desprezo que vi no seu rosto fez eu me odiar. Eu ia mesmo desistir. Mas houve aquela confusão e a verdade da minha inocência foi descoberta pelas duas pessoas que eu mais queria que descobrissem... Decidi lutar mais um pouco. E agora, que tenho você, vejo a vida me escapando por entre as mãos. É por isso que você me vê tão desesperado para estar com você outra vez... Nem que seja mais uma vez.
Hermione acariciou o rosto dele.
- Não fale assim, Severo... Nós vamos morrer velhinhos numa cama quentinha.
- Você, uns vinte anos depois de mim – ele disse, num tom amargurado.
- Sua idade não me incomoda. Nada em você me incomoda...
- Nem... nem eu ter matado seus pais? – as sobrancelhas dele se arquearam em espanto.
- Bom... você está cumprindo a promessa que fez a eles... Você está cuidando de mim...
- Ou será o contrário? – perguntou ele.
Hermione sorriu.
- Severo, eu vou ver você feliz um dia. Vou ver você sem peso na consciência... Vou ver você... – ela se calou e ficou contemplando os olhos dele por um tempo.
- O que? Termine – disse ele. – O que você ia dizer?
- Severo... Você quer algo por que lutar? – perguntou ela.
Snape arqueou as sobrancelhas.
- O que você...?
Hermione sorriu e levantou-se, começando a andar em círculos.
- Já venho – disse ela, e saiu meio que correndo da ala hospitalar.
Snape não entendera nada. Sentou-se em sua cama com esforço e ficou olhando para a porta, temendo que ela não voltasse. Duas horas se passaram e nada. Snape estava sentindo um desespero crescer em seu coração. Com algum esforço, levantou-se. Queria ir atrás dela e saber o que tinha acontecido, o que mudara tão de repente. Ele achara que estava tudo bem, mas por que ela saíra daquele jeito?
Hermione voltou com Dumbledore; era hora do almoço. Ao verem Snape sentado na cama, com os pés no chão, ficaram um pouco espantados. Ela ralhou com ele.
- Mas você é muito teimoso! – exclamou ela. – Que inferno! Não posso deixar você sozinho um minuto que você já quer sair andando!
Snape olhou para ela com um ar submisso.
- Achei que você tinha ido embora... – disse ele.
- Mas pare de ser criança! – exclamou ela. – Não saí daqui durante essas quase três semanas e você achou que eu fosse embora a troco de nada?
Ele encolheu os ombros.
- Nunca se sabe quando a sanidade poderia voltar ao seu cérebro – disse ele, com ar abatido.
Hermione olhou para ele e depois para Dumbledore, que tinha um sorriso acolhedor, e fez que sim com a cabeça.
- O que vocês estão armando?
- Eu queria não falar nada... – disse ela. – Achei que era meio cedo, mas...
Ela olhou para Dumbledore, parecendo ansiosa. Ele tinha um ar paternal. Hermione voltou a olhar para Snape, que agora tinha um semblante curioso.
- Fale logo! – disse ele, impaciente.
- Severo, estou grávida – disse ela.
O silêncio pesou na ala hospitalar como nunca antes. Snape olhava-a com a boca aberta, sem saber que tipo de reação expressar. Hermione tinha um ar entre risonho e ansioso; temia pela reação dele.
- Por que você não me disse antes? – perguntou ele, sério, o que a deixou assustada.
Ela olhou para Dumbledore outra vez, buscando apoio. O diretor sorriu-lhe, apenas.
- Faz só um mês. Eu nem comecei com os enjôos ainda... – disse ela. – É que... a minha menstruação atrasou uma semana. Ela nunca atrasa, mas deixei passar. Atrasou duas, então vim procurar madame Pomfrey. Não cheguei a tomar aquela poção que você estava fazendo para que isso não acontecesse e...
- Você ainda não me falou por que não contou isso antes – disse ele, com os dentes cerrados. Ele parecia bravo.
Lágrimas molharam os olhos dela. Dumbledore a abraçou paternalmente pelos ombros, mas permaneceu em silêncio. Sabia que aquela conversa era deles.
- Céus... eu... eu tive medo da sua reação... – murmurou ela. – Temi que ela fosse assim... como está sendo agora.
Ela tinha começado a chorar. Snape olhava para o chão.
- Entendo que você não queira essa criança... – murmurou ele, parecendo abatido. – Nova demais e...
Hermione virou-se para ele, feroz, livrando-se do abraço protetor de Dumbledore.
- É você que não quer essa criança! – gritou ela. – Eu saí daqui correndo para dizer ao diretor que contaria para você, porque pensei que você sentiria o mesmo que eu senti quando soubesse! Fui idiota de achar que, se você me amasse mesmo, uma criança nossa seria uma força a mais para fazer você querer lutar! Mas não! Eu achei que... achei que você poderia compartilhar comigo essa sensação... Eu não sei explicar o que é, mas finalmente entendi por que duas pessoas que se amam querem tanto um filho... Não é um pedaço de mim... não é um pedaço de você... mas... é um pedaço de cada um de nós! Juntos! Não tem nada que faça uma pessoa mais feliz! E olha só pra sua cara! Eu achei que você me amasse! Você tinha me convencido disso!
Ela desatou a chorar mais e abraçou o diretor, enterrando a cabeça no ombro dele. Snape olhou para Dumbledore, que lhe sorria. Snape tinha lágrimas nos olhos, que nunca chegaram a cair. A voz dele soou hesitante:
- É... é assim que você se sente? Como você disse? – perguntou ele, com um leve tremor na voz.
O choro dela diminuiu, mas ela não saiu de onde estava.
- Eu não digo o que não penso – disse ela, ressentida.
Snape levantou-se, mas de modo tão rápido e tão seguro que ninguém imaginaria que há pouco ele sequer conseguiria se levantar. Dumbledore soltou Hermione e disse que voltaria com o almoço logo.
Ela ainda olhava para o chão, secando as lágrimas, quando Snape abraçou-a pelas costas, na cintura, e pôs o nariz no pescoço dela, inspirando profundamente. Ela amoleceu.
- Eu achei que você ia gostar de saber – murmurou ela, magoada.
- Hermione... eu não sei dizer como me sinto... – disse ele, abobalhado. – Nunca fiquei sem reação na minha vida, e você viu isso agora. Tive medo que você não quisesse um filho meu... não tão cedo, pelo menos. Me perdoe pela grosseria. Eu te amo acima de tudo, Hermione. Quando pedi você em casamento, a idéia de um filho me pareceu longe... Mas eu gostaria de um... Um sonserino...
Hermione sorriu e deixou a cabeça se apoiar no ombro dele.
- Será grifinório – ela disse, com uma risada que fez Snape quase desmontar. Que saudades daquela risada!
- É mais do que um motivo para eu lutar, Hermione – disse ele. – É um motivo para eu lutar e permanecer vivo...
Ela virou-se de frente para ele, olhando-o atônita. Ele abraçou-a e beijou-a profunda e carinhosamente. Depois, com a testa encostada na dela, sussurrou:
- Minha mulher e meu filho... – disse ele. E sorriu. – E pensar que há pouco mais de um mês achei que isso fosse impossível... Eu não acreditava até agora!
Hermione abraçou-o e deitou a cabeça no ombro dele.
- Vamos nos casar – disse ela num sussurro. – Meu amor vai proteger você... Sempre, sempre. Vamos nos casar hoje mesmo e ninguém precisa saber.
Snape afastou-se para olhá-la.
- Um casamento é algo muito sério. Você tem que ter a chance de pensar melhor e...
Ela segurou a mão dele e a pôs em seu vente.
- Não tem o que pensar melhor, Severo – disse ela. – Simplesmente não tem.
Snape beijou-a outra vez.
- O seu amor vai me proteger e o meu vai proteger você... – disse ele. E beijou-a outra vez. – Por favor... Dumbledore pode realizar a cerimônia... Minerva e madame Pomfrey podem ser as testemunhas... Hermione, eu realmente te amo!
Ela sorriu. Se parasse para analisar, sua vida estava sem lógica. Fazia alguns meses que seus pais estavam mortos, pelas mãos desse homem por quem ela daria a vida agora. Era o professor Snape. O cruel e lendário mestre de Poções de Hogwarts. Mas não era só isso. Ele era Severo Snape, seu futuro marido e pai da criança que crescia em seu ventre agora.



AEWWWWWWWWWW

EIS-ME AQUI!!!

DEPOIS DE TANTOS PEDIDOS, ESTOU FELIZ EM DIZER QUE SAIU UMA ATUALIZAÇÃO E A PRÓXIMA JÁ SAIRÁ NA SEMANA QUE VEM...

ME PERDOEM PELO ATRASO, MAS É QUE ESSA FIC SÓ PODE SER ESCRITA QUANDO AS OUTRAS ESTÃO ENCAMINHADAS, PORQUE ESSA AQUI TEM UMA HISTORINHA UM POUCO MAIS ELABORADA QUE AS OUTRAS...

BJOKASSSSSSSSSSSSSSSSSSS

AMO VCS!

ANNINHA SNAPE

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