Mudança Total de Rumo



Dumbledore voltou logo e um elfo trazia o almoço dos três. Ele sorriu ao ver a cena.
- Chega, agora – disse o diretor. – É hora de Severo comer. E a senhorita também, Hermione.
O elfo deixou a comida e se foi. Os três sentaram-se à mesinha que Hermione conjurou.
- Dumbledore... – disse Snape. Ele e Hermione trocaram um olhar antes de ele dizer: – Eu e Hermione decidimos nos casar. Hoje.
Alvo Dumbledore permaneceu calmo. Ele já estava esperando por aquilo.
- Minerva e Papoula? – perguntou o diretor.
Tanto Snape quanto Hermione assentiram.
- Bom... Papoula comentou comigo que te daria alta hoje... – disse Dumbledore. – Podemos fazer a cerimônia lá na diretoria.
Hermione respirou fundo.
- Meu Merlin, como a minha vida mudou – disse ela, suspirando.
- Espero que não para muito pior – disse Snape, acariciando a mão dela.
Ela lhe sorriu.
- A princípio, foi tudo um inferno... Mas, como eu disse a Dumbledore quando era ele o abatido... O sol nasce todos os dias, não? Quem somos nós para duvidar que ele virá? Voldemort não o impedirá de nascer... Vai dar tudo certo, Severo, você vai ver.
- Ah, mas pode ter certeza de que vai dar tudo certo – disse Snape, apertando as mãos da futura esposa.
Eles comeram. Hermione levantou-se antes dos outros dois, mas se sentiu puxada pela mão, que Snape ainda segurava entre as suas.
- Aonde você vai?
- Com um marido possessivo desses, eu não espero nada para a minha vida além de uma casa para cuidar – murmurou Hermione, sorrindo para ele. – Severo, em primeiro lugar, eu não vou embora para sempre. Em segundo lugar, estou horrível! Como você espera que uma noiva esteja feia no dia do seu casamento?
- Você não ficaria feia nem que quisesse – disse ele, acariciando a mão dela e beijando-a logo em seguida.
Hermione sorriu e disse que às oito horas da noite estaria na diretoria. Depois, acrescentou que Dumbledore e Snape conversassem sobre o que dizer a Voldemort, pois não queria ser uma recém-casada viúva. Ela não soube que Snape ainda olhou longamente para a porta mesmo depois de ela ter saído, e nem soube que Dumbledore levantou-se, alegre, sorrindo para Snape e dando-lhe um abraço e um beijo em cada bochecha, como qualquer pai faria.
- Severo, meu filho! Meus parabéns!
- Ainda não sei como fui agraciado com o amor dela, mas espero muito que eu nunca o perca.
- Deixe disso, rapaz. Ela fica magoada quando você desconfia do amor dela. Já não basta o que ela falou sobre essa criança?
- Confesso que isso me surpreendeu. Ela está apenas terminando o sétimo ano... Tinha uma vida inteira pela frente...
- Severo, ela tem uma vida inteira pela frente. E creio que ela vai adorar ver você com cara de bobo, babando em cima de um bebê...
- Que será sonserino – disse Snape, sorrindo mais abertamente do que alguma vez havia sorrido.
- Acho que será corvinal... – disse Dumbledore pensativo. – Tanto você quanto ela tinham vocação para a Corvinal...

Às oito horas daquela mesma noite, Snape, Dumbledore, McGonagall e madame Pomfrey estavam na diretoria, apenas esperando Hermione chegar. As duas mulheres não pareciam muito à vontade com a situação e faziam cochichos toda hora. Não pareciam muito felizes em saber que Hermione Granger, a preferida – especialmente de McGonagall, – iria se casar com alguém como Snape. Ainda assim, atenderam ao pedido de Dumbledore.
- Ainda sou contra ele ter ficado na ala hospitalar... – murmurou madame Pomfrey para McGonagall. – Mesmo com tantos feitiços para ninguém vê-lo. E se alguém o descobrisse?
- Eu não confiaria nele, não mesmo – murmurou a vice-diretora.
Snape ouvia cada um desses comentários com pesar, mas só os suportava por causa de Hermione. Ela já estava um minuto atrasada. Snape pensou que iria atrás dela a qualquer momento.
Por fim, a porta abriu-se lentamente e uma Hermione com vestes cor de rosa bem clara e cabelos perfeitamente cacheados, caindo-lhe em cascatas pelos ombros, entrou. Todos ficaram mudos ao vê-la entrar. Estava mesmo linda.
Dumbledore disse:
- Agora que todos estamos aqui... Hermione, dê a mão a Severo.
Hermione sorriu para Snape, que lhe deu um sorrisinho no canto da boca. Os dois se deram as mãos e logo começaram a acariciar uma a outra. McGonagall ficou ao lado de Hermione e madame Pomfrey ficou ao lado de Snape.
Com um sinal de Dumbledore, todos tiraram suas varinhas do bolso e a estenderam.
Hermione e Snape ficaram de frente um para o outro, com as varinhas se tocando, formando um ”X”, e ainda de mãos dadas. Dumbledore com um ar solene, sacudiu levemente a varinha no ar, e uma forma esfumaçada dourada apareceu.
- Essa união é de livre consentimento de ambas as partes? – o tom dele era grave.
- É – disseram os dois a uma só voz.
O círculo dourado desceu da varinha de Dumbledore como se fosse uma pluma, e caiu sobre as deles, diminuindo de diâmetro conforme descia para o ponto em que as varinhas dos noivos se cruzavam. Lá, o círculo se estrangulou e desapareceu. Hermione sentiu um frio na barriga.
- Vocês serão marido e mulher para todo o sempre, unidos por este elo que vocês fizeram. Deverão e amar, se respeitar, proteger um ao outro e sempre fazer tudo quanto possível para que o outro seja feliz – disse Dumbledore, sério. – Vocês estão de acordo com esses termos?
- Sim – disseram Snape e Hermione a uma só voz novamente, olhando-se nos olhos.
- Nós testemunhamos essa união – disseram McGonagall e madame Pomfrey em coro – e lhe damos todo o crédito. Que eles fiquem juntos, que a presença um do outro os façam mais felizes. Para o resto de suas vidas.
Círculos prateados saíram das varinhas delas – um de cada uma – e fizeram o mesmo que o círculo de Dumbledore fez.
- Respeitem o juramento – disse Dumbledore, sério, e sorriu.
Snape deu um beijo na testa de Hermione e sussurrou:
- Minha esposa.
Hermione abriu um sorriso largo, e as duas outras mulheres se entreolharam. Se Snape não era o que Hermione merecia, certamente era o que ela queria.
- Bom... acho melhor vocês conversarem antes que Voldemort resolva chamá-lo, Snape – disse Dumbledore.
Snape assentiu e se dirigiu à passagem que dava para seu quarto. Hermione sorriu para Dumbledore e foi com ele.
Os dois andaram juntos pelos corredores sombrios até que, por fim, chegaram à entrada do quarto dele. Ele a abriu e deixou Hermione passar. Depois, entrou e lacrou a entrada.
Estavam dentro do quarto. A cama estava perfeitamente arrumada. Havia vinho em cima de uma mesa. Hermione virou-se para ele e fez sinal para ele se aproximar.
- Meu marido – sussurrou ela, com a boca no ouvido dele. – Sou toda sua.
Snape beijou o pescoço dela. O Snape carinhoso rapidamente deu lugar a um Snape passional, cujas mãos percorreram toda a extensão das costas dela e abriram o fecho do vestido com suprema maestria. O vestido foi ao chão com leveza, enquanto ela o beijava com paixão.
As mãos dela tiraram o casaco dele e abriram a camisa enquanto o beijo deles tornava-se mais e mais quente. Ele a imprensou na parede e começou a beijar o pescoço dela com voracidade, descendo pelo colo até alcançar o sutiã, que ele tirou sem desencostar os lábios da pele dela. Os lábios e a língua dele foram de um mamilo a outro, enquanto ele a ouvia gemer e a sentia arranhar suas costas com força.
Uma das pernas dela o envolveu e o puxou para si, enquanto ele continuava ocupado com os seios dela. Uma das mãos dela desceu para acariciar o membro dele através da calça, e logo abriu a braguilha para tirá-la. Snape, entretanto, não a deixou sair da posição que estava, e imprensou-a na parede com mais força, cada uma de suas mãos na parede ao lado dela.
Hermione olhou-o nos olhos. Estava presa ao olhar dele, estava completamente vulnerável e não imaginava outro lugar onde gostaria de estar. Ele tinha a respiração entrecortada e não quis dizer nada ainda; preferia os gestos, pois seu cérebro estava em curto-circuito. Ele sentia falta de todo o prazer que tinha com ela.
Lentamente, uma das mãos dele saiu da parede e desceu pelo vale dos seios dela, passando pelo baixo ventre e descendo mais e mais, até tocá-la em sua área mais feminina. Foi com prazer que a viu fechar os olhos, e ele sentiu que ela teria desmontado se seu corpo não estivesse pressionando o dela poderosamente contra a parede. Seus dedos sentiram o quanto ela estava molhada, e os gemidos e as mãos dela passando ora em seu peito, ora em suas nádegas, ora em seu membro, ora arranhando suas costas, o deixavam ainda mais excitado do que estava, se é que isso fosse possível.
- Ah... Severo... – gemeu ela, arranhando os ombros dele, sem ter idéia de onde se segurar quando ondas de espasmos a atingiram continuamente e ela gemeu o nome dele repetidamente.
Os nervos de Snape responderam bem a isso; vê-la chegando ao clímax deixou sua excitação ainda mais evidente; tanto que chegava a doer. Ela arqueou um pouco – tanto quanto o corpo dele lhe permitia – e jogou a cabeça para trás.
Ele beijou o pescoço dela e correu a língua por lá, enquanto suas mãos foram abaixar suas próprias calças. Ele não agüentava esperar mais. Aquelas três semanas haviam sido torturantes, embora ele só estivesse consciente durante uma delas.
Uma das mãos dela foi para dentro de sua cueca e envolveu o membro dele, com movimentos repetidos, fazendo-o soltar um gemido abafado. Ele a beijou outra vez, enquanto tirava sua cueca sem afastar a boca da dela. Como se fosse a coisa mais fácil do mundo, ele rasgou a calcinha que ela ainda vestia, e ela soltou os lábios dos dele. Ele olhou-a, com certo receio de tê-la assustado pela violência, mas encontrou um sorrisinho malicioso nos lábios avermelhados dela.
A outra perna dela também envolveu o tronco dele, aproximando-a dele ainda mais, esfregando-se nele o mais provocante que conseguia.
- Ainda vai demorar muito? – perguntou ela, num sussurro, no ouvido dele.
Ele andou com ela para a cama e deitou-a lá. Observou o corpo dela com fascínio explícito no olhar, e ela fez um sinal com as mãos, chamando-o.
Snape ficou de joelhos na cama, olhando-a. Abaixou-se para passar as mãos pelas pernas até chegar ao quadril e Hermione quase chorou de alegria ao vê-lo beijar seu ventre repetidas vezes. Depois, ele subiu por seu tronco, beijando o corpo dela ao longo do caminho. Quando chegou à jovem boca outra vez, seu corpo todo implorava pelo dela, e seu membro pulsava febrilmente, implorando alívio.
As pernas dela se abriram com naturalidade e ele fechou os olhos brevemente quando sentiu o calor dela envolvê-lo. A seguir, abriu os olhos e encontrou o olhar de sua esposa. Ele entrara nela devagar, mas não tinha força de vontade o bastante para manter um ritmo lento; ele queria senti-la por completo e seu corpo exigia o dela.
Seus quadris foram mais fortes e exigentes do que alguma vez haviam sido com Hermione; ela sentia uma onda de prazer invadi-la como nem antes havia experimentado. Mais do que antes, mais prazer do que antes. Talvez houvesse um vestígio de dor pela inusitada força e ansiedade dele, mas era tão insignificante que ela não se preocupou em prestar atenção a isso.
Ela via um Snape completamente entregue, que gemia e sussurrava o nome dela como um mantra.
- Ah... tão... apertada – arquejou ele.
Hermione chegou lá naquele momento, mas ele ainda não, e o aumento do ritmo dele ainda sentindo os reflexos do prazer anterior a fez quase enlouquecer e gemer como louca. Sem os espasmos anteriores terem passado, outros vieram com a continuidade dos movimentos dela, e ela não imaginou como agüentava tanto prazer de uma vez só. Ele finalmente chegou lá, soltando um gemido e dando mais algumas estocadas, derramando-se fundo nela.
- Hermione... – sussurrou ele, descansando o corpo, mas jogando seu peso nos braços para não esmagá-la.
As pernas dela o apertaram mais contra si, impedindo-o de sair dela, e ela se mexeu para fazer os braços dele saírem da posição desconfortável em que ele estava, de modo que o peso dele ficou todo apoiado nela.
- Vou acabar esmagando você – disse ele, com uma risadinha, dando um beijo gentil na testa dela.
- Hum... eu gosto da sensação do seu corpo prendendo o meu – murmurou Hermione em resposta.
Quando Hermione perdeu a firmeza nas pernas e deixou-o sair dela – não sem resmungar algo ininteligível – ele deitou-se ao seu lado e a envolveu em seus braços. Beijou os lábios dela e observou-a adormecer. Ele rezava a qualquer divindade que o estivesse ouvindo para que aquela paz e aquela alegria durassem pelo menos até o fim daquela noite.

A dita divindade o atendeu, mas ficou no “pelo menos”. A manhã mal chegara com uma Hermione sorridente a seu lado e ele sentiu a marca queimar em seu braço.
Levantou-se da cama desvencilhando-se do abraço dela e olhou para fora pela janela, sentindo-se infeliz, sentindo-se torturado, agonizando interiormente. Sua face, entretanto, não demonstrou nada além de uma frieza que, para Hermione, não fazia parte do homem com quem compartilhara a cama até há pouco.
- Ele está me chamando – disse Snape, sério, com aquele tom sussurrado e letal.
Hermione levantou-se, sentindo as pernas fracas pelo contato da noite. Aproximou-se dele e correu as mãos pelo peito dele. Beijou os lábios dele, beijou o pescoço dele e sussurrou:
- Volte cedo e terei uma surpresinha para você – murmurou ela, sorrindo, forçando o sorriso. – E inteiro, de preferência, se não será impossível fazermos o que tenho em mente...
Snape deu um sorrisinho no canto dos lábios e desejou internamente não sair do lado dela nunca mais. Mas ele tinha de ir.
Vestiu-se rapidamente e saiu com um último olhar de relance, temendo não voltar, temendo não poder ver seu filho nascer. Decidiu que voltaria, e voltaria sempre que fosse chamado para o lorde negro.

Desaparatou aos pés do Lorde das Trevas, sentindo o olhar dele em si.
- Ora, ora, você parece bem recuperado – disse a voz de seu Mestre.
- É – disse Snape, com um sorrisinho de deboche, ainda olhando para o chão. – Apenas um pouco cansado pela atividade da noite.
Voldemort soltou uma risadinha e perguntou:
- Então você realmente conseguiu voltar aos braços daquela vadiazinha?
- Ela me achou de algum modo, mestre – disse Snape, calmamente. – Tive alta da ala hospitalar apenas hoje.
Voldemort chegou para a frente na cadeira, atento.
- Ficou na ala hospitalar?
- Sim. Cercado de feitiços para não ser visto. A sangue-ruim ficou ao meu lado nas três semanas, pelo que ouvi dizer. E Dumbledore confia cegamente em mim. Apenas a velha coroca da Grifinória e aquela medibruxa nojenta não confiam em mim, mas elas não são um problema.
Voldemort soltou um suspiro satisfeito.
- É, Severo, acho que você pode voltar a ter sua utilidade. Mas se só recebeu alta hoje... não tem nenhuma novidade para mim? – a voz de Voldemort, por incrível que fosse, não parecia nada, nada insatisfeita, talvez um pouco desapontada.
Bella e Lúcio riam, esperando para castigar Snape, mas o professor disse:
- De modo algum, mi lorde. Não estive muito consciente na maior parte do tempo, mas nesta última semana a consciência ficou um pouco mais freqüente. Dumbledore conversou comigo sobre o plano...
Bella e Lúcio se fizeram sérios; Voldemort remexeu-se na cadeira, interessado.
- E o que você tem para mim?
- Bom... o velho não quis me contar muito, porque achava que eu estava bastante debilitado...
- De fato, de fato – concordou Voldemort, ansioso.
- Mas ele disse que a isca dele será um dos nossos. Ele comentou alguma coisa sobre uma armadilha para Lúcio, mas não quis entrar em detalhes. Ele disse alguma coisa sobre o orgulho dos Malfoy, mas isso foi tudo. Ele queria uma conversa mais séria comigo para o próximo domingo.
- Algo para atrair Lúcio? – Voldemort arqueou as sobrancelhas. – Ele dificilmente seria uma isca para mim.
Snape suspirou.
- Conhece Dumbledore, mi lorde, aquela mente trabalha de um jeito estranho, mas perfeito. Vou me certificar das intenções dele nessa próxima reunião. Ah, e ele me disse também quando pretende fazê-lo... Acabei perguntando sobre isso, com descaso, porque eu disse a ele que queria ter a chance de estar inteiro para o grande fim...
- Ele respondeu diretamente? – as sobrancelhas de Voldemort estavam arqueadas, num misto de espanto e satisfação, para o desgosto dos outros dois comensais.
- Sim, mi lorde – disse Snape, sentindo os joelhos arderem pelo tempo que estava ajoelhado naquela posição patética. – Quando Hogwarts estiver vazia, nas férias. O testa-rachada terá terminado o sétimo ano, ele e toda a sua corja, incluindo a minha putinha particular.
Voldemort assentiu, pensativo.
- Mas em que parte das férias será? – a mente dele trabalhava em voz alta. – No começo, no fim? Ele vai ocultar o Potter de mim?
Snape pigarreou.
- Sei algo sobre isso, senhor, e quem me contou foi a Granger – disse ele.
Os olhos de Voldemort voaram sobre Snape; ele estava estupefato.
- O Potter disse a ela que a armadilha em Hogsmeade será pelo fim das férias, e, até lá, ele vai esconder o santo Potter na Ordem da Fênix para treiná-lo com os melhores aurores... – Snape ousou erguer o olhar para seu mestre e acrescentou, com os olhos brilhando de modo quase verdadeiro: – e a Granger também vai treiná-lo. E sabe o que é mais interessante, mi lorde?
Um brilho de prazer perpassou os olhos do lorde negro e Snape respondeu:
- Ela quer a minha ajuda para ensinar ao Potter... E quer também... ah, sabe, ela precisa de certas coisas – Snape sorriu. – Ou seja, estarei na Ordem na maior parte do tempo. Tenho como vigiar os progressos do Potter simultaneamente aos planos dos aurores.
Voldemort concedeu-lhe um sorriso e fez sinal para ele se levantar. Snape obedeceu, com alguma dificuldade.
- Está ficando velho, seu canalha – disse Voldemort, amigável como costumava ser antes de ir para outros cantos da Inglaterra.
Snape deu um meio sorrisinho.
- Na verdade, a sangue-ruim não me deixou dormir de ontem para hoje – retrucou ele.
Voldemort deu um sorrisinho cafajeste e disse:
- É, ela serve para passar o tempo, pelo visto. E para conseguir informações, também.
- Com toda a certeza, mi lorde – disse Snape, aceitando a mão que Voldemort pousava em seu ombro, num gesto quase amigável.
- Bom, você fez muito mais do que eu esperava de você nesse meio tempo em que esteve inválido... – disse Voldemort. Snape ouvia-o com atenção. – Acho que você pode ir, e continue vigiando. Provavelmente eu o chamarei daqui umas duas ou três semanas, e gostaria de saber dos seus progressos... Embora haja muito pouco a descobrir.
- Sim, mi lorde – disse Snape, curvando-se um pouco.
- E, talvez, você possa me dizer por que voltou a ser o velho Snape de antes de reencontrar aquela vagabunda? – os olhos de Voldemort brilharam de um modo que Snape detectou como perigoso.
Com um suspiro de quem demonstra tédio, Snape disse:
- Na verdade, creio que ter que trabalhar demais naquele lugar afetou alguma parte do meu cérebro. Tempo demais longe dos nossos depois de um regresso tão brilhante me fez perder o rumo um pouco. E, devo dizer, depois do castigo da última vez em que estive aqui, percebi que estava faltando às nossas causas.
Voldemort assentiu, satisfeito com a resposta.
- Bem... vá, Severo, vá. Será melhor para todos nós. E vê se não deixa a sangue-ruim matar você.
- Ninguém morre por gozar demais, mi lorde – disse Snape, com um sorrisinho sarcástico, encontrando um brilho cruel no olhar de Voldemort antes de aparatar daquele inferno.

Snape apareceu nos portões de Hogwarts, sentindo-se sujo por cada ofensa sua feita contra a mãe do seu filho, sua amada esposa. Odiou-se por cada palavra suja contra ela e quis evitá-la, ao menos até estar em paz com sua própria consciência.
Era horário de aula; ele andava com um feitiço desilusionário, entediado, vendo as atividades do lugar. Lembrou-se de quando era professor, e admitiu para si mesmo que sentia falta. Não que adorasse lecionar, mas sentia falta daquela atmosfera, apesar da imensa quantidade de cabeças-ocas.
Andou, andou e por fim parou perto do lago, admirando o lugar, pensando. Desejava do fundo de sua alma que aquilo acabasse logo; não suportava mais aquela atmosfera infecta do Ministério. Queria ter certeza de que sua Hermione e seu filho viveriam num mundo de paz. Mas... Como? Quando? Cabia a ele ajudar, mas tudo dependia de Dumbledore e dos progressos do maldito Potter.
Cansado, foi para a diretoria, para conversar com o diretor. Queria ter mais detalhes do plano, queria acertar logo o que iriam dizer para Voldemort, queria fazer tudo o mais rápido possível para que aquele inferno que tomara vinte anos de sua vida fosse embora logo.
Ele mal entrou o castelo e viu certo sonserino muito capaz, chamado Eric Oxford, sentado ao lado de Hermione Snape numa das estufas de Herbologia. Eles estavam sozinhos.
Snape sentiu o sangue ficar quente e as faces, rubras. Estava com varinha em punho para esmagar aquele merdinha, estava a ponto de lançar um feitiço, mas parou. Hermione segurava a mão dele com carinho. Snape quis ir embora. Quis sair dali. E saiu. Não quis ver mais nada.
Ele não viu o que aconteceu ali.

Eric Oxford e Hermione Snape – ainda chamada de Granger – tiveram que ficar por último para arrumar a estufa para a professora Sprout, porque ela teve que sair correndo com um estúpido da Lufa-Lufa que quis pôr um dedo na ”boca” de uma planta carnívora. Hermione odiara aquela idéia, mas aceitara.
Entretanto, ele tentara surpreendê-la com um beijo, mas ela habilmente desvencilhou-se do rapaz antes que qualquer coisa acontecesse.
- Oxford! Mas que inferno! Eu gosto de você, você é um bom amigo, mas nós não podemos! Eu amo outra pessoa! Sou dela de corpo e alma! Você não pode forçar uma situação que não existe!
Os ombros do garoto murcharam.
- Eu amo você, Granger... Desde... nem sei quando!
Hermione sentou-se ao lado dele e pegou a mãe dele com carinho. Eles se entreolharam e ficaram alguns minutos em silêncio antes de Hermione dizer:
- Oxford... Eu posso entender você. Já fui desprezada pela pessoa que eu mais amo algumas vezes. Mas... Você entende? Você consegue me entender? Eu sou de outra pessoa. Pertenço a ela. A única coisa que você vai conseguir com isso tudo é me deixar brava com você, e eu passaria a te evitar. Você quer isso?
O rapaz fez que não com a cabeça.
- Então; vamos ser só amigos e continuaremos andando juntos. É a regra. Você pára com isso e eu não paro de falar com você.
Oxford suspirou e beijou a mão dela, por fim. Então, levantou-se e disse:
- Vamos arrumar isso aqui logo, Mione.
A jovem sorriu e disse:
- Vamos sim, Eric.

Naquele dia, Hermione jantou às pressas e correu para o lugar onde era o laboratório de Snape. Abriu a porta e viu o laboratório intocado. Sentiu o coração acelerar forte, com medo de que Snape não houvesse retornado ainda, com medo de que ele não retornasse mais. Engolindo o choro, ela subiu as escadas para o quarto dele. A porta estava destrancada. Ela tomou um susto ao entrar no quarto. Tudo estava destruído, fora do lugar, quebrado. Ela não soube o que pensar.
Seus olhos correram pelo quarto e ela viu Snape deitado na cama, de olhos fechados, com uma expressão indescritível no rosto. Ou dor ou ódio ou os dois. Ela correu para lá e olhou para ele.
- Sevie! Mas o que aconteceu aqui?
Ele abriu os olhos e encarou-a com indiferença. Hermione reconheceu aquele olhar instantaneamente. Era o olhar do mestre de Poções.
- O que foi, Sevie? – ela perguntou, preocupada, e lançou um olhar em volta.
- Estava redecorando o quarto – disse ele, com um tom frio e cruel, sentando-se e olhando para o fundo dos olhos dela.
- Foi você que fez isso? – ela arregalou os olhos. Não houve resposta e ela murmurou: – Bom, menos mal. Uma desgraça não aconteceu. Não vai me deixar saber o que é?
Snape tinha um olhar indestrutível, gelado, mortífero.
- Você está me assustando, Sevie! – exclamou ela, afastando-se um pouco, mas sem tirar os olhos dele. – O Voldemort mandou você fazer alguma coisa terrível? Alguma coisa... comigo?
Snape ainda a olhava, imóvel.
Hermione suspirou e olhou em volta.
- Deus do Céu, mas o que...? – ela olhou outra vez para ele. – Você me quer de joelhos, Sevie?
Ela se ajoelhou na frente dele e repousou as mãos nas pernas dele.
- O que aconteceu?
Snape tinha uma expressão de ódio agora, e segurou os dois braços dela com força, levantando-se e levantando-a simultaneamente. Ela arregalou os olhos assustada.
- O que você acha? A resposta não está com você?
Hermione ficou assustada com a agressividade dele e tentou se soltar e recuar, mas ele a segurou firme e sacudiu-a.
- Não vai falar? – a voz dele veio muito mais alta que de costume.
Hermione estava paralisada e lágrimas lhe vieram aos olhos sem que ela conseguisse sequer abrir a boca.
- O que foi agora, sra. Snape? É tão difícil carregar esse título que já queira se livrar dele com nem um dia de casada?
Hermione estava perplexa, sem reação. Tudo o que conseguiu murmurar foi:
- Mas do que você está falando, Severo?
Ele perdeu a paciência e andou com ela até encostá-la na parede, batendo-a nesta com mais força do que Hermione poderia supor que ele seria capaz.
- Onde você estava hoje de manhã? – perguntou ele com o rosto a centímetros do dela.
Uma súbita idéia lhe veio a mente e ela arregalou os olhos.
- Severo, pelo amor de Deus, eu não...
- Qual o problema? Se você não quisesse... eu não a forcei a nada, você poderia não ter aceitado se casar comigo!
- Você poderia confiar em mim! – gritou ela, tentando se soltar, mas ele a manteve firme contra a parede.
- Confiar em uma menininha que fica sozinha numa estufa segurando a mão de um rapaz? – ele a segurou mais forte.
Ela estava assustada. Nunca antes tivera tanto medo dele, nem no Ministério.
- Severo! – gritou ela, desejando acima de tudo que ele a ouvisse. – Meus pensamentos são seu reino!
Ela olhou no fundo dos olhos dele, esperando que ele entrasse na mente dela, mas ele não o fez.
- Eu não quis ver nada depois daquilo – disse ele, soltando-a, indo para outro lado, virando as costas para ela.
Ele apoiou as mãos no parapeito da janela, olhando para baixo. Sentiu as mãos de Hermione o envolverem num abraço carinhoso, mas ele a empurrou, desvencilhando-se dela e virando-se com um olhar agressivo. Hermione caíra no chão de muito mau jeito e olhava-o com os olhos arregalados e lágrimas escorrendo-lhe pela face.
- Você não me ouve! Quando tudo o que fiz foi ouvir você! Eu confiei em você e você não faz nenhum esforço para me ouvir! Para saber de tudo o que aconteceu!
Snape olhou-a como se tivesse levado um soco. Era verdade. Ele aproximou-se para ajudá-la a se levantar, e, com infinito pesar, viu-a se virar num ato reflexo e cobrir a barriga com as duas mãos. Aquilo o machucou.
- Hermione – o tom dele saiu mais calmo, mas ela não o olhou.
Ele aproximou-se lentamente e a pôs em pé, não sem antes uma reação assustada dela.
- Hermione – ele chamou de novo. Ela chorava. – Por favor, me entenda...
- Eu entendo você, seu idiota! – gritou ela, virando-se para ele. – É você que não faz o menor esforço para me entender! Eu não sou cruel como você! O Oxford me ama; eu não podia chegar e mandar ele se foder! Eu tinha que ser cuidadosa e falar com firmeza, mas com carinho! Eu não sei ser igual a você, graças a Deus!
Snape murchou os ombros.
- Hermione... me perdoe... Por favor – disse ele, sem saber como agir.
- Perdôo, claro. Mas não espere me ver antes de eu conseguir confiar em você de novo – disse ela, séria. – Eu não posso arriscar a vida do meu filho me expondo à sua presença! Se toda vez que você me vir conversando com um amigo você for agir desse jeito, o que será de mim?
Snape arregalou os olhos à simples menção daquilo.
- Você... você vai embora?
Hermione fez cara de choro. Ela não conseguia se manter tão cruel vendo o lendário Snape tão inofensivo como ele estava agora. No entanto, ela precisava fazê-lo entender que ele jamais deveria agir daquele modo de novo.
- Espero eu não, Severo – disse ela. – Espero eu você me convença a ficar. Uma amiga da minha mãe foi parar num hospital em estado terminal uma vez que o marido dela bateu nela por ciúmes... e eu não quero que isso aconteça comigo!
Snape parecia apavorado agora.
- Nunca! Eu jamais faria isso com você!
- Você acha que não, Sevie – disse ela, suspirando. – Mas você perdeu a noção quando entrei. Você tinha que se ver...
- Isso não vai acontecer outra vez – disse ele, e ajoelhou-se na frente dela, abraçando a cintura dela, beijando a barriga dela. Humilhou-se como nunca antes, nem diante de Voldemort.
Hermione chorou e se afastou dele, desvencilhando-se dos braços dele. Teve medo dele. Um homem lendariamente cruel e apaixonado daquele jeito poderia lhe trazer muitos problemas, poderia fazer-lhe mal ou a seus amigos. Ela cobriu a barriga, de costas para ele, pensando. Uma crise de ciúmes com um dia de casados – nem isso – e ele já agiu daquele modo agressivo. O que seria dela e de seu filho se ele a visse deitada com a cabeça no colo de Harry, como ela costumava ficar?
Ela sacudiu a cabeça negativamente, com o rosto baixo, chorando. Ela achara que não tinha mais lágrimas, mas aquela reação dele... Ele realmente se achava no direito de duvidar do amor dela depois de tudo o que ela fizera por ele.
Hermione olhou para ele, ainda ajoelhado no chão, olhando para ela com um ar apreensivo, e depois olhou para a porta. Ela se perguntou se conseguiria sair a tempo, antes de ele alcançá-la. Queria pensar e não conseguiria fazer isso tão perto dele.
A jovem suspirou e dirigiu-se para a porta quase correndo, mas Snape foi muito mais rápido e, com um simples gesto, a fez fechar-se e trancar-se. Ele se levantara, sério. Ela correu para uma parede, virando-se para ele, com um ar assustado.
- Você pode me ouvir antes de ir embora? – perguntou ele, num tom ameno.
Hermione ainda tinha um semblante inquieto.
- Eu não ia embora, eu só queria pensar um pouco... – murmurou ela, com a voz fraca.
- Hermione, eu sei que eu não sou fácil – disse ele, derrotado. – Eu imploro que você tente ver pelo meu lado. Você é tudo o que eu mais amo e eu sempre achei que você nunca sequer chegaria perto de mim... Quando isso aconteceu... é difícil acreditar... Eu...
- Não confia em mim – disse ela, ressentida.
- Não, eu só... achei que você poderia querer algo melhor...
Hermione sentiu o sangue ferver e partiu para cima dele com os punhos cerrados.
- Puta que pariu, Severo! – gritou ela. – Se eu estou casada com você é porque eu acho que você é o melhor para mim! Você devia saber disso, seu imbecil! Se eu não amasse você eu nunca teria me casado. Você adora dizer que matou os meus pais. Se eu não amasse você e não entendesse você, eu nunca sequer te olharia! Mas o que você acha? Que a vagabunda da sua esposa, que é uma vadia de primeira, que está carregando um filho seu na barriga, vai sair transando com o primeiro moleque que aparece só porque ele é alguma coisa que você acha que não é!
Snape apenas recuara com o avanço dela, e foi com cuidado que segurou os punhos dela.
- Hermione... – ele disse com um tom carinhoso.
- Para o inferno, Severo Snape – disse ela, irritada. – Aprenda a se controlar ou não vai me ver mais!
Ela se soltou dele e foi para a porta.
- Abra – disse ela, séria, seca.
Snape disse que não abriria. Ela tirou a varinha e disse um Bombarda, explodindo a porta, possibilitando sua passagem. Ela saiu do laboratório e correu para os jardins, para longe das vistas de todos. Estava cansada de chorar, mas decidiu que ia fazer isso só mais uma vez. Ela não soube por que, mas tinha a sensação de que ainda ia chorar muito.
Queria ficar sozinha por um tempo, mas não conseguiu. Mal chegou lá e viu Snape, ao longe. Ele, é claro, não usava nenhuma proteção para não ser visto e, ao alcançá-la, disse:
- Eu gostaria que você me ouvisse, Hermione... – sussurrou ele.
Ela suspirou, com um olhar que era um misto de carinho e impaciência. Ela levou uma das mãos ao rosto dele. Snape inclinou-se ao toque, desesperado, e fechou os olhos. Pegou a mão dela e encheu-a de beijos.
- Me perdoe, Hermione, por favor...
Hermione pegou a varinha e fez um feitiço para que ambos ficassem invisíveis.
- Se alguém do Ministério pegasse você, eu ficara me sentindo culpada pelo resto da vida – murmurou ela. – Você devia ser mais cuidadoso.
- E você poderia ter mais paciência comigo – disse ele, quase se esquecendo de ser o odiado professor Snape.
Hermione fechou os olhos, tentando esquecer o olhar de ódio dele.
- Está bem, Severo. Desta vez e somente desta vez eu vou esquecer. Se isso acontecer outra vez, com certeza vai ser pior do que foi hoje, e, por mais que eu te ame, eu tenho um pedaço de você comigo, e você nunca mais vai nos ver.
Snape respirou fundo.
- Não vai acontecer de novo – disse ele. – Juro por tudo o que você quiser.
Ela assentiu.
- Tenho que comer – disse ela séria. – Vá para o quarto que eu vou levar a sua comida para lá.
- Você vai agir assim comigo?
Ela se irritou.
- Como é assim? – perguntou ela.
- Você sempre é meiga comigo...
- Severo, deixa a minha raiva passar que eu volto ao normal com você – disse ela. E seguiu para o castelo sozinha, deixando Snape a observá-la num silêncio doentio.

Hermione, ainda temerosa pelo que tinha acontecido, desceu para o quarto dele levando o jantar dele. Teve dificuldades de abrir a porta com a bandeja em mãos, mas o fez e entrou no quarto, fechando a porta com o pé. Com grande surpresa, viu o quarto inteiro e arrumado, limpo, perfeito. Deixou a comida em cima da mesa e olhou em volta, procurando Snape.
Um som de torneira no banheiro e ele logo saiu, parando de chofre ao vê-la. Ele se aproximou com um passo cuidadoso, olhando para dentro dos olhos dela, dando a ela tempo de reconhecer que era Severo Snape e não um demônio que estava ali.
Ele ficou internamente feliz ao ver que ela não recuou e manteve o olhar no dele. Ele, incerto se poderia se aproximar, decidiu que tentar não faria mal, e aproximou-se para beijá-la. Ela recuou.
- Severo... Vá jantar.
Snape não disse nada, apenas puxou-a de volta para si o mais carinhoso que conseguia e aproximou o rosto para beijá-la. Ela virou o rosto.
- Ainda estou magoada com você, Severo. Você está de castigo.
Novamente, Snape não respondeu. Segurou o queixo dela com delicadeza e cobriu os lábios dela com o seu. Ela não lhe deu passagem e se afastou dele.
- Não, as coisas não são assim. Você tem que aprender e vai aprender – disse ela, séria. – Depois que você comer, nós vamos discutir algumas regras.
Snape sentou-se na cama, com um ar superior.
- Não estou com fome – disse ele.
Ela fez cara de brava.
- Você não comeu hoje.
- Sei disso melhor que você – tornou ele, seco.
Hermione suspirou e sentou-se à mesa, de braços cruzados, olhando para o chão. Ela detestava a idéia de estar brigando com seu marido no primeiro dia de casada, mas ele tinha de aprender a controlar os nervos ou não haveria vida entre eles.
Ela logo sentiu duas mãos massageando seus ombros e ouviu a voz de veludo dele sussurrar bem perto do seu ouvido, fazendo-a estremecer:
- Regra número um: não vou mais tocar em você quando estiver com ciúmes. Regra número dois: eu nunca vou implicar com nenhum dos seus amigos e você não vai nem saber que eu quero lançar um Avada em cada um deles. Regra número três: eu vou me afastar toda vez que achar que estou começando a ficar irritado com algo que você fez ou disse. Regra número quatro: eu estou sempre errado quando discuto com você – ela riu a isso. – Regra número cinco: você nunca vai fazer greve de sexo quando achar que tem de me castigar.
Hermione soltou uma gargalhada gostosa e Snape quase desmontou. Ela se levantou e olhou para ele.
- Mas você é mesmo um canalha!
Ele deu um meio sorrisinho no canto da boca e disse:
- Então você aceitou as minhas regras?
Hermione assentiu. Snape puxou-a para si e beijou-a com paixão, demonstrando a ela todo o sentimento que não podia traduzir em palavras. Ele alegrou-se infinitamente quando sentiu as mãos dela o abraçarem e o puxaram para mais perto. Foi um beijo longo e cheio desejo; ela sentiu o corpo dele reagir e desvencilhou-se.
- Ahn-ahn, Sevie – disse ela. Ele parecia atordoado e ela disse, com os lábios a centímetros dos dele: – Você vai jantar.
Ele ia retrucar e ela disse:
- A regra número cinco vale se a quatro valer.
Ele sorriu e sentou-se para jantar. Hermione sentou-se à frente dele, admirando-o. Snape sabia que o olhar dela estava em si, mas ignorou isso. A atitude dele fora a pior desgraça que já tinha feito na vida – e havia sérias concorrentes para isso – mas a reposta dela a sua atitude o assustara demais para que ele um dia se permitisse outra reação daquelas.
Terminou de comer e ergueu o olhar para ela, que lhe sorriu e acariciou suas mãos frias. Hermione descobrira, naquela noite, que, de fato, sexo depois de uma briga feia era muito melhor, como tanta gente dizia.


UH LÀ LÀ

QUEM GOSTOU LEVANTA A MÃO!!!


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AMO VCS, MINHAS LINDAS, E ESPERO Q VCS TENHAM GOSTADO DO CAP


BJOSSSS

ANNINHA SNAPE


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