Emily Catherine



Draco já sentia suas pernas cambalearem e seus joelhos inclinarem se para frente, não faltava pouco pra ele ceder de uma vez. Sentiu fraquejar por um momento, até se lembrar o que, realmente, estava fazendo ali.

- Não posso deixá-la aqui.

- E se for apenas uma armadilha.

- Não é, David.

- Mas Draco... – começara o menino de cabelos castanhos, tentando correr para acompanhá-lo.

Draco não queria mais ouvi-lo. Ao certo não sabia por que o havia chamado. David Deal era um amigo de infância de Draco, estudava na Durmstrang. Um menino baixo para sua idade, com cabelos castanhos deslizando pela testa e seus olhos tinham um azul vivo. Tirando seu físico aparentemente forte, eram os olhos que o faziam popular.

Do mesmo modo que Draco, ele era de família puro-sangue. Desde então sempre foram amigos. O pai de David, assim como o de Draco, seguia a Voldemort, o ajudava com os assuntos do Norte da Europa. A mãe do menino havia falecido há pouco tempo por motivos, até agora, não descobertos.

- Draco, você ta me escutando? – disse David impaciente.

- Acho que estamos chegando – disse Draco afastando algumas folhas e vendo lápides e mais lápides alastrarem se pela sua frente.

- Você vai na frente – disse David com certo medo.

- Ta com medinho? – zombou Draco.

- Não... – disse David frio.

Draco fizera sinal para ele calar-se. Ouvira alguns passos, não deveriam abusar da sorte. Já haviam passado por alguns Comensais lá atrás e de algumas armadilhas que havia pelo caminho.

- Draco? – chamou David baixo.

- Silêncio – disse Draco agitando a mão para o garoto e ajoelhando-se no chão para não ser visto. David fez o mesmo.

- Vai me explicar o que está acontecendo? – disse David voltando com sua impaciência.

- Você fica aqui – disse Draco sério para o garoto.

- Ta brincando, né?

- Não. Você fica... Eu vou – disse Draco triste, tentando não transparecer isso.

- Tudo bem, vá antes que alguém apareça – disse David empurrando o garoto e se escondendo mais atrás.

Draco não pensou duas vezes. Levantou-se limpando as vestes sujas de terra e correu até uma cabana nas proximidades do cemitério, olhou mais uma vez para David, ele apenas fez um sinal afirmativo com a cabeça, o suficiente para Draco entrar na cabana e desaparecer por lá.


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Seus olhos castanhos fitavam o nada através do vidro da janela. Sua perna direita estava levantada à altura do pescoço, a cabeça deitada sobre o joelho fazia seus cabelos escorrerem pelp mesmo. Algumas lágrimas caíam enquanto passava seus braços em volta das pernas.

Ela não parecia uma garota qualquer. Talvez fosse pelo seu ar sagaz e inteligente. Talvez pelo seu rosto delicado e seus olhos castanhos, é mas nem seu cabelo escuro até abaixo do ombro a fazia ser uma garota qualquer. Emily não era assim. Não era assim porque o destino não quis. Fora abandonada. Não no sentido de deixada, apenas esqueceram de lhe dar amor. E agora mais do que nunca, ela o precisava.

Uma batida na porta da cabine fez com que ela despertasse de seus devaneios. Desviando os olhos para porta, ela fechou a cara, se levantou de maneira hábil e dirigiu-se até onde escutara o som.

- Entre – disse dando espaço para uma Gina apressada entrar na cabine, sendo seguida por um Harry enfurecido.

- Gina Weasley, volte aqui – disse Harry batendo na porta.

- Não – disse Gina ofegante.

- Deixe-o pra lá! – disse Emily fazendo a garota sentar.

Harry depois de muito esforço finalmente conseguiu entrar. Olhou de Emily para Gina e sentou-se na cadeira do lado oposto. Soltou um leve suspiro e depois de alguns minutos de silêncio se levantou para sair dali.

- Fique – disse Emily segurando-o pelo braço, Harry estremecera com o toque inesperado da garota.

Harry permaneceu calado e voltou a se sentar. Queria avançar em cima de Gina. Porque ela fez aquilo?

- Prazer – disse Emily esticando a mão para Harry, o mesmo apertou-o e sussurrou algo inaudível no ouvido dela – Emily Catherine, prefiro que me chame apenas de Emily.

- Harry – disse o menino olhando desconfiado para a garota – Harry Potter – Emily não fizera o que todos faziam a ouvir aquele nome, mas um estranho silêncio pairou por ali naquele momento.

- Emily, você precisa me contar porque foi transferida? – perguntara Gina como se já a conhecesse há muito tempo.

- Não sei, não lembro o que aconteceu – disse Emily parecendo estranhamente com Luna – Estava correndo, alguém vinha atrás de mim. Eu cheguei até uma sala escura e vi um espelho. Bem estranho, não parecia nada com o que eu já tenha visto. Eu ouvi um grito e desmaiei.

Harry que até o momento não estava prestando atenção na conversa, se apoiara nos joelhos e inclinara-se para frente. Fazia sentido pra ele o que ela acabara de dizer. Quem sabe a mesma coisa...

- Se não é o Potter e a Weasley juntos – disse Malfoy entrando na cabine, ignorando a menina de cabelos negros.

- Malfoy, quer fazer o favor de sair? – disse Harry se levantando em direção a Draco.

- Ah, Harry. Esqueçeu que usar educação com pequeno Malfoy é inútil? – disse Gina o afastando – O que você quer, Malfoy? – disse Gina olhando séria para ele.

- Estão lhe chamando, Weasley – disse Malfoy sério, temendo a compreensão da garota.

- Diga que já estou indo – disse Gina não se tocando da indireta de Malfoy e voltando a se sentar.

- Acho que você não entendeu . Agora, Weasley – Harry voltou a se levantar, Gina o afastou novamente.

Antes de Draco sair Harry pode ver seus olhos brilhando. Um brilho incomum. Pareciam labaredas. Talvez algo subumano. Não se intimidara fácil, mas deixara escapar uma expressão de quem temia o que estava por vir. Draco olhou para Emily e saiu sem dizer nada.

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- O que você está fazendo, garoto? – disse uma voz gélida fazendo-o parar e olhar para trás esperançoso.

- Onde esta minha mãe? – perguntou Draco agora encarando o comensal friamente como se o estivesse fuzilando com o olhar.

- Não sei – disse o comensal levantando os ombros.

- Incompetente... – dissera Draco antes de ser jogado alguns metros no ar, chocando seu corpo contra a parede.


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Para Emily só existia um mistério. Ela saberia responder qualquer pergunta. Ela também saberia fazer muita coisa se você pedisse.

Mas porque o destino quis isso para ela? Ela sabia responder tudo, menos isso. Era uma vida. Uma vida incompleta, uma vida com “meias” memórias.

- Emily – chamou Harry, ela balançou a cabeça num sinal para que ele prosseguisse e ele não demorou a faze-lo – Você não sabe de mais nada? Quero dizer, sobre sua expulsão? – ele deu um sorriso meio nervoso para ela. Ela apenas balançou a cabeça afirmando e aproximou-se de Harry.

- O que? – disse Harry assustando-se com a aproximação da garota. Ela novamente não respondeu, olhou para Harry e deitou no ombro do garoto.

- Porque não fala mais sobre sua vida? – Harry passava levemente a mão nos cabelos da garota.

- Eu prefiro não tocar nesse assunto.

- Não tem família?

- Tenho, mas... - ela parara, não podia contar nada.

- Mas...?

- Já disse. Prefiro não comentar.

- Eu não tive família, só tenho Sirius como parente, ele é meu padrinho – Harry sorriu, gostava de lembrar que Sirius havia voltado.

- Ele é legal – Emily também sorriu.

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- Harry – sussurrou Emily ainda deitada em seu ombro.

Harry levantou-se assustado, fazendo Emily levantar-se também. Harry a fitou por um momento. Não havia se dado conta mais a cada momento se aproximava mais da menina. Ela tocou seus lábios com o dedo e ele estremeceu com o toque.

- Não... – ele afastou o dedo dela.

Continuaram se encarando por certo tempo, estavam tão próximos que ouviam as respirações descompassadas e seus corações acelerados. Seus narizes estavam grudados, se Emily fizesse qualquer movimento beijaria Harry. E se não fosse por uma batida na porta ela o teria feito.

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- O que? Eles estão fazendo de novo!!

- Hermione, ele não é nada seu...

- Ah claro, se melhor amiga significa nada pra ele, tudo bem.

- E você vai ficar parada?

A briga com sua consciência fez com que Hermione caísse em si e tomasse uma iniciativa. Não poderia entrar, pois sabia que nunca ia perdoar Harry. Quem sabe uma simples batida na porta fizesse eles se tocarem.

Ela bateu na porta três vezes. Isso bastava.

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- Malfoy, o que você quer?

- Você sabe o que eu quero, Weasley – Gina agora notava um instinto meio que assassino em Draco.

- Você está bem, Draco?

Draco sentou-se por um momento, soltou um leve suspiro e fez que sim com a cabeça. Logo em seguida abaixou a cabeça e resolveu fitar o chão. Gina num movimento precipitado ajoelhou-se até Draco fazendo-o levantar a cabeça e olhar para ela. Em qualquer dia Gina ficaria com medo do que visse nos olhos dele. Mas hoje ela teria mais do que isso. Um calafrio percorreu-lhe a espinha quando Draco a olhou. Se ele não a tivesse segurado para um beijo, a primeira coisa que ela faria seria correr.

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Draco não sabia onde estava, lembrava de ter voado alguns metros e agora estava ali desacordado numa sala escura e aparentemente vazia.

- O que faz aqui, garoto? – uma voz gélida perguntou, fazendo Draco ter uma sensação de Déjà Vu.

- Nada – respondeu Draco deixando transparecer medo na voz.

- Nada? – repetiu a voz.

- Eu vim apenas salvar minha mãe... – começara Draco.

- Sua mãe?

- Você sabe onde ela está? – perguntou Draco inocente.

- Aproxime-se garoto – ordenou a voz.

Draco não pensou duas vezes antes de obedecer, deu um passo curto em direção ao nada. Sentiu seu corpo fraquejar e levaria um tombo se não já tivesse sido empurrado. Agora, cada vez que respirava fundo o ar grudava na garganta, à medida que fazia um esforço para se adaptar ao ar quase que gelatinoso.


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- O que vocês...? – Rony não tinha reação para o que acabara de ver, poderia ser um sonho, mas para ele estava mais para um pesadelo.

- Rony... – gritara Gina – Não é o que você está pensando...

- Claro que não, Gina – disse Rony cuspindo as palavras – Eu entro aqui e vejo você e Malfoy se beijando e não é nada do que eu estou pensando – agora sentia um ar de desaprovação na voz.

- Não estávamos nos beijando...

- Não, Gina...

- Ele me agarrou, eu não pude fazer nada. Ele é muito mais forte que eu – Gina disse quase gaguejando, fazendo Draco a olhar de maneira desprezível, como se a mesma fosse um inseto.

- Isso... Não é nada do que eu estou pensando... É tudo que eu estou vendo – disse Rony colocando a mão na cabeça, como se raciocinasse. E era realmente o que ele fazia, tudo agora se encaixava. Tudo, as idas para o Beco dizendo que ia ajudar os irmãos, na verdade ela estava com ele.

- RONY, VOCÊ NÃO ACREDITA EM MIM?!?

- PRA SER SINCERO, NÃO.

- NÃO SABIA QUE O WEASLEY SE IMPORTAVA TANTO COM A IRMÃ DELE – disse Draco em deboche da briga que se iniciava.

- Cala a boca, Malfoy – disse Rony cerrando os punhos tão forte, fazendo com que suas unhas cravassem na mão.

- O que você vai fazer? – disse Draco em tom ameaçador, voltando com aquele brilho maligno nos olhos.

- O que eu quero fazer a muito tempo – disse Rony acertando um soco no nariz de Draco e logo em seguida um chute em sua barriga, fazendo o menino despencar no chão e Gina derramar-se em prantos.

Rony não parara por aí, esperou Malfoy se levantar acertou bem em cheio seu olho. Sabia que não sairia bem dali, mas defenderia sua irmã. Mesmo ela não merecendo.

Agora, era a vez de Draco. O loiro levantou Rony pelo colarinho e o encostou na parede, o tempo que ficaram assim foi suficiente para Rony ver o ar assassino nos olhos de Draco e logo em seguida levar um soco no nariz.

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- O que você faria de diferente na sua vida?

- Não sei, mas com certeza eu mudaria muita coisa – disse Emily se encostando novamente no ombro de Harry e deixando uma lágrima rolar pelo seu rosto.

Hermione não sabia quanto tempo ainda agüentaria aquilo, depois do que havia impedido de acontecer na sentia menor vontade de sair dali, não se arriscaria tanto.

- O que seria muita coisa? – disse Hermione tentando afastar o nervosismo em sua voz e sua tola preocupação.

- Não sei, eu não entendo... Eu não tenho memórias completas, não sei o que acontece comigo... – Emily agora escondia as lágrimas.

- Não precisa... – Hermione não teve tempo de terminar, Emily já havia saído da cabine e ouvia-se lá fora uma grande gritaria.

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- Quem é você? – perguntara Draco ainda com medo na voz.

- Ian. Apenas Ian – a voz respondera calmamente, ainda sem se deixar ser notada.

- Onde está minha mãe?

- Não sei... Mas posso lhe mostrar – a voz parecia mais próxima agora.
- Mostre-me – Draco hesitara por alguns momentos, mas não sairia dali sem fazer o que realmente vinhera fazer.

- Mais perto, garoto.

- O que... ?

Draco não terminara a frase, uma forte luz refletia em seus olhos cinza, ele tentara fechar os olhos e até mesmo desviar o olhar, mas era em vão. A luz o prendia, ele não queria, não podia e não conseguia parar de olhá-la. Sentiu o corpo fraquejar novamente, a principio os joelhos cederam, mas ele fora erguido uns três metros acima e agora sabia da onde vinha a luz. Um espelho. Seu reflexo. Um grito. Uma escuridão.


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- O que está havendo aqui? – Hermione perguntou para um calouro que parecia desesperado.

- Monitora, o Sr. Weasley e Malfoy estão brigando – os olhos do menino passaram do distintivo de Hermione para Harry.

- Obrigada, agora vá chamar a professora Minerva – a menina passou a mão pelo cabelo do menino.

- Quem é ele? – perguntou Harry com certo tom de ciúmes na voz que Hermione não notou.

- Algum garoto do segundo ano – disse Hermione se dirigindo à multidão e fazendo pouco caso.

Harry apenas fez um aceno de cabeça e correu atrás dela. A multidão agora parecia ser bem maior do que era ao longe.

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- Belo começo de ano, Weasley – Malfoy agora conseguia se esquivar livremente de Rony, impedindo socos e pontapés certeiros.

- A Enfermaria está de porta abertas, Malfoy! Ela não faz questão das características dos integrantes, um olho roxo e o nariz sangrando quem sabe! Esqueci... Uma leve dor na barriga também – disse Rony dando ênfase à “enfermaria” e em seguida um soco na barriga de Malfoy.

- Nada que você diga irá mudar isso.

- IRÁ MUDAR SIM, MALFOY E COMO VAI – Rony balbuciava as palavras, mal conseguia respirar.

- VOCÊ É FRACO – Draco olhou para Gina e parou subitamente de se esquivar.

- NÃO MAIS QUE VOCÊ – Rony sem entender o que Malfoy queria parou seus incessantes chutes.

- MOSTRE-ME – desafiou Malfoy.

- EU NÃO PRECISO DE GUARDAS COSTAS PARA LHE PROVAR ISSO – Rony já não sabia mais o que fazer.

- NÃO É O QUE PARECE – Draco apontava para Hermione e Harry correndo ao longe.

- ELES ESTÃO FORA DISSO, MALFOY.

- NÃO, NÃO ESTÃO!

- O QUE VOCÊ PRETENDE COM ISSO, MALFOY?

- CRABBE, GOYLE! – Malfoy ordenou que os dois saíssem dali – NADA, WEASLEY.

- OS DEIXA EM PAZ – Rony falara com certa ironia, como se quisesse e ao mesmo tempo não. Draco não deixou passar.

- VOCÊ ESTÁ DEPRIMIDO, WEASLEY?

- CALA A BOCA, MALFOY.

- GRANGER E POTTER JUNTOS! – Malfoy tinha mais do que desdém na voz.

- ELES NÃO ESTÃO JUNTOS! – Rony começara a ficar vermelho novamente.

- CIÚMES, WEASLEY?!

- NÃO MESMO!

- CERTEZA? – se Malfoy estava querendo provocar, ele tinha um leve vantagem. Rony parecia que iria explodir a qualquer momento.

- VOCÊ É FRACO – Rony dera bastante ênfase na frase.

- NÃO TERIA TANTA CARTEZA.

- POR QUÊ?!

- WEASLEY, VOCÊ MERECE COISA BEM PIOR QUE A MORTE... BEM PIOR!

- IMAGINE VOCÊ, MALFOY!

- O QUE EU MEREÇO, WEASLEY?

- Err... – o ruivo de repente parou.

- MEDO, WEASLEY?!

- SE VOCÊ QUISER CHAMAR MEDO DE DESPREZO E NOJO, ESTOU COM MEDO SIM.

- VOCÊ SE EXPRESSA TÃO MAL! – Draco não ligava mais para o que Rony falava.

- EU DIRIA O MESMO DE VOCÊ.

- VOCÊ JÁ PENSOU COMO SUA MORTE SERÁ DOLOROSA

- POSSO CONSIDERAR ISSO UMA AMEAÇA? – perguntou mais para si do que para Draco.

- COMO QUISER! – Draco levantara os ombros.

Rony olhara para Draco... O loiro pareceu balançar a cabeça, mas ninguém entendeu. Ele balançara de um jeito negativo, mas ao mesmo tempo apontava para Hermione.

- O QUE ISSO SIGNIFICA?

- VOCÊ É IDIOTA MESMO, WEASLEY!

- VOCÊ QUER...

- O IMPORTANTE NÃO SOU EU!

- MAS PORQUE EU IRIA QUERER? – o ruivo levantou uma das sobrancelhas para Draco.

- VOCÊ NÃO PODE FAZER NADA, VOCÊ TAMBÉM QUER!

- EU NÃO QUERO!

- NÃO? PORQUE NÃO DIZ LOGO PRA ELES? A VERDADE POR MAIS DOLOROSA QUE SEJA, É SEMPRE COMPREENDIDA! – Draco fez novamente um aceno de cabeça para Harry e Hermione.

- O que quer dizer com isso, Malfoy? – Rony sussurrou para apenas Malfoy ouvir.

- Se alguma vez a morte te chamar não responda, talvez seja a última coisa que você escute! – falara tão baixo que não sabia ao certo se Rony tinha ouvido... Apenas sabia que ninguém entenderia.

O loiro desequilibrara um pouco na tentativa de dar dois passos à frente. Rony ficou imóvel esperando a reação do loiro. Talvez se Harry e Hermione não tivessem chegado, ele poderia ter chutado mais uma vez Malfoy.

Fora tudo em vão. Uma briga em vão, marcas em vão, palavras em vão... Não se podia fazer muita coisa, Rony estatelado na parede, como uma criança com medo. Draco jazido no chão, uma forte luz emanava dele.

Talvez, Rony não estivesse com tanto medo se um grito do nada ressoasse em seus ouvidos. Não podia mais ouvir o que diziam, nem ver o que faziam. Sua cabeça latejava, seu corpo perdia equilíbrio, seu sangue se distorcia por uma poça sem fim, a parede marcada de mãos ensangüentadas, parecia um desenho de criança. Seria um cenário de morte, se as vítimas não estivessem vivas.

Ao certo, só Malfoy sabia realmente o que havia ocorrido ali. Era um pesadelo. Seu reflexo. Um grito. Uma escuridão.

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- Emily, tudo bom? – Gina acabara de entrar na cabine.

- Tudo... E você, Gina? – a menina continuava fitando o nada.

- Bem também, mas me fala... O que você gosta de fazer?!

- Conversar com pessoas legais, ler... Acho que to sem o que fazer ultimamente – Emily havia encarado Gina de forma assustadora.

- Nossa, ta parecendo a Hermione – as duas começaram a rir.

- Cadê ela? Você prometeu traze-la aqui!

- Ela vem, deixe-a acabar os serviços de monitora – Gina deu uma piscadela para Emily.

- Okay... Mas bem, o que se tem pra fazer em Hogwarts?

- Desde que Hermione virou monitora, não tem tanta coisa pra fazer não, temos alguns passeios a Hogsmeade, férias de Natal e na Páscoa e no resto colégio.

- O que é Hogsmeade? – perguntou Emily pensativa.

- Um vilarejo próximo a Hogwarts... Lá é bem legal!

- Hmm... Nós dificilmente saímos de O’Higgins... Tudo subterrâneo era praticamente uma cidade...

- Vou chamar o Harry, peraí!

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- Harry – Gina o chamou.

- Ah... Oi, Gina – Harry se virou para a ruiva, levemente constrangido e irritado.

- Vem aqui

- Eu já disse...

- Conhecer a Emily, venha Harry – Gina o calou, não queria causar uma discussão ali.

- Ah, to indo – Harry encara Gina de uma maneira indescritível e a acompanhou. Não sabia se ela dizia a verdade, e nem pra onde estava indo. Mas jurava que conhecia aquele caminho.

- O que você queria iniciando aquela discussão?

- Apenas que você entenda que se for para ajudar fique de boca calada – Harry estava extremamente nervoso.

- Você e o Rony são do mesmo jeito... – Gina hesitou por alguns momentos – Dois tapados.

- Não é bem assim.

- Ah é! Difícil saber quem é pior.

- Quer parar?

- E ainda me tratam como um lixo – Gina resmungou.

- Epa, que história é essa? – Harry estava indignado com o que acabara de ouvir.

- Pois bem, é assim que eu me sinto!

- Nunca quis te ofender – Harry começava a ruborizar.

- Não se preocupa! Já to acostumada – Gina mantinha a voz calma – Gina Weasley, a patricinha metida a popular de Hogwarts – ela suspirara um pouco e olhara para Harry – O corrimão de Hogwarts! – ela ironizara perfeitamente a fala de Dino Thomas.

- Mas...

- Já disse, não precisa. Bem vindo a minha vida! – ela tinha tanta ironia quanto Draco nas suas provocações.

- Desculpa... – Harry tentava falar.

- É o que dá ser irmã de seis homens! Por isso que o Rony me trata assim, de maneira indiferente.

- Se o Rony te trata como um lixo, não quer dizer que Harry te trate como um lixo – Harry se assustara com as próprias palavras. Gina ficou calada por todo o caminho, refletia o que Harry havia dito.

Harry continuava andando, já haviam passado por tantas cabines que não sabia aonde iria chegar. Gina, não refletia o que havia escutado, pensava numa forma de irritar Harry.

Estava sem criatividade para isso, não que algum dia a tivesse, mas precisava ser rápida, já estavam chegando. Não teve tempo de pensar em nada, deu um pontapé no traseiro de Harry e correu em disparada a cabine de Emily.

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David sorrira, finalmente Draco havia saído de lá. Não parecia ferido, David estranhou apenas a ausência de Narcisa Malfoy. Mas Draco aparentava bom estado e isso bastava.

- Finalmente, hein Draco? – falou David com certa ironia na voz, quando Draco se aproximou.

- Não enche – Draco revidou com repugnância.

- O que aconteceu, Draquinho? – zombou David.

- Quer fazer o favor de cala a boca, Deal? – Draco estava estranho, e ele nunca o chamava de Deal, as coisas estavam pra ficar bem piores.

- Mas sério Draco! O que aconteceu? Cadê tia Narcisa? – David parecia animado com a idéia de que havia dado tudo certo, mas a cara de Draco não confirmava.

- Não aconteceu nada, um comensal infeliz me expulsou de lá.

- Conta outra, você demorou pra caramba.

- Não te interessa o que houve! – Draco estava vermelho.

- Você ta estranho... – David começara.

- Isso também não te interessa!

- Tudo bem, só queria ser simpático...

- Não precisa – Draco queria avançar em David. Descontar toda sua
raiva e fúria, quem sabe se livraria dos momentos que acabara de presenciar. Não eram fáceis, nem suportáveis. Só o tempo, o faria esquecer tais coisas.

- Draquinho... – David estava sendo insistente demais.

- Estou sem paciência se você não notou...

- O que aconteceu com tia Narcisa? Porque ela não veio? O que aconteceu, Draco?

- Eu já disse... – Draco começara a andar em direção a David.

- Você está me deixando com medo – David parecia assustado e se afastava das mãos de Draco, quem insistiam em perseguir a região temporal de sua cabeça.

- Você não entendeu... – Draco não falava mais coisa com coisa.

- Draco, se afasta! Você não está bem, eu sou seu amigo... – estava começando a ficar complicada a situação para David.

- Eu não vou fazer nada - Draco continuava a perseguir David, se fosse um filme de terror, David já teria topado e caído no chão e Draco tentava assassina-lo com as próprias mãos. Mas como aquilo era mais do que um cenário de filme de terror, David se afastava de Draco, que o perseguia insistentemente. O barulho das folhas secas se alastrava pela noite. Seria o começo do fim. Mas os olhos de Draco não diziam isso... Estava apenas começando.

- Draco, o que você quer?

- O seu bem...

- Não é bem isso que você ta demonstrando...

- Eu quero o seu silêncio! – Draco estava levantando a voz, seria impossível ouvi-los ali. No meio de nada.

- Eu não vou falar nada, Draquinho. Prometo - se fosse necessário ele juraria por tudo de mais sagrado no mundo.

- Eu não acredito em você.

- Mas, somos amigos há sete anos, Draco...

- Não significa nada, David – Draco gargalhou, a hora do pesadelo estava apenas começando.

- Você está louco.

- Menos do que você! – ele estava bastante próximo agora.

David Deal sentiu seu corpo entrar em contato com uma extremamente fria superfície de pedra com aproximadamente sua altura. Seu corpo estremeceu e sentiu Draco se aproximar mais. Não teria escapatória. Seria um crime. Um crime sem suspeitos, sem provas, um mistério.

Draco passou suas mãos pelo rosto de David, e o mesmo se encolheu contra a parede. Não imaginava isso, mas sua mente pervertida não deixava passar a possibilidade.

Nada do que pensava ali, antes de morrer, fazia sentido para David. Draco sentiu suas mãos chegaram ao local mais frágil do crânio de David. Não acreditava que estava fazendo isso, mas era mais forte que ele, não havia como impedir.

Pressionou com certa força o crânio de David e o ouviu gritar. Não era uma força humana, estava muito além disso. O que quer que tivesse acontecido com Draco, o tornara outra pessoa.

Os olhos de David se esbugalhavam de maneira assustadora para frente, à medida que Draco pressionava o seu crânio. As mãos de Draco, manchadas pelo sangue das orelhas de David, aumentaram a força. Um som nunca ouvido antes foi propagado no ar pela garganta de David, um último suspiro de morte. Seria a última coisa que faria em vida. Um grito. Uma escuridão.

Draco sentiu o corpo do garoto desfalecer sobre si e cair no chão de terra, não importava mais a dor, o sentimento, nada mais fazia sentido para Draco. Um ser dominara seu corpo e não sabia nem como nem o quanto ele era mais forte que ele, mas acabar de presenciar a prova de que ele podia manipulá-lo facilmente.

Seus cabelos sujos de terra, e seu rosto enigmático foram vencidos pelo cansaço. Seu corpo já no chão, adormeceu lentamente. O frio da noite, o fazia querer algo a mais. Uma escuridão.


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N/A: aaah, mas uma vez MIL E UMA DESCULPAS pela demora. é que eu to com medo ultimamente, sabe? de postar o que eu tenho e acabar tudo; é que eu nunca mais escrevi. x__X’ e só tem até o capítulo 9, mas eu PROMETO que quando chegarem as férias eu irei escrever mais, e postar mais. (x

OBG a quem continua comentando, :*

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