Não Tenha Tanta Certeza



Harry corria não sabia como havia ido parar ali, sabia apenas que devia continuar. Seus melhores amigos acabaram de morrer, mas ele não podia parar, devia continuar, sabia disso.

Alguns passos atrás vinha Voldemort, ele caminhava lentamente, sabia que não devia correr, seu plano não tinha falhas, era simplesmente perfeito. Harry ainda não o tinha visto, mas sabia que ele estava perto, não tanto quanto parecia. Harry corria desesperadamente, tentando não fazer barulho, mas seus passos ecoavam altos.

Ele havia chegado num lugar familiar, ele olhava em volta como se reconhecesse tudo, seu olhar parou em algo que não deveria estar ali, ou pelo menos ele achava que não, O que era? Era o que ele tentava descobrir, ele tentou se aproximar, algo o derrubou, Harry procurou se levantar, sua cicatriz ardia, vultos vinham em sua direção, tentou levantar, suas pernas não agüentavam mais correr, ele continuou caído, olhava em volta, sentia a dor que só sentiu uma vez na vida.


Ele acordara sua cicatriz realmente ardia, seu corpo doía, como se realmente estivesse correndo, ele não conseguia se mover, pensou no que havia visto, não sabia ao certo o que era, pois não conseguira ver. Continuou deitado procurando esquecer o sonho. Fitando o nada pensou sobre a morte de Mione, lembrava-se de cada detalhe.

- Ela nunca morrerá, não enquanto eu ainda amá-la.

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Ele desceu, sua mente estava voltada para a cena que se decorria na sala, o Sr. e Sra. Dursley estavam na sala assistindo algo a que Harry fez questão de ouvir.

- Informamos que na madrugada de hoje, foi encontrado um corpo até agora desconhecido. Sua morte é misteriosa, duvida-se que tenha sido um ataque cardíaco ou uma parada no sistema nervoso, não há vestígios de qualquer marca de violência, à não ser uma marca meio estranha no braço, aparentemente marcada a fogo. Voltaremos com informamos logo mais.

Tia Petúnia olhou para o menino assustada e fazendo careta, como se o estivesse culpando. Harry notou isso e rapidamente dirigiu-se para a cozinha tendo a infelicidade de encontrar Duda comendo um dos maiores pratos de cereal que Harry já havia visto. Harry foi fazer o café dos tios e o próprio café: bacon com ovos. Será que um dia haverá comida descente nessa casa?

Harry estava pensando se teria algo a ver seu sonho com o que acabara de ouvir. Sua mente voava, de longe se ouvia as engrenagens girando cada vez mais rápidas em sua mente. Ele deixou o bacon torrar, até se dar conta que o cheiro de queimado já estava por toda cozinha. Gritos vinham da sala, despertando por completo Harry.

- HARRY POTTER, NÃO ACREDITO QUE VOCÊ NOVAMENTE DEIXOU O BACON QUEIMAR. – Harry apenas abaixou a cabeça e fitou o chão sob seus pés. Ela está me chamando de Potter?

Tio Valter ouviu os gritos e foi à cozinha.

- Você está de castigo por uma semana, mocinho – enquanto passava a mão no bigode resmungava algo, que ao certo ninguém entendeu.

Duda caiu na gargalhada, Harry não suportava mais ficar na cozinha, não suportava mais aquele lugar. Levou seu bacon queimado para o quarto.

Sabendo que seria inútil continuar comendo, foi escrever uma carta pra seu amigo, não sabia ao certo por onde começar, após alguns minutos sua carta se resumia em três linhas.

Rony...
Como andam suas férias? As minhas nem precisa falar. Como anda seu namoro com Mione? Será que eu posso passar o resto das férias aí? Se num for incomodo claro!
Harry...

Harry correu até Edwiges, deu-lhe comida, fez um carinho em sua cabeça, que a mesma retribui com uma bicada carinhosa, Harry prendeu a carta e ela partiu vôo. Harry a observou cortar o céu dizendo para si mesmo:

- Por que eu gosto da mesma garota que meu melhor amigo? Por que eu a amo tanto? Será que um dia eu vou esquecê-la? Eu não posso demonstrar meus sentimentos, sei que realmente ela só me quer como amigo. É o Rony a quem ela ama.

- Não tenha tanta certeza! – algo em sua mente respondera.

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Rony acabara de receber a carta, correra para perguntar a mãe.

- Mãe, o Harry pode passar o resto das férias conosco?

A Sra. Weasley hesitou por um momento e respondeu com um grande sorriso:

- Claro. Diga a ele que mais tarde nós iremos pega-lo. Pela tarde nós apareceremos lá, mas antes temos que pegar a Hermione.

Rony deu um sorriso de ponta a ponta, sabia que passar o resto das férias com Hermione seria perfeito. Ele correu para o quarto, fora escrever a carta, sua mãe o acompanhava subir as escadas com um sorriso no rosto.

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Rony chegara às pressas em seu quarto, Gina o esperava. Tinha “novidades” e uma terrível aparência no rosto, mas sabia que o irmão precisava saber.

- Rony... – disse ela fitando o chão.

Rony não notou Gina no quarto, mas ouvira a voz da irmã e disse:

- Agora não Gina.

- É importante – ela levantou a cabeça e encarou o irmão.

- Gina...

- Deixa pra lá - fez cara feia e saiu do quarto.

Harry...
Claro que não vai ser incomodo você passar o resto das férias conosco, cara. Hoje você vai saber como está meu namoro com Mione, vamos pega-la antes de passar aí. E espero que tenha se lembrado do casamento de Fleur e Gui, você irá precisar de um par. Até mais tarde.
Rony...

Rony colocou a carta no pé de Edwiges, e a viu virar um pequeno pontinho branco no céu e depois sumir. Gina da porta o observava.

- Pobre coitado, se soubesse realmente o que Hermione sente por ele, não ficaria tão feliz. Espero que Hermione conte para ele.

Rony olhou para trás e viu Gina, sorriu para ela, ela retribuiu com um sorriso amarelo. Rony não notou isso, deitou-se na cama e por fim adormeceu.

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Hermione estava deitada fitando o nada, pensando no que poderia vir a acontecer durante essas férias, precisava contar a Rony que não podia mais ficar com ele, e não era dele quem ela gostava, e que não poderia mais fingir o que estava praticamente na cara. Desde a primeira vez que olhara bem no fundo dos olhos de Harry* ele não havia mais saído de sua mente, estava em toda parte, nos sonhos, nos livros, nas fotos. Não sabia como continuar escondendo isso.

- Minha amizade com Harry e Rony? Seria o fim! Além dele não querer nada comigo. Somos apenas amigos. Bons amigos.

- Não tenha tanta certeza! – algo em seu coração falou mais forte.

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Voldemort olhava para os lados, a procura de algo, algo que estava esperando há muito tempo, Pedro vinha correndo na densa escuridão que espalhava-se ao seu redor, seus olhos estavam esbugalhados, corria como se tivesse visto um fantasma, e gritava para seu Lord.

- Milorde, tudo está pronto, o plano saiu perfeitamente como o senhor planejou.

Voldemort respondeu calmamente.

- Excelente Rabicho, dentre de mais alguns meses, tudo estará terminado, será o fim de Harry Potter e seus amiguinhos intrometidos. Agora que Lucius saiu do nosso caminho, será fácil manipular o inocente Draco.

Pedro se aproximou mais, tentando não olhar nos olhos de Voldemort e comentou baixo:

- Milorde talvez o senhor não esteja tão certo, Draco é um menino esperto, ele já deve saber o que houve talvez não tudo, mas algo. E mesmo assim, sua vida não está em nossas mãos.

- Por que não Rabicho?!? Ele terá de recorrer ajuda.

- A morte de Lucius não é tudo Milorde, teremos que fazer algo há mais, Dumbledore irá colocá-lo contra nós.

- Ninguém falou que ele iria voltar para Hogwarts.

- Mas Milorde, claro que voltará, ele está contra nós, ele não sabe a verdade, ele procurará por vingança, o sangue em suas veias fervem de ódio.

- É isso que nos ajudará. Faltou algo em nosso plano, que sem ele seria um desastre, teremos de fazê-lo antes de Draco partir para Hogwarts.

- Milorde não o estou compreendo.

- Você não precisa compreender, apenas obedeça e brevemente saberá, teremos de correr riscos, mas nosso plano não pode ter falhas. Caso algo aconteça de errado, você será culpado Rabicho.

Rabicho estremeceu de medo, e perguntou com uma voz aguda:

- Sim Milorde, o que devo fazer?

Voldemort o olhou de cima e fez algo que Rabicho não compreendeu. Rabicho continuou imóvel e nada fez, esperou com calma algo que o fez tremer até os ossos. Nada que Rabicho já tivesse visto se parecia com isso. Era engenhosamente assustador.

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Harry não havia se dado conta que havia dormido. Acordara com um enorme sorriso no rosto, um sorriso demente no rosto. “Porque isso foi um sonho? Era tão real”.

Harry acabara de acordar, estava deitado na ala hospitalar, percebera que não havia ninguém ali, até que seus olhos bateram num rosto familiar. Lá estava Hermione, sentada em uma cadeira, parecia estar ali há horas. O esperando acordar? Talvez.

- Hermione, por que estamos aqui?

Hermione acordou assustada, sua cara de sono não passava despercebida, olhava Harry com cara de confuso, ela aproximou-se e respondeu:

- Você caiu da vassoura, eu fiquei aqui, pois estava preocupada com você. Você realmente está bem?

Harry não se lembrava de nada, mas mentiu assim mesmo:

- Claro que estou, pelo menos eu acho que sim. E por que você está aqui?

- Já lhe disse apenas fiquei preocupada e decidi ficar aqui. Por quê? Algum problema? Se quiser eu saio.

- Fique eu preciso lhe contar algo que venho guardando por seis longos anos, e que não posso mais suportar – disse dando ênfase nos “seis longos anos”.

Hermione corou. Sabia o que era, sentia a mesma coisa. Mesmo assim fingiu de nada saber e começou a fitar o chão tentando esconder suas bochechas levemente coradas.

- Conte o que escondeu durante “esses seis longos anos”? – levantara a cabeça e fitava Harry mais corado que ela. Ele, como que imediatamente, parara de fitar o nada e olhara para ela. Porque fizera aquilo? São o que chamamos de caminhos sem volta. Valia a pena?

Harry não sabia como explicar, havia passado anos guardando isso, esperando uma resposta.

Alguns segundos se passaram. Segundos? Eu chamaria de minutos, talvez até horas. Finalmente Harry aproximou-se do ouvido de Hermione e disse bem baixinho, fazendo Hermione sentir um arrepio nos pêlos de sua nuca.

- Eu...

Não soube como continuar, Hermione virou-se para ele. Harry via seus olhos castanhos tão familiares, seus narizes estavam tão perto, suas respirações descompassadas se aceleravam. Corações? Se aquilo não fosse um ataque cardíaco, eu diria que não estava muito longe.

Seus lábios se tocaram ásperos, o tempo havia parado ali. Talvez minutos, quem sabe até horas se passaram. Um dia, talvez, aquilo poderia simplesmente se dissolver na imensidão do mar, mas ali, naquela enfermaria, era um momento inquebrável. O tempo não voava, ele havia parado.

Um sonho? Era o que parecia. Olhou para o despertador ao lado da cama. Não demorou muito até Harry chegar ao banheiro. Abrira o chuveiro, deixara a água fria escorrer pelo corpo.

Pensamentos? Em terras longínquas. Pensava apenas naquele sorriso perfeito, o que por muitas vezes o fizera acordar, aquilo que ainda o deixava viver, esse sorriso havia mudado sua vida para sempre.

Hermione era a única pessoa na qual ele conseguia pensar. Passaria horas ali se não fosse tia Petúnia gritando.

- Menino, saia desse banheiro, quer acabar com a água? Vamos, vamos, vamos, saia logo.

- Já estou saindo – Harry respondera no mesmo tom que a tia.

Harry saíra do banheiro emburrado. Dirigia-se para o quarto, até notar algo diferente na casa. Havia muitas vozes lá embaixo. Harry reconheceu a de Rony.

- Espero que eles não tenham vindo de Pó de Flu – pensou Harry lembrando-se da última vez que haviam feito isso.

Para a sorte de Harry isso não acontecera. Ele vinheram em um novo Ford Anglia. Harry se arrumou e desceu para a sala, todos o esperavam. Momentos de silêncio se passaram até Harry dizer:

- Oi! – todos se viraram e ele continuou – Qual o motivo desse silêncio?!?

Rony meio que desconfiado quebrou o gelo.

- Oi Harry, nós apenas tivemos um desentendimento, mas nada que não se resolva. Pronto?

Ele fez que sim com a cabeça. Molly Weasley se levantou, veio até Harry deu aquele abraço de quebrar os ossos!

- Harry querido, estava com saudades! Você não devia morar com esses trouxas – dizendo isso saiu da casa, seguida por Harry e Rony – Veja como está magrinho.

Hermione se levantou também.

- Oi Harry! Tudo bem? – e o abraçou – Estava com saudades – Hermione sentia aquele corpo quente. Aquele perfume? Parecia exalar do garoto. Mal sabia que Harry sentia a mesma coisa.

Gina também se levantou, mas não o abraçou como os outros.

- Oi Harry! – resumiu-se e falou meio constrangida.

Para a felicidade de Harry, eles saíram da casa dos Dursleys, foram ao carro, lá estava Fred, ele dissera que Jorge havia ficado na loja, pois hoje tinha movimento, mas estava fraco devido o grande estrago que acontecera nas encomendas, por causa do forte sol desse verão.

Finalmente partiram em direção a Toca. Harry sabia que a viagem seria longa, e que não deveriam chegar lá antes das 21h00min! Deitou-se no banco, com a cabeça inclinada para o lado de Hermione, enquanto ouvia a conversa da mesma com Rony.

- Rony, tenho uma novidade para lhe contar hoje, mas contarei ao chegarmos à Toca.

- Hermione eu quero saber logo! Conte-me, por favor! – pensando ele se teria algo a ver com o que Gina disse que queria lhe contar.

- Infelizmente Rony, não posso! Claro que todos saberão, mas você tem de ser o primeiro – Hermione falou séria.

Rony piscara para Harry despercebido de Hermione. Harry entendera muito bem. Por dentro, ele se contorcia de ciúmes, sabia que não podia reagir, pelo menos não ali.

Harry tivera de agüentar os dois insistentemente brigando. Não agüentaria por muito tempo, sabia que amava Hermione, só não sabia que ela o amava tanto quanto ele!

Chegaram a Toca, mais ou menos às 21h30min, estava desabitada, parecia uma casa abandonada. Tudo escuro, nada se via. Havia escuridão pelo menos a uns seis metros. Molly olhava em volta, parecia assustada.
Todos saíram do carro, caminharam em direção a Toca, andavam devagar, conversavam muito, Hermione vinha abraçada com Harry, e Rony mais atrás tendo uma crise de ciúmes.

- Como sou otário, Harry não ficaria com Hermione.

- Não tenha tanta certeza! – algo em sua mente gritara.

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Continuaram caminhando, Gina notava o irmão em mais uma de suas crises de ciúmes. Enquanto, mas frente, Harry e Mione vinham mais a frente conversando, estavam tão próximos, pareciam que iam se beijar, conversavam como namorados.

- Harry, você gosta de mim?

- Hermione, não tem como não gostar de você.

- O que quer dizer com isso?

- Nada, esquece talvez um dia eu possa lhe explicar, mas você gosta de mim?

- Deixe me pensar – disse Hermione pensativa, enquanto Harry fazia uma cara de choro. Ele precisava fazer isso?

- Por que está rindo?

- Sim, eu gosto de você, e você não vai querer saber o porquê de eu estar rindo.

Harry pegou pela cintura de Hermione e começou a fazer cócegas, Hermione se esquivara rápido, mas não por muito tempo:

- Então por que está rindo?

- Porque, sim, eu gosto de você. Nem me pega – disse ela se afastando dos braços de Harry e estirando língua para o garoto.

- E por que todo esse mistério? – Harry meio leso não se dera conta de que ela havia escapado.

- Nada.

Hermione levantou e deu um beijo na bochecha de Harry. Harry sorriu, e sentiu pela última vez o perfume de Hermione, até a mesma se levantar. Lembranças de um verão.

Mal sabiam que as próximas horas seriam de grandes e importantes descobertas. Mal sabiam que seria uma longa noite. Mal sabia o que os esperavam.

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N/A: Criticas e sugestões são bem-vindas! o/

*Isso aconteceu no trem quando ela teve que fazer o feitiço nos óculos de Harry!

Comentem ;D

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