O Julgamento



Desde o ocorrido no Beco Diagonal, Gina e Hermione mal se falaram. Gina percebeu que a amiga sabia e a evitava o máximo. “Ela sabe. Eu sei que ela sabe”.

Sim, Hermione sabia. Mas porque toda essa distancia? Já não havia mais com quem falar. Harry se distanciara dela desde que Gina dissera aquilo, Rony, esse não precisa nem comentar. E agora Gina?

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A semana se passara tão rápida. Hermione ficava nervosa a cada dia. Ela estava nervosa demais pra notar a ausência dos amigos. Sabia que cedo ou tarde eles voltariam a se falar.

- O que eu vou falar?

- A verdade!

- Não posso.

- E o que você espera?

- Porque eu vou depor?

- Você não pode contar “meia” verdade.

- E o que eu falo?

- A verdade.

- Que verdade?

- E existe mais de uma?

- Não, mas...

Seus pensamentos foram interrompidos com uma batida na porta. Todos esses dias, ninguém tinha se quer lembrado dela, justo agora que ela queria ficar sozinha alguém vinha! Hermione soltou um suspiro, levantou-se e caminhou até a porta, abriu-a lentamente.

“Podia ser qualquer pessoa do mundo, menos ele! O que ele quer? Irritar-me? Pedir desculpa? Vai ter que fazer mais do que isso? Depois de tudo, ele vem aqui. Pra que?”.

Harry entrou pela fresta da porta. Olhou para Hermione esperançoso, que a mesma lhe retribuiu com uma tapa na cara. Doera? O suficiente pra deixar os cinco dedos da mão de Hermione marcados no lado direito do rosto de Harry!

Harry apenas colocou a mão no rosto e começou a acariciá-lo. Como se nada tivesse acontecido, dirigiu-se até a cama de Gina e sentou-se na mesma. Hermione, que não esperava essa reação, deitou-se na própria cama de costa, escondendo o rosto e as lágrimas que teimavam em cair.

- Hermione? – disse Harry com a voz fraca.

- O que foi Harry? – disse disfarçando a voz chorosa.

- Eu... – começou Harry.

- Eu o que? – agora Hermione se levantava e olhava fundo nos olhos de Harry, enquanto enxugava as lágrimas que deixara, por fraqueza, cair.

- Você ta chorando! – disse ele aproximando-se para enxugar as lágrimas da garota.

- Importa? – disse elevando um pouco a voz e se afastando das mãos do garoto.

- Sim – disse ele repentinamente.

- Eu não quero que me veja assim – ela enxugou mais uma lágrima – Eu não queria fazer isso, Harry – disse ela levantando-se e apontando o rosto do menino.

- Isso não machuca! – disse Harry afastando a mão da garota – Machuca saber que eu to perdendo minha melhor amiga por um orgulho imbecil e que essa mesma amiga chora por minha causa.

- Harry... – Hermione voltara a chorar, colocara o indicador nos lábios do garoto e se deitara no ombro dele. Ele estremeceu ao toque, mas conseguiu tirar os dedos da garota. Precisava ficar assim, mas nesse momento era tudo que ele menos queria.

- Eu não queria te machucar... – ela levantou a cabeça.

- Eu sei o que às vezes você sente... – ela tinha a mente fixa em outro mundo e fitava o chão como a coisa mais interessante.

- Não sabe – ele balançou a cabeça – Se soubesse não...

- Eu não quero que faça promessas que não pode cumprir, nem que diga mentiras que me façam sorrir – ela levantou e sentou-se num canto afastado.

- Eu já prometi algo e não cumpri? – ele continuou onde estava, falou calmamente. O tempo não era uma dimensão que importava naquele momento.

- Não sei Harry... Não sei! Queria apenas ficar sozinha... – ela estava de costa e sem a mínima vontade de se virar.

Harry fez o que sentiu que era certo, levantou-se calmamente da cama de Gina, caminhou até a porta, como se sair dali fosse o fim, girou a maçaneta, olhou mais uma vez Hermione que o fitava e bateu a porta com força.

Porque ela fizera isso? Ao certo, nem ela sabia. Em meio às lágrimas e pensamentos ela deixou-se levar pelo sono e acabou adormecendo.

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Vigésimo oitavo dia do mês de agosto. Para muitos um dia simples, mas para Harry seria diferente. Teria que contar com a sorte e com a coragem, que a muito o vinha deixando na mão! O Julgamento, como fora chamado, seria realizado nesse dia.

O Julgamento seria naquela mesma sala que Harry vira na penseira e que estivera ano passado. Dessa vez, porém, parecia mais sombria. Seria um mau pressentimento ou apenas nervosismo?

Na bancada principal estavam um Dumbledore aparentemente feliz conversando com Susana Bones, um Cornélio Fudge meio nervoso e, niguém mais niguém menos, do que Umbridge! Sim, ela estava lá. Diziam que havia sido acusada de conspiração contra o Ministério, mas foi inocentada! E para o desprazer da família Weasley, Percy também estava lá. Todos já estavam sentados e burburinhos surgiam em cada canto da sala.

- Porque não estamos lá?

- Não podemos Harry.

- Hermione... – Harry começara, mas fora interrompido.

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- Hoje, vinte e oito de agosto, julgaremos Sirius Black – mais burburinhos se formaram – Após sua “morte” descobrimos que ele pode ser inocente e estará presente para se defender. Queira começar com suas acusações, Cornélio – dissera Dumbledore numa voz rouca apontando para sua esquerda.

- Claro Dumbledore – dissera Fudge se levantando logo e de maneira desajeitada – Primeiramente, queria que soubessem o porque Sirius Black ser acusado – ele deu uma longa pausa e olhou pro júri, tossiu de maneira seca – Sirius Black matou Pedro Pettigrew e doze trouxas...

- Todos sabem que Pedro Pettigrew não morreu – dissera Sirius ao canto da sala crispando a boca.

- E os doze trouxas? – alguém lá atrás perguntou.

- Silêncio – ordenara Susana Bones – Continue Fudge.

- Fugiu a três anos de Azkaban em sua forma animaga ilegal – disse dando ênfase ao “ilegal” – Invadiu Hogwarts e atacou dois professores e três alunos...

- Mentiroso – Sirius se levantou.

- Como juíza desse julgamento exigo silêncio e espero que não haja mais interrupções – Susana Bones dissera aparentemente calma.

- Bem, além de forjar sua morte e ter ligações com os Comensais e Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado.

- Mentiroso – disse Sirius se levantando mais uma vez – Ela, ela sim tem ligações com Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado e seus seguidores – disse apontando para Umbridge, à esquerda de Dumbledore.

- Ela já provou sua inocência – disse uma voz rouca atrás de Sirius.

- Agora que venham suas testemunhas, Cornélio.

- Primeiramente, gostaria de chamar Abeforth Dumbledore, barman do pub Cabeça de Javali – Dumbledore havia engolido em seco ao ver o irmão entrar pela porta do seu lado oposto e fazer o juramento - Abeforth Dumbledore, gostaria que contasse tudo que sabe.

- Há dois anos, eu me lembro bem, um cachorro negro e magro que sempre passava pela vila – começara o homem sendo interrompido por uma tossidinha disfarçada de Fudge – Bem, ele nunca aparentou ser um animago, até um dia em que apareceu em sua forma normal – algumas exclamações e burburinhos se formaram lá atrás – Não o reconheci estava mancando e parecia mais um mendigo do que um bruxo – disse olhando para Sirius com a cara meio pálida.

- Contudo, diga-nos o que aconteceu nesse dia – interrompeu Fudge, dando outra tossidinha disfarçada.

- Ele andava com um jornal bruxo e um pedaço de pão. Levava a varinha no bolso e daí o reconheci, Sirius Black – pausou por um momento – Parecia acabado. Ele andou até uma casa e entrou. Ouvi apenas um grito de lá e em seguida ele saiu em direção a Casa dos Gritos, mais tarde, nesse mesmo dia, Hogwarts foi invadida.

- Isso é tudo? – disse Fudge com cara de quem esperava mais.

- Sim – disse se levantando.

- Continuaremos após avaliarmos o depoimento de Abeforth Dumbledore – disse Susana Bones numa voz rouca.

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- O que está acontecendo?

- Nada, Harry – disse o Sr. Weasley fugindo da multidão que saia do tribunal.

- Mas como nada? – disse meio indignado com a resposta.

- Trouxeram Abeforth Dumbledore para depor contra Sirius.

- E isso é ruim?

- É péssimo. Como irmão de Dumbledore sua palavra vale muito mais que a sua, por exemplo.

- E quando chegará nossa vez de depor? – disse o garoto apontando para si e Hermione.

- Não sei, mas acho que irá demora. Ainda temos que ouvir as testemunhas contra Sirius. E isso pode levar tempo.

- Porque não podemos entrar?

- É proibido para menores.

- Por quê? – disse levantando as sobrancelhas.

- Não sei Harry – disse o Sr. Weasley soltando um leve suspiro.

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- Madame Rosmerta – disse Fudge meio entediado esperando a fazer o juramento – Conte-nos tudo que sabe.

- Ele sempre passou pela vila com um pedaço de comida na boca. Algumas vezes roubava das casas, outras dos pubs. Certa vez, o vi entrando numa casa, com sua forma animaga, ouvi um barulho lá, mas não o vi saindo – outro burburinho se iniciou – Todas às vezes na semana ele entrava lá. Não tenho certeza do que fazia, mas não roubava comida. Entrava e nunca saia de lá.

- Somente? – disse Fudge meio decepcionado.

- Na verdade não. Também havia no lixo muitas chaves e pedaços de espelhos quebrados. Muitas vezes um monte de livros e jornais velhos. Os livros pareciam históricos – as penas aceleravam a cada palavra da mulher – Mas nunca achei nada a mais do que isso.

- Hmm, só? – perguntou Fudge com a voz fraca, pensando se valera a pena chamar aquela mulher.

- Sim – disse meio triste olhando para Sirius.

- Mais alguma testemunha, Fudge? – irrompeu Dumbledore.

- Sim, tragam Severus Snape – um forte baque na porta, cabeças olhando para trás e um homem mancando entrando bastaram para algumas conversas iniciarem-se.

- Severus Snape, o que tem para nos contar? – disse Dumbledore passando aquela calma que na verdade não existia.

- Naquela noite em que Hogwarts foi invadida, Sirius Black tentou atacar três alunos da Grifinória...

- E você tentou atacar dois professores – Sirius despejou em cima de Snape e mais burburinhos tiveram início.

- Por favor, Snape continue – disse Fudge fuzilando Sirius com o olhar e voltando sua atenção para Snape.

- Depois que cheguei já havia acontecido, Remo Lupin e Sirius Black... – hesitou por um momento escolhendo as palavras – tentavam mata-los.
- Mentiroso... – disse Sirius baixinho.

- Potter me lançou alguns metros e não sei exatamente o que aconteceu. Um tempo depois acordei e cheguei a tempo de ver Remo Lupin tentar atacar os três alunos e em seguida lutar com a forma animaga de Sirius. Um uivo calou a noite e Remo desapareceu entre as árvores. Era noite de Lua Cheia – disse dando ênfase a “lua cheia”.

- Isso é tudo?

- Não, mas...

- Intervalo – disse Susana Bones sendo fuzilada por Fudge e Snape pelo olhar e sumindo entre as imensas mesas dos jurados.

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- Preparem-se garotos, não falta muito mais para vocês deporem.

- Mas Sr. Weasley o que vamos dizer? – disse Hermione rouca.

- A verdade.

- Mas...

- Tudo que souberem. E cuidado, escolham bem o que falar qualquer erro vocês podem prejudicá-lo.

- Mas...

- Preciso ir – disse o Sr. Weasley se metendo entre a multidão.

- Mas pra onde ele foi?

- Ainda estamos no intervalo – disse a Sra. Weasley preocupada.

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- Isso não pode estar acontecendo...

- Como eles descobriram sobre a casa, Sirius?

- Não sei, Arthur! – disse meio nervoso.

- Se forem...

- Não, ele foi roubado... – disse Sirius impaciente.

- Mas como? – disse Arthur intrigado.

- Quando ela desapareceu!

- Ela? Ela quem? – quase gritando

- Minha prima!

- Qual delas?

- Incomodo? - disse Dumbledore entrando na sala.

- Não, não... Entre, Alvo...

- É verdade o que Arthur disse? Serei condenado?

- Receio que sim, Sirius. Contudo, Harry e Hermione ainda podem salva-lo. Basta dizer a verdade.

- Mas... – Sirius questionava-se do que valeria isso.

- Não existem duas verdades! Eles precisam...

- Contar o que sabem! – disse Sirius completando a frase

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- Hermione Granger – muitos burburinhos tiveram início.

Harry gelara ao ouvir o nome da amiga, com certeza ele seria o próximo. Hermione estava pálida, parecia em seu primeiro ano na fila para o Chapéu Seletor.

- Minha vez! – Hermione engolira em seco.

- Boa sorte, Mione – Harry desejou apertando a mão da amiga e depois a abraçando. “Ele ta querendo outra tapa”.

- Obrigada - disse ela se afastando de Harry e entrando na sala.

Harry chorava. Pela tapa? Talvez. Por ela? Sim, na verdade não. Pelo que sentia por ela? Ele achava que sim. Mas não era por isso. Aquilo era um adeus. Um adeus. Não para sempre. Apenas um adeus.

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- Naquela noite, estávamos na Cabana de Hagrid até pouco antes da chegada do Ministro – olhou para o homem um pouco hesitante – Enquanto subíamos os jardins do colégio, Rony foi arrastado por um cachorro – ela engoliu em seco. Porque falara aquilo? – até o Salgueiro Lutador, corremos até eles, mas o Salgueiro nos distraiu. Fomos atacados pelo Salgueiro... Eu, realmente, não vejo motivos para julgar o Sirius, ele é inocente. Deveria haver uma assembléia para decidirem se aquela árvore – disse com certa repugnância – deve continuar ali, ela é um perigo. Não é a primeira vez que tenta nos matar – ela sentiu um leve beliscão na braço.

- Bem, srtª. Granger, receio que não é por causa do Salgueiro Lutador que estejamos aqui. Isso é tudo?

- Não. Após esse incidente. Nós seguimos os dois por um túnel que dá na Casa dos Gritos. Sirius ficara parado, assim como nós. Ele tentou tirar de Rony o Perebas, conhecido com Pedro Pettigrew – murmúrios começaram a se alastrar pela sala...

- E como explica isso, srtª. Granger?

- Todos sabem – disse Sirius o suficiente alto para todos ouvirem.

- Pedro Pettigrew tentou fugir, mas foi impedido – “Não pare agora, controle-se, respira fundo” – Sirius provou que era inocente – disse ela quase gritando – Ele provou, e Pedro Pettigrew comprovou. Não foi Sirius. Pedro foi ameaçado, foi intimado... Obrigado a contar. Sirius é inocente, ele não fez nada disso. Ele apenas... - uma lágrima desceu pelo rosto dela – Ele apenas tentou... – “Ela teria forças para continuar?” – Ele apenas tentou vingar... Vingar a morte de seus amigos. E essa foi em vão. Tudo uma armadilha. Porque não julgam Pettigrew? Ele merece!

- Isso é tudo, srtª. Granger? – disse Susana com a voz rouca, não demonstrando o que sentia.

- Sim – disse Hermione impaciente, ainda questionando se aquilo, realmente, era tudo.

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- Melhor você dá um jeito nas coisas, Fudge.

- Não era pra ela ter dito isso... – dissera meio preocupado.

- Claro, claro que não... – disse uma voz feminina grave.

- Mas...

- Esperaremos! – dissera quase gritando.

- E se... – começara Fudge.

- Apenas esperaremos! – dessa vez aos berros.

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- Hermione, por um momento achei que você ia acabar com tudo...

- Desculpa, tava muito nervosa...

- O final foi perfeito – o Sr. Weasley se apressou em dizer.

- Foi sim – disse Harry confortando a amiga.

- Harry? – disse ela num tom desafiador que fez o Sr. Weasley sair.

- Acho...

- Você sempre... - dessa vez Harry fora mais rápido, sumira entre os corredores do Ministério, deixando Hermione sozinha.

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- Eu não devia ter feito isso...

- Ela te odeia...

- Não, eu sei ela gosta de mim...

- Porque ela te bateu?

- Porque eu merecia!!

- O que você fez?

- Eu...

- Eu...?

- Eu não sei.

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- Estávamos nos jardins de Hogwarts depois de sairmos da Cabana de Hagrid. Com pouco tempo de nossa saída, Rony foi arrastado por um grande cachorro negro – disse Harry meio hesitante, escolhendo as palavras – Seguimos eles até um túnel que daria na Casa dos Gritos. Lá Sirius – disse olhando para o padrinho, e o mesmo retribuindo um olhar paterno – contou-nos sobre Pedro Pettigrew até Lupin chegar, e dizer que Pedro Pettigrew estava ali.

- E...?

- Olhou para Rony e pediu o rato. Rony por insistência não quis dar o rato. Sirius lhe mostrou sua tão burrice e pegou o rato. Professor Snape apareceu, foi imobilizado e apareceu horas mais tarde.

- Mas o que aconteceu?

- Sirius usou um feitiço em Perebas.

- Quem é Perebas?

- O rato de Rony! – disse com implicância.

- O rato? – disse Fudge meio confuso.

- Sim, a forma animaga de Pedro Pettigrew!

- Continue Sr. Potter.

- Pedro Pettigrew tentou fugir, mas eu o impedi...

- O Senhor impediu? – disse Fudge meio desconfiado.

- Sim...

- Como?

- Pondo-me em sua frente! – disse o garoto com a mesma implicância.

- Continue Sr. Potter.

- Depois disso, Pedro Pettigrew revelou sua traição – disse Harry com os olhos em chamas – E o motivo de forjar sua morte.

- Qual o motivo?

- Não sei... – disse Harry com cara de quem vai desmaiar.

- O Senhor está bem, Sr. Potter?

- Não... Quer dizer sim...

- Não acha melhor... – mas o corpo desfalecido de Harry já se dirigia ao chão. Tudo tão rápido.

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Um espelho. Tudo azul. Um cordão. O espelho de novo. Tudo azul. Uma imensidão azul. Parece sem fim.

- O cordão. Eu posso pega-lo. Posso?

- Levante-se. Veja o espelho.

- Cadê o espelho?

- Ele? Ele sumiu.

- Os cordões? Onde estão?

- Não sei.

- Uma menina correndo em minha direção?

O espelho. Concentre-se no espelho.

- Mais alguns passos. Dois ou três talvez.

Um homem. Uma mulher baixa. T e L. Tudo escuro. Um grito.


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- Onde? – disse Harry passando a mão na cabeça ainda dolorida e olhando ao seu redor uma sala bem desarrumada.

- Na sala do Sr. Weasley – disse a voz calma de Hermione atrás dele, como se esperasse dizer aquilo há um bom tempo.

- Mas...?

- Você desmaiou – disse a garota soltando um leve suspiro.

- O que aconteceu depois?

- Adiaram a audiência – ela disse com simplicidade.

- Não podem fazer isso.

- É só o tempo que você descansa – disse a garota se aproximando – E o que aconteceu a você?

- Não sei – ele deu um longo suspiro.

- Não sabe? – ela perguntou incrédula.

- Tive um sonho meio esquisito. – disse afastando-se da garota e procurando seus olhos.

- Outro daqueles? – disse a morena cruzando os braços.

- Não. Uma conversa.

- Uma conversa?

- Sim. Alguém falava comigo. – disse Harry coçando a cabeça.

- Sobre?

- Alguma coisa sobre um espelho, um cordão... Foi tão estranho.

- Um espelho?

- Sim, e acho que já o vi antes.

- O Espelho de Ojesed? – perguntou como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

- Não. É bem maior, e não se vê reflexos.

- E o que...?

- Algumas vozes, imagens indistinguíveis, vultos pretos e gritos, gritos agonizantes. – dissera Harry como adivinhando o que a garota pensava.
- Só? – disse ainda incrédula.

- Depois fica tudo azul, uma escuridão, uma menina correndo, um T e L em vermelho, a escuridão novamente e um grito ensurdecedor e agonizante.

- Gritos? - começara Hermione, voltando a cruzar os braços.

- Ás vezes.

- Mas...? – começara Hermione notando a proximidade existente entre ela e Harry. Porque estamos assim?

- Oi, garotos – disse o Sr. Weasley desfazendo, indiretamente, a proximidade entre eles.

- Cara, finalmente você acordou. O que aconteceu? Papai disse que você desmaiou. Mas um...?

- Não, não quero falar sobre isso.

- Ah, mas e aí? O que aconteceu?

- Nada. – disse quase gritando.

- Ok, mas não precisa gritar.

- Sr. Weasley, o que disseram? Acham que o Sirius ainda pode ter chances? – disse Harry esperançoso.

- Acho que sim, Harry – disse o Sr. Weasley numa imitação perfeita de Dumbledore e sua voz calma, fazendo todos caírem na gargalhada.

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- Ele queria culpar Sirius!

- Como?

- Fazendo as pessoas acreditaram que ele o assassinou e tornou-se um Comensal. – disse Harry com certa calma.

- Para? – disse Fudge irritado.

- Para incriminá-lo e o manter afastado, já que ele era o único que sabia sobre suas mentiras.

- Você acha que Sirius é inocente, Sr. Potter? – perguntara Susana Bones inclinando-se mais para frente.

- Sim – disse Harry balançando a cabeça afirmativamente.

- Mais alguma a dizer, Sr. Potter? – perguntara Fudge com a mesma implicância do garoto

- Sim – ele hesitara por um momento – Quando, finalmente, encontramos alguém em que podemos confiar... – Harry não teria coragem para terminar se não tivesse olhado para Dumbledore – Ele é tirado de nós. Por mentiras – disse Harry aumentando a voz e sentindo uma lágrima forma-se no canto dos olhos – Apenas mentiras. Nas quais vocês acreditam.

- Isso é tudo, Sr. Potter?

Harry não respondeu, apenas olhou para Sirius. Um olhar vitorioso e uma lágrima. E Sirius o retribuiu. Com um leve suspiro e um sorriso. Um agradecimento. Apenas isso. Um agradecimento.

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N/A:Desculpa a demora ^^'
Ultimamente tava em semana de prova, e fiquei em recuperação na merda de portugues porque o professor me odeia {fico escrevendo fic na aual dele, ai ja viu né?} xD~

Ah; prometo postar o 7 amanha, se o coco da NET tiver pegando. :*
Té a amanha; e obrigado a quem tá comentando ^^

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