Prólogo III



Prólogo III : Formatura é fogo, mas despedida é foda!!!

-Estamos aqui hoje para dar parabéns aos novos magos que se formam nesta noite...
Não me lembro o discurso completo do meu pai, por isso não posso repetir perfeitamente, mas era possível de se ver a alegria de meu pai. Eu estava com aquela roupa ridícula de formando que era muitas vezes maior que eu. Uma capa longa e azul tom de gelo com uns desenhos em forma de símbolo que eram bem estranhos. Eram mais ou menos assim.



Se me lembro havia outro também, mas esse eu entendi que era um iceberg. Os outros formandos tinham roupas muito bonitas com símbolos de chamas, raios, poções, etc. Tão estranho o símbolo do Ton-Ton, uma caveira.
Finalmente tinha chegado o momento de receber o identificador de bolinhas, o símbolo supremo dos magos. Qualquer um com esse símbolo ou é mago ou robou de um. A vez de Ton-Ton tinha chegado.
-Como você quer o seu identificador?-falou sério, mas muito feliz meu pai.
-Quero apenas como um cristal para eu poder aderi-lo ao meu slime.
Surpreso meu pai não fez nada além de dá-lo o cristal bruto. Estranhamente, antes de aderir ao Suragun Ton-Ton falou baixinho perto do cristal algo. O cristal começou a brilhar um brilho roxo e neste momento apareceu um símbolo de caveira no cristal que imediatamente foi aderido ao Suragun. Suragun estava como uma espécie de chapéu bem grande e o cristal ficou à vista na “testa” da gosminha.
Minha vez tinha chegado e eu me dirigia lentamente para onde o diretor estava. Quando passei por Ton-Ton. Ele estava sorrindo e Suragun também(ele fez uns dentinhos). Não vi mais na capa do nanico os símbolos de caveira. “Que estranho, eles desapareceram?” pensei.
-Como você quer seu identificador?-meu pai falou olhando nos meus olhos.
-Eu quero um...
-Não fale ainda.-a voz de meu pai soou em minha mente.
-Como você pode fazer isso?
-Não importa, apenas me escute...
-Você já leu meus pensamentos antes?!
-Não, mas me escute bem. A apresentação de seu identificador fará com que olhem para você de forma diferente, caso seja uma coisa criativa. Ao escolher como você que,r me diga.
-Como assim me diga?
-O tempo foi parado para você. Você tem o tempo que quiser para escolher. Lembre-se que o tempo não parou, eu apenas distorci o seu jeito de perceber o tempo. Um segundo valerá um dia.
Exaustivamente pensei como poderia me apresentar para as outras pessoas. A parte chata disso era que eu não podia me mover, já que eu estava preso em minha mente. Após chegar numa resposta, tentei me comunicar com meu pai, mas...
-Pai, escute.
-...
-Pai?
-O teste ainda não acabou filho, e como todos os outros você terá que passar no último teste para saber se você merece se formar. Boa sorte...
-Mas que teste é esse, pai?Pai, me responda!
Eu estava preso em mim mesmo, mas que magia espetacular! Eu tinha que me livrar da magia do meu pai, um mago vermelho mestre. Primeiro teria que entender a magia. Estava preso numa distorção de tempo feita magicamente. Seria impossível de cancelar a magia já que eu não poderia usar nenhuma bolinha e não conhecia a magia. ”Qual o intuito deste teste maldito? Mas eu não posso desistir, não vou jogar fora os últimos dez anos de minha vida. Não importa como, eu vou passar!” foi um dos muitos pensamentos que tive no momento. “Por que será que ele fez esse teste logo agora? Aposto que ele só fez este teste comigo... Engraçado, até parece que ele queria me pegar desprevenido... É isso!!! Ele quis me pegar de surpresa porque sabia que vou ser um aventureiro!! Nem sempre vou estar pronto, mas mesmo assim devo dar meu melhor! Não há pesca, cola ou decoréba na vida real, por isso ele me fez este teste bem agora!!!!!! A resposta eu sei, mas como eu vou usá-la?”
-Pai, entendi sua mensagem. Quer que eu entenda que nas minhas aventuras como você eu não vou ter uma segunda chance e terei que lidar bem com isso. É uma ótima idéia fazer todos perceberem isso, mas é uma péssima idéia reprovar os que não entendem. Uma hora ou outra eles irão entender. Certas coisas vêem com a idade. Você esta exigindo demais d’eles, não acha? Eu mudei e agora eles sabem disso, mas não precisam evoluir tão rapidamente quanto eu. Isso é injusto! Você deve dar uma segunda chance para os que se trancarão em laboratórios. Eles não são como eu!! Não me importa o que você diga, eles não devem mudar seu jeito de ser só porque você quer!!!!!
Nunca entendi ao certo o porque fui tão rápido no gatilho ou o porque me irritei tanto. Ao que entendo agora, eu e meu pai acabamos por ter um elo mental n’aquele momento, fazendo que eu pudesse ver inconscientemente um pouco dos seus pensamentos e tendo fundamentos para dizer tudo aquilo.
-Você passou. Você entendeu que a vida é um teste interminável para saber se você vai para o céu ou para o inferno. .Agora escute bem, após dizer como você quer o identificador e eu dá-lo, conte seus sonhos ao identificador e se ele lhe aceitar será seu e ele receberá uma alma. Este sim é o último teste, ser aceito pelo identificador. Uma importante dica para você: seja você mesmo.
-Certo, eu quero um...-a magia tinha se desfeito e meu pai me olhava sorrindo-Posso falar só no seu ouvido?
-Sim, pode. É algo bem pessoal.-falei ao ouvido do meu pai como eu queria.
-Mas assim?
-Lógico!
-Se você quer...-e me deu o identificador na forma que eu pedi.
-Escute bem, que eu não vou repetir. Tudo que eu quero é conhecimento pessoal e arranjar amigos verdadeiros, coisa que nunca tive. Quero estudar sobre a forma de pensar das pessoas e tentar entender os animais. Quero poder fazer uma banda onde eu vou tocar violino e fazer sucesso. Quero ser um mestre, mas isso está em segundo plano. Quero provar que tenho porque estar vivo. Quero saber mais sobre itens vivos e itens com alma e quero saber sobre todas as coisas que impulsionem meus amigos. Quero apenas ter uma vida cheia de aprendizado, por meio do bem e do mal. Por último, quero não ter felicidades, mas me contento em trazê-la à todos.
O cristal começou a brilhar e nesse momento meu coração parou de bater. Minha respiração ficou inexistente. Meus pensamentos cessaram. A única coisa que existia n’aquele segundo era o cristal e eu.
O cristal parou de brilhar em minhas mãos. Não vi símbolo algum. Não vi nada mais do que um cristal muito lindo, mas sem nada de especial.
-NÃO PODE SER!!!!!!!!!!!!!!! EU NÃO POSSO SER PARADO AGORA QUE MINHA VIDA REALMENTE COMEÇOU!!!!!!!!!!!!!!!!- gritei desesperado em direção ao alto. Saí andando em direção ao meu acento tirando o bem detalhado manto que tinha uma capa. Sentei-me na cadeira. Vi meu pai sorrindo enquanto esperava o próximo formando. Ele olhava para minha capa. A capa não tinha mais símbolos! Mas se é assim, porque o cristal não tinha recebido uma alma? Saí do grande saguão e no pátio principal do colégio(que tinha o tamanho de um quarteirão, mas meses depois disso foi aumentado). A lua estava cheia, o céu limpo, as estrelas brilhavam, as pessoas estavam se formando e eu estava ali cabisbaixo e chorando. Estava tudo perfeito. Tinhas que estar perfeito para todos, exceto para mim.
-Não pode ser, não pode ser...-disse baixa e repetitivamente durante alguns minutos.-NÃO PODE SER, NÃO PODE SER, NÃO PODE SER!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
-Garoto, suas idéias não correspondem aos fatos(n/a: frase do Cazuza).
-Quem falou isso?
-Eu aqui, moleque.
Olhei para os lados atrás da voz desconhecida, mas não vi nada.
-Onde você está?
-Tão perto e ao mesmo tempo tão longe, não é?
-Sem enigmas, ou vou lançar uma magia em você!
-Você nem sabe onde eu estou, lembra? E como você vai lançar uma magia se não é mago formado?
-Como você sabe que não sou formado?
-Já disse:”tão perto e ao mesmo tempo tão longe”.
-Isso é um enigma que eu tenho que resolver?
-Você já resolveu, só não percebeu.
Fiquei estático pensando em soluções para o mistério. Pensei em táticas de guerra onde uma boa tática é desorientar o inimigo. Por último pensei no mais simples: olhar para minha mão. Vi o cristalzinho brilhando, mas um brilho especial. O brilho não era como uma vela, era mais algo místico, algo mágico. O brilho tinha a forma de um iceberg...
-Você esta VIVO?
-É não, é?
-Por que antes me deixou no desespero?
-Para ver sua atitude. Aprecio o seu jeito de lidar com os sentimentos, você não os esconde. Eu lhe aceito, mestre Kharyl, filho de Daryl e Khamyl.
-Então eu me formei?
-É o que parece.-falou bem despreocupado o cristal.
Me apoiei numa coluna que havia no pátio. Fiquei lá por mais alguns momentos, sem acreditar em nada e acreditando em tudo. Momentos após eu estava no meu lugar aplaudindo os outros que iam lá receber o identificador. O meu identificador ficou no meu bolso, bem guardadinho. Ton-Ton se virou para me ver e ficou feliz ao me ver enxugando as lágrimas. Suragun sorriu junto com seu mestre e mostrou o cristal em sua testa. Combinamos de falar-nos depois.
Ao termino de tudo meu pai veio falar comigo e acabou rindo quando eu disse que chorei. Ele me levava para ver minha mãe.
-Mãe, eu sou mago!
-Que máximo! Onde está seu identificador?
-Aqui, olhe!-mostrei-a o meu identificador.
-Peculiar, hein?
-Mãe, por que nesta hora você está na cama?
-Não é nada, meu filho. É só um resfriado.
Conversei um bom tempo com minha mãe. Ela não tinha só um resfriado. Tinha algo mais e eu tinha que investigar. Quando saímos do quarto joguei meu pai contra a parede.
-Pai, o que a mãe tem?!
-Não tinha te dito antes para você não se preocupar. Se você ficasse preocupado você ia se sair mal nas provas.
-Dane-se as provas, eu quero saber o que ela tem!!
-Ela mesma me pediu para deixar em segredo de você.
-Não interessa!! Vocês não tem o direito, não tem...-nesse momento eu estava abraçado com meu pai do lado da porta do quarto chorando no seu ombro. Eu já tinha entendido que era algo grave.
Na manhã seguinte eu tive uma importante conversa com meu pai. Ele durante todo o tempo me deu força, mas eu é que deveria dar-lhe força.
-Filho, a doença de sua mãe mata lentamente. Já faz alguns anos que ela o tem. A cura não é inexistente, mas é muito difícil de encontrar. Estou muito velho para sair em uma nova aventura. Tenho que tomar conta da escola e de sua mãe também. Se minhas contas não estiverem erradas, ela ainda tem em média uns seis ou sete anos. Esse é o tempo que você terá para achar a cura. Antes de procurá-la vá para um amigo meu. Ele lhe dirá qual a doença e como encontrar a cura. Não perca tempo na sua jornada. Infelizmente não vou poder ajudá-lo financeiramente, mas você sabe que os meus empregados são fiéis. Escolha um para segui-lo.-nesse momento meu pai se levantava e ia para o jardim. Todos os empregados já estavam lá esperando serem escolhidos.
-Quero dizer que eu não escolherei nenhum de vocês, mas um de vocês é que me escolherá.-nesse instante eu me ajoelhei diante dos empregados de meu pai.Todos me olharam com cara estranha e saíram aos poucos. Minutos após o início da cena só havia uma pessoa.
-Então você quer ir comigo na minha viajem?
-Fico feliz que entenda meu gesto.
-Como eu lhe chamo, mascarado?
-...
-Você tem nome ao menos?
-Sim, senhor.
-Então qual é?
-...
-Já que não vai me dizer seu nome vou te chamar por algo comum. Talvez... João. Melhor... Pedro. Já sei! Você será: Bobby!
-Nome interessante.
Ele era um jovem de em média vinte anos. Já o tinha visto antes, mas nunca tinha falado com ele. Bem estranho o jeito d’ele se vestir. Ele usava uma máscara de ferro que cobria a metade de baixo do seu rosto, a outra metade era coberta de panos e faixas. Ele era um ninja. Eu podia ver claramente a bainha mágica, item que é símbolo dos guerreiros formados em academias, tem o mesmo valor que o meu identificador que diz que sou um mago. Vi na sua bainha uma espada curta aparentemente de madeira. Consegui perceber umas espécies de faquinhas de lançamento presas ao seu colete. Exceto por essas coisas ele se vestia normalmente.
Preferi não me despedir de minha mãe, eu nem queria acordá-la. Fui andando pelo jardim em direção ao portão repetindo mentalmente o nome e endereço do amigo do meu pai. Retirei minha presilha de cabelo. Lavei o rosto na fonte e vi meu único amigo fugindo dos guardas para tentar entrar na mansão.
-Kharyl, me ajuda!!!-não fiz nada.
-Kharyl, deixa de enrolar!! Eu já ‘tô me cansando de correr!!!-olhei para Bobby. Bobby sacou sua kataná de madeira e velozmente cruzou o imenso jardim. Ele era realmente rápido! Fez meu cabelo balançar com o deslocamento de ar. Com apenas um movimento de mão fez os dois guardas caírem inconscientes, mas não feridos. Aplaudi baixinho a demonstração de poder. Joguei minha antiga presilha para o meu pai e tirei do bolso meu identificador. Prendi o cabelo com o identificador.
-Pai, dê para a mamãe minha presilha. Isso vai fazer que vocês não se esqueçam de mim!
-Sem jeito filho! Nós não íamos de esquecer de qualquer jeito, mas eu vou entregá-la! Filho, leve isto com você!- então papai me jogou um pequeno saquinho.
-Prometo que cuidarei do que está aqui dentro!-falei me virando e saindo. Bobby reverenciou meu pai e veio me seguir. Ton-Ton não entendia muita coisa, mas me seguiu também.
-Ei, peraê. Então esse é seu identificador? E o que tem no saquinho que sei pai lhe deu? Para onde nós vamos? Quem é este cara aí?
-Ton-Ton, esta é uma longa história que eu vou te contar ao longo do caminho.

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