AGUIRRE E MALFOY



CAPÍTULO 13


Ele estava trêmulo. E pálido como um pergaminho em branco. Mesmo para um Arcano, projetar a sua imagem em seis lugares diferentes demandava um esforço imenso. Ainda mais quando essa imagem era projetada juntamente com os seus poderes impressionantes.

Depois de tomar uma dose do melhor uísque de fogo do mercado que eu lhe ofereci, Harry disse para mim:

- Está feito.

E relatou as palavras ameaçadoras ditas a Eden Perfumo e mais alguns dos seus companheiros que possuíam simpatias com o lado das trevas.

- Você não gravou a sua conversa com Perfumo, não é mesmo? – perguntei maliciosamente – Eu adoraria ver aquele metido pomposo se borrando de medo. Penso que poderíamos vender as imagens para a TV Bruxa...

Harry permitiu a si mesmo rir da minha observação.

- Pensei que ele era um velho amigo da família... – ele disse algum tempo depois de esvaziar o segundo copo.

- Ei, cara! Devagar com esse uísque! Isso não é suco de abóbora e você não está acostumado a beber! E Perfumo era realmente amigo da família, não meu! Pensando bem, nem amigo ele era. Bruxos como ele ou como meu finado pai não possuem amigos, apenas relações baseados em interesse.

Harry concordou silenciosamente. Depois, ficou alguns momentos saboreando a sensação abrasante, mas agradável, mesmo para quem não tem o hábito da bebida, do uísque de boa qualidade.

- Quem tomou a poção polissuco? – perguntou.

- Jorge Weasley. Divertiu-se à beça dando autógrafos fingindo que era você. Ele nem quis saber o motivo da farsa. Para aqueles gêmeos doidos tudo é uma festa. “Se o Harry pediu isso, deve ser por uma boa razão” – eu disse, imitando a voz do dono das Gemialidades.

- É para defender gente decente como os Weasleys que eu resolvi dar um susto naqueles bastardos.

- Cara, você não precisa se justificar pra mim. Você sabe o que eu faria com essa escória se tivesse os seus poderes.

- Você os mataria – Harry constatou sombriamente.

- Sem remorso algum – confirmei as suspeitas do meu sócio.

Harry se manteve pensativo durante algum tempo. Depois falou:

- Mas, isso nos tornaria iguais a eles.

- Claro que não! Nós estaríamos vivos e eles mortos. Seria uma boa diferença.

Ao invés de ficar indignado com a minha incomparável lógica sonserina, ou talvez por ficar indignado com ela, Harry me surpreendeu e começou a gargalhar. Havia um inegável nervosismo no seu riso, entretanto.

- Só você mesmo, Draco! – ele disse depois de algum tempo.

- Sério, Harry, eu não estou criticando você. Eu sei como funciona essa sua cabecinha de herói. Eu apenas estou dizendo o que eu faria no seu lugar. Não estou dizendo que a minha decisão seria melhor ou pior do que a sua. Mas, se eu tivesse os meios e a oportunidade, pode ser certeza que esses malditos estariam a essa hora traçando grandes planos com “você sabe quem” no inferno. Mas, de qualquer maneira você deveria refletir sobre o fato.

- Qual fato?

- O fato de ter que fazer algo mais do que assustar essa gente no futuro. Você os assustou bem, mas talvez isso não seja suficiente.


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- Onde você estava? – perguntou Gina de maneira perspicaz.

- Eu deixei um bilhete – respondeu Harry sem olhar para a esposa – Lá no escritório e no Beco Diagonal.

- E por isso você teve que tomar uísque de fogo?

- Mas... – atrapalhou-se o esposo da ruiva – Como você...

- Harry, você normalmente cheira sabonete e xampu. É um cheiro muito bom, sabe? De homem limpinho... – gracejou a garota – Quando você bebe, dá pra perceber de longe. Até porque, você raramente bebe. E depois, eu vi o noticiário da TV Bruxa. Mostrou “Harry Potter” dando autógrafos, feliz da vida. Aquele não era você. Eu conheceria o meu Harry mesmo disfarçado de trasgo montanhês. Por que você não me conta agora por onde andou?

- Bom...

- Vem, deita aqui e me conta. Você está pálido – falou Gina, sentando-se no sofá e fazendo o esposo deitar a cabeça no seu colo. Harry, sorrindo, não pôde deixar de reparar o quanto às vezes o ar maternal de Gina a fazia parecida com Molly.


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Dois dias depois, ao receber em minha sala, nas Organizações Potter-Malfoy, a visita de Severo Snape, fiquei com a impressão que assustar “aquelas pessoas” poderia ter sido suficiente. Pelo menos naquele momento.

Sentou-se polidamente. Aceitou polidamente um chá, verificou polidamente os quadros pintados por artistas trouxas e as fotos bruxas de quadribol que decoravam a parede do escritório, e começou a perguntar polidamente sobre as possibilidades dos Cannons na próxima temporada.

Eu conhecia muito bem o meu antigo professor de poções. Polidez em excesso nunca foi uma das suas qualidades. Aquela conversa fiada e os bons modos eram tentativas de arrancar sutilmente alguma informação.

- OK, Severo – eu disse para deixar claro que ele não iria me enrolar. Não a mim, um ex-sonserino dos bons – A que devo a honra da visita?

Severo por um momento me olhou com um ar ligeiramente chocado. Como se a pergunta o ofendesse imensamente. Depois, permitindo-se quase um sorriso, arrematou sem preliminares:

- Seu sócio andou intimidando algumas pessoas ultimamente, jovem Draco?

OK. Eu já esperava algo assim. Mas fitei meu ex-professor de poções com minha melhor cara de paisagem, esperando seu próximo movimento.

- E não faça esse cara de que não sabe do que estou falando – acrescentou friamente – Ela pode enganar aqueles seus amigos grifinórios, não a mim.

- Você acreditaria que eu não sei do que você está falando? – perguntei, ainda mantendo a minha inocente cara de paisagem. Na verdade a minha cara era quase uma “natureza morta” naquele momento.

- Bem, só para continuar a conversa, digamos que quatro pessoas suspeitas de simpatias com... Bem, idéias um tanto ultrapassadas sobre como deveriam ser as relações sociais no mundo bruxo, procuraram o ministério nos últimos dias.

- Sim? – eu perguntei inocente. Aquela conversa estava ficando melhor do que eu imaginava.

- Eles pareciam bem assustados. Três resolveram colaborar de livre e espontânea vontade, dando nomes e contatos de suspeitos de integrarem a rede daquele que se autodenomina “O Herdeiro”. Tivemos o desprazer de descobrir que havia pessoas próximas ou simpatizantes dele em alguns cargos importantes do governo bruxo.

- O que não é exatamente uma surpresa para você, eu suponho.

- Realmente não. Mas, agora obtivemos algumas provas que irão sem dúvidas comprometer, no mínimo, a reputação dessas pessoas. Antes, Arthur não poderia afastá-las sem que parecesse perseguição. Agora a demissão delas parecerá bom senso. Uma ou duas não conseguirão se livrar de passar boas temporadas na prisão.

- O que é ótimo!

- Ah, não tenha dúvidas, jovem Draco. Mas há uma quarta pessoa...

“Eden Perfumo”, pensei

- Eden Perfumo – disse Snape, como se tivesse lido a minha mente.

- O que tem ele?

- Perfumo fez questão de falar comigo pessoalmente. Ele disse que foi ameaçado por Harry Potter dias atrás. O que não deixa de ser interessante, pois o nome de Perfumo havia sido mencionado pelas três outras pessoas que se tornaram colaboradoras do ministério.

- Você não acredita naquele almofadinha cretino, não é?

- Bem, o homem tem contra si o fato de ser suspeito de simpatias com o lado das trevas e no dia e hora mencionados o seu sócio foi visto por centenas de pessoas no Beco Diagonal, na loja dos cunhados.

- Ótimo! – eu disse feliz – Perfumo é mentiroso e seguidor do Herdeiro. Você o prende e todos ficaremos felizes. Acho que tenho até um bom vinho aqui para comemorar...

- Não tão depressa, Draco. Andei investigando e descobri que Jorge Weasley não estava presente no dia dos tais autógrafos que Potter andou distribuindo. Aliás, até onde me lembro o seu sócio não gosta muito de publicidade. O sucesso andou finalmente lhe subindo a cabeça? – Severo perguntou com um olhar astuto.

- Duvido muito - respondi retomando a minha cara de paisagem – Ele apenas foi até a loja dos gêmeos porque precisávamos formalizar alguns negócios que temos em comum no exterior e eu estava muito ocupado com uma conversa através da lareira com uns executivos brasileiros. E aí algumas pessoas o reconheceram. Ele não podia frustrar os fãs...

- Chega, Draco – interrompeu Severo – Vejo que vocês ensaiaram a história muito bem.

“Claro que sim!” , pensei, tomando cuidado para fechar a minha mente. Severo Snape continuava sendo um legilimente poderoso. Felizmente eu me tornei, com a ajuda dele mesmo, um ótimo oclumente.

- Se você duvidar de mim, pode verificar os registros das chamadas através da Rede Flu – afirmei cheio de confiança.

- Eu nem vou perder tempo com isso. Se você participou, tenho certeza que tomou todas as providências.

- Que bom que confia em mim, Severo! – disse com ironia – A propósito, o que tem Jorge Weasley a ver com o fato de Harry estar autografando camisas e bonés para os torcedores?

- Como eu disse, o fato de Jorge Weasley não estar presente naquele horário é muito estranho, uma vez que eu averigüei que ele sempre costuma passar pela loja, que é a maior dos gêmeos na Inglaterra, àquela hora do dia.

- Não estou entendendo aonde você quer chegar – disse, sabendo exatamente onde o ex-mestre de poções queria chegar.

- Algo aconteceu com aqueles bruxos para que eles procurassem o Ministério. São homens de negócios frios e calculistas. Eles não iriam se assustar à toa. Seu sócio deve ter feito um ótimo trabalho. E a acusação de Perfumo é muito esclarecedora.

- Mas mentirosa – eu lhe disse tentando parecer despreocupado – Uma vez que Harry estava na loja dos gêmeos e centenas de pessoas o viram, inclusive a TV Bruxa noticiou...

- Muito conveniente a TV estar presente, não? – alfinetou Severo, mais uma vez me lançando um olhar astuto.

- Sim, realmente – respondi com outro sorriso inocente - Os caras são bons para conseguir um furo de reportagem, não?

- Eles são o máximo... – disse Severo com ironia – Voltando a Jorge Weasley...

- Oh, sim! Jorge Weasley! – concordei animado.

- Andei investigando...

- Imagino que sim – disse esperançoso.

- Ele alega que estava com a esposa em casa. Angelina Johnson-Weasley confirma o fato, bem como todos os elfos da casa.

- O que prova que Perfumo é um mentiroso sórdido, vil, canalha, traidor...

- Certo, Draco – o homem mais velho cortou as minhas imprecações quando eu começava a me empolgar – Já entendi o recado. Quando eu perguntei para aquele ruivo maluco a razão dele estar em casa num dia útil, sabe o que ele me respondeu? – perguntou Severo, ficando levemente rubro e indignado.

- Não sei por que, mas acho que vou gostar da resposta...

- Disse que acordou muito excitado e precisava desesperadamente fazer amor com a esposa naquela manhã. Várias vezes, fez questão de acrescentar! E o pervertido só não deu os detalhes sórdidos porque eu os dispensei. E a esposa dele nem ficou constrangida com a conversa daquele... Pare de rir, Draco!

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Severo Snape jamais admitiria, mas estava feliz com o susto que Harry havia pregado naqueles aprendizes de comensais da morte. A delação dos sujeitos desprezíveis, assustados pelo meu sócio, desbaratou o embrião do esquema do tal Herdeiro na Inglaterra por algum tempo. Severo apenas tinha alguma esperança que eu lhe contasse toda a verdade. Pois sim!

Havia prometido que ajudaria Harry e guardaria segredo, mesmo do meu velho amigo e ex-professor favorito. E depois, apesar de admirar as pessoas que governavam o mundo bruxo inglês naqueles dias, governos são governos, amigos são amigos. Na dúvida fique com os seus amigos e contra o governo. Essa é uma verdade válida até para um Malfoy. Ou principalmente para um Malfoy!

Os jornais noticiaram no dia seguinte a prisão de funcionários que possuíam simpatias com o lado das trevas. Não havia muitos detalhes. Apenas informavam que havia provas que bruxos do ministério tramavam contra o ministro e seus familiares. Evitavam dar detalhes sobre o tal Herdeiro. Severo Snape me disse que o que menos precisávamos naqueles tempos de paz era de notícias que um lunático, suposto filho de “você-sabe-quem” anda se pavoneando por aí. Não havia também nenhuma referência a Eden Perfumo, a quem Severo apenas mandou “gentilmente” para o inferno e ordenou que não o incomodasse com mentiras.

No fundo, o velho professor de poções admirava o trabalho feito por meu sócio. Mas, preferia morrer a admitir isso.


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Ele era considerado um dos maiores jogadores de quadribol do mundo. Ganhara várias vezes o prêmio de melhor artilheiro, concedido anualmente pela Associação Internacional de Quadribol. Há seis anos, quando resolveu trocar o seu país natal, os Estados Unidos, pela Itália, ele o fizera para receber um dos maiores salários pagos por uma equipe a um jogador profissional. Havia sido saudado como um deus pelos bruxos do país que ainda residia e até hoje era a sua camisa, com o seu nome às costas, a que mais vendia entre todas aquelas colocadas à venda na loja do seu clube, o venerável “Batedores de Trento”, várias vezes campeão da Liga Italiana de quadribol, duas vezes campeão europeu, uma delas com a sua presença e a presença dos seus gols.

Jimmy Aguirre, contudo, não estava feliz. Há três dias, faltando duas semanas para acabar o seu contrato com a equipe que defendera com a dedicação de um principiante nos últimos anos, havia sido informado que se pretendesse continuar jogando por ela, teria que assinar um contrato aceitando receber vencimentos menores. “Os tempos são outros agora”, lhe dissera um dos bruxos almofadinhas que cuidava agora dos contratos e vencimentos da equipe. “Um subalterno dos subalternos!”, indignou-se o bruxo norte-americano. Eles nem mesmo tiveram a decência de mandar alguém importante para lhe dar as más notícias!

Quando chegou na Itália, os Batedores eram uma equipe decadente, a piada da liga local. Nos dois primeiros anos carregou sozinho o time nas costas. Foram as suas atuações que garantiram casa cheia em todos os jogos no seu estádio e honrosos segundo e terceiro lugares, respectivamente, na liga nacional.

Com o dinheiro ganho nessas duas temporadas, o clube montou um esquadrão no seu terceiro ano, vencendo a o campeonato nacional e o campeonato europeu. Agora, quando eles eram uma das melhores equipes do continente e com muito dinheiro em caixa, jogavam na sua cara essa proposta indecorosa!

Poderia voltar para o seu país, aonde o receberiam com os braços abertos, ele não duvidava. Mas tinha dúvidas se os seus compatriotas estariam dispostos a pagar o que recebia atualmente na Itália. Ainda mais agora, quando na América todos só tinham olhos para jovens latino-americanos, principalmente brasileiros e argentinos. Duvidava que, aos trinta e dois anos, lhe oferecessem mais do que a indecorosa proposta de renovação que os italianos lhe ofereceram. Por isso não tinha nada a perder nessa viagem para a Inglaterra. Gostava dos ingleses e sabia que os ingleses também gostavam dele. Poderia confiar no tal Draco Malfoy?

A resposta era muito óbvia. Todos os jogadores podem confiar em Draco Malfoy! Apenas Jimmy Aguirre ainda não sabia disso.


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Continuação da entrevista de Hermione Weasley para a revista “Charm”:

Charm: Como é o seu amigo Harry Potter na intimidade? A senhora certamente o conhece melhor do que ninguém...

Hermione Weasley: Bem, talvez só Gina o conheça melhor do que eu e Rony...

C: E como é o Eleito na intimidade?

HW: Ah, essa é uma das coisas que Harry odeia! Ser chamado de Eleito... Harry é uma das pessoas mais modestas que eu conheço.

C: É difícil pensar em Harry Potter como alguém modesto. O fato de o seu amigo dar tão poucas entrevistas às vezes passa uma idéia de arrogância...

HW: De maneira alguma! Harry é apenas tímido e reservado. E depois, quem poderia culpá-lo, levando-se em consideração todos os absurdos ditos e escritos a seu respeito?

C: Mas, voltando à pergunta...

HW: Harry na intimidade...

C: Sim!

HW: Bom, Harry gosta de assistir filmes trouxas, gosta da companhia dos amigos. E da companhia de Gina, é claro! Além disso, ele é gentil e carinhoso com as pessoas que ama, tem muito senso de humor...

C: Harry Potter tem senso de humor? Essa é uma informação surpreendente!

HW: Sim, ele tem! É capaz de tiradas ótimas, embora eu deva admitir que nesse quesito, meu marido Rony, Draco Malfoy e os gêmeos Weasleys são imbatíveis.

C: A senhora foi uma das principais curandeiras que trataram de Harry Potter após a batalha contra “Você-sabe-quem”. Nas poucas declarações que o Eleito deu a respeito, ele sempre diz que talvez não sobrevivesse sem a senhora...

HW: Uma equipe cuidou dele...

C: Chefiada pela senhora, que tinha apenas dezenove anos!

HW: Bem... (ela fica ligeiramente embaraçada) Eu havia me preparado para uma situação como aquela. Harry, Rony e outros membros da Força Aérea foram atingidos várias vezes por feitiços malignos. Eu tinha uma vaga idéia do que precisava fazer para tratar de Harry.

C: Uma vaga idéia?

HW: Sim, os Comensais viviam inventando feitiços terríveis! Nunca a gente sabia ao certo o que poderia ocorrer. E a maneira como Harry chegou ao St. Mungus... (os olhos da Dra. Weasley se encheram de lágrimas com a lembrança). Acho que... Bem, acho que nunca vou esquecer... Harry estava tão ferido... Parecia...

(Nesse momento a elfa doméstica da casa, como se soubesse de todas as necessidades de sua patroa, traz um copo de água. Hermione toma, respira fundo e recomeça a se lembrar do dia fatídico)

HW: Nunca vi nada como aquilo. Ele parecia ter ferimentos em cada milímetro do corpo, mas mesmo assim estava vivo. E eu tinha que mantê-lo vivo! Devia isso a mim mesma, pois Harry é o meu melhor amigo, meu irmão! Eu também devia isso a outras pessoas que o amavam, como Gina e Rony.

C: Afinal, o que aconteceu na batalha entre Potter e “Você-sabe-quem”?

HW: Só Harry poderia dizer ao certo. E ele não gosta muito de falar a respeito. As pessoas deveriam respeitar isso. Ele enfrentou Voldemort e o venceu. Isso deveria bastar para os bruxos.

C: É verdade que seu amigo tem poderes superiores aos da maioria dos bruxos?

HW: Não sei nada sobre a “maioria dos bruxos”. Harry é um bruxo poderoso. Apenas isso.

C: Que, dizem, consegue fazer mágica sem varinha...

HW: Dizem...

C: Dizem também que ele tem mais poderes do que “Você-sabe-quem”...

HW: Não gosto da insinuação que existe por trás dessa comparação! (Aqui Hermione Weasley realmente ficou irritada e ameaçou suspender a entrevista) Harry, diferentemente de Voldemort, não recorreu a nenhuma magia negra nem violou antigas leis da magia para obter os poderes que possui. Ele nasceu com esses podres e nunca os usou para escravizar ou oprimir as pessoas! Não sei quanto aos seus poderes, mas Harry é uma pessoa boa, enquanto Voldemort era um bruxo das trevas! Essa comparação é totalmente descabida!

C: Calma, Dra. Granger. Ninguém está dizendo que seu amigo é um bruxo das trevas.

HW: Acho bom mesmo!

C: Mudando de assunto, a associação da senhora, seu marido e do casal Potter com Draco Malfoy não é um tanto estranha, levando-se em consideração que todos dizem que vocês se odiavam nos tempos de escola?

HW: Bem, as pessoas mudam. Draco era realmente uma pessoa muito antipática nos tempos de Hogwarts. Possuía todos aqueles preconceitos que alguns bruxos de sangue puro possuem até hoje. Mas, felizmente, ele mudou e é hoje uma pessoa muito decente. Não acredito que qualquer jogador dos Cannons ou qualquer funcionário das Organizações Potter-Malfoy tenha alguma queixa dele como patrão ou como pessoa. Bom, talvez Apolo Cole tenha queixas, mas ele não conta, eu acho.

C: É verdade que ele era apaixonado pela senhora?

HW: Ele é apenas um bom amigo.

C: Mas...

HW: Mas nada!

C: Seu marido Rony Weasley realmente odeia Draco Malfoy como dizem?

HW: Rony não tem qualquer motivo para odiá-lo. Eles não são exatamente os melhores amigos, mas se respeitam, pois ambos são muito bons naquilo que fazem. E reconhecem isso um no outro.

C: É verdade que a senhora não entende nada de quadribol?

HW: Não! Hoje eu consigo diferenciar um balaço de uma goles (risos)! E um apanhador de um batedor...

C: Mas, é verdade que a senhora nunca foi fã de quadribol?

RW: Sim, é verdade. Eu acompanhava o jogo na escola por causa de Harry, Rony e Gina. Na verdade, sempre ficava apavorada com a possibilidade de um deles sair machucado. Acho que essa possibilidade me apavora até hoje. Mas, respondendo à pergunta anterior...

C: Sobre o fato de a senhora não entender de quadribol...

HW: Sim! A minha função nos Cannons e na seleção inglesa é cuidar dos jogadores. Não preciso entender do esporte para curar uma fratura ou uma lesão muscular. Nem é preciso conhecer o quadribol para saber que uma pessoa não pode passar horas montado numa vassoura se não estiver plenamente saudável.

C: É verdade que a senhora se opunha à opção que seu amigo Harry e seu então namorado Rony fizeram pelo quadribol profissional, deixando de lado a carreira de auror?

HW: No começo eu achava que eles estavam desperdiçando as suas capacidades, mas isso é coisa do passado. Infelizmente eu e Rony tivemos uma discussão bastante desagradável por causa disso. Desmanchamos o noivado... (Ela fica emocionada novamente ao lembrar-se do fato)

C: E como uma aluna brilhante como a senhora e uma medibruxa de talento foi parar no mundo do quadribol?

HW: Na verdade eu estava cansada de trabalhar na área de pesquisas do St. Mungus e ser perseguida e desprezada por gente invejosa e preconceituosa, que não aceita que uma pessoa nascida de uma família trouxa possa ter valor. E nesse momento veio o convite de Draco Malfoy. E era uma ótima oportunidade de ficar próxima novamente de Harry e Gina. E Rony, é claro! Foi aí que nos reconciliamos.

C: Então o quadribol foi ótimo para a sua vida amorosa?

HW: (risos) Sem dúvida! Mas, eu também vi o quanto os jogadores precisavam de uma curandeira séria. Era um absurdo o que se passava com eles (Ela fica indignada ao constatar tal fato)! Se eu soubesse que tratavam tão mal os jogadores de quadribol, teria ingressado há mais tempo no mundo do esporte.

C: E o que a senhora acha dos críticos que dizem que as suas acusações não possuem fundamento, uma vez que a senhora não entende do esporte?

HW: Absurdo! Todos viram o que foi feito com o pulso de Paul Benton Pye. Quase aleijaram o rapaz! O problema é exatamente esse. O quadribol estava cheio de espertalhões que supostamente conheciam o esporte, mas não entendiam nada de medicina mágica, ou pior, não davam a mínima para a saúde dos atletas!(*)

C: A senhora causou um estrago nos clubes com a denúncias dos curandeiros dos Pegas de Montrose...

HW: Só nos clubes desonestos e nos curandeiros inescrupulosos, Mas, isso, minha cara, foi um prazer. Apostas e picaretagem não combinam com medicina mágica. Não se pode tratar jogadores de quadribol como gado a ser abatido.

C: E como é o grande goleiro Rony Weasley?

HW: (ela suspira de maneira sonhadora) Um amor de pessoa. O que eu posso dizer sobre a paixão da minha vida? Amo o jeito de garoto que o Rony tem até hoje... Bom, ele é realmente bem bagunceiro! Mas, também é gentil, atencioso, leal aos amigos... Um pouco comilão, é verdade! Enfim, uma pessoa doce.

C: Algumas garotas que saíram com Rony Weasley quando ele e a senhora estavam separados dizem que...

HW: Eu não quero saber o que elas dizem!

C: Finalmente, a última pergunta: como é a Doutora Hermione Weasley na intimidade?

HW: Ah... Não sei, uma bruxa bem comum, eu diria... Gosto de ler, de assistir filmes, ouvir música trouxa. Gosto de receber os amigos. E seduzir meu marido, é claro! E pode tirar esse sorriso do rosto. Não vou lhe dar nenhum detalhe da minha vida sexual!



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Aquele maravilhoso time dos Cannons, três vezes campeão britânico e inglês e duas vezes campeão da Europa iria começar a mudar. Não, não pensem que ficaríamos com um time medíocre. Muito pelo contrário! Perdemos o campeonato europeu daquele ano, mas fomos mais uma vez campeões britânicos. E nos três anos seguintes a Europa seria nossa!

O Novo Cannons começou a ser montado na suíte presidencial do Golden Hotel. Eu, Harry Potter e Toni M’Bea, vestidos impecavelmente com ternos Armani feitos sob medida (afinal, queríamos impressionar nosso futuro jogador e sua pequena família!), fomos anunciados às sete horas da noite. Poucos minutos depois, o elevador panorâmico nos deixou na sala de estar da suíte. Sim, no Golden Hotel há elevadores que deixam você dentro da suíte!

Uma mulher bonita, morena, certamente norte-americana de origem latina, recebeu a mim e aos meus companheiros com um sorriso nos lábios e um cumprimento polido. Fiquei feliz ao constatar que a esposa de Jimmy Aguirre se vestia bem, mas sem a afetação típica de alguns bruxos novos-ricos. Ao seu lado uma menina igualmente bonita e de pele mais escura do que a mãe nos olhava com uma curiosidade marota, típica das crianças espertas.

- Prazer, Violeta Aguirre – disse a jovem num perfeito inglês norte-americano. Essa é Miranda.

Após a troca de saudações de praxes, a menina, que olhava Harry desde que esse saiu do elevador, não se conteve:

- Nossa! Você é muito mais bonito ao vivo! – disse a garota, mirando o meu sócio de alto a baixo.

- Miranda! – repreendeu-a a mãe, segurando o riso com dificuldade.

- Tudo bem, Sra. Aguirre – eu a tranqüilizei – Meu sócio costuma causar essa reação nas mulheres de todas as idades.

Enquanto Potter, embaraçado, me lançava um dos seus melhores olhares assassinos e Toni fingia uma tosse para abafar o riso, Aguirre, o homem da noite, entrou na sala naquele momento. Vestia roupas bruxas elegantes, mas não muito chamativas, e nos lançava um olhar neutro, claramente não sabendo o que pensar daquele trio, que certamente iria decidir o seu futuro no quadribol.

- Imagino que vocês ainda não jantaram, não é mesmo? – perguntei para quebrar o gelo, após o jogador ter nos cumprimentado.

- Fomos informados que o jantar só é servido nas suítes após as oito horas – explicou Violeta de maneira simpática.

- Se eu pedir o jantar, ele será servido a qualquer hora do dia – expliquei sem nenhum vestígio de modéstia.

Como o casal Aguirre me olhava de maneira interrogativa, Toni explicou:

- O hotel é dele.

- Todo o hotel? – perguntou Miranda abismada – Você quer dizer, ele inteiro?

- Meu e desse moreno que você achou bonito – eu expliquei de bom humor, aproveitando para incomodar Harry.

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A comida, como sempre, estava deliciosa. Violeta era um encanto de mulher. Simpática, agradável. Ninguém precisaria se esforçar para gostar dela. E Miranda era um encanto de criança. Oito anos de muita esperteza. Sabia tudo sobre quadribol e era fã de Harry, Gina, Rony e Toni, como havia feito questão de dizer várias vezes.

O mais silencioso durante o jantar era justamente o patriarca da pequena família Aguirre. A decepção com a equipe da Itália parecia ter desenvolvido no artilheiro uma certa prevenção contra donos de clubes. Nem mesmo a presença de Harry e Toni, de quem a maioria dos jogadores gostava e só tinha coisas boas a dizer, parecia animá-lo.

- Bem... – eu disse num tom levemente irônico quando a sobremesa foi servida por um garçom que se postava silenciosamente e de maneira solícita na sala de jantar (Você não acha que as suítes do Golden são aquelas porcarias trouxas minúsculas, não é mesmo?).

- Vocês querem conversar a sós? – perguntou a Sra. Aguirre.

- De forma alguma – eu disse – Toni e Harry aqui sabem que nós consideramos a opinião da família dos nossos jogadores. Não queremos um jogador no time com a família insatisfeita. Costumamos dizer que o time dos Cannons é uma grande família. Isso inclui a família dos atletas, é lógico.

- Quer dizer que eu também posso ouvir a conversa? – perguntou Miranda animada.

- Se seus pais não se importarem – ponderei. Era bom ganhar as crianças da casa, mas não era inteligente criar um conflito familiar – Mas eu não acho que tenha para dizer algo impróprio para menores – acrescentei.

Inesperadamente Aguirre começou a rir. Era a primeira vez que fazia isso naquela noite. Sem dúvida a sua mulher e a sua filha não esperavam por aquele riso descontrolado e encararam o chefe da família de maneira interrogativa, talvez se perguntando se o jogador havia perdido o juízo.

- Você é muito bom, Malfoy! – ele disse depois de um minuto, voltando a gargalhar de novo – Quando me disseram, eu não imaginei que você fosse tão bom. Você é do tipo que conquista a família do cara antes de conquistar o jogador. “Isso inclui a família dos atletas!” – repetiu o jogador numa imitação razoável da minha maneira tipicamente britânica de falar, voltando a gargalhar em seguida.

- Fico feliz que você esteja se divertindo, Jimmy – disse calmamente Toni, silenciando o riso do americano. Toni M’Bea, com a sua voz impressionante e seu jeito sério de falar, às vezes lembrava um professor repreendendo uma classe de alunos particularmente rebeldes - E fico igualmente feliz que tenhamos proporcionado esse seu pequeno momento de alegria. Algo me diz que você estava necessitando dele. Mas, não foi exatamente para isso que viemos aqui.

- Para quê, então? – perguntou o atilheiro sem maiores rodeios. Sua voz era agora bem dura e não havia vestígio de humor nela.

- Pensei que fosse óbvio – eu disse – Queremos você no time dos Cannons. Todos consideramos você um grande jogador.

- Mesmo com mais de trinta anos?

- Eu já passei dos trinta a algum tempo e ainda me julgo em forma, embora eu acredite que deva parar agora, quando ainda me sinto bem – disse Toni pacientemente.

- Você vai parar? – perguntou Aguirre, agora genuinamente surpreso.

- Ele vai treinar o time – esclareceu Harry, o mais calado do grupo até então.



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Calmamente eu expliquei para Jimmy Aguirre o que estava acontecendo no “Planeta Chudley Cannons”. Vitor Krum iria voltar para a Bulgária. Após o fiasco dos búlgaros na última Copa Mundial e no Campeonato Europeu, a “Águia dos Balcãs” achou que cabia a ele ajudar a arrumar a bagunça na sua casa. Com a sua parte do clube vendida para mim e repassada em partes iguais para Harry e Toni, ele comprou o time dos Abutres de Vratsa, equipe que o revelou para o esporte. Na verdade ele pagou uma pechincha, pois o clube estava caindo pelas tabelas,e ainda sobrou dinheiro para reforços. Eles seriam adversários formidáveis dos Cannons nos próximos campeonatos europeus de clubes.

Além disso, com apoio de Vera Ivanova, que voltaria também ao seu país para dirigir a federação local, Vitor queria acabar com a influência dos partidários das trevas no quadribol local. Reerguer o clube mais popular do seu país, sendo considerado um herói entre aqueles que lutaram contra “você-sabe-quem” mandaria, na opinião do apanhador, uma importante mensagem às pessoas de bem. Embora chateado por perder um jogador tão bom, além de um grande ser humano, desejei boa sorte ao búlgaro. E fui à luta para reforçar o time.

Paul Benton Pye era um dos reforços. O “Harry Potter loiro”, que quase foi aleijado em 2.002 pela incompetência dos curandeiros da sua equipe da época, os Pegas de Montrose, passou uma temporada no Canadá, mas estava louco para voltar para a Inglaterra. E nós, dos Cannons, estávamos loucos de vontade de realizar o seu desejo!

- Mas, se o garoto Pye vai jogar de apanhador, o Potter vai jogar de artilheiro...

- Sei qual é a sua preocupação, Jimmy – tranqüilizou-o Toni – Temos Harry, que vai jogar realmente de artilheiro. Temos Toledo e uma garota muito boa, Nat Mars, mas ela é apenas uma boa reserva e sabe disso. Temos outros garotos e garotas promissores. Mas queremos mais alguém para, como dizem os seus amigos lá dos Estados Unidos, “fazer chover”.

- E a Sra. Potter? – questionou A Sra. Aguirre – Por que vocês não a mencionaram?

Harry abriu nesse momento um grande sorriso.

- Ela vai ficar de fora dessa temporada – disse o meu sócio. Como a pequena família Aguirre o olhasse com ar preocupado, Harry acrescentou: - Ah, não se preocupem! Não há nada de errado com ela. Apenas não é muito saudável uma grávida jogar quadribol...

Houve uns bons momentos de comoção verdadeira. Jimmy Aguirre, de maneira sincera, deu os parabéns a Harry, assim como a sua esposa e sua filha.

- Nossa! – exclamou Miranda impressionada – Sendo seu filho e daquela ruiva bonita, deve ser o bebê mais lindo do mundo!


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- Muito bem – eu disse no meu melhor tom profissional – Oferecemos uma residência confortável no condomínio “Parque dos Magos”, o mesmo onde residem o casal Potter e o casal Weasley, ou se for da preferência da família, uma soma em galeões para vocês morarem num outro lugar de alto padrão. Se gostarem de automóveis, podemos lhes ceder dois, equipados com todos os opcionais trouxas e algumas pequenas invenções bruxas desenvolvidas pela Empresa de Adaptações de Instrumentos Trouxas, que é uma parceria entre as Organizações Potter-Malfoy e as Gemialidades Weasleys.

- Caramba! – deixou escapar Miranda. Os pais estavam impressionados, mas se controlavam melhor.

- Como cortesia, eu posso levar você para um tour pela loja principal das Gemialidades Weasleys – falei para garota, ganhando o apoio da menina na hora – E, se a sua mão deixar, um almoço na loja principal da cadeia de lanchonete Muggle Foods.

- Que legal! – impressionou-se a pequena – Dizem que ali servem batatas fritas, é verdade? Por que os trouxas fritam as batatas? É bom?

- Depois falamos sobre isso, querida – interrompeu Jimmy – É verdade que você é dono da Muggle Foods?

- Ah, sim. Ela faz parte das Organizações Potter-Malfoy.

- Assim como esse hotel? – questionou Violeta

- Assim como outros hotéis, a equipe dos Cannons, franquias das Gemialidades Weasleys no exterior, distribuidoras de cerveja amanteigada e hidromel... Mas, isso não vem ao caso agora.

- Estamos realmente impressionados, Malfoy – disse sinceramente o patriarca da família Aguirre, mas...

- Espere um minuto! – eu o interrompi – Sei que você quer falar de dinheiro propriamente dito. Mas, antes escute tudo o que temos a oferecer, além de dinheiro.

- Estamos ouvindo.

- Nós gostamos que nossos jogadores e seus familiares vistam-se bem, então vocês terão generosos descontos nas principais lojas de roupas do Beco Diagonal e de Hogsmeade, além de outras butiques bruxas espalhadas pela Inglaterra. Além de generosos descontos na “Mix”, é claro.

- A “Mix”? – perguntou Violeta Aguirre, sem esconder que estava muito impressionada – A “Mix” que vende as mais lindas roupas de bruxos e trouxas?

- A própria.

- Não me diga que é dono da loja também.

- Somos donos de apenas um terço dela. Compramos no ano passado. – eu disse modestamente – Sem contar a filial de Paris. Essa é totalmente nossa.

- Muito bem, Sr. Malfoy! – disse ironicamente Jimmy Aguirre – Todos estamos realmente impressionados.

- Pode me chamar apenas de Draco. Fico feliz que os tenha impressionado. Essa era mesmo a minha intenção.

- Mas...

- Sei. Você quer saber quanto pretendemos pagar. Vejam, amigos, eu lhe ofereço tudo e o ingrato quer dinheiro! – disse para Harry e Toni, fazendo um gesto teatral de desconsolo. Violeta e Miranda riram. Eu decididamente tinha ganhado pontos com as mulheres da casa – Bem, a cifra está escrita aqui nesse pergaminho. O salário, os prêmios, a verba do patrocinador e os bônus em caso de conquista de campeonatos.

Tirei do bolso interno do meu paletó um pequeno pedaço de pergaminho ainda enrolado e estendi ao jogador. Ele abriu a boca quando viu os números. Olhando sobre os ombros do marido, Violeta também estava impressionada.


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Cá entre nós: o que eu ofereci a Jimmy Aguirre era o que o jogador merecia. Os italianos idiotas o desprezaram por causa da idade. Tolos! Aguirre era um dos maiores artilheiros do mundo. E, sem Krum e Gina Weasley precisávamos de um nome de prestígio para continuar lotando os estádios e impressionar nossos patrocinadores. E depois, tudo o que eu lhe ofereci, o resto do time também tem direito. Por isso os jogadores me amam! Eu os mimo bastante e em troca eles me fazem ganhar troféus e muito dinheiro. Eu sou um gênio! Modestamente falando, é claro.


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Após o jantar que selou o ingresso de Jimmy Aguirre no time dos Cannons, Harry foi para casa, para sua amada Gina. A sua ruiva dormia no sofá com a TV ligada. Harry abaixou-se e lhe deu um beijo.

- Oi, bonitão – brincou com ele a esposa, cheia de sono.

- Como vai a futura mamãe?

- Muito bem. E aí, como foi a reunião? Contrataram Aguirre?

- Claro! Draco conquistou a filha e a mulher dele primeiro. Depois eu dou os detalhes. Você acha que Rony e Hermione ainda estão acordados?

- Você quer falar daquele assunto com eles agora?

- Acho que sim. Você vem junto comigo?

- Acho melhor você falar com eles primeiro sozinho. Eu e Rony sempre brigamos quando o assunto é... bem, coisas de família.

- Você acha que eu fiz a coisa certa com eles?

- Você lhes deu opção. E, como sempre, você agiu com o coração.

- Tá legal. Vai dormir.

- Me acorda quando voltar – disse a ruiva, não contendo um bocejo – Eu prometo ficar acordada e deixar você bem acordado também...

- Mal posso esperar...

- E, Harry?

- Sim?

- Eu ainda amo muito você. Cada vez mais.


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(*) Capítulo 11, “Copa Mundial”.

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UFA! DEMOROU, NÉ? MAS, EU VOLTEI, ASSIM COMO O CORINTHIANS! NO PRÓXIMO CAPÍTULO SABEREMOS:

O QUE HARRY TEM PRA FALAR COM RONY E MIONE! SERÁ O FIM DO TRIO MARAVILHA?

AS TREVAS VOLTAM A ENCHER O SACO!

E MAIS:

O HERDEIRO!

JANE O´NEAL!

MICHELE!

AGUARDO REVIEWS!

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