DIAS FELIZES (OU QUASE)



AVISO IMPORTANTE: OS DOIS PRÓXIMOS CAPÍTULOS SERÃO CAPÍTULOS QUASE QUE TOTALMENTE FELIZES!

FELIZES, NÃO MELOSOS, É CLARO!

QUEM GOSTA DE FICS COM PERSONAGENS SOFREDORES E ANGUSTIADOS, AFASTEM-SE DESSES PRÓXIMOS CAPÍTULOS! E ESPEREM A MINHA PRÓXIMA FIC NO SEGUNDO SEMESTRE (HUHAHAHAHAHA!).

JURO SOLENEMENTE NÃO FAZER NADA DE BOM!



CAPÍTULO 10

Vestido como um atleta trouxa, um rapaz moreno de vinte e três anos corria pelas alamedas tranqüilas de um condomínio exclusivo para bruxos ricos. O preço dos imóveis por ali aumentou consideravelmente nos últimos dois anos, pois muitos bruxos queriam se mudar para a região apenas por causa da possibilidade de encontrar seu famoso morador exercitando-se numa manhã qualquer.

O rapaz de cabelos pretos arrepiados e indomáveis respondia de maneira amigável aos acenos dos poucos moradores que já estavam de pé àquela hora. Ele ganhou algum peso e alguma massa muscular nos últimos dois anos. Não era mais aquele garoto magricela que eu conheci com onze anos de idade. Agora tinha braços relativamente fortes, que tornavam cada vez mais mortíferos e imprevisíveis os arremessos sensacionais que eletrizavam o público bruxo amante do quadribol. Ainda era capaz de voar numa vassoura esportiva como se tivesse nascido montado em uma. Era o maior jogador de quadribol do mundo e alguns juravam, já naquela época, que ele era o maior jogador da história do esporte.

Além dessas qualidades esportivas, era também o herói do mundo mágico. “O Eleito”, “o garoto que sobreviveu”, “O Escolhido”, “O Homem que venceu as trevas”, eram alguns dos nomes pelos quais era conhecido e reverenciado. Não havia um único mês em que alguém não estivesse disposto a homenageá-lo em alguma parte do mundo. E como era de se esperar, as mulheres se jogavam aos seus pés. Ou se jogariam, se ele não tivesse olhos apenas para uma certa moça ruiva, quase tão boa no esporte quanto ele e com um temperamento explosivo, provavelmente herdado de sua antiga família puro-sangue, assim como os seus belos cabelos vermelhos e algumas sardas no rosto, que em nada prejudicavam a sua aparência.

Evidentemente estamos falando de Harry Tiago Potter, meu sócio nas organizações Potter-Malfoy, astro principal do time laranja dos Chudley Cannons, por três anos consecutivos considerado o melhor jogador de quadribol do mundo pela Federação Internacional, cinco vezes consecutivas considerado o melhor jogador de quadribol do Reino Unido, Ordem de Merlim, primeira classe, e ganhador do Prêmio Romilda Bankstale, que o governo bruxo dos Estados Unidos dá a cada cinco anos para bruxos e bruxas que tenham se destacado em ações filantrópicas e assistenciais. E já era tão rico naquela época que os duendes do Banco Gringotes haviam desistido a algum tempo de contar os seus galeões, sicles e nuques.

Correndo por aquelas alamedas tranqüilas numa manhã de sábado, recomendação de sua amiga e curandeira Hermione Weasley, de férias das competições oficiais de quadribol, ouvindo uma música antiga em um fone de ouvido de um aparelho trouxa que lhe fora presenteado por seu amigo Toni M’Bea, Harry Potter poderia se dizer uma homem feliz.

Possuía uma esposa que amava e que o amava com igual intensidade, possuía amigos maravilhosos e tinha muito dinheiro, fato que possibilitava a ele ajudar pessoas, instituições e causas que em sua opinião merecessem ajuda.

Apenas uma coisa faltava para que ele se sentisse completamente feliz.

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- Por que não dizer que o Harry era lindo? – pergunta Michele de maneira provocativa, lendo sobre os meus ombros a tela do computador no qual eu escrevo minhas memórias – Vi umas fotos dele daquela época...

- Você aqui, na companhia de um exemplar extraordinário do sexo masculino e fica elogiando aquele “testa-rachada”! – eu respondo, fingindo-me indignado.

- O que? –ela pergunta sarcástica – Qual exemplar extraordinário do sexo masculino? Harry está por aqui?

O senso de humor de Michele é uma das coisas que mais me atrai na jovem trouxa. Embora seja uma criatura doce, ela tem um senso de humor quase sonserino.

- Vou ter que mostrar para você quem é o “exemplar” em questão – digo sedutor, mas à maneira sonserina, é claro!

- Mal posso esperar – provoca a garota.

Horas mais tarde, ligeiramente sonolenta, mas ainda abraçada a mim, Michele pergunta se eu sinto falta dos velhos tempos. Ela fala do início dos Cannons, da formação das Organizações Potter-Malfoy. Tempos, eu costumo brincar, em que era “apenas” um pobre bruxo rico à beça e nem tinha ainda o meu nome nos cartões dos sapos de chocolate. Todos falam hoje em dia do início do século XXI como a época da reconstrução do mundo bruxo após a guerra contra os Comensais da Morte e também do período da reconstrução do quadribol profissional. Velhotes saudosistas dizem que aqueles “foram bons tempos”. Michele, que convive bastante com o mundo bruxo, já deve ter ouvido isso centenas de vezes. Os “míticos velhos tempos!”.

- Claro – eu lhe digo, afagando e beijando a sua face morena – Quem não tem saudade de ter vinte e poucos anos? Nós éramos jovens, destemidos e tudo parecia possível naqueles anos. Ganhar milhões de galeões, reerguer o quadribol, enfrentar os últimos bruxos das trevas, derrubar um governo, como o Weasley fez em 2.001, marcar quinhentos pontos num jogo. O céu era o limite, como dizem os trouxas. Mas...

- Mas? – indagou a morena interessada.

- Harry costuma dizer que o presente é sempre melhor. Tendo a concordar com ele nesse ponto. Todos tivemos perdas que ainda doíam muito naquela época. Feridas mal cicatrizadas. É engraçado que nós, que tivemos um papel importante naquilo que chamam hoje de “reconstrução do mundo bruxo”, não somos vistos por aí chorando pelos velhos tempos.

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Aquele não era “A comemoração”. As verdadeiras comemorações, com a presença dos funcionários das Organizações Potter-Malfoy, brindes distribuídos pelas Gemialidades Weasleys e jantar dançante nos salões aristocráticos do Golden Hotel eram eventos midiáticos, fundamentais para promover a empresa e o time. Mas essas pequenas comemorações íntimas, sem imprensa, num local simples, apenas com a “Família Cannons” reunida, eram inegavelmente mais divertidas.

O pessoal do time passou na sede dos Cannons para assinar papéis e contratos publicitários. A temporada havia chegado ao fim e nós havíamos vencido pela terceira vez consecutiva a Liga Inglesa. Toni nos levou até uma lanchonete trouxa de um amigo seu, aberta apenas para nós naquele dia, que segundo ele servia o melhor hambúrguer com batata fritas da Inglaterra.

“Por que alguém fritaria uma batata?” – perguntei indignado, fazendo a maioria do time dar boas risadas. Gina e Rony, embora já conhecessem a tal de “batata frita”, não acharam tanta graça assim na minha ignorância sobre culinária trouxa. Eu passei alguns anos estudando com os trouxas na Alemanha, mas sempre preferi a boa e velha comida bruxa.

Eu e Harry nos tornamos aos poucos grandes amigos. Essa era uma das histórias mais bizarras do mundo bruxo e que ainda rendia comentários idiotas (acho que rende até hoje!). Como dois inimigos da época de escola tornaram-se amigos e sócios. Coloquei a mão amigavelmente em seu ombro e disse:

- Não sei se a gente deveria ir ao Japão, Harry.

- Você abriria mão de todos aqueles galeões? – ele me pergunta surpreso.

- O time todo está exausto – explico – Meus jogadores vêem em primeiro lugar. Você deve duas fraturas na temporada.

- E o Harry nem deveria ter jogado aquelas partidas finais! – disse Hermione contrariada, sempre maternal com o melhor amigo.

- O time também é meu time! Eu posso jogar se necessário! – o craque teima em dizer, à sua maneira grifinória.

- Harry! – Hermione e Gina estão prontas para repreendê-lo.

- Vamos fazer o seguinte – eu digo de maneira apaziguadora – Um mês de férias pra todo mundo. Nós vamos ao Japão antes do começo da temporada, mas fazemos só um jogo. Que tal?

Todos me olharam espantados, como se tentáculos estivessem crescendo das minhas narinas. Foi Rony Weasley quem puxou os aplausos e vivas depois de algum tempo. Até o filhinho dele e de Hermione, Phill, entrou na onda e aplaudiu.

- Você é uma figura, Malfoy – disse o ruivo.

Bom, partindo dele, isso deveria significar um elogio. Meio sem graça, experimento uma daquelas coisas amarelas que o garçom colocou na nossa mesa. Foi quando experimentei pela primeira vez uma batata frita.

- Ei, isso aqui é bom! – exclamei espantado, servindo-me imediatamente de várias outras.
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A mesma boa relação que passei a ter com Harry, Gina e Hermione não se estendeu necessariamente a Rony Weasley. Não que nos odiássemos como nos tempos de escola, mas nunca nos tornamos próximos daquilo que se chama de grandes amigos. Mas nos respeitávamos. Havia entre nós um nunca mencionado ciúme mútuo que envolvia a amizade de Harry. E havia, é claro, Hermione. Embora eu respeitasse o ruivo como extraordinário goleiro que era e grande amigo do meu sócio, ele poderia ficar beijando Hermione um pouco menos e não ficar fazendo filhos na pobrezinha. Aquele tarado!

Phillip Arthur Weasley, filho primogênito de Rony e Hermione nasceu em novembro de 2.002. Era um garoto ruivo bonito e esperto (deve ter puxado a mãe nesses últimos atributos!). Tinha os cabelos ligeiramente crespos, que certamente puxou de Hermione, mas, além do cabelo ruivo, havia herdado os olhos azuis do pai. Era óbvio que faria muito sucesso com as garotas quando tivesse idade para tanto.

No mesmo dia em que eu experimentei batata frita pela primeira vez o menino, com um ano e meio de idade, para o desespero da mãe, tentava enfiar várias delas na boca ao mesmo tempo.

- Pessoal! – pedi a atenção dos presentes, batendo com a varinha num copo.

- O “Big Boss” vai falar! – caçoou o batedor Andy Lopes.

- Não se esqueça disso, garoto! – retruquei com um ar falsamente ameaçador.

- Ai, que medo! – gracejou Rony, arrancando gargalhadas. As cervejas trouxas, o uísque de fogo e o rum de groselha, tomados em doses industriais, deixavam o ambiente muito mais descontraído.

Titulares e reservas dos Cannons, além dos seus parentes, namorados e namoradas, me encaravam com atenção. Talvez fosse o rum de groselha e o uísque de fogo, mas eu sempre ficava ligeiramente emocionado nessas reuniões. O clima descontraído e a maneira gaiata que os jogadores me tratavam me deixavam muito feliz. Eu estava realmente fazendo um bom trabalho.

- Bom, em primeiro lugar eu queria agradecer aos jogadores por mais um título da Liga e da Copa Européia. Esses títulos trouxeram muitos galeões aos cofres do time e eu fiquei um pouco mais rico, devo admitir, com as apostas.

Assobios, aplausos e risadas.

- Mas, como eu sou um patrão legal (vaias e mais assobios)... Se vocês consultarem as suas contas no Gringotes na segunda-feira, verão que ela está mais gorda, uma vez que eu obriguei aqueles avarentos da TV Bruxa a aumentar os valores dos direitos de transmissão dos jogos do nosso time. E isso significa mais galeões nas contas de vocês, sem prejuízo dos prêmios pelos títulos, é claro!

Naquele momento os aplausos realmente ribombaram no modesto restaurante. Gritos de “Malfoy! Malfoy!” se seguiram. O engraçadinho do Weasley acrescentou algo pouco lisonjeiro aos gritos, que o seu filho, feliz, batendo palminhas, repetiu. Hermione deu uma bronca no marido e repreendeu o garotinho. Mas eu estava contente (ou bêbado) demais para me incomodar.

- Vocês me pagam, “Weasley pentelho” e “Pestinha Weasley” – afirmei fingindo que havia me importado – Gostaria de falar mais um pouco sobre o Japão...

- O Japão não! – implorou Toledo de brincadeira. Ou nem tanto.

No ano anterior havíamos feito uma viagem promocional ao Japão, país onde possuíamos muitos torcedores e vários negócios das Organizações Potter- Malfoy. Vendíamos lá quase tantos uniformes e souvenires do time dos Cannons quanto na Inglaterra. As Gemialidades Weasleys, do qual as Organizações possuem até hoje sociedade no exterior, faziam o maior sucesso no país vendendo também material do nosso time. Mas, acima de tudo, os torcedores japoneses amavam os Cannons! Harry e Gina principalmente. As Gemialidades passaram a vender perucas para jovens bruxos que imitavam os cabelos arrepiados de Harry e as garotas bruxas usavam uma tinta mágica que deixava os cabelos vermelhos como os da Senhora Potter. Fred e Jorge já estavam pensando (para o desespero de Gina!) em lançar um produto que imitava as sardas da ruiva.

- Os japoneses amam a gente – expliquei para o grupo atento de jogadores – Mas eu acho que vocês trabalharam duro e merecem umas férias. E apesar do Harry aqui estar disposto a sacrifícios excruciantes, como bom grifinório que é... – assobios e risadas.

- Isso significa... – disse Toni.

- Que vocês podem tirar mais dez dias de férias depois do jogo no Japão. Vera, Dell e Hermione acham que faria bem para vocês.

- Mas, Draco... – questionou Harry, ligeiramente atônito – E o cachê que você disse que os japoneses nos pagariam?

- Não seja bobo, Harry - eu implico com ele de brincadeira – A gente volta no ano que vem ou no outro com um cachê maior ainda. Vocês são mais importantes para mim do que o dinheiro.

- Nós somos? – perguntou Gina, abismada.

- Sim. Sra. Potter, vocês são! Afinal, se vocês se machucarem ou morrerem de estresse de vôo, quem vai me fazer ganhar uma montanha de galeões? – questionei com aquele sorriso malicioso que fazia tanto sucesso nas fotos das revistas de futilidades.

Inesperadamente Gina me deu um beijo estalado no rosto e disse que eu era...

- FOFO NÃO! – retruquei indignado.

- Fofo! Fofo! – disse o bebê Weasley, batendo palminhas e dando pulinhos no colo da mãe.

- Ah, fica quieto, seu pestinha... – disse, ligeiramente vermelho, comendo mais uma batata frita e ignorando as gargalhadas do pessoal – Ei, é uma grande idéia esse negócio de batata frita! – falei, mudando de assunto, mas estava realmente impressionado com a culinária trouxa. E imediatamente minha mente começou a trabalhar numa possibilidade de ganhar mais dinheiro ainda.

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- Draco Malfoy admitindo que tem sentimentos... – caçoou Michele – E que existe algo mais importante do que dinheiro!

- OK, Srta Espertinha. Não espalhe isso por aí. Manter uma fama de mal não é algo fácil.

- Mas, falando sério – disse a minha namorada – Quando eu vejo aquelas fotos de vocês jovens, vocês parecem... Não sei... Tão maduros! Fazendo e acontecendo com vinte e poucos anos. Tão seguros. E vocês pareciam tão felizes!

- Não sei se éramos tão seguros assim – explico – Mas, depois de vencer uma guerra contra o mal absoluto as pessoas, eu acho, possuíam o direito à felicidade.

- Você gosta mesmo do Harry e dos amigos dele, não é mesmo?

- Depois que nos tornamos sócios a gente passou a conviver mais tempo junto. Harry Potter é uma das melhores pessoas que eu conheci na minha vida. Não que eu houvesse conhecido pessoas muito boas até aquele momento. Você não conhece pessoas muito boas sendo um Malfoy e sendo Sonserina a sua casa em Hogwarts.

- E aquele tal de Herdeiro? – me pergunta Michele.

- Bom, naquela época o lunático filho da mãe estava quietinho. Ele cumpriu a promessa de não incomodar o Harry por um tempo. Mas os nossos amigos no ministério estavam atentos para as movimentações dos partidários das trevas. O cara só iria aprontar mais tarde. Mais tarde, entretanto...

- Tudo bem, Draco – Michele me tranqüiliza – Quando quiser falar, você sabe, eu estou aqui.

- Eu sei. Obrigado por estar, querida.

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Entrevista de Draco Malfoy para a revista “Seewitch”, principal revista do mundo bruxo, que circula qinzenalmente em quase todos os países de língua inglesa (edição de agosto de 2.004), por Vanessa Carmichael:

Centenas de perfis de Draco Malfoy circulam nas publicações bruxas há dois anos. Desde revistas de futilidades, preocupadas com a vida amorosa do jovem empresário, até sisudas publicações econômicas, fascinadas com o sucesso estrondoso das Organizações Potter-Malfoy.

A verdade, entretanto, é que Draco Malfoy raramente concede entrevistas, a não ser coletivas para anunciar novos negócios de sua empresa ou quando reúne a imprensa esportiva bruxa para espezinhar os pobres adversários dos Cannons.

Aos vinte e três anos de idade e maior sucesso empresarial do mundo bruxo, Malfoy mantém uma rotina de trabalho bastante intensa. Acorda normalmente às seis da manhã, independentemente da hora em que se recolheu no dia anterior. Raramente dorme mais do que seis horas por dia. Quando pode, tira um breve cochilo à tarde. Trabalha quase sempre até altas horas, a não ser, é claro, nos dias de jogo dos Cannons, que não perde de forma alguma. “Eu sou o presidente!“, ele diz. “O pessoal precisa de mim. Eu dou força a eles”.

Entre os muitos funcionários de seu império, três gozam da sua mais absoluta e irrestrita confiança: Guilherme Weasley, Olívio Wood e Blas Zabini.

Guilherme Weasley (apenas Gui para os amigos), filho do Ministro da Magia do Reino Unido, é visto por muitos como o gênio por trás da presidência. Antigo funcionário do Banco Gringotes, onde ingressou como desfazedor de feitiços, tornou-se um dos mais respeitados especialistas em finanças do mundo mágico. Irreverente e descolado, com seus cabelos longos e vestes bruxas casuais, mas impecáveis, é a quem Malfoy recorre antes de fazer qualquer investimento, seja de um nuque ou um milhão de galeões.

O jovem Olívio Wood, que chegou a ser uma das maiores promessas do quadribol britânico (mais detalhes na página 31) é responsável por toda a estrutura jurídica das Organizações, as quais ele se refere de maneira objetiva como “OPM”. Tem um eficiente grupo de jovens juristas sob sua supervisão, que analisam os contratos, endossam os acordos comerciais e são responsáveis pelos infinitos processos nos quais Draco Malfoy é acusador ou réu, em razão da sua língua afiada.

Por fim, Zabini. O rapaz negro, discreto, colega de escola de Draco em Hogwarts, onde também estudou na Sonserina (detalhes sobre as casas de Hogwarts na página 32) aonde, dizem as más línguas, nutriu uma discreta simpatia pelo “lado das trevas” (detalhes sobre a guerra do mundo mágico britânico na página 34). Zabini é o homem que organiza a agenda de Draco Malfoy. Marca e desmarca seus compromissos, agenda jantares e almoços de negócios e, segundo aquelas mesmas más línguas, os seus encontros amorosos, livrando-o de algumas garotas mais incômodas.

Diferentemente do que dizem as lendas a seu respeito, Malfoy não é um namorador compulsivo nem figura constante em festas de arromba da alta sociedade bruxa. Comparece apenas em algumas festividades que sua condição de empresário e figura pública exige. Embora muito assediado pelas mulheres e freqüentemente visto na companhia de beldades do mundo mágico, apenas a jogadora Jane O’Neal (“Baby Jane”) parece ser um caso amoroso relativamente durador, embora ambos neguem que tenham algum envolvimento romântico.

“Apenas bons amigos”, dizem os dois quando são flagrados juntos. Muitos hóspedes, entretanto, do Golden Hotel, aristocrático e elegante hotel bruxo de Londres, atualmente parte do patrimônio das Organizações Potter-Malfoy, juram que os presenciaram partilhar o mesmo quarto do hotel com alguma freqüência. E os beijos que, dizem, os dois costumam trocar não têm muito a ver com uma amizade fraterna. Por outro lado, tanto o empresário quanto a jogadora da Irlanda tiveram outros casos amorosos breves nos últimos tempos, talvez mantendo uma relação que os trouxas chamariam de “aberta”, na falta de um termo melhor.

Vocês verão nessa entrevista que Malfoy não gosta de falar de sua vida pessoal, mas, de uma forma geral, ele nunca foi tão sincero anteriormente sobre alguns aspectos dolorosos dessa vida. E é impressionante como ele defende de maneira entusiasmada seu sócio Harry Potter.

Seewitch: - Quem é Draco Malfoy?

Draco Malfoy: - Empresário jovem, que gosta de ganhar dinheiro, gosta de quadribol, dos seus amigos e de umas boas doses de hidromel de boa qualidade, que ninguém é de ferro.

S – O que são na verdade as Organizações Potter-Malfoy? Quais os seus negócios? É verdade que é uma fachada para negócios escusos?

O loiro dá uma longa gargalhada antes de responder. “Harry vai adorar saber disso”, ele murmura entre risos, antes de ficar sério e responder a pergunta:

DM - Não sei como alguém pode imaginar Harry Potter metido em algo ilícito. Tudo bem que as pessoas não confiem em mim. Mas vocês deveriam imaginar que Harry não se meteria em algo ilegal. O cara é o salvador do mundo mágico, ou todos já se esqueceram? E é meu sócio! Você acha que ele iria participar de falcatruas?

S – Tudo bem, Sr. Malfoy. Mas, e as Organizações?

DM – As organizações Potter- Malfoy são, acima de tudo, donas dos Chudley Cannons, o time mais vitorioso da Europa dos últimos três anos. Possui o direito exclusivo de negociar tudo associado à marca do time, desde uniformes até as vassouras de corridas laranjas com o logotipo da equipe, que são fabricadas pela fábrica Firebolt. Somos sócios das Gemialidades Weasleys no exterior e somos donos de algumas franquias. O que permite às Gemialidades negociar com exclusividade produtos no Japão, Estados Unidos e América Latina com a marca dos Cannons, além dos seus brinquedos e produtos. Somos donos ainda do Golden Hotel, do Charm Hotel de Edimburgo, do Magic Garden, o hotel bruxo mais luxuoso do País de Gales e temos direitos exclusivos sobre o uso das imagens publicitárias dos nossos jogadores. E, garanto, todos esses negócios são absolutamente legais. Além de inúmeros imóveis comerciais no mundo bruxo e no mundo trouxa.

S – Uau! O senhor e Harry Potter são donos de tudo isso?

DM – Claro que não. Não totalmente. As coisas não funcionam assim. Parte das ações do patrimônio das Organizações está à venda no Banco Gringotes para qualquer pessoa interessada. Somos uma empresa de capital aberto. Temos também alguns associados no Japão, Austrália e Estados Unidos, mas no geral eu e o Sr. Potter somos os sócios majoritários e eu sou o presidente da empresa.

S – E o qual a função de Harry Potter nesse conglomerado?

DM – Ele vai até o campo de quadribol, marca gols, às vezes apanha o pomo, sorri para os repórteres e às vezes sai arrebentado de campo.

S – Ele não participa dos negócios?

DM – Querida, queremos Harry inteiro para arrasar os adversários no campo de quadribol. Quando é absolutamente necessário, ele coloca um terno, comparece aos jantares e sorri para os investidores. Mas só às vezes. Não queremos cansá-lo demais nem aborrecê-lo falando de negócios. Ele já tem muito trabalho jogando quadribol e sendo Harry Potter.

S – Mas, falando assim, parece que ele não tem função nenhuma...

DM – As OPM não existiriam se não fosse o time dos Cannons e esse time não seria o que é sem Harry Potter. Acredite, ele é mais importante do que eu!

S – Como vocês, afinal, ficaram amigos? Todos dizem que vocês se odiavam nos tempos de Hogwarts...

DM – Não é segredo que Harry Potter me salvou a vida com aquele depoimento favorável que deu no julgamento, anos atrás. Não é segredo também que o Ministério da época estava louco para me mandar para Azkaban e colocar a mão no ouro da minha família. E que Harry agiu de maneira honesta e decente. E eu lhe sou grato por isso.

S – Draco Malfoy, afinal, foi um Comensal da Morte?

DM – Não. Nunca.

S – Mas, o seu pai...

DM – Eu não sou meu pai.

S – Mas...

DM – Eu nunca falo sobre o meu pai. Eu digo apenas o que já disse: Eu não sou ele nem sou como ele.

S – E sua amizade com o Sr. Potter?

DM – Bom, eu nem sei se o odiava mesmo nos tempos de escola ou apenas ia no embalo das pessoas da minha casa, que esperavam que todos nós odiássemos os grifinórios. Depois da escola eu o conheci melhor. Ele é uma ótima pessoa. Nossa ligação a princípio foi apenas profissional, mas agora podemos dizer que somos grandes amigos. Apreciamos a companhia um do outro. Eu me dou bem também com a sua esposa. Na verdade o time dos Cannons é uma grande família.

S – É verdade que o senhor demitiu um funcionário das OPM porque ele chamou uma colega de trabalho de “sangue-ruim”?

DM – Como você ficou sabendo disso?

S – É verdade?

DM – Sim, é. Não admitimos tratamento desrespeitoso na empresa. Todos os funcionários recebem um manual de conduta quando são admitidos.

S – Isso foi idéia de Harry Potter ou sua?

DM – De ambos. Concordamos sobre esse ponto.

S – E as contribuições em dinheiro das OPM?

DM – O que tem elas?

S – Vocês deram muito dinheiro para o ministério nesse último ano...

DM – Eu e Harry concordamos em ajudar algumas instituições, que por acaso estão sob o controle do Ministério da Magia do Reino Unido, como o Hospital St. Mungus e Hogwarts. É natural. O St. Mungus salvou a vida de Harry após a guerra e nós dois estudamos em Hogwarts e temos boas recordações de lá.

S – Mas, essas doações não beneficiam o Ministro Weasley?

DM – Talvez. Mas isso não me incomoda. Acho que ele está fazendo realmente um bom trabalho

S – Há quem diga que vocês compram o Ministério...

DM – Há quem diga que a terra é chata e que a lua é feita de queijo...

S – Mas...

DM – Harry sempre deu dinheiro para Hogwarts e para o St. Mungus, mesmo quando aquele bando de ladrões estava no ministério. Ele contribui também para instituições filantrópicas bruxas e trouxas do país e do exterior. E, depois, alguém acha que Harry Potter precisa mesmo comprar as pessoas ou governos? Todos veneram o cara!

S – Dizem que o senhor não aprova essas doações do seu sócio...

DM – Não sei se aprovo ou não. Nunca discutimos a respeito. Não as doações que ele faz no seu nome com o seu dinheiro. As doações feitas pela empresa são feitas em comum acordo. Não há qualquer conflito nesse aspecto.

S – É verdade que o senhor e o goleiro Rony Weasley se odeiam?

DM – Não é verdade. Não somos os melhores amigos, mas nos respeitamos. Weasley é, na minha opinião, o melhor goleiro do mundo e um sujeito bastante decente.

S – Sobre a Doutora Hermione Weasley...

DM – O que tem ela?

S – É verdade que o senhor nutria uma paixão secreta por ela?

DM – Bem (com um sorriso irônico)... se você sabe não era exatamente secreta... Hermione é uma boa amiga, uma curandeira extraordinária e, acima de tudo, muito bem casada.

S - O senhor não respondeu...

DM – Sim, eu respondi. Amiga, ótima profissional e bem casada. É tudo o que tenho a dizer sobre ela.

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Enquanto eu esgrimia palavras com a Srta. Carmichael, Hermione e Rony Weasley atravessavam a passagem mágica na cerca viva que separava a sua residência da residência dos Potter. Eram vizinhos e viviam entrando nas casas uns dos outros sem maiores cerimônias. Harry havia acabado de voltar da sua corrida matinal e tomava um copo de suco de abóbora gelado junto ao balcão da copa, enquanto enxugava o rosto com uma toalha. Levantou o copo, sorrindo ao ver os amigos, como se estivesse fazendo um brinde. Eles estavam estranhamente felizes naquela hora da manhã. E em se tratando do ruivo Weasley, tal fato era realmente incomum.

- Vocês vieram para o café da manhã? – perguntou Harry de bom humor – Eu sei que vocês não vivem sem as famosas Panquecas Potter...

Não conseguiu terminar a frase, pois Hermione se lançou sobre ele, dando-lhe um daqueles abraços sufocantes que tanto o embaraçavam quando ambos eram crianças. Inesperadamente Rony juntou-se aos dois, mas afastou-se após alguns segundos com uma expressão ligeiramente chocada e levemente enojada.

- Credo! Você está suado!

- Vocês querem, por favor, soltar o meu marido – disse uma voz ligeiramente sonolenta vinda da entrada da copa – Eu sei que ele é gostoso e tudo o mais, mesmo suado, mas acho que ainda não é adepto de sexo grupal... – falou Gina daquela sua maneira brincalhona que lembrava muito seus irmãos Fred e Jorge.

Rony correu até a porta do aposento e abraçou a irmã, rodando-a pela casa.

- Estamos grávidos de novo! – explicou Hermione, antes que a ruiva tivesse tempo de brigar com o irmão.

Foi uma grande festa. Harry e Gina ficaram emocionados pelo fato dos amigos os informarem da novidade antes do que o resto da família. Harry caprichou na preparação das suas famosas panquecas, que Rony insistiu em dar na boca da esposa.

- Ah, não! – disse Hermione resignada – Lá vamos nós de novo...

O casal estava tão feliz e Harry tão feliz com a felicidade dos amigos, que não perceberam o sorriso triste de Gina. Ela sabia que Harry queria muito ter um filho com ela, mas ambos temiam colocar uma criança no mundo que pudesse de alguma forma atrair atenção de malucos como o tal do Herdeiro.

Debateram longamente a questão dias atrás. Embora ambos concordassem em esperar, ela sentiu a tristeza do esposo. E Gina tinha certeza que Harry daria um ótimo pai!

Quando finalmente Hermione se preparava para voltar para sua própria casa, pronta para mandar corujas aos pais, aos sogros e aos amigos relatando as boas novas, Gina a abraçou comovida, e a amiga e cunhada, perspicaz como era, percebeu que as lágrimas que caíam dos olhos da ruiva não eram naquele momento de felicidade pelo sobrinho que estava a caminho.

Hermione retribuiu de maneira carinhosa o abraço, oferecendo todo o conforto que podia dar naquele momento.

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VOLTEI!!! NÃO ME MATEM NEM LANCEM MALDIÇÕES IMPERDOÁVEIS! E NÃO ABANDONEM A FIC!

COMO DIZ AQUELA VELHA CANÇÃO, EU VOLTEI AGORA PRA FICAR (CREDO!!!!! QUE MÚSICA BREGA!!!).

AGUARDO REVIEWS!!!!

A ENTREVISTA DE DRACO MALFOY CONTINUA NO PRÓXIMO CAPÍTULO!!!







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