Muito estranho



Muito estanho

(para falar a verdade, não achei nenhum título que combinasse com este capítulo.)

Caro leitor, agora daremos um pulo de um dia nesta fic, já que o dia a ser pulado foi irrelevante. Como você já devem ter percebido e também já foi mencionado na fic, ela já está no fim, e o desfeche já está acontecendo, sendo que os acontecimentos quanto mais frescos estiverem na memória melhor.

E também, foi um diazinho ordinário qualquer. Nade de interessante aconteceu. A não ser o primeiro dia de amizade de Tiago e Lílian. Uma coisa completamente normal, somente para não dizer estranha.

Mas o que importa é que amanheceu naquela manhã. Lílian e Mandy, por incrível que pareça, não tinham acordado ainda. Nos dias anteriores, Lílian e Mandy eram as primeiras a estarem de pé, o que não acontecia somente nos dias nos quais Lílian estava incrivelmente irritadiça. Mas como Lílian dormiu tarde, pois conversou até altas horas da noite com Tiago, agora o conhecendo com outros olhos e, como a moça é companheira de quarto de Mandy, assim como na escola, tinha lembrado-se de fechar a janela, as duas se encontravam em um profundo sono.

Os meninos também, em seu quarto, também pareciam dormir. Tinham um sono muito pesado, o que obviamente os fez perder alguns cafés da manhã na escola e, atrasar alguns dias para as primeiras aulas.

Mas como eu bem disse, eles pareciam dormir. Parecer é diferente de ser. Alguma coisa que parece ser ruim não necessariamente é ruim. Algum prato verde e gosmento não é necessariamente de gosto ruim, apesar de que em todos os casos o gosto é de fato bastante ruim. E um menino que parece que está dormindo não está necessariamente dormindo. Pode muito bem estar acordado.

Tiago não estava dormindo. Estava sim, deitado em sua cama, com os olhos fechados, imóvel e sereno. Mas estava lúcido, refletindo sobre tudo o que acontecia como fazemos sem nem perceber, e não em algum sonho estranho.

Mas parecia um sonho estranho de fato. Ser amigo de Lílian Evans. Amigo. Não que não desejasse isto, apesar do ideal era dar um paço nesta relação (e não estamos falando de melhores amigos, é algo além disto), estava gostando de tudo, e muito. Só nos seus melhores sonhos ele imaginava-se conversando com ela à noite, conversando, e não brigando. Não podia dizer que não tinha idéias melhores para fazer com ela à noite, mas aquilo já era bom o suficiente. A sensação era melhor do que a que ele imaginaria sentir nos seus melhores sonhos! E as sensações destes sonhos eram incrivelmente agradáveis. Quando durante aquela conversa que tiveram, na qual descobriram gostos em comum, seus joelhos se bateram, foi particularmente uma sensação inesquecível.

Sim ou não, ela não queria que isto acabasse, ou que acordasse. Quem sabe se continuasse com os olhos fechado o resto da vida ele descobriria que era mesmo um sonho, e viveria isto eternamente?

Tiago espantou-se com sua idéia. Seria aquela louca solução a morte? Suicidaria por sua amada? Seria aquela uma idéia sensata? Afinal um sono eterno traduzia nestas cinco letras. Mas e se ele estiver errado? E se isto tudo seja realidade? Morreria e não viveria mais nada ao lado da garota de quem gosta. Mas sonharia com ela todo o momento, em seu sonho eterno. Mas seus joelhos se batendo certamente não teria a mesma sensação se aquilo não fosse um sonho.

Por fim decidiu-se acordar, e averiguar se seria tudo um sonho ou uma verdade a qual nunca pensou que seria realidade. Se fosse verdade, talvez nunca mais dormiria só para poder vivê-lo vinte e quatro horas por dia. Se fosse somente um sonho, sonhar eternamente com aquilo. Então tratou de levantar-se logo, já que sabia que Lílian era uma pessoa que amava acordar cedo.

Já de pé, com suas roupas de dia, ele percebeu como a sua idéia era muito idiota, afinal, sempre é uma idéia idiota morrer. Ou na maioria das vezes é.

Depois de sair do quarto, passar pela sala e chegar na cozinha...

Era de fato uma grande besteira esta idéia de se suicidar. Tiago percebeu logo depois de entrar na sala.

E também é uma grande besteira acordar cedo. Tiago também percebeu isso logo depois de chegar na cozinha, vendo que nenhuma alma alguém da dele tinha acordado. Era cedo demais. Ele olhou no relógio. Eram cinco e cinqüenta. Até que não era tão tarde assim não. Ele podia esperar que ao menos alguém já estivesse acordado, ou semi acordado, como seria o seu estado em dias normais se saísse da cama naquela hora. Talvez todos(ela) estivessem trocando de roupa ainda. Muito esperançoso, ele foi para o quero feminino, cuja porta esteve fechada. Ele viu que a porta não estava trancada e, com uma esperança maior ainda, abriu a porta bem devagar.

Para seu desgosto, tanto Mandy quanto Lílian estavam dormindo.

Por que todos reclamam que você acorda tarde, e, quando acorda finalmente cedo, ninguém tinha acordado ainda? Mistério.

Então Tiago decidiu voltar para cama e ficar bem acordado. E ainda decidiu só acordar quando tiver certeza que todos já estejam acordados. Ou ela esteja acordada.

Algumas poucas horas depois...

Tiago não resistiu e de fato caiu no sono, não cumprindo sua tarefa de acordar somente quando Lílian estiver acordada. Ela foi a primeira a acordar e, coincidência ou não, no exato segundo que ela saiu da cama, Tiago adormeceu.

E depois, seguindo a ordem e o intervalo de aproximadamente meia hora, acordaram Mandy, Reno e Sirius, todos varados de fome, com a sorte imensa de Lílian ser a primeira a acordar, já que se não fosse este o fato, seriam contemplados com uma nova gororoba verde e gosmenta de Mandy. Mas talvez a gororoba de hoje seria azul.

Seria, não é. Graças ao fato de Lílian ser uma pessoa que acorda muito cedo.

E todos comeram um delicioso bolo de chocolate, obra prima de Lílian. Como não havia nenhum motivo aparente para uma briga, todos conversavam animadamente. E depois de exatos uma hora e vinte e sete minutos de Sirius ter acordado, Tiago aparece com cara de sono. E a animada conversa entre todos os moradores temporários daquela casa continua.

Isto seria o final, se não fosse o fato de ninguém ter certeza de quem era a loira comensal. Mas eles não quiseram se lembrar disto naquela hora tão feliz, onde todos partiam o bolo para dar aos seu semelhantes.

Eles não u queriam /u ser lembrados disto, por isto nenhum deles se manifestou. O que não significa que eles não foram lembrados.

Porque foram lembrados, sim.

Enquanto estavam todos muito felizes (especialmente Tiago, que estava assentado ao lado de Lílian, e de um jeito disfarçado, conseguia empurrar a própria cadeira para perto da dela sem a moça perceber. Agora era apenas uma questão me centímetros para eles se encostarem), conversando. Conversaram até ouvir um barulho de uma explosão vindo da sala.

O pânico deles durou alguns segundos (Lílian inconscientemente havia abraçado Tiago. Sirius e Remo inconscientemente haviam abraçado Mandy), nos quais ninguém lembrou-se que a cor de cabelo loiro existia.

Depois viram que era apenas Dumbledore, que havia chegado.

- Olá, meus queridos.

Aquele, é desnecessário dizer, que foi um alívio para os garotos. Afinal, o mínimo uma preocupação fora tirada de suas costas: eles não erraram de destino e ficaram perdidos e volúveis. Não que eles tenham pensado nisto. A verdade é que o alívio obtido com a presença de Dumbledore naquela casa era somente a presença de Dumbledore naquela casa.

- Professor, que bom ver o senhor – falou Remo, se aproximando para o cumprimentar.

- Dumbledore! Sente-se e sinta-se em casa – disse Sirius antes que Remo conseguisse cumprimentá-lo, o que fez o garota olhar feio para o amigo.

- Obrigado, senhor Black. Vim ver como vocês estavam. Estão gostando do Brasil?

- Para falar a verdade, nós não saímos nem de casa neste meio tempo – informou Lílian.

Por algum motivo, Dumbledore pareceu bastante feliz com esta resposta. Talvez seja pelo fato de que quanto menos visíveis ele ficarem, menor a chance de serem pegos e mortos da forma mais dolorosa o possível.

- Então vocês não viram as maravilhas que o Brasil pode oferecer à vocês.

- E que maravilhas bastante desagradáveis.

Todos olharam para Tiago.

- Eu de preferência nem gostaria de sair desta casa.

- Mas dizem que o Brasil é tão bonito – comentou Mandy, não acreditando no que Tiago queria dizer. – Pelas fotos que Lílian me mostrou uma vez, parece que é o paraíso. Tem praias belíssimas, talvez mais belas que as de Honolulu pelas fotos, um povo que parece ser bastante legal, uma mistura de cores que é o máximo. E ainda dizem que a comida é muito boa e tem uma natureza bonita que é uma beleza!

- Mandy, quando você for analisar algum lugar, você tem que analisar todo o lugar. As praias podem serem boas, a maioria do povo pode ser legal, as cores são bonitas, mas um pais não se resume só nisto. Aqui é muito ruim, tem defeitos que encobrem isto.

Tiago parou um segundo o seu discurso para pensar se era ele mesmo quem estava falando isto. Talvez fosse o fato de ter acordado mais cedo que o normal ou estar muito quente. Mas ele tinha certeza que era por causa de Lílian, em um discurso dele, estar prestando atenção, e quem sabe até concordando, ou talvez melhor ainda, gostando. Isso parecia fazer ele falar de um jeito diferente. Então era melhor continuar:

- Ninguém mostra o lado sujo. Ninguém mostra que aquela praia bonitona, aquele rio imenso, está completamente poluído. Ninguém mostra que o povo trabalhador e feliz, sofre com suas ovelhas desgarradas, negras. Ninguém mostra os bandidos, os pobres, a ditadura, a violência. Simplesmente não querem fazer uma mídia tão feia do país. Ninguém mostra que do mesmo jeito que temos o Você-sabe-quem, eles tem o Você-sabe-quem deles.

- Como assim eles tem um Você-sabe-quem aqui?

- Lílian , nós britânicos não somos o único povo que sobre com um homem que adquiriu tanto poder que quer dominar a todos. Os bruxos brasileiros também sofrem isto. A única diferença é que eles no fim aceitaram pacificamente. Os líderes, vendo que não teriam outra alternativa a não ser se renderem, desistiram da luta.

- Então eles foram uns covardes!

- Não é bem assim que as coisas funcionam, Sirius. Se por um lado eles estão deixando ser dominados, gerando a pobreza e condições precárias de vida, por outro, eles foram bastante sábios. Se eles não tivessem se rendidos, muitas mortes aconteceriam. Os trouxas, apesar de tudo, foram os que menos foram afetados: são apenas capatazes importantes de seu líder quem os fazem mal. Mas esses vivem se escondendo, ninguém sabe quem é. Os bruxos sofrem, alguns viraram até escravos, só que em uma condição talvez melhor que as antigas dos escravos trouxas. Se eles resistissem seria certamente bem pior.

Lílian ficou indignada:

- Mas a morte é preferível que a escravidão! Tenho certeza que muitos prefeririam lutar até morrer do que se conformar com uma vida de miséria de desumanidade. Certamente esses lideres bruxos foram os que menos sofreram. A desistência deveria ser uma decisão popular, e não de líderes!

- Isto é um ponto de vista. E algo difícil de ser explicado. Eu diria que a sobrevivência é acima de tudo. Bom, vamos deixar isto de lado agora. Eu trouxa mantimentos, uma boa quantidade de poção inglês-portugês, que deve ser usada igual a poção inglês-havaiano. E também trouxe um pouco de flu para vocês poderem ir para o Rio de Janeiro. As aulas irão começar logo, e Hogwarts é um lugar seguro para vocês. Lá tem um grande centro de compras para bruxos, a Avenida beira praia, e a passagem dela é na Avenida beira mar, e está neste papel. Então já vou indo.

O diretor levantou-se para poder ir aparatando, mas Tiago foi mas rápido.

- Mas professor, você é que o senhor deixa a gente livre e solto com um outro você-sabe-quem a solta aqui?

- Digamos que os dois tem uma certa aversão um pelo outro. Os refugiados de guerra da Inglaterra são bem vindos aqui, com toda a proteção o possível. Só não sei dizer se isto é felizmente ou infelizmente.

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