O Pentagrama Elementar



Capítulo 15 – O Pentagrama Elementar


O sol já estava ligeiramente alto. As árvores eram altas, mais altas que as da Floresta Negra de Hogwarts. Não podia ver nada além da primeira árvore da orla. Os quatro estavam do lado de fora da floresta e, olhando tanto para o lado esquerdo quanto para o lado direito, ela parecia interminável.


Eles estavam em um campo sem nenhuma árvore ou arbusto além do gramado. Eles começaram a andar na direção da floresta e, quando estavam à quase cinquenta metros, uma flecha caiu no chão, à frente de Harry, fazendo-os parar.


Eles olharam novamente para a floresta e se assustaram.


Dezenas, ou até centenas, de centauros ladeavam as primeiras árvores da floresta. Todos vestiam armaduras prateadas, que refletiam o gramado e as sombras das árvores de tão brilhantes e polidas que eram. Todos apontavam seus arcos e flechas para eles. Porém, um centauro possuía um dragão branco no peito da armadura e não segurava nenhuma arma


- Quem sois vós? – uma voz imponente saiu da boca desse centauro.


- Eu sou Harry Tiago Potter, descendente de Godric Gryffindor e Guerreiro Branco. – respondeu Harry, a voz firme – E esses são os meus leais e verdadeiros amigos!


- Tu mentes! – a voz do centauro saiu ríspida.


Os centauros puxaram as flechas, prontos para disparar. Gina viu uma sombra de desespero nos olhos do namorado e sentiu algo quente subir ao seu rosto. Sentiu seu coração acelerar e bater descontroladamente. Ela deu um leve sorriso e focalizou o centauro que falara.


- Ele é a chama que me mantém viva e é o sangue que percorre as minhas veias. Ele é o amor da minha vida e pode ter certeza que eu sou o dele. – exclamou ela, forte e desafiadora, assustando Harry, Rony e Hermione.


- O que tu dizes é verdade. – afirmou o centauro – Mas vós não podeis atravessar essas árvores.


Antes que os quatro falassem algo, outro centauro surgiu. Ele vestia uma armadura branca. Os cabelos e os pêlos dele eram brancos como a neve e seus olhos eram negros cintilantes.


- Esperai. – uma voz poderosa e extremamente antiga saiu da boca daquele centauro.

Os quatro notaram que todos os centauros estavam parados e eles sentiram uma energia muito forte vindo daquele centauro.


- Para que vós entreis nessa floresta, tendes que passar por quatro testes. – falou o centauro branco.


- Nós aceitamos! – falaram os quatro com confiança, sem se importar com quais seriam esses testes.


O centauro ergueu a mão e uma luz muito forte cegou todos.


Quando o quarteto pôde ver, perceberam que estavam no meio de uma arena. Os outros centauros tomavam as arquibancadas e o centauro de armadura branca estava dentro da arena.


- Eis o primeiro teste. – informou o centauro quando outro centauro apareceu, ele era igual ao de armadura branca, mas vestia uma armadura negra e possuía cabelos e pêlos negros – Se ele cair, vós passareis para o próximo teste. – completou ele, desaparecendo em seguida.


O centauro negro avançou contra eles. Os quatro pularam para traz, tomando distância, e, quando caíram no chão, os centauros puderam ver os contornos dos olhos de cada um brilhando.


O centauro galopou até Hermione e uma espada prateada surgiu em suas mãos. Ele tentou golpear a morena na horizontal, mas ela se inclinou para traz e viu a lamina passar a centímetros do seu corpo. Rony, que era o mais próximo dela, correu até eles, deu um salto e acertou um forte chute no rosto do centauro, que foi arrastado por alguns metros, tamanha a força do impacto.


- Você está bem?


- Sim. – Hermione olhou Rony e sorriu.


- Hey! Centauro! – gritou Gina, apontando a mão para o centauro - Corpo Catturato!

O feitiço bateu na lamina da espada e se cancelou. O centauro avançou sobre Gina, com a espada pronta para cortá-la na diagonal. Harry ergueu a mão e gritou:

- Perturbare Visione!


O centauro parou de galopar e se virou, a tempo de bloquear o feitiço com a espada. O moreno fechou os punhos e correu, a uma incrível velocidade, até o centauro. Este ergueu o braço livre para se defender do soco, o que produziu uma forte onda de impacto.


Hermione e Rony apareceram abaixados, um de cada lado do centauro, e tentaram dar uma rasteira nele. O centauro deu um salto, agarrando Harry pelo braço e o arremessando para cima com muita força.


Rony e Hermione rolaram para o lado, para não serem atingidos pelas patas do centauro quando ele voltou ao chão. Harry voou alto e, enquanto caía, se endireitou e caiu sobre os pés. Gina correu na direção do centauro, este se virou e girou a espada, novamente em um ataque na horizontal. Ela se abaixou, se apoiou na mão direita e ergueu os pés, virando de cabeça para baixo e acertando no queixo do centauro. Rony e Hermione, ao mesmo tempo e em lados oposto, apontaram suas mãos para o centauro e murmuraram com força:

- Fuoco Corporeo!


O centauro, ainda tonto com o ataque de Gina, girou sobre as próprias patas e rebateu os feitiços com a espada. Rony e Hermione apontaram as mãos para os feitiços que estavam voltando para eles:


- Cancellare.


- Urto Corporeo! - um raio prateado saiu dos dedos de Harry.


Novamente o centauro defendeu com a espada e o som de um forte raio caindo na terra foi ouvido por todos. Hermione olhou para o centauro e focalizou a espada. Seus olhos ficaram desfocados e ela pôde ver uma aura branca saindo da espada. Ela ergueu a sobrancelha direita.


“Uma espada de Magia Branca, é óbvio. Se ela é de Magia Branca os feitiços brancos não vão fazer efeito nenhum sobre ela. Ou seja, temos que parar de desperdiçar energia com feitiços que não dão em nada. Mas como vamos atacar?” - ela olhou os companheiros e seu olhar parou sobre Harry, na cintura dele mais especificamente - “Mas é claro, espada contra espada!” - ela sorriu, satisfeita com suas idéias.


- Harry! – gritou ela, atraindo a atenção dos companheiros – Usa a espada! – ela correu até ele – Usa a espada de Gryffindor. Feitiços não terão nenhum efeito sobre ele, acredite. A espada dele é de Magia Branca.

- Ok. Vamos trabalhar juntos. – Harry retirou a espada da bainha e deixou seu poder fluir por ela, um fraco brilho vermelho começou a tomar a espada e, logo depois, sumiu.


Rony e Gina entenderam o recado apenas de olhar e correram na direção do centauro, para distrai-lo. Eles desviavam da espada e tentavam acertar chutes e socos no corpo do centauro.


- Hermione. – Harry olhou os amigos distraindo o centauro – Fica de olho na luta. Você consegue analisar melhor a batalha. Avise-me quando perceber algo, ok?

- Ok.– respondeu ela, vendo-o sair correndo.


Rony e Gina se afastaram no exato momento em que Harry girou a espada na horizontal. O centauro posicionou a sua espada na vertical e defendeu o ataque. Eles ficaram medindo forças por alguns segundos, até que Rony e Gina apareceram novamente e tentaram acertar o rosto do centauro com um soco. Este pulou para traz, quase fazendo com que Rony e Gina acertassem um ao outro. Harry sumiu e reapareceu na frente do centauro, começando uma sequência de rápidos e fortes golpes.


Rony e Gina respiraram fundo e sentiram a energia da natureza. Sentiram ganhando mais energia e estavam prontos para ajudar Harry. Hermione olhava Harry e o centauro com os olhos desfocados. O amarelo em seus olhos brilhava mais que nunca. Ela via cada movimento do amigo e do centauro. Harry tentava golpear o oponente nos braços, no peito e no rosto, mas o centauro defendia com incrível habilidade.


As sobrancelhas dela se elevaram. Harry tentou desferir um golpe na vertical, de baixo para cima, mas o centauro desceu a espada na horizontal com muita força e brutalidade, bloqueando o ataque, e deu um forte soco no estomago de Harry, que caiu sem ar no chão.


“Até agora ele não tinha defendido os golpes com tanta ferocidade. Só pode ser o ponto fraco dele.” - ela olhou o final da armadura, que era exatamente onde a parte de cavalo começava, seus olhos ficaram totalmente desfocados e o amarelo brilhou com força total.


Um ponto microscópico brilhava em vermelho a quase cinco centímetros para baixo da armadura.


“É ali! Só pode ser ali!”


Harry se levantou, empunhou a espada e deu um salto para tentar cortar a cabeça do centauro, que defendeu novamente, agarrando Harry pelos cabelos e o arremessando para longe.


Gina e Rony avançaram contra o centauro, tomando cuidado com a espada. Hermione correu até Harry, que se levantou devagar.


- Ele é invencível! – comentou ele.


- Dê-me a espada! – ela esticou a mão, decidida.


- O que você vai fazer? – ela a olhou com espanto.


- Apenas mantenha a espada do centauro longe da parte frontal da armadura dele. – ela tomou a espada de Gryffindor das mãos do amigo.


- Ok. – falou ele, correndo de volta ao inimigo.


Hermione colocou a espada a sua frente, com a lâmina a centímetros do seu rosto e fechou os olhos. Ela não ouviu mais nada e sentiu como se o vento tivesse parado. Sentiu a sua energia aumentar incrivelmente, passando por todo o seu corpo e indo até a espada.


Rony, Gina e Harry lutaram contra o centauro e ele levava vantagem.


O vento parou por alguns segundos e voltou com força total com fortes rajadas. Todos sentiram uma energia muito forte e antiga tomar a arena. Os olhares se dirigiram para Hermione por puro extinto. Os cabelos dela balançavam e seu corpo emitia uma fraca luz amarelada.


O centauro de armadura branca sorriu e murmurou apenas para si:


- O “Ar” despertou!


Hermione abriu os olhos e uma forte rajada de vento desprendeu de seu corpo. O amarelo em seus olhos estava opaco e brilhava muito, como nenhuma outra vez. Ela abaixou a espada, deixando a vista o seu rosto.


- Hermione... você está bem? – perguntou Rony, o medo da resposta estampado em seu rosto.


- Sim. – a voz dela saiu carregada de poder e sabedoria – Agora eu compreendo. Agora tudo está claro.


- Continuem! – ordenou Harry para Gina e Rony.


Os três voltaram a atacar o centauro. Hermione segurou a espada com as duas mãos e a colocou para trás, seus olhos fixos no inimigo. Ela correu. Era como se não tocasse o chão, como se não houvesse atrito com o ar. Os outros três viram-na se aproximar e se afastaram.


O centauro ergueu a espada para atacar Hermione, que ergueu a espada de Gryffindor e bloqueou o ataque, ela estava frente a frente com o inimigo. Os joelhos dela se flexionaram, a espada girou em suas mãos e ficou abaixo de seu braço direito. Então, ela girou em torno de si, ficando de costas para o inimigo. Os centauros nas arquibancadas levaram um susto.


A espada de Gryffindor estava cravada no corpo do centauro, exatamente no ponto microscópico. Hermione puxou-a e se levantou. O centauro apenas desapareceu, levando consigo sua espada.


Harry, Rony e Gina olharam a amiga, felizes e temerosos. Os olhos dela, pouco a pouco, voltaram ao normal e as rajadas de vento cessaram. O outros três começaram a caminhar na direção de Hermione e se assustaram ao verem a espada de Gryffindor caindo no chão e Hermione tombando para o lado, de olhos fechados.


- Hermione! – gritou Rony, correndo até ela.


O corpo dela sumiu antes que ele chegasse perto. O centauro de armadura branca surgiu novamente no meio da arena.


- Ela passou no teste. Vós ides para o próximo. – falou ele e outro centauro, igual ao do outro teste, mas sem armadura, surgiu.


O centauro de armadura branca desapareceu e, no seu lugar, apareceu uma longa bainha branca enterrada no chão, onde um punho em ouro e prata cintilava.


O centauro inimigo avançou sobre eles, que se afastaram.


- Pega a espada Gina! – gritou Harry, fechando o punho para dar um soco no rosto do centauro, que defendeu.


Gina correu até a espada e, ao tocá-la, sentiu um forte choque que deixou seu braço dormente. Ela bufou, irritada. Antes que ela pudesse informar seu fracasso, um frio percorreu sua espinha. Ela deu um forte salto, virando um mortal para traz.


O punho do centauro acertou o vazio, exatamente onde ela estava. A ruiva se abaixou e tentou dar uma rasteira nas patas traseiras dele. Contudo, ele pulou e tentou acertá-la com as patas ao cair. Ela rolou pelo chão e se levantou.


Rony correu na direção do centauro e tentou golpear no mesmo lugar que Hermione atingira o primeiro inimigo.


Harry correu até a espada enterrada no chão e o que acontecera com Gina aconteceu com ele. Desistindo da espada, ele e a ruiva foram ajudar Rony. Quando os três atacaram ao mesmo tempo, notaram que o centauro não vestia armadura.


“Se ele não usa armadura, não deve ser derrotado da mesma maneira.” – supôs Gina, na mente dos garotos.


Antes que eles pudessem responder, o centauro segurou Rony pelas vestes e o girou no ar, atingindo Gina e Harry. Depois, lançou Rony para trás. Ele se arrastou por metros no chão. O centauro fechou a mão e foi na direção de Gina, que ainda estava caída.


Harry parou na frente da ruiva e ergueu o braço esquerdo na frente do rosto. Um forte impacto foi produzido. O moreno foi lançado para trás, voando por cima de Gina e rolando pelo chão. Com a outra mão, o centauro tentou golpear Gina.

- Expulsorio! - Gina apontou para a mão dele.


A mão do centauro virou para traz e um estalo seco soou. O centauro se afastou. Gina se levantou e correu até Harry.


- Ótima ideia. – Harry sorriu, se levantando – Ele não estava esperando por isso, um feitiço normal.


- Foi o que eu pensei. – ela sorriu e, novamente, aquele frio na espinha a assombrou – Cuidado! – ela empurrou Harry para longe e pulou para trás.

Exatamente onde eles estavam as patas do centauro bateram.


Rony se levantou, apoiando-se em algo. Ele olhou a irmã e o amigo. Eles tinham que acabar com aquilo logo, pois estavam quase esgotados. Ele deu um passo e o objeto que ele havia se apoiado continuou em sua mão. Ele olhou para a mão e viu a bainha branca, impecavelmente limpa. Ele olhou novamente a irmã e o amigo. Eles estavam com os braços dormentes ainda e era claro que ficariam assim até o término dos testes. Hermione ainda o preocupava.


- Rony! – gritou Gina.


Ele focalizou a irmã, que lutava bravamente. Estava no olhar dela que ela e Harry precisavam de ajuda. Ele olhou novamente para a espada. Ele tocou o punho e sentiu sua energia sendo drenada por ela. Tentou soltá-la, mas não conseguiu. Ela parecia um imã.


Então, ele sentiu toda a sua energia voltar para o seu corpo, inúmeras vezes maior. Ele retirou a espada da bainha e viu seu próprio reflexo na lamina prata. Sua visão ficou turva por um único instante.


Harry sentiu algo quente escorrer pelo seu braço direito. Ele pulou para longe do centauro e viu sangue pingar dos seus dedos. Gina se abaixou um segundo antes do punho do centauro tentar lhe acertar no estômago. Seu braço ainda estava dormente e isso dificultava seus movimentos. Ela colocou as costas no chão e chutou o peito do centauro, que foi arrastado por quase três metros. A ruiva se levantou e olhou em volta.


Harry veio correndo, passou por ela e tentou acertar um chute no rosto do centauro, que defendeu com o braço direito e deu uma cabeçada no moreno. Ela olhou mais uma vez em volta e viu Rony parado, olhando a lâmina da espada.

“Ele conseguiu pegar a espada?” – questionou-se ela.


O verde nos olhos do ruivo começaram a brilhar com mais força. Suas pupilas se dilataram, fazendo o azul dos olhos quase sumir. O centauro deu um passo a frente e o chão rachou. O mesmo aconteceu abaixo dos pés de Gina e Harry.


O solo começou a tremer levemente, produzindo finas rachaduras em torno deles. O tremor aumentou a intensidade e largas e longas rachaduras foram surgindo. O sorriso nos lábios do centauro de armadura branca apareceu novamente e, novamente em um murmuro, ele pronunciou:


- O “Terra” despertou!


Rony ergueu a cabeça e uma enorme rachadura pareceu em torno dele. Ele soltou a bainha e ela se prendeu sozinha em sua cintura. A espada na mão dele brilhou com um verde fraco, igual ao corpo dele.


- Legal. – assim como Hermione, a voz dele saiu diferente, era mais forte e incrivelmente grave – Não sei o porquê disso. Só sei que gostei.


Harry e Gina olharam o ruivo com temor novamente. Ele começou a correr na direção do centauro e, conforme seus pés tocavam o chão, pequenas crateras se formaram. O centauro se virou para Rony e uniu as mãos para golpeá-lo na cabeça. O ruivo se abaixou e deu um passo para a direita, desviando do ataque. Ao se erguer, ele colocou a espada na horizontal e a empurrou para a esquerda.

Tanto os centauros quanto Harry e Gina se assustaram. A espada que Rony empunhava cruzara o corpo do centauro, entrando pelo lado direito e saindo pelo lado esquerdo. O inimigo desapareceu novamente. A lâmina prata estava perfeitamente limpa.


Rony ficou ereto e colocou a espada na bainha. Harry e Gina ficaram esperando que Rony desmaiasse como Hermione, entretanto, isso não aconteceu. Eles começaram a andar na direção do ruivo. As pupilas dos olhos dele voltaram ao normal e o verde parou de brilhar. Ele sentiu toda a sua energia se esvair. Suas pernas ficarem moles e sua visão turva. Ele caiu sobre os joelhos assim que Harry e Gina pararam na frente ele.


Os olhos dele se encontraram com os de Harry e, logo depois, com os de Gina. Um fraco sorriso surgiu no rosto suado de Rony e um olhar vitorioso foi notado. Antes que pudesse dizer algo, ele sumiu, assim como Hermione.


O casal fechou os punhos quando o centauro de armadura branca surgiu.


- Ele venceu e vós seguis para o próximo teste. – ele sumiu novamente e outro centauro negro apareceu.


- Isso já ta começando a ficar chato. – comentou Gina.


Os dois sentiram uma força muito grande emanar daquele centauro. Eles se concentraram e viram uma aura roxa circular o corpo do inimigo, que ergueu as mãos e duas esferas roxas surgiram, uma em cada mão.


As esferas começaram a crescer e suas energias. Um calafrio passou pela espinha de Gina novamente. As esferas, que já eram do tamanho de uma bola de basquete, saíram das mãos do centauro e foram na direção deles, em alta velocidade.

- Difesa! - gritou Harry.


Um campo de proteção surgiu, em vermelho vivo.


- Harry! – falou Gina, exasperada, ao lado dele – Não vai ser suficiente.


- Fica calma Gina, o meu campo de proteção é o mais forte de nós quatro.– falou ele, confiante.


“Você está errado Harry!” - pensou Gina, vendo as esferas se aproximarem.


As esferas tocaram o campo de proteção e uma forte explosão foi ouvida. O casal foi arremessado para trás, batendo na parede da arena. Gina sentiu algo quente subir à sua boca. Os dois caíram sobre os joelhos e ela se inclinou para frente, se apoiando nas mãos. Harry olhou-a e viu algo vermelho escorrer pela sua boca. Gina cuspiu o sangue que tinha na boca e passou a mão para limpar os lábios. Ela se pôs de pé e viu Harry a olhar com espanto.


- Levante-se logo! – ordenou ela, enraivecida.


Ele se ergueu e olhou em volta.


- Cadê ele? – perguntou Harry.


Gina sentiu seu braço voltar ao normal e olhou em volta também.


- Procure pela energia dele!


- Não há energia alguma! – respondeu Harry, os olhos desfocados e o vermelho brilhando intensamente.


Gina caminhou até o centro da arena e olhou em volta. Os olhos desfocados dela percorreram cada centímetro do lugar e não acharam nada. Uma luz veio às suas costas e ela sentiu calor, muito calor.


Harry viu Gina andar até o centro da arena. Viu-a tentando achar o centauro e falhar. Os olhos dele se arregalaram de terror. O centauro surgira atrás de Gina com uma esfera roxa na mão. A esfera emitia uma forte luz e calor. Ele tentou correr, mas seus pés não o obedeceram. O centauro empurrou a esfera na direção das costas de Gina.


Ela sentiu um forte arrepio e tentou se virar, sem sucesso. Sentiu suas costas queimarem e toda a sua energia se dissipar. Os olhos de Harry emanavam pavor ao ver a esfera roxa entrar nas costas de Gina. A mão do centauro tocou a pele da ruiva e uma forte luz foi emitida, além do alto som de explosão.


Harry viu sua amada ser arremessada para frente, rolando por vários metros no chão, e, ao parar ao lado de uma enorme e profunda rachadura, seus os olhos dela se fecharem.


- NÃO! – gritou ele, sentndou suas pernas voltarem a se mexer.


Gina estava caída de costas para cima e com o braço esquerdo pendendo para dentro da rachadura. Um enorme círculo havia se formado no sobretudo e na roupa dela, deixando a mostra sua pele. Uma marca de queimado cobria toda a extensão do circulo e fumaça se desprendia da queimadura.


Harry fechou os punhos e sentiu lágrimas começarem a escorrer pelo seu rosto. O centauro se virou para ele.


- Seu maldito! Você me paga! – sibilou Harry com ira.


Ele correu na direção do centauro e começou a dar inúmeros socos e chutes. O centauro defendia os golpes. A onda de impacto era avassaladora. Outra esfera se formou na mão esquerda do centauro. Harry deu um mortal pra trás, acertando os pés no queixo do inimigo. O sangue fervia e uma dor de cabeça começava. Ele sentia raiva, pela primeira vez desde que começou a treinar com os amigos.


- Urto Corporeo! – gritou, ao cair no chão.


Uma barreira roxa se formou à frente do centauro. O raio prateado se dissipou ao tocá-la. Harry começou a correr na direção do inimigo. Porém, por alguns segundos, o centauro sumiu. O moreno sentiu seu tórax queimar e ser empurrado para trás. O centauro apareceu ao lado dele, com a mão em seu peito, e um brilho roxo entrando em sua pele. Ele foi arremessado para trás, assim como Gina, e rolou por vários metros, parando de barriga para cima.

Ele respirou fundo e gemeu ao tentar se levantar. Sua respiração ficou pesada e difícil. Ele sentiu a pele do peito se esfarelar, consumida pelo calor. Ele viu o céu. Tudo ficou borrado por alguns instantes, até que ele ouviu um grito.


=-=-=


Terra. Sangue. Era difícil distinguir o que havia em sua boca. Ao mover os dedos sentiu algo líquido. Seria uma possa de sangue? Não. A densidade era menor e estava frio. Tentou abrir um pouco os olhos. Conseguiu apenas uma fina fresta. Podia ver o chão e uma enorme rachadura, onde o seu braço pendia. Tentou virar um pouco a cabeça para ver o que seus dedos tocavam. Pela fresta nos olhos viu sua imagem ser refletida numa água cristalina.


De onde aquela água havia saído? Será que a rachadura foi tão profunda que tocou alguma camada de água no subsolo?


Abriu mais os olhos e pôde ver-se com perfeição. A cabeleira ruiva e a face levemente pálida. Cuspiu o sangue e a terra que possuía na boca. Pegou um pouco da água limpa e bebeu. Sentiu suas energias se renovarem. Ouviu alguém gritando com raiva. Tentou se levantar e sentiu a pele de suas costas racharem. Deu um leve gemido com a dor aguda que lhe tomou. Mesmo assim, lutou contra a dor se pôs de joelhos. Olhou em volta e viu dois seres batalhando. Sua visão ficou turva ao tentar ver o que se passava ao longe.


Esfregou os olhos com a mão molhada de água e sua visão voltou ao normal. Viu um homem e um centauro lutando ferozmente. Ela se colocou de pé ao ver um raio prateado se chocar contra uma barreira roxa. Seus olhos se arregalaram ao ver o centauro correr na direção do homem com uma esfera roxa na mão e enfiá-la no peito do homem.


Uma pontada de dor atraiu sua atenção para suas costas. Uma mancha vermelha se estendia pela sua pele, soltando fumaça. Queimaduras de terceiro grau.

Ela olhou para a água de dentro da rachadura. Retirou o sobretudo e deu um forte grito quando o tecido tocou sua pele. Sentiu que o centauro estava olhando-a. Ela se ajoelhou ao lado da rachadura e, com as mãos em concha, jogou água sobre as costas e sobre o resto do corpo. Ao se levantar, olhou o homem caído a vários metros de distância.


- Harry. – sua voz saiu fraca.


A fumaça parou de sair das suas costas. Ela sentiu os dedos das mãos formigarem e os olhou. Uma fina aura azul os circulava. Ela sentiu toda sua energia voltar. Sorriu e focalizou a água novamente. Viu o azul em seus olhos brilhar fortemente, então olhou o centauro.


- Está na hora de virar o jogo. – a voz dela saiu com força.


O centauro de armadura branca ergueu as sobrancelhas.


- Contudo... ela ainda não despertou. – sussurrou ele, incrédulo.


Gina correu na direção do centauro com as mãos abertas e os dedos espaçados. A aura em sua mão se intensificou. Ela começou a desferir ataques com as mãos. O centauro conseguiu defender alguns ataques. Ela deu um salto e uniu as mãos, descendo-as contra a nuca do centauro.


Gina se afastou. O centauro cambaleou, entretanto, se recompôs e uma esfera roxa surgiu em sua mão direita.


- Eu já saquei o que é isso. – Gina apontou para a esfera – Sua energia concentrada. – ela fez uma pausa – Eu também sei fazer.


Ela abriu as mãos e fechou os olhos. Das pontas dos dedos começaram a sair fios de energia, que se encontravam na palma da mão. Os fios formaram esferas de energia em azul céu. A esfera ficou do tamanho da mão dela e sua energia continuou a crescer. O azul céu começou a clarear e, quando a energia parou de se elevar, as esferas estavam brilhando em um azul cristalino como a água.


Um brilho azulado transpassava pelas pálpebras da ruiva. O centauro negro fez surgir sua aura, que percorreu todo o corpo dele e se uniu à energia da esfera já formada. O tamanho dela não mudou, mas o roxo ficou mais escuro, quase negro.

Gina abriu os olhos e a água que estava dentro da rachadura subiu, como uma erupção. A arena foi coberta por quase cinco centímetros de água. Os olhos dela estavam completamente azuis e brilhavam muito. Um sorriso maroto se formou nos lábios dela e um brilho de terror passou pelos olhos do centauro.


Harry ergueu a cabeça e viu Gina em pé, com uma esfera azul cristal em cada mão. Ele se forçou para se sentar, vencendo a dor no peito causada pela queimadura. Viu que ela estava sem o sobretudo e que sorria marotamente.


“O mesmo que aconteceu com o Rony e a Hermione. Aconteceu alguma coisa.” – pensou ele, tentando se levantar.


O centauro de armadura branca se surpreendeu. A energia daquelas esferas era imensa. Dezenas de vezes maior que a do centauro negro. Porém, aquilo não era tudo e era isso que o surpreendia.


- O “Água” despertou! – seu sussurro foi o mais baixo até aquele momento.


- Essa batalha acaba agora! – pronunciou Gina.


A voz dela fez a camada de água tremer e fortes ondas se formarem a partir do corpo dela. O corpo de Gina brilhou forte em um azul cristal. Ela começou a correr. Seus pés não se afundavam na água, ela corria sobre ela.


O centauro começou a correr na direção dela e suas patas se afundaram na água, deixando-o muito mais lento. O tempo pareceu parar. Os olhos de Harry se arregalaram e foram forçados a se fechar com a forte luz que se seguiu.


A esfera roxa do centauro havia colidido com uma das esferas azuis cristal de Gina. Uma forte onda de energia se desprendeu da colisão, um som de explosão foi ouvido e uma forte luz branca foi emitida. Quando a luz sumiu, todos puderam ver o que havia acontecido. O tronco do centauro tinha uma fina camada de gelo, enquanto as vestes de Gina estavam chamuscadas.


A esfera azul cristal na outra mão de Gina emitiu uma fraca luz branca. Um brilho de vitória passou pelos olhos totalmente azuis dela. Ela virou uma estrela para trás, apoiando-se a mão vazia, e acertando os pés no queixo do centauro novamente.

Ao cair no chão, ela se ergueu e esticou a mão na direção do peito do centauro. A forte luz azul cristal que o corpo dela emitia se uniu à energia da esfera. A esfera entrou no peito do centauro, exatamente no coração. Quando a palma da mão de Gina tocou a pele do centauro uma fraca luz azul cristal tomou o corpo do mesmo. Gina retirou a mão do peito do centauro e ficou ereta.


O centauro estava completamente congelado. Uma fina e potente camada de gelo o cobria. Gina ergueu a mão e apontou-a para o centauro congelado.


- Taglio Fini!


Harry conseguiu, finalmente, ficar de pé. Ele ergueu a cabeça e viu o centauro receber o feitiço. Finas rachaduras começaram a aparecer por todo o centauro congelado, até que ele estourou em milhares de pequenos pedaços de gelo. O corpo de Gina finalmente começou a parar brilhar, igual aos olhos, que voltaram a ser de duas cores, mel e azuis cristal.


- Gina?! – chamou-a Harry, alto.


- Oi?! – ela se virou para ele e deu um leve sorriso, que desapareceu ao ver o peito dele – O que aconteceu com você?


- O mesmo que a você, só que no peito e não nas costas. – ele começou a caminhar na direção dela – Mas já estou melhor.


- Certo. – falou Gina, caminhando na direção dele.


- Tu passaste no teste. – informou o centauro de armadura branca, no meio da arena.

- Harry! – Gina tentou correr na direção do namorado.


- Gina! – gritou Harry, mas ela já havia sumido.


- Tu, agora, enfrentaras o último teste. – o centauro de armadura branca informou e, ao contrário do que se esperava, não sumiu.


Harry ainda sentia muita dor no peito e seu braço ainda estava dormente. Ele levou um susto ao ver uma varinha branca surgir na mão esquerda do centauro. Centauros não usavam varinhas! Contudo, ele tinha que admitir que aquele centauro era diferente dos outros que já havia encontrado. Ele parecia ser mais velho do que aparentava e muito mais forte.


- Saque tua varinha. – embora forte, a voz dele era calma.


- Eu terei que lutar contra você? – Harry se assustou.


- Sim. Saque! – uma fraca luz surgiu na ponta da varinha branca do centauro.


Harry enfiou a mão nos bolsos, tanto externos quanto internos.


“Cadê? Cadê ela?” - Harry ergueu as sobrancelhas e focalizou um canto da arena, onde havia apenas uma mochila – “É a minha.”


Um lampejo branco voou na direção dele. Ele começou a correr na direção da mochila, escapando de vários outros lampejos.


- Accio! - a mochila voou até as mãos dele.


Ele deu um mortal para trás, desviando de um feitiço por um triz. Ele enfiou a mão na mochila e sua varinha tocou seus dedos. Harry a agarrou e a tirou de dentro da mochila, que desapareceu.


- Difesa! - outro campo de proteção contornou o moreno, agora num vermelho flamejante, e cancelou o feitiço.


- Foi um erro me mandar sacar a varinha. – o campo desapareceu e Harry encarou o centauro – Minha varinha não é como as outras.


- Eu sei. – o centauro sorriu pelo canto dos lábios - Revelare Identità! - um lampejo dourado saiu da varinha do centauro e tocou a varinha de Harry, antes que o moreno pudesse reagir.


A varinha dele começou a tremer e a soltar faíscas vermelhas. Um forte brilho da mesma cor saiu da varinha e adquiriu forma. Todos puderam ver uma grande e bela fênix.


- Fawkes?! – murmurou Harry.


A fênix era uma representação perfeita da antiga fênix de Alvo Dumbledore. Ela bateu as asas e voou para o alto, parando a certa altura. Segundos depois, seu canto melodioso ecoou.


- Tua varinha é de pena de fênix. Mais precisamente da fênix que apareceu. – disse o centauro, atraindo a atenção do moreno.


- Eu sei. E nós não estamos aqui para discutir sobre do que é feita a minha varinha. Dispersione Visiva! - bradou Harry.


- Cancellare! - o centauro agitou a varinha e o feitiço de Harry se cancelou – Tu terás que ser mais criativo.


- Ok! Palla di Fuoco! - uma enorme bola de fogo surgiu na ponta da varinha de Harry.

Ele girou sobre os próprios pés e arremessou a bola na direção do centauro. A bola de fogo adquiriu grande velocidade. O centauro sorriu e apontou a varinha para as chamas.


- Congelare! - um lampejo azul claro voou até a bola de fogo e não resistiu ao calor que ela emanava.


O centauro se surpreendeu com a potência do feitiço


- Congelare Maxima! - disse o centauro, forte, e um lampejo azul escuro saiu de sua varinha.


Harry se assustou ao ver sua bola de fogo virar gelo.


- Ritorna. - pronunciou o centauro e a bola de gelo começou a voltar na direção oposta, na direção de Harry.


- Merda. – murmurou o moreno, concentrando-se – Cancellare!


O lampejo tocou a bola de gelo. Ela percorreu alguns metros antes de explodir em milhares de pedaços. A camada de água que ainda cobria a arena foi tomada pelas ondas produzidas pelos pedaços de gelo que caiam.


- Pra que isso?! – Harry olhou o centauro.


- Tu tens que passar no teste para poder entrar na floresta. – respondeu o centauro, calmo – Teus amigos e tua amada já ganharam esse direito.


- Então eu também o conquistarei. – Harry fechou os olhos – Mesmo que eu tenha que usar aquilo. – completou em um sussurro.


O centauro segurou a varinha com mais força ao ver uma fina aura vermelha circular o moreno. Ao abrir os olhos, Harry ergueu a varinha. O vermelho nos olhos dele brilhava com intensidade.


- Urto Corporeo! - falou ele.


Um lampejo prateado saiu de sua varinha e ele mexeu a boca sem produzir nenhum som.


- Não acredito que tu te concentraste para isto. – debochou o centauro, pronto para cancelar o feitiço – O que é isto? – completou, perplexo.


O lampejo se dividiu em dois, cada um se dividiu em mais dois, e assim por diante até formar dez lampejos, com a mesma intensidade do primeiro. O centauro se surpreendeu, há séculos não via aquele tipo de feitiço.


- Difesa! - disse ele com mais força que antes.


Um campo de proteção branco o circulou. Quando os feitiços bateram, os oito primeiros foram cancelados. Porém, os outros dois o campo não conseguiu segurar e eles atingiram o centauro. Harry sorriu ao ver um fino campo elétrico circular o corpo do centauro e este com uma expressão de dor, que logo se foi.


- Muito bom. Não via esse feitiço há séculos. – comentou o centauro, a voz ligeiramente fraca.


- Isso não é tudo. – Harry sorriu ainda mais.


- Com certeza que não. Como tu mostraste ser um forte guerreiro branco, vou começar o teste. – o centauro sorriu.


“O que?!” - Harry se surpreendeu – “Ele só estava brincando? Então, quão forte ele é?”


O centauro moveu a boca sem produzir nenhum som e agitou de leve a varinha. Uma forte luz branca cegou os centauros das arquibancadas e o som de um raio caindo por terra foi ouvido. Quando todos puderam ver, viram um brilho muito forte na ponta da varinha.


- Aprenda agora guerreiro, este é o Raio Branco. – o centauro moveu novamente a boca e a luz da ponta da varinha dele voou na direção de Harry, perto da velocidade do som.


Harry tentou desviar, falhando. Outra vez o som de um raio caindo por terra foi ouvido, dessa vez acompanhado por gritos de dor. Harry caiu no chão e fios elétricos podiam ser vistos sobre sua pele. Ele estava totalmente molhado, o que deixava os choques ainda mais fortes. O moreno gritava alto, pois era a pior dor que já sentira na vida. Sentia cada célula de seu corpo rompendo devido à carga elétrica intensa e constante.


O feitiço cessou e ele soltou o corpo sobre a água.


“Ele é muito forte, mais forte que o Cassius, muito mais forte que o Cassius. Como eu posso detê-lo? Como?”


O centauro caminhou até Harry e o olhou nos olhos, que focalizavam o céu.


- É só isso que o guerreiro tem a dar?


- Não. – respondeu Harry, enraivecido, mas sua voz era muito fraca.


O canto da fênix começou a mudar, passou a ser sombrio. O moreno tentou se levantar, conseguindo após muito esforço. Ele cambaleou, entretanto, se manteve em pé. Os olhos dele se encontraram com os negros do centauro.

- Eu não vou perder! – falou ela e, mesmo com a voz fraca, o centauro notou sua ira.


- O que tu podes fazer contra mim? – debochou o centauro, tomando distância – Eu achei que tu eras forte. E me enganei completamente.


- É o que você pensa! – a aura de Harry apareceu por completo, o vermelho flamejante iluminando tudo


Harry moveu a varinha, desenhando um circulo e, dentro do circulo, uma estrela. O desenho brilhou forte em dourado.


- Eu posso não sair inteiro dessa, mas você vai sair num estado pior! – bradou Harry, o vermelho em seus olhos brilhando com muita intensidade - Stella Elementare!

As cinco pontas da estrela brilharam com muita força, contudo, somente a ponta superior continuou brilhando, as outras quatro se apagaram. Da ponta saiu um lampejo dourado, que voou, na velocidade do som, até o centauro, atingindo-o com força.


Um alto grito de dor foi ouvido e sangue se misturou à água em torno do centauro. Após segundos, que demoraram séculos, de gritos e de agonia da parte dos centauros, o centauro de armadura branca se ergueu e retirou o sangue que ainda possuía na face.


- Mesmo assim tu és fraco. – a voz dele saiu quase como um sussurro – Olhe para tua aura!


Harry olhou em torno dele e não viu mais nenhum brilho vermelho. Fitou seu reflexo na água e constatou que seus olhos não brilhavam mais. Ele sentiu suas pernas amolecerem e viu sua visão turvar.


- Tu esgotaste toda a tua energia nesse feitiço, que não me derrotou! Para me derrotar, você tem que ser mais forte!


O canto da fênix se tornou completamente sombrio e muito assustador. Harry abaixou um pouco a cabeça, de modo que os cabelos cobriram seus olhos. Aquelas palavras do centauro ecoaram pela sua mente.


O silêncio reinou entre os centauros, deixando a todos agoniados. O canto da fênix ficou mais alto, sendo o único som naquele campo de batalha. Um sorriso sarcástico surgiu nos lábios de Harry, que conversava consigo mesmo nas trevas de sua mente.


“Vamos lá Harry Tiago Potter, mostre-se!"


"Quem é você?"


"Eu sou você."


"Não! Eu não quero a morte desse centauro! Você a quer!"


"Não! Eu não quero a morte dele. Ele só está cumprindo a missão dele."


"Que missão?!"


"A de testar quatro pessoas especiais."


"Nós?! Mas nós não somos especiais!"


"Sim, você e seus amigos são. Vocês são um só!"


"Prove!"


"Você já tem a prova de que seus amigos são especiais, olhe o que cada um fez para derrotar os centauros negros."


"Acontece algo com ele. Isso não quer dizer que..."


"Sim! Eles despertaram seus verdadeiros poderes, agora só falta você."


"Como eu farei isso?!"


"Deixe-me tomá-lo, e você terá o meu poder depois que voltar ao comando. Acredite Harry Tiiago Potter."


"Me diga apenas o seu nome, que eu o deixo no controle."


"Eu sou você, já disse isso. Contudo, eu possuo outro nome sim. Na era em que nasci, meu nome ficou conhecido mundialmente e todos da sua era o conhece."


"QUEM É VOCÊ?!"


"Quando acordar você saberá!”


Harry ergueu a cabeça e revelou seus olhos. O centauro quase teve um ataque cardíaco. Os olhos de Harry brilhavam como nunca antes e variava entre vermelho e prata, rapidamente.


- Parabéns, meu caro Liandro. – uma voz muito forte saiu da boca do moreno.


O centauro se espantou ainda mais, aquela não era a voz do guerreiro, era a voz do seu mestre.


- Agora como prova de que acabou. – Harry largou a varinha e juntou as mãos, suas vestes voaram com um vento que não existia.


A água começou a evaporar instantaneamente. Um calor intenso emanou do corpo do moreno. Suas mãos ficaram vermelhas, devido a forte aura que as circulava. As mãos se moveram rapidamente no ar, deixando uma marca vermelha que passou a ser prata. A marca era um perfeito circulo com uma estrela dentro.


- Infelizmente, devido à minha patética existência na era anterior a esta, eu só posso produzir dois feitiços. – quando ele terminou de falar, toda a água da arena terminou de evaporar – Eis o Pentagrama Elementar! STELLA ELEMENTARE!

As cinco pontas da estrela brilharam com força e, ao contrario da primeira vez, apenas três pontas se apagaram. A ponta superior e a superior esquerda continuaram brilhando com ainda mais força. Uma aura apareceu e começou a circular o corpo do moreno, mudando entre vermelho flamejante e prata. O ponto superior da estrela ficou prateado e o superior esquerdo vermelho flamejante.


- Anima i Fuoco! Vão! - proferiu Harry, em um italiano perfeito: “Alma e Fogo! Vão!”.


Dos dois pontos brilhantes dois lampejos saíram, um em prata e outro em vermelho. Na metade do caminho até o centauro, os dois lampejos se uniram, produzindo um grande lampejo que oscilava entre prata e vermelho.

- Insegnante. Mestre. – murmurou o centauro com um enorme sorriso antes de receber o lampejo no peito.


Um forte brilho prateado cegou a todos e um alto som de chamas encheu os ouvidos de cada centauro nas arquibancadas. A fênix no alto da arena parou de cantar, deu um piado alegre e desapareceu.


Harry ficou imóvel, no meio da arena, fitando o centauro de armadura branca, que ajoelhara a sua frente. Todos os centauros se assustaram ao ver aquilo, tanto pelo centauro estar ajoelhado quanto por ele não possuir nenhum ferimento.


 Tu cumpriste tua primeira missão, agora eu te dou a segunda. – falou Harry, ainda com a voz diferente e os olhos brilhando entre vermelho e prata.


- Estou aqui para servi-lo, mestre. – disse o centauro com a voz muito fraca.


- Mande o Herdeiro para o treinamento final. – ordenou Harry.


- Mestre... – começou o centauro, cuidadoso – O Herdeiro ainda não despertou por completo.


- Eu sei. Mas envie-o assim mesmo. Com o passar do tempo, ele despertará. – falou Harry, sereno – Quando o Herdeiro despertar, lhe entregue a Arma Branca.


- Sim, mestre. Tudo será feito como vós ordenais. – falou o centauro, abaixando a cabeça.


- Isso é tudo, Liandro. – informou Harry, dando um enorme sorriso zombeteiro – Tu se esqueceste de uma coisa.


- Diga o que, mestre, que eu o farei. – o centauro ergueu um pouco a cabeça para olhar o rosto de Harry.


- Tu esqueceste de dizer: “O 'Fogo' despertou!”.


Ao dizer isso, Harry fechou os olhos e tombou para o lado, desmaiado.


=-=-=


Eles estavam em uma grande sala. As rochas negras estavam cobertas por uma fina camada de musgo, demonstrando que ninguém ia àquela sala fazia anos. Vários archotes em chamas iluminavam o local. Havia cinco pessoas ali. Todas vestiam vestes negras. Um deles possuía cabelos grisalhos que iam até os ombros. Os outros eram jovens, dois garotos e duas garotas.


- O que eu vou lhes mostrar aqui não deve sair desse local.


- Por que mestre? – perguntou a mais sábia.


- O feitiço que eu irei executar é proibido. Ninguém pode executá-lo na Ordem. – respondeu o homem.


- Então, porque o senhor vai nos mostrar? – perguntou o mais forte fisicamente.


- Porque quando vocês estiverem correndo risco de vida, vocês têm a minha permissão para usá-lo. Porém, saibam de uma coisa. Se não estiverem preparados, o próprio feitiço poderá matá-los. Prestem muita atenção. Assim que eu executar o feitiço, eu ficarei sem força alguma e, provavelmente, inconsciente. – respondeu o homem, pegando sua varinha.


- Mas mestre, se o senhor vai ficar assim, nós nunca conseguiremos executar esse feitiço sem morrer. – disse a mais forte magicamente.


- As aparências enganam minha cara. – foram as ultimas palavras do homem antes dele fechar os olhos e juntar as mãos.


Os quatro jovens se afastaram dele quando sua aura surgiu. Eles sentiram, pela primeira vez, o quão forte o mago era. As mãos dele absorveram uma boa parte da aura e ficaram cinzas-metálicas. Com a varinha, ainda de olhos fechados, ele desenhou um circulo e uma estrela dentro deste, formando um belo e perfeito pentagrama, que brilhou em prata.


Finalmente, o mago abriu os olhos, que estavam mais vivos do que nunca.


- Stella Elementare! – sua voz saiu forte.


As cinco pontas da estrela brilharam com força, mas apenas a ponta superior permaneceu brilhante. Toda a aura do bruxo se uniu ao brilho. Um lampejo prateado saiu da ponta superior da estrela e voou na direção dos quatro jovens, que se assustaram.


Porém, o susto foi maior quando o lampejo se cancelou ao chegar à quase dez centímetros deles. Eles olharam diretamente para o mestre. Este estava com a cabeça baixa e os braços soltos. A varinha dele caiu no chão.


Os quatro jovens correram na direção do homem quando ele caiu sobre os joelhos. Um dos garotos chegou a tempo de impedir que o mestre batesse o rosto no chão, segurando-o. O garoto virou o corpo do mestre e todos puderam ver a face dele. Ele estava completamente pálido e de olhos fechados, sua respiração era pesada e lenta.


Todos tiveram a certeza de uma coisa: o mestre que eles sempre viram como o mais forte, era um simples bruxo, com fraquezas e incapacidades.


=-=-=


Lá estava aquele mago. Ele estava sentado ali desde que a casa havia ficado mais vazia. Ele olhava a única coisa negra naquela sala de mármore branco. A tapeçaria da Ordem de Merlim estava exatamente igual ao dia anterior, entretanto, ele sentia que algo ia mudar. O quadro em tamanho real de um homem de vestes brancas olhava o mago com um sorriso oculto na face escurecida pelo capuz. O sorriso sumiu e ele soltou um leve gemido, abaixando levemente a cabeça.


O mago virou o rosto e olhou para o quadro, nunca ouvira o homem pronunciar algum som. Este ergueu a cabeça e o mago pôde ver que os olhos do homem brilhavam em uma cor diferente, em amarelo-canário. Os olhos do homem voltaram a brilhar no branco de sempre em poucos e rápidos segundos.


O mago voltou a olhar para a tapeçaria e levou um grande susto. O nome de sua aprendiza mais sábia, Hermione Granger, havia mudado de cor. O nome que antes era azul céu, agora brilhava em prata intenso.


Ele nunca vira aquela cor na tapeçaria, nunca. Minutos se passaram com ele fitando aquelas letras. Novamente o quadro deu um gemido. Ele olhou para o homem, cujos olhos brilhavam em verde profundo. O mago voltou sua atenção para a tapeçaria e outro susto lhe abateu. O nome do seu aprendiz mais forte fisicamente também havia mudado de cor, o nome de Ronald Weasley brilhava no mesmo prata intenso que o de Hermione.


Aquilo agonizou o mago, porque o nome dos dois havia mudado? Pouco a pouco ele foi obtendo a resposta. Minutos depois, pela terceira vez, o homem do quadro deu um gemido e os olhos dele começaram a brilhar em um azul cristal. O mago não perdeu nem mais um segundo a olhar o homem. Outro nome na tapeçaria mudara de cor, também brilhando em prata intenso estava o nome de Ginevra Weasley, sua aprendiza mais forte magicamente.


Ele ficou de pé, pronto para dirigir uma pergunta ao homem do quadro, pela primeira vez na vida. Porém, não pôde falar nada, pois um forte grito saiu da garganta do homem pintado. As vestes brancas do homem balançaram enquanto ele caia de joelhos. O mago deixou o queixo cair e as sobrancelhas se elevarem. Ele se virou e focalizou a tapeçaria, com a esperança de obter uma resposta definitiva. Ao achar um nome em específico sentiu cada centímetro de seu corpo se arrepiar.


Pela primeira vez, após séculos e mais séculos um novo nome brilhava com uma cor específica. Ele caiu de joelhos, pois as suas pernas amoleceram drasticamente. Ele não podia acreditar, pois, afinal de contas, Alvo Dumbledore II estava certo o tempo todo.


Ele dizia que o nome do Herdeiro brilharia como o nome de Merlim e isso estava acontecendo.


O nome de Harry Potter brilhava em um branco diamante.


- O Herdeiro retornou. – foi a única coisa que Cassius McWell conseguiu pronunciar.


=-=-=


Era uma bela tenda. Grande e luxuosa. Lembrava a tenda da Copa Mundial de Quadribol. Havia duas suítes e uma sala. Em cada suíte, havia duas camas. Em cada cama, um corpo repousava. Um a um, os corpos foram despertando.


O primeiro a despertar, foi o de uma mulher de cabelos castanhos. Ela se sentou na cama e colocou as mãos na cabeça, que doía violentamente. Ela deu um leve gemido, nunca sentira tanta dor de cabeça. Ela abriu os olhos e olhou em volta. O quarto em que estava era belo, decorado em branco e prata. Havia um guarda roupa em marfim.


Ela olhou para o lado e viu outra cama, onde outra mulher repousava. A dor de cabeça aumentou ao pensar que devia acordar a amiga. Ela apenas se levantou e saiu do quarto, com apenas uma das mãos na cabeça.


No outro quarto, um homem de cabelos ruivos abriu os olhos. Ele sentiu cada parte de seu corpo doer, como se tivesse levado a pior surra da vida. Vencendo a dor, se sentou na cama, que era bem confortável. Ele viu que o quarto era bem decorado, também em branco e em prata, com um guarda roupa em marfim. Ele olhou para o lado e viu seu melhor amigo dormindo tranquilamente.


Ele se levantou, pronto para acordar o companheiro. Ele teve que se apoiar na parede para não cair, pois sentiu milhares de facas penetrarem sua pele. Soube que não devia acordar o amigo. Ele virou-se e saiu do quarto. Deu alguns passos para dentro do outro aposento, que também era em branco e em prata, e isso já começava a entediar o homem.


Uma cabeleira castanha tomou a visão dele e ele sentiu um corpo se colar ao seu e dois braços se fecharem em suas costas, em um abraço apertado.


- Rony... – sussurrou uma voz feminina.


- Mione?! – perguntou ele.


- Sim. Como você está? – ela ergueu a cabeça, ainda o abraçando.


- Estou bem. Mas... – ele se lembrou do que Hermione havia feito no primeiro teste – e você? Como você está? Fiquei muito preocupado quando você ficou estranha daquele jeito e mais ainda quando sumiu.


- Calma Rony, eu estou bem. Só estou com uma incrível dor de cabeça. – ela encostou a cabeça no ombro dele, abraçando-o com mais força.


- Que bom que você está bem. – ele a abraçou com muito carinho.


- Onde está o Harry? – ela o soltou, levemente corada.


- No quarto, dormindo. E a Gina?


- Tamb... – ela começou a responder, mas calou-se ao ver alguém aproximando-se.


=-=-=


Ela abriu os olhos e viu o teto branco. Sentou-se sobre o colchão macio e olhou em volta. Sentia-se esgotada, como se tivesse corrido por quilômetros e quilômetros. Porém, sua fraqueza não era corporal e era isso que a intrigava. Ela se levantou e reparou que havia outra cama desfeita. Mais alguém havia dormido ali. Ela caminhou na direção a até a saída e entrou no outro aposento.


Viu duas pessoas conversando, um homem e uma mulher. Caminhou até elas e recebeu o olhar da mulher.


- Gina! – falou a mulher, correndo até ela e a abraçando.


- Oi, Mione. – Gina abraçou a amiga com carinho – Você está bem?


- Sim e você? – Hermione soltou-a.


- Sim. – Gina olhou para o homem e reparou que era seu irmão – Rony!


- Oi Gina. – ele abraçou a irmã caçula.


- Como você está?


- Bem. – ele a soltou.


- Como conseguiu pegar a espada? – perguntou Gina sem pensar.


- Não sei. – respondeu Rony.


- Que espada? – Hermione olhou-os.


- No segundo teste. – explicou Gina – Quando você sumiu, aquele centauro de armadura branca continuou os testes. Rony ganhou o segundo.


- E você ganhou o terceiro. – outra voz surgiu atrás deles.


- Harry! – Gina correu até o namorado e o abraçou com muita força.


- Gina. – ele fechou os olhos, sentindo o cheiro floral dela.


- Tudo bem com você? – perguntou ela, soltando-o.


- Eu é quem lhe pergunto. Como está a queimadura? – Harry olhou as vestes de Gina.


Só então todos notaram que estavam com outras vestes. Eles vestiam confortáveis vestes brancas, sendo estas: folgadas calças e camisas de mangas cumpridas.


- O que houve enquanto eu estive fora? – perguntou Hermione.


- Nada de mais. – respondeu Harry.


- Como assim nada de mais?! – perguntaram Rony e Gina, juntos.


- Nada de mais. Apenas que todos nós despertamos nossos verdadeiros poderes. – começou Harry – Bem... não exatamente. Vocês despertaram apenas uma parte.


- Explique-se, Harry. – pediu Gina.


- A finalidade do teste não era apenas nos testar, mas sim começar a nos treinar, para despertar os nossos verdadeiros poderes. – explicou Harry, com uma sabedoria que não era dele.


- E como assim nós despertamos apenas uma parte? – perguntou Rony.


- Assim mesmo. Vocês despertaram apenas uma parte dos verdadeiros poderes, não sei o quanto exatamente. – Harry coçou a nuca – Mas eu despertei por completo, não sei por qual motivo.


- Estranho. – Hermione passou a mão na testa – Essa dor de cabeça não para de aumentar.


- Você sobrecarregou sua mente. – Harry sorriu para a amiga.


- Eu sei. – ela sorriu e caminhou pela sala.


- Que lugar é esse? – Gina olhou em volta.


- E que roupas são essas? – Rony olhou para si próprio.


- Creio que vamos receber as respostas em breve. – Harry olhou por cima dos amigos e fitou a entrada da tenda, onde uma sombra estava.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.