Nas casas deles




Nas casas deles




Eu poderia não ir à casa do Malfoy no dia seguinte. Mas as perguntas na minha cabeça só se multiplicavam e eu iria obter respostas a todas. Maldita curiosidade! O fato é que acabei indo à casa dele. Ele passou em minha casa pela manhã e nós fomos juntos. De carro. Pois é... ele tinha um carro. Lindo, vermelho e conversível. Todo o caminho eu fui calada, com uma sensação muito grande de estar fazendo algo errado. Mas longe de me dar medo, essa sensação, apesar de ser estranha e diferente, tinha algo de bom, de excitante.

A casa dele era linda também. Um tanto sombria, mas linda. Fomos direto para o seu quarto. A casa parecia vazia. O quarto dele tinha de tudo, coisas bruxas e trouxas. Ao bater os olhos no computador, não pude deixar de perguntar:

- Me diz... por que um computador?

- Porque eu quis.

- Pensei que desprezasse os trouxas e tudo o que representasse eles.

- Eu gostei desse troço.

- Seu pai concordou em comprar pra você?

- Eu sou rico, Granger. Posso comprar coisas sem o meu pai saber.

- Então ele não sabe, nem aprova?

- Exatamente.

- Como conseguiu passar por trouxa? Me enganou tão bem...

- Livros. Eu leio muitos livros trouxas.

- Cada vez mais isso me soa mais estranho...

- Sempre tive curiosidade sobre o mundo trouxa.

- Então por que você sempre me humilhou, como se eu fosse menor que você?

- Puro hábito. Ou você ainda não reparou que eu acho legal ser cruel... Mas não sou cruel realmente, só sou pra sacanear. Toda escola precisa de um bad boy, menina. E em Hogwarts sou eu. E não posso estragar minha reputação.

- Sei... Ou você é uma grande surpresa, ou uma grande piada, ou uma grande mentira... Mas isso eu vou descobrir.

- Tenho certeza disso. – ele disse sorrindo maliciosamente.

Ele me levou pra conhecer o resto da casa que além de linda era grande demais... Meus pés já estavam cansados de tanto andar, quando fomos almoçar. Conheci a mãe dele, Narcisa. Muito linda e chique, mas também muito fria. Se não gostou de mim, pelo menos me tratou bem.

Entrando no mundo dele, conhecendo a casa dele, eu pude pela primeira vez entender um pouco mais do Draco. Tudo era frio, impessoal. Naquela casa não havia amor. Pude ver a solidão dele, afinal nem com a mãe conversava direito, e senti uma coisa que eu nunca tinha sentido por ele: pena.

- Então, vamos nos divertir um pouco? – ele perguntou depois que comemos.

- O que você sugere? – respondi eu, que até aquele momento não tinha me divertido nadinha.

- Piscina?

- Adorei. – menti.

Como não tinha levado biquíni fui com um short e uma camiseta dele mesmo. Ele pôs sunga. Ele era maravilhoso. Corpo perfeito, braços fortes, ombro largo e ainda tinha aquele cabelo lindo. E os olhos... O que era aquele olhar? Parecia um raio x, me desnudando com os olhos... Merlim! Como eu ainda não tinha percebido que o Malfoy era um gato?!

Naquele tempo que ficamos na piscina pareceu que nós esquecemos que éramos desafetos. Ele voltou a me chamar de menina. Conversamos, brincamos e brigamos como crianças, nadamos... Eu era um horror nadando e ele fez questão de me imitar. Rimos muito.

- Quero lhe mostrar uma coisa. – ele disse assim que saímos da piscina, me puxando pra dentro da casa. Entramos numa sala que eu ainda não tinha visto. Livros. Livros em todas as paredes, até o teto. Definitivamente aquela era a maior biblioteca que eu já tinha visto.

- Ai... Dá até vontade de chorar! – disse, passeando com os olhos pela sala. – Me empresta alguns?

- Quantos você quiser.

Peguei cinco. A maioria era de magia negra, mas alguns me interessaram bastante. O resto da tarde nós passamos jogando xadrez bruxo. Fui massacrada. Ele jogava muito melhor do que eu. Ao nos despedirmos ele disse:

- Sabe que você é a primeira amiga que eu convido pra vir aqui?

- E Crabbe, Goyle, Pansy?

- Não os suporto.

- Então por que anda com eles?

- Eu não posso andar sozinho, né...

- Anh... Então a gente se vê, Malfoy.

- Pode apostar nisso, Granger.

Até que a visita à casa do Malfoy não foi tão ruim quanto eu imaginara. Pra falar a verdade eu até me diverti um pouco... mas era tudo tão fora da realidade... eu e Draco Malfoy... nos comportando como amigos... e aquela amizade toda dele me soava tão falsa... alguma coisa ele estava querendo armar pra mim, mas eu não ia cair nessa.

No dia de ir para a Toca, acordei cedo. Pus o mesmo vestido florido e alisei meus cabelos como no dia que encontrei Malfoy, pois queria passar uma boa impressão para... “Afinal pra quem eu quero passar uma boa impressão se só vão estar lá as mesmas pessoas que eu sempre vejo na escola? Eu sou uma idiota mesmo.”, eu pensava enquanto me olhava no espelho.

Nós estávamos planejando fazer uma festinha surpresa para o Harry, pelo aniversário dele e pra ver se ele se alegrava um pouco mais, pois depois da morte de Sirius, ele ficou mal demais. Quando eu cheguei à tardinha, já estavam todos lá: Neville, Dino, Parvati, Luna, Simas, Lilá, Angelina, Cátia, Alicia, Lino e todos os Weasley, exceto Percy, que continuava brigado com a família mesmo depois de saber que estava errado o tempo todo com relação à volta de Voldemort.

Senti-me um pouco excluída, pois quando cheguei os garotos discutiam sobre quadribol, exaltados. Angelina, Cátia e Alicia cochichavam num canto. E para minha surpresa, Gina conversava com o resto das meninas, animadamente. Digo surpresa, pois Gina nunca foi muito com a Parvati e vice-versa. O único tão perdido quanto eu era Neville e por isso fui conversar com ele. Mas aí ele começou um papo sobre plantas tão chato, que eu não agüentei. Dispensei-o dando uma desculpa qualquer e fui para a varanda ver o pôr-do-sol.

- Não fiquei muito tempo sozinha.

- O que você está fazendo aqui, isolada? – Rony perguntou.

- Nada. Pensando, acho. – “Que resposta imbecil é essa?”, pensei.

- Eu pensei muito em você nessas férias...

- Bonito, não? – eu disse, apontando para o sol se pondo. – “Mas que tipo de idiotice estou dizendo?”, pensei.

- É... lindo... – ele disse sem tirar o olhar de mim.

- Mas e aí? Como se saiu nos NOM’s? – “Perfeito, sua idiota. No momento mais romântico da sua vida, estraga tudo.”, pensei.

- Não tão bem quanto você, imagino... – ele respondeu, cabisbaixo.

- Não se menospreze...

- Tem falado com o Krum? – ele perguntou, fazendo uma cara engraçada. – “Agora é ele quem está estragando tudo.”, pensei.

- Nem tanto. – ele fez uma cara de alívio com a minha resposta.

- Ele queria namorar você.

- Acho que não. Ele pode ter garotas muito mais bonitas que eu.

- Pra mim você é linda... – ele disse pondo minhas mãos entre as suas. Nós agora estávamos muito próximos, dava pra eu sentir a sua respiração...

- Rony, Mione! – ouvimos alguém gritar. Rapidamente ele soltou minhas mãos e se afastou de mim. Era a Parvati. Apareceu na porta e disse:

- Vamos! O Harry está vindo!

Depois daquela hora, na varanda, Rony passou o resto do finzinho das férias me evitando. Não que eu o procurasse, mas ele quase não olhava pra mim. Isso me deixou profundamente irritada, não só com ele, mas com todo mundo. Me peguei até pensando que a ida à casa do Malfoy tinha sido melhor. No entanto, o que eu não conseguia entender era o porque de eu estar tão chateada com aquilo. Afinal eu não ia beija-lo, não gostaria que ele me beijasse e nem acho que ele pretendia fazer isso. “Mas afinal no que é que eu estou pensando? Beijo?! Nós éramos amigos e só.”

Quando embarcamos no Expresso de Hogwarts, meu mau-humor continuava mais forte do que nunca. Harry, Rony, Simas e Neville, jogavam snap explosivo e eu me achava sentada com a cara quase colada na janela, alheia a tudo que se passava na cabine, quando Malfoy e seus capangas Crabbe e Goyle entraram.

- Vejo que os idiotas estão se divertindo... – Malfoy disse, com sua voz arrastada.

- Cai fora, Malfoy! – os quatro gritaram juntos.

- Que lindo coro de babacas... Hei, Potter! Aquilo que você fez vai ter troco! – ele disse, se referindo aos vários feitiços que eles levaram de Harry e outros membros da A.D., da última vez que andaram naquele trem.

- E o que você vai fazer? Vai contar pro papai? – disse Rony, que pareceu ter tocado no ponto fraco de Draco, pois ele ficou alguns segundos sem ação. O pai dele ainda estava em Azkaban.

- Não, não, Weasley. Espere e verá. – ele respondeu, enfim, sorrindo.

Aí o que eu mais temia aconteceu. Ele se virou pra falar comigo!

- E aí, Granger, o que você está fazendo com esses quatro idiotas, quando poderia estar sozinha comigo?

- Antes quatro idiotas do que um nojento convencido como você. – disse tentando parecer normal.

- Tudo bem, menina... já que você os prefere, pelo menos tira essa carinha triste e dá um sorriso, pra eu poder ir embora feliz. – ele disse com voz doce.

Até Crabbe e Goyle ficaram perplexos com essa última frase de Draco. Senti que corava até a raiz dos cabelos, quando respondi, com um sorriso nervoso no rosto:

- Você é o cara mais desprezível que eu conheço, Malfoy. – todos se viraram pra mim.

- Pensei que você já não me achasse tão mau. – as cabeças tornaram pra ele.

- Acabei de mudar de idéia.

Então ele saiu, jogando antes um beijo na minha direção. Aí os quatro ficaram olhando pra mim, abobalhados, esperando que eu dissesse alguma coisa pra explicar aquilo.

- Que foi? Estou de verde e não sabia? – disse, mal-humorada.

- O que significa isso? Você e o Malfoy? – Rony foi o primeiro a falar. Era também a primeira vez que ele me dirigia a palavra depois de muito tempo e eu não podia desperdiçar a oportunidade pra descontar toda a raiva que eu estava sentindo dele.

- Significa que talvez eu me entenda melhor com o DRACO – frisei bem o nome dele – do que com um certo “amigo” meu que nunca me escreve e quando eu vou pra casa dele, simplesmente me ignora! – disse quase gritando e depois saí correndo para o banheiro, onde fiquei chorando sentada no chão por um bom tempo.





N/A: oi gente! Vcs devem ter estranhado uma fic r/hr, começando como se fosse d/hr... poizé, é que vai rolar um triângulo amoroso(ron/mione/draco) nessa história! Leiam e comentem, pliz!!! E nos coments deixem sua opinião sobre c/ kem a mione deve fikr!!!!!! Bjuz da Ju.

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