A Porta das Serpentes



“...Tic....Tac.... Só há uma chance....”

Capítulo 11
A Porta das Serpentes


Harry ouviu a explicação de Sírius e nem pediu para o padrinho repetir.Somente a idéia do que o ritual fazia era absurda, não era nem sequer argumentável...
O garoto olhou o padrinho fixamente.Sírius sentia que aquilo era um Não.Olhando uma última vez para Harry, Sírius saiu, os olhos esbanjando tristeza e rancor.
Harry não se intimidou.Quando Sírius fechou a porta, Harry apenas virou-se para o lado.
Ainda sentindo medo, o garoto rezou.Parecia agora ter mais ou menos uma orientação, de modo que sabia como proceder.Em voz baixa, o garoto pediu para que ele e os outros fossem libertados.Uma prece para que suas vidas fossem poupadas.
Amém —Completou o garoto, virando-se para o lado. Harry dormiu por muito tempo. Cerca de seis horas.Foi quando ouviu ao longe uma voz chamando seu nome. Não era a voz de Rony ou Hermione, era uma voz altiva e clara, que parecia vir de dentro. Abrindo os olhos, Harry sentiu seu corpo pressionado para baixo. Estava envolto em grossas correntes.Os lençóis estavam molhados e congelantes.Sua cabeça palpitava de dor.
A voz chamou-o mais uma vez. Harry improvisou uma oração ou reza em sua cabeça rapidamente.A voz voltou a se manifestar.
—Você será liberto—Disse ela, e Harry sentiu as correntes soltarem de seu corpo.Olhando a seu redor, Harry viu que as correntes haviam sumido.No outro extremo do quarto a porta balançava suavemente, por mais que não houvesse vento.Haviam gritos baixos vindos daquela porta.Harry levantou-se da cama.O chão também estava molhado e frio.Abrindo o restante da porta, Harry se deparou com um corredor mal-iluminado e repleto de armaduras.
Ao longe, era reconhecível a silhueta de Sírius.O padrinho corria na mesma direção que Harry.
Harry o chamou, mas este não ouviu e continuava a correr. Harry seguia o padrinho com dificuldade.
Os gritos eram cada vez mais altos...Alguém pedia ajuda...
Harry pulou um corpo ensangüentado e ruivo que fora grotescamente cortado ao meio.
Sírius corria desajeitado, mas mesmo assim superava a velocidade de Harry, que sentia-se muito cansado para alcança-lo.
O garoto viu sírius parar bruscamente defronte à uma porta alta com serpentes entalhadas, como moldura.Serpentes com olhos de rubis, vermelhos como sangue.
Sírius abriu a porta com dificuldade. Carregava algo pesado.
Quando o padrinho virou-se para fechar a porta, Harry viu.
Gina estava em seu colo, quase catatônica, os olhos virados e um filete de sangue escorrendo da cabeleira ruiva, chegando até o queixo após atravessar sua face pálida.
A cabeça de Harry deu uma pulsada horrivelmente forte e dolorosa e o garoto caiu ao chão.


Harry abriu os olhos lentamente.Seu rosto estava doloroso, comprimido contra o chão frio e incomodamente molhado.Mesmo ao longe, ele ainda podia ouvir os gritos de Hermione.
Harry!—Chamava ela.
Está acontecendo novamente...”—Pensou. Levantando-se, Harry pode ouvir os gritos de Hermione novamente, desta vez mais altos e acompanhados pela voz de Rony.
Harry...!—Chamavam eles, chegando agora mais perto.
Olhando a sua volta, Harry não se surpreendeu ao ver o corredor de sempre.A Porta das Serpentes erguia-se imponente sobre ele.Abaixo dela, Harry viu um estranho objeto de madeira.Abaixando-se para pagá-lo Harry inalou o ar pútrido de decomposição que o banheiro exalava.A decomposição de um corpo...
Harry trancou a respiração e chegou mais perto do objeto em questão.Foi quando pôde ver...Sua varinha...
Apanhando a varinha, Harry não teve tempo de se admirar por tê-la achado, pois a porta atrás dele se abriu violentamente.
—Harry...Ai meu Deus onde você se meteu?...Já passam das dez da noite...—Perguntou Hermione.Harry tentou responder mas ela o cortou.—Não importa... a questão é que a Gina sumiu!
—É... procuramos por tudo...—Rony falou, a voz muito triste e o rosto choroso.
Harry lembrou-se por um momento de seu sonho...Era claro que fora só um sonho... Mesmo assim valia a pena tentar...
A varinha em punho, Harry envolveu a mão na maçaneta e girou.Aquele segundo pareceu durar minutos.Enquanto Harry girava o trinco devagar, com a mão dolorida, o garoto sentiu todo o seu sangue ir para a cabeça.A maçaneta estalou.
O ranger mortal do atrito das dobradiças arranhava o cérebro confuso de Harry.
Escuridão
Era a única coisa que Harry via.
Rony e Hermione o seguiam.
Lumus
A luz branca da varinha de Harry iluminou uma pequena parcela da sala onde estavam.O chão de pedras lisas era sujo, Haviam poças d’água por todo o lado.Lama e pequenos ossos de ratos e outros pequenos animais mortos também faziam parte daquele cenário imundo.
Em meio à sujeira havia uma trilha aberta e limpa, como se alguém tivesse passado um pano para limpar as próprias pegadas.Sírius não é tão esperto assim, afinal—pensou Harry, visto que a trilha limpa era muito mais fácil de se encontrar do que simples pegadas.
Seguindo os rastros, Harry encontrou uma porta
Bingo—pensou.A porta era um pouco menor que aquela pela qual eles haviam entrado, e sua superfície lisa e polida contrastava com a aspereza suja a seu redor.
Harry abriu a porta escura, a varinha em punho.O corredor à frente convertia à direita, num caminho estreito e iluminado por tochas de chamas fortes.Harry continuou caminhando.
Abruptamente, o pé de Harry escorregou, desequilibrando seu tronco para traz. Como é do instinto humano, Harry apoiou a mão esquerda na parede, mirando a varinha para frente. Foi então que Harry sentiu.
A dor terrível do atrito da sua carne com a parede áspera.
As bandagens improvisadas não protegeram o suficiente e o garoto sentiu a pior dor física que sentira em toda a sua vida.Era como se raspasse sua carne exposta numa lixa terrivelmente dolorosa.Sua mão voltara a sangrar, agora o sangue pulsava com um fluxo mais intenso do que antes.
Merda—Xingou, arrancando uma tira maior e mais larga de sua camisa para fazer uma atadura, agora mais resistente que envolvia toda a mão.O sangue encharcou o tecido, mas parou de pulsar, por mais que a dor que sentia agora tivesse se redobrado.
Harry apoiou-se no chão com a mão da varinha.A mão quase deslizou e fez o garoto cair no chão sujo e úmido, mas ele conseguiu se levantar.Limpando a mão na camisa, Harry viu o tecido sujar-se de um vermelho muito escuro.
O mesmo tom de vermelho se misturava com a água no chão, o rastro prosseguia até uma escada simples de pedra crua.
Alguém sangrava.Harry teve a nítida imagem de um corpo sendo arrastado pelo chão, os cabelos sujos abrindo um rastro pelo chão molhado.O sangue que escorria da cabeça tingindo a água com um tom sombrio de vermelho.
O sangue inocente... Exatamente como sírius disse que ocorreria...
Harry prosseguiu.
Pisando com cuidado nos degraus, Harry desviou-se das eventuais e pequenas poças de sangue.A escadaria era íngreme e levava a um patamar três metros acima, onde se erguia uma porta baixa de madeira, num tom de verde-musgo com detalhes em ferro oxidado.
Harry colou a palma da mão direita na maçaneta e girou.Sentiu seus dedos escorregarem pelo trinco liso da porta.Havia algo líquido e escorregadio ali.
Sangue—Concluiu Harry ao ver as manchas escarlates na maçaneta prateada. Mais Sangue
Foi então que uma idéia horrivelmente provável invadiu a mente de Harry e ali permaneceu enquanto este secava o trinco da porta com a própria camisa.
Gina estava morta

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