De volta ao alçapao



*i* “Às vezes, somos nós mesmos que precisamos dar corda no relógio da morte” */i*

*b*Capítulo 6
De volta ao alçapão*/b*

Harry ficou parado, atônito.
*i*Ajude-me*/i*.Quem, onde, como?--Era a única coisa que Harry precisava saber.Precisava acabar com tudo aquilo...Amontoou os cobertores, que ainda estavam quentes, e amarrou numa trouxa.Naquele quarto não ia mais dormir...
Uma coisa o distraiu de repente.Havia uma garrafa sobre a cama, uma garrafa que lhe era familiar.Era transparente de cristal e estava fechada por uma grande rolha com uma opala engastada.O sangue de dentro agora estava pela metade.
Harry sentiu um peso sair de seu corpo.Pelo menos não houve nenhum ferido...Harry sentiu uma ferroada de dor nas costas, mas não deu atenção.Pegou os cobertores e desceu para a Sala de Estar, onde Dobby observava atentamente as chamas da lareira.
--Harry Potter, meu senhor, deseja alguma coisa?
--Sim, Dobby, você viu alguém estranho rondando o andar de cima?
--Não, senhor, depois que Harry Potter subiu, Dobby não viu ninguém.Por que?
Harry olhou por um momento o rosto atento de Dobby.Seria injusto não contar a ele toda a história.Dobby ouviu tudo em silêncio, mas cada vez que Harry contava a Dobby uma das aventuras, desde a festa até aquela noite, o elfo aprofundava a expressão de medo que percorria suas faces esverdeadas.Harry encerrou o discurso e mostrou a garrafa de sangue, mas Dobby estava demasiado amedrontado para poder olhar para Harry.
--Dobby?
--Harry Potter, Dobby sente muito.Se Dobby não tivesse aparecido talvez nada disso tivesse acontecido...
--Não se culpe, Dobby.A única coisa que teria acontecido se você não viesse seria que teríamos um amigo a menos para contar...
--Obrigado Harry Potter, o senhor tem um coração grandioso.Dobby fará tudo que puder para ajudar.
Harry sorriu para o elfo.Suas costas deram mais uma fisgada dolorida.
--Dobby, vem comigo?Preciso ver uma coisa.
--Sim, Harry Potter.
Harry subiu as escadas que levavam ao primeiro andar com um pouco mais de coragem.Dobby possuía poderes mágicos, e àquela altura era bem mais eficaz que Harry em qualquer duelo que fosse.Harry passou por uma porta e se viu lá, onde tudo começara.
As costas ainda doendo, Harry entrou no banheiro.Aquele mesmo banheiro onde tudo começara.O dorso deu uma ferroada violenta e Ar virou-se de costas para o espelho.Puxando a camisa suja por cima da cabeça, o garoto viu algo que lhe arrancou uma exclamação de susto.No lugar de onde saíam as dores, a pele de Harry não estava mais sadia, mas havia uma marca negra e pútrida. Cinco dedos bem definidos, como se tivessem sido marcados sob uma pressão imensa. Uma mão horrenda, contaminada...
Harry tornou a vestir a camisa. Dobby olhava imóvel, angustiado, mas não para Harry. O elfo mirava o outro extremo do corredor, sua mão tremia, apontando para a porta do outro lado...Harry não teve coragem de olhar. Correndo, segurou a mão de Dobby e pulou no alçapão, que ainda estava aberto. Seus joelhos bambearam com o choque dos pés com o piso fofo. A sala úmida foi iluminada por candelabros conjurados por Dobby. O caixão mostrava-se ileso sobre a mesa escura, o brasão dos Black refulgia disforme sobre o peito (Harry se arrepiou) de Fred. Harry fez sinal para Dobby ficar atento, pois a qualquer momento alguém poderia cair por aquele alçapão, e o elfo teria de defender Harry.
Mas o esperado inimigo não chegou. Harry esperou atento durante longos minutos, mas nada. Estava se cansando. Sobre a mesa haviam alguns papéis velhos e manchados de sangue. Um deles tinha como ilustração um garoto magrela, com o pescoço torcido e olhos virados o peito marcado a fogo por um símbolo indistinguível. Sob o canto da página, havia um numero bem pequeno que indicava 1765. Harry não sabia de onde o número lhe parecia familiar. Procurando por outros papéis, encontrou mais, os outros indicavam as páginas seguintes àquela...
Então Harry compreendeu. Sobre a figura do garoto, haviam escritas a nanquim as palavras *i*il rituale*/i*, que provavelmente aquilo devia significar “O ritual”...*i*O livro de Hermione... as páginas que faltavam...*/i*.Harry juntou todas as páginas que conseguiu e virou-se para chamar Dobby.
Mas não havia Dobby a que chamar. O elfo não estava mais em lugar nenhum. Harry chutou a porta que levava à câmara seguinte e entrou. Perante a penumbra verde bruxuleante, haviam os mesmos objetos da ultima vez. Harry olhou ao seu redor. Dobby sumira, Harry não tinha varinha, estava preso naquele alçapão...
Voltando à sala do caixão, Harry tentou em vão pular, mas não alcançou. Viu então a mesa sobre a qual estava o tumulo. Sem ponderar, empurrou o caixão, que caiu no chão com um baque surdo, virado de tampa para baixo. Harry empurrou a mesa e a colocou de pé sob a fresta. Suas mãos estavam ardendo, os braços doíam e as costas fervilhavam de ardor. Apoiando as pernas da mesa na parede, Harry se segurou na borda e puxou. Seu corpo se levantou uns centímetros e ele subiu. Estava equilibrado na borda de cima da mesa, cujos pés se apoiavam na parede, na qual ele também se segurava.
O buraco estava a um metro de sua cabeça. Teria que soltar os braços. Harry ergueu primeiro o braço esquerdo, depois o direito. Não alcançou.
Tomou impulso para pular.
A mesa cedeu.
Por um segundo, Harry viu-se tentando se segurar, no segundo seguinte, estava caindo de cabeça nos destroços da mesa que se partira em vários pedaços pontiagudos
Mais um terceiro segundo e Harry estava desacordado.

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