Princesa Srah



Laços de Vida

Capítulo QUATRO

“Princesa Sarah”

“Então, minha princesa, tem aprendido muito?- o homem loiro, com postura imponente e fria abaixou-se perante a garotinha e sorriu limitadamente para ela.”

“Estou aprendendo. Tenho lido...mamãe acha que eu ainda não sei ler, mas eu sei...”

“Sua mãe é uma Weasley pobretona, Sarah, não merece ouvidos. Seu pai também é um idiota, que perdeu mais do que ganhou ao se apaixonar e se casar com a amante de trouxas pobre e sem classe. Nenhum dos dois têm o direito de ter uma filha tão especial como você. Você merece muito mais do que essa vidinha de fracassos e perdas, Sarah. Você tem que fazer jus ao seu nome verdadeiro, ao sangue real que corre em suas veias. Tem que aprender a se impor e mostrar seus verdadeiros instintos e, principalmente, seus deveres. Você merece mais.”

“Eu mereço?”

“Sim, Sarah. Olhe ao seu redor, você pode ser nova, considerada uma criança inocente e imatura, por vezes uma criancinha idiota, bobinha, sem noção das coisas. Mas você sabe que você é inteligente e pode muito mais do que qualquer um que conheça. Você pode ser mais do que o seu irmão idiota e sensível ligado à sua mãe mais idiota e sensível ainda. Você se sobressai ao seu irmão doente e problemático, medroso. Você pode, finalmente, ocupar o lugar que o seu pai fracassado deixou vago no império dos Malfoy. Você é mais, Sarah. Você será mais do que qualquer um possa imaginar. Você terá poder, inteligência e soberania, sobre todos. Será esperta e perspicaz, observadora, atenta e voraz, poderosa e todos temerão você.”

“Terão medo de falar o meu nome?”

“Muito mais do que isso, minha querida princesa Sarah. O mundo terá medo de falar o seu nome, de pensar em você. Temerão o seu poder e só haverá dois grupos: os que te temem e os que estão ao seu lado, te servindo e idolatrando. Você tem um futuro, Sarah, cabe a você alcançá-lo. Não bastarão sonhos de criança, mimos de seus pais patéticos, briguinhas infantis com seus irmãos. É preciso mais. É preciso força, perspicácia. E saiba de uma coisa, Sarah.”

“O quê?”

“Os fins sempre justificarão os meios. Não importa o seu destino, desde que você o alcance, não importando, de forma alguma, os meios dos quais você se utilizar. Tenha em mente que você será brilhante como nunca ninguém foi algum dia. Você será ainda mais brilhante e mais temida e respeitada do que aquele que um dia te chamará de ‘filha’.”

“Você vai me ensinar tudo isso?”

“Você saberá o momento certo para se juntar a mim. E eu tenho certeza que você fará a melhor escolha quando esta lhe for pedida.”

“Vai me levar com você?”

“No momento certo, Sarah. Enquanto isso eu tenho certeza que você saberá o que fazer e como fazer.- a garotinha fitou profundamente os olhos do homem e sentiu-se segura.”

“Eu te amo.”

“O amor, além do medo, são as piores fraquezas que alguém pode ter, minha querida. Alguém temido não ama e não teme, apenas manipula e conquista, chega aonde quer chegar, sempre.- ele levantou-se e começou a se afastar- Eu virei quando for o momento, minha princesa Sarah.”

“Obrigada, vovô Lúcio.”

Sarah sentiu-se imensamente segura com o último olhar que o homem loiro, a quem ela chamava de ‘vovô Lúcio’, lhe lançara. Estava feliz com tantas palavras e tantas oportunidades. Ser respeitada e temida. Um sonho. Não, a vida não é apenas sonhos...é muito mais do que isso...

“Sarah...acorda...- a contragosto, Sarah abriu os olhos e fitou o irmão. Sentiu-se imediatamente irritada.”

“O que você quer, seu fracote?- ela o olhou de um modo que o fez tremer.”

“Você está bem?- perguntou, ignorando o olhar- Estava se debatendo e falando coisas sem sentido...”

“Por que eu não estaria bem, Aidan?- ela soou fria- Anda, sai daqui! Agora que você me acordou eu quero ficar sozinha.”

“Mas aqui também é o meu quarto.”

“ERA o seu quarto, seu idiota! Eu não quero mais você aqui.- ela levantou-se e começou a empurrar o irmão para fora. Quando conseguiu, fechou a porta com força- SAI DAQUI, SEU FRACOTE!”

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Peter correu pelas escadas de Hogwarts e ouviu Kathy reclamar atrás de si. No entanto, ele não tinha tempo para ouvir as reclamações da amiga. Ele não tinha tempo, aliás, de ir para a Sala do diretor pelo caminho normal e menos perigoso, porque o assunto era muito importante para se perder tempo.

“Vamos pegar um atalho no próximo andar, Kathy, à esquerda.- ele olhou para trás e falou, sem parar de correr.”

No terceiro andar, Peter e Kathy apanharam o corredor da esquerda e, então, o garoto falou rapidamente uma senha qualquer para o primeiro quadro que viu e este se abriu, dando visão para um outro corredor, de frente para a estátua de duas gárgulas.

“Sorbet de Limão!- as duas gárgulas moveram-se, dando espaço a uma escada circular, que Peter subiu rapidamente.”

“Sr. Malfoy, Srta. Potter, boa noite aos dois, estava mesmo esperando por vocês!- o diretor disse, de um modo muito calmo e sereno, olhando para as duas crianças atentamente, sob os oclinhos dourados de meia lua.”

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Gina não sabia exatamente o que pensar quando sentia a frieza estampada no olhar de Sarah. Ela não sabia se a indiferença era para ela ou para qualquer um que a olhasse. Ela também não entendia a distância da filha ou mesmo a sua individualidade. Sarah tinha apenas quatro anos, mas Gina sempre soubera, desde o início, que ela seria uma criança diferente. Ela só não sabia que toda essa diferença (ou indiferença) se mostraria tão cedo.

Quanto a isso ela tinha medo. Não sabia como poderia ser dali em diante, o que aconteceria, ou quais seriam os reais efeitos de palavras tão distantes sobre Sarah. E, o pior, ela não sabia como impedir que algo de ruim acontecesse.

“Você notou algo diferente na Sarah, Draco?”

“Fora as perguntas insistentes?- Gina afirmou- o olhar dela está estranho e ela está distante...”

“Você acha que...”

“Eu espero que não, meu amor. Eu realmente espero que seja algo passageiro, e não algo relacionado a isso. Eu quero acreditar que tudo vai dar certo e terminar bem.”

“Mamãe...papai...- Aidan apareceu na porta do quarto dos pais- Sarah não quer deixar eu entrar no quarto.- Gina ergueu uma sobrancelha. Draco fez um sinal para ela, indicando que cuidaria de tudo.”

Aidan foi até Gina e sentou-se perto dela, na cama, balançando as perninhas no ar e olhando atentamente para a mãe.

“O que está acontecendo com a Sarah, mamãe?”

“Você sabe de alguma coisa, Aidan?”

“Ela fala coisas estranhas, me olha esquisito e conversa com alguém durante a noite. Ela me dá medo.”

“Nós vamos ver o que está acontecendo com a Sarah, meu anjinho, e ela vai voltar a ser como era antes.”

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“Sarah Malfoy, abra logo essa porta se não quiser complicar as coisas pra você, mocinha!- Draco falou com a voz enérgica e relativamente brava.”

“Eu não vou abrir. Não quero ver ninguém. Quero ficar sozinha!”

“Ótimo! Você pediu, mocinha! Alorromora!- a porta se abriu e bateu na parede.”

Draco entrou e viu Sarah sentada na cama, abraçada aos joelhos, com os olhos atentos num livro à sua frente. Ele apanhou o livro e ela reclamou.

“Sonhos da Magia, Presságios do Sono e Conversas através de Sonhos- ele leu e olhou seriamente para a filha- Isso não é livro para você, Sarah. Sua mãe e eu já separamos todos os livros da Biblioteca que você e Aidan podem pegar, e até onde eu sei, este não consta na lista de mais lidos.”

“Esse livro não é da Biblioteca.- ela falou, um tanto mal humorada.”

“Ah, então não é daqui de casa? Então onde você o conseguiu?”

“Me deram.”

“Quem te deu, Sarah? Com quem você anda conversando?”

“Você me prometeu, pai.- Sarah fitou os olhos do pai e Draco assustou-se com a indiferença e frieza estampadas no olhar da filha- Você me prometeu e não cumpriu.- e a voz dela saía com extremo rancor.”

“O que foi que eu prometi, Sarah?”

“Você prometeu me mostrar uma foto do vovô, e você não cumpriu. Então eu mesma fui atrás dele, para saber como ele é.”

“Seu avô está morto, Sarah, não tem como você ‘ir atrás dele’.- Draco mediu as palavras e tentou não se exaltar.”

“Vovô Lúcio não está morto. Ele vem falar comigo e eu o vejo sempre. Ele me trouxe esse livro, disse que um dia vai me levar pra ficar com ele, e eu quero ir.”

“Sarah, entenda uma coisa- Draco abaixou-se diante da filha e, mesmo estranho o olhar dela, fitou seus olhos escuros e, no momento, frios e sombrios- seu avô morreu há muito tempo. Os mortos não voltam, meu amor, e as pessoas más não têm nem mesmo a opção de retornar como fantasmas se a sua intenção for má.”

“É MENTIRA! VOCÊ ESTÁ MENTINDO! VOVÔ LÚCIO DISSE QUE VOCÊ É UM IDIOTA FRACASSADO QUE PERDEU TUDO QUANDO NÃO OBEDECEU ELE. ELE DISSE QUE A MAMÃE ERA UMA POBRETONA FEIA QUE TE TIROU DO CAMINHO, UMA WEASLEY POBRE E SEM CLASSE AMANTE DE TROUXAS!- Draco prendeu a respiração e contou até dez, mas não adiantou muito. O modo como Sarah falava, tão esnobe e fria, e com tanto preconceito, deixavam-no irritado e bravo.”

“SARAH WEASLEY MALFOY! QUEM VOCÊ PENSA QUE É, MOCINHA, PARA FALAR DESSE MODO SOBRE A SUA MÃE? E COM QUEM VOCÊ PENSA QUE ESTÁ FALANDO? VOCÊ NÃO TEM O DIREITO DE REBAIXAR A SUA MÃE COMO VOCÊ FEZ AGORA, E TAMBÉM NÃO TEM O DIREITO DE DAR OUVIDOS A UMA PESSOA QUE VOCÊ NÃO CONHECE, SABE-SE LÁ ONDE OUVIU FALAR DELE E QUE, PRINCIPALMENTE, ESTÁ MORTA! ENTENDEU BEM? M-O-R-T-A!”

“ELE NÃO ESTÁ MORTO E ELE VAI VIR ME BUSCAR, VOCÊ VAI VER QUANDO EU DESAPARECER DESSA CASA DE FRACASSADOS!- Sarah parecia uma adulta falando, com muita raiva, embora transmitisse certa imponência. Draco lembrou-se de todas as vezes que seu pai falara daquele modo com ele, e aquilo o irritou profundamente.”

“CALA A BOCA, SARAH!”

“EU ODEIO VOCÊ E ODEIO TODOS NESSA CASA! VOU EMBORA E VOU SER FORTE E...- Draco mais uma vez contou até dez, e mais uma vez não adiantou muita coisa. Ele ergueu a mão, que tremia imensamente.”

“Draco...NÃO!- a voz de Gina soou forte, embora assustada. Sarah e Draco olharam para a mulher parada na porta, olhando paralisada a cena que se seguia.”

Gina ouvira cada grito e cada palavra venenosa que Sarah tinha dito. Não culpava Draco por quase ter perdido o controle, mas mesmo assim não poderia permitir qualquer ato de agressão. E duvidava que o marido fosse bater na filha, mesmo ele tendo erguido a mão e posto em posição de bater.

“Eu não sei mesmo de onde você tirou tantas idéias estúpidas, Sarah.- ela começou calmamente, abaixando-se diante da filha e fitando seus olhos, suportando, com dor, a frieza e as lembranças de seu pior fantasma- E eu sinto muito que você esteja desse jeito, tão inconformada, caluniando e acusando. Nós não te ensinamos nada disso, Sarah...onde está, na verdade, a minha Sarah?- Gina segurou as lágrimas por alguns instantes.”

“Sua Sarah morreu, junto com o vovô Lúcio do papai.- ela soou venenosa e suas palavras cortaram o coração de Gina, fazendo com que as lágrimas invadissem seu rosto. Draco aproximou-se da mulher e abraçou-a, levando-a para fora do quarto, sentindo-a chorar em seu ombro.”

“Pense muito bem no que você acabou de fazer, mocinha. Quando você tiver se arrependido disso você vai poder sair daqui, enquanto isso, castigo!”

“Eu não vou me arrepender!”

“Você se lembra da história da princesa presa na torre?- relutantemente a garotinha confirmou.”

“No final a princesa é libertada pelo príncipe.”

“Nessa história não há príncipes, Sarah. E o final é diferente da história. E sabe quem é a princesa presa na torre?- Sarah ficou calada- Você.- Draco, num passe de mágicas, fez quase tudo no quarto desaparecer. Deixou apenas a cama e o abajur. Não havia livros ou brinquedos, apenas Sarah e seus pensamentos. Logo depois trancou a porta com magia.”

Ele apanhou Gina no colo, sentindo-a mole em seus braços, e levou-a para o quarto, onde Aidan permanecia sentado na cama, cabisbaixo e choroso.

“Mamãe está bem?- Aidan perguntou, preocupado, vendo o pai colocar a mãe na cama.”

“Ela vai ficar, Aidan, se você me ajudar a cuidar dela.- Aidan sorriu e abraçou a mãe, sentindo o braço dela abraçá-lo também.”

“Vai ficar tudo bem, mamãe.”

“Eu espero que sim, meu amor.”

“Papai e eu estamos aqui e vamos cuidar de você. Não se preocupa com a Sarah, ela é chata assim mesmo, mas vai ver daqui a pouco ela melhora.”

“Então, Aidan, você quer dormir conosco hoje?- o garotinho postou-se entre os braços da mãe, enquanto Draco abraçava Gina por trás- Vai ficar tudo bem, meu amor, eu prometo que vou te proteger, está bem?- ele sussurrou no ouvido da mulher, ao que ela virou um pouco o rosto.”

“Ele vai voltar, Draco?”

“Eu não sei, meu amor. O que eu posso dizer é que não importa quem seja, ou o que quer que seja, que deseja fazer mal a algum de nós, não será páreo para o amor e os laços que nós desenvolvemos. Laços eternos, lembra?- ela deu um sorriso fraco.”

“Obrigada, Draco, por você estar aqui comigo...”

“Eu te amo e estarei sempre com você, meu amor.- ele sussurrou, ao que a voz de Peter ecoou na sua mente.”

“Eu te amo e estarei sempre com você, mamãe.”

Ela não soube bem porque, mas tais palavras, tanto as de Draco como as de Peter, a fizeram se sentir segura e, de alguma forma, sem medo de qualquer um que quisesse atrapalhar a felicidade dela.

E, por mais que ela não acreditasse agora, ela queria crer que tudo acabaria bem e que sua família continuaria sendo feliz como estava sendo há tantos anos. O medo de perder algum deles ou, de sua felicidade ser afetada de alguma forma, foi se dissipando aos poucos, quando o medo foi dando lugar ao cansaço, ao sono.

Gina adormeceu abraçada ao filho e ao marido, e tinha o pensamento em Peter, os três homens que ela mais amava em toda a sua vida e que, acontecesse o que for, viesse qualquer um, eles estariam ali para protegê-la ou lutar com ela, com amor, sobretudo.

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Peter não conseguia entender toda aquela situação. Ou talvez, não quisesse entender. O fato é que, naquele momento, ele estava com medo que alguém pudesse fazer mal à sua família.

Não gostara nem um pouco de ter lido o nome Lúcio Malfoy no mapa do Maroto, e sentira algo estranho quando o fizera. Sempre soubera que o pai do seu pai não fora boa pessoa, que era malvado e passara a odiar o filho quando este assumira seu amor por uma Weasley. O mais intrigante, no entanto, era ter acreditado que o avô estava morto há anos e, do nada, ele aparecer na orla da Floresta Proibida de Hogwarts.

“Sr. Malfoy, o senhor está me ouvindo?”

“Peter...”

“Sim, claro, Peter...por favor, tente entender que a situação não é algo que tenhamos previsto. Para todos Lúcio Malfoy estava morto, assassinado pelo próprio Voldemort durante a guerra. Todos vimos o corpo dele, há vários anos quando o mestre dele caiu. É uma surpresa para mim também que ele esteja vivo.”

“O senhor ficou sabendo disso hoje também?”

“No mesmo momento que você, Peter. Caso não saiba, eu tenho meus modos de ver tudo o que acontece em Hogwarts e ter visto Lúcio Malfoy parado na orla me surpreendeu. O fato é que teremos que lidar com a situação com cautela. Preciso pedir pra você que não conte ainda para sua mãe, será um choque para ela saber que uma das pessoas que mais a fizeram sofrer, no passado, ainda está viva. E o pior será quando ela souber a que propósito essa pessoa voltou.”

“Tem a ver com a Sarah, não tem?”

“Sim, Peter, receio que a Sarah seja a peça principal dessa história. Há muito tempo a história da pequena princesa Sarah está escrita, e receio não haver modos de mudar esse destino.”

“Tem que haver. Mamãe me contou parte dessa história, e eu disse que não acreditava que não poderia haver um modo de mudar tudo isso. Falei pra ela que para todo feitiço há um contra-feitiço.”

“Não se trata apenas de um feitiço, Peter. É uma maldição.”

“Que se dane se é uma maldição, diretor. O passado não pode simplesmente estragar toda uma vida por causa de uma maldição. Maldições são lendas, crenças. Eu posso ser uma criança, mas eu também entendo de algumas coisas. Uma maldição, diretor, é uma forma de transmitir o ódio que uma pessoa tem por outra, é uma blasfêmia, ofensiva e ultrajante. Eu só quero que o senhor saiba, que não importa o que todos digam, eu não vou deixar que um bruxo idiota do passado, que um dia tentou dominar o mundo com a sua psicose, tente estragar a felicidade da minha família, e principalmente da minha mãe, que é a pessoa que eu mais amo nesse mundo, com palavras, blefes ou como o senhor quiser chamar.- Peter terminou e Dumbledore admirou-se com a força do garoto e sorriu.”

“Você tem força, Peter, e será disso que sua mãe vai precisar daqui pra frente. Força e, principalmente, amor e confiança.”

Peter, num instante, sentiu-se seguro de si, mas no segundo seguinte, sentiu-se dominado por medo e insegurança, e percebeu que não era ele que sentia isso, mas sim a sua mãe. Havia também dor e lágrimas, e Peter gostaria de, nesse momento, poder abraçar a mãe e dizer o quanto a amava e que estaria ao seu lado protegendo-a, e soube no mesmo instante que o pai diria isso para ela, e que Aidan a faria se sentir melhor.

“Eu te amo e estarei sempre com você, mamãe.- ele sussurrou baixinho para si, mas teve a certeza que a mãe o ouvira e, no momento, se sentia melhor e mais segura, diante do amor que os três homens Malfoy’s de sua vida estavam lhe dando e lhe dariam sempre.”

“Lembre-se sempre de uma coisa, Peter, não importa o que acontecer, use sempre o seu amor pela sua família como sua principal arma. O amor pode tudo, vence tudo e, como já foi provado, ultrapassa qualquer barreira posta na sua frente. Com amor, ganha-se força, confiança e se vence a maldade e a inveja. Pessoas como Lúcio Malfoy, ou mesmo Voldemort, diriam que amor e medo são fraquezas, mas eles não sabem que não acreditar nessas duas forças foi a ruína deles. O amor é tudo, Peter, e o medo é cautela. Lembre-se sempre disso e passe isso para todos.”

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A senhora idosa parou diante da porta da luxuosa mansão e entrou, sendo guiada por um dos empregados da casa até a sala, de onde algumas mulheres mais jovens já saíam.

“Certo, caso você seja selecionada entraremos em contato.- a voz grossa, evidentemente a de um homem, soou um pouco distante e cansada.”

Ela aproximou-se do meio da sala, onde um casal estava sentado no sofá, diante de um mulher, aparentemente sendo entrevistada. A mulher levantou-se e saiu, passando pela senhora idosa.

Virgínia olhou ao redor e parou os olhos na senhora que acabara de chegar. Sorriu para ela e teve um sorriso bondoso de volta, além de um olhar amigável. Por um instante Gina pensou já conhecer aquele sorriso e aquele olhar a sua vida toda.

“Por favor, aproxime-se- ela falou, acenando para a senhora- Seu nome, por favor.”

“Dora Jacobs.”

“Idade.- perguntou Draco, sem olhar para a mulher e com a voz muito cansada.”

“69”

“Alguma experiência como babá? Já cuidou de alguma criança?- Dora pareceu pensar durante um minuto.”

“Meu último trabalho foi em um orfanato. Gosto de crianças.”

“Ótimo- Draco falou de repente, olhando para a mulher- está contratada.”

“Amor...- Virgínia olhou-o, misturando um olhar reprovativo, diante do ato de Draco e carinhoso, pedindo que ele tivesse mais calma.”

“Certo, caso você seja selecionada entraremos em contato.- ele tomou um tom quase mórbido e cansado, mecânico, fazendo Gina rir- Está dispensada.- a mulher levantou-se e foi guiada à porta de saída.- ela me pareceu perfeita.”

“Gostei dela também, me pareceu confiável, mas vamos analisar direitinho, ok?”

“Mas ela me pareceu perfeita.- ele reclamou, caindo exaurido no sofá, com a cabeça no colo da mulher.”

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