Sacrificio



A lua crescente no céu estava encoberta por grossas nuvens de chuva, o que os fez agradecer pela escuridão que os acobertava. Snape seguia na frente guiando-os até uma passagem nos fundos da mansão. O ar estava denso, e vários comensais da morte caminhavam de um lado a outro fazendo a ronda noturna. Snape sabia exatamente a troca de turno e foi nesse momento que os encaminhou pela passagem secreta para dentro da mansão por uma cerca viva. Snape lançou um feitiço e a cerca abriu passagem para os terrenos da mansão.
- Precisamos nos separar. – Lupin sugeriu. – Eles provavelmente devem estar nas masmorras, mas não é certeza, então creio ser melhor um grupo ir ver por lá e outro seguir até os andares superiores, e quem achar alguma coisa manda sinal para o outro.
Todos consentiram positivamente.
- Eu irei me transformar em cão, meu faro nunca me engana, e eu conheço bem o cheiro dos Malfoy.
- Eu iria sugerir exatamente isso. – falou Dumbledore arrumando os óculos de meia lua. – Sirius, acho bom você seguir com Melissa, Lupin e Snape, eu irei ficar com Harry, Rony e Hermione. – olhou de esguelha para os jovens e acrescentou - muito embora não ache uma boa idéia vocês aqui.
- Dumbledore já discutimos isso. – Hermione falou segura.
- Muito bem! – o homem lhe lançou um olhar compreensivo e ela relaxou um pouco.
- Não podemos ficar parados aqui. – Melissa os apressou. – Nós vamos verificar no piso superior da mansão. Boa sorte, por favor, se mantenham vivos. – lançou um ultimo olhar preocupado e partiu junto aos demais.
Dumbledore, Harry, Hermione e Rony seguiram sorrateiros para dentro da mansão por uma porta aos fundos da casa, o Bruxo mais velho desfez alguns feitiços com facilidade e ao abrir a porta se depararam com uma enorme e luxuosa conzinha. Dumbledore parecia saber exatamente onde estava indo.
- Harry, cubra vocês três com sua capa da invisibilidade. – Disse retirando uma capa parecida para se cobrir também, e logo só sua cabeça flutuava pela cozinha.
Os três tiveram que se espremer o Maximo para que coubessem na capa, vez ou outra um pedaço de pé surgia do nada.
Atravessaram a cozinha e chegaram a uma enorme sala de visita morbidamente decorada com moveis escuros e tapetes persas. Ouviram vozes animadas, contando vitória e outros cochichos o nome Voldmort e Zilan eram tema da conversa enérgica.
Depois de saírem da sala de visita puderam ver um corredor enorme onde de um lado dava para o Hall de entrada da mansão, local de onde vinha boa parte das vozes, e do outro lado várias salas se seguiam, e no final uma escada. Dumbledore os guiou até a ultima sala, e com um feitiço abriu a porta. Eles estavam no escritório de Lucio Malfoy e embaixo de um tapete vinho Dumbledore encontrou o alçapão que os levaria a masmorra.
- É preciso que dois de nós fique aqui para vigiar se alguém esta vindo. Prefiro que você Hermione e Você Rony fiquem aqui, Harry você vem comigo.
Sem pestanejar eles assumiram seus postos, encobertos pela capa da invisibilidade, e Harry se escondeu junto a Dumbledore.
Eles desceram pelo alçapão e uma escuridão tomou conta de tudo.
- Lumos! – Dumbledore ascendeu a varinha. – Preste atenção onde pisa Harry.
Harry pode ouvir de longe o gotejar do metal, aquele que já ouvira em seus sonhos. Uma sensação ruim invadiu seu coração. Como se não devessem estar ali, era um erro. Harry sentiu a urgência de saírem dali crescer. Era uma armadilha.
- “Hermione...” – ele sussurrou. – Hermioneeee – gritou correndo de volta de onde haviam vindo. – Dumbledore o interceptou se dando conta do que estava acontecendo. Tinham sido enganados. – eles vão capturá-la. Temos que impedir.
- Se formos agora vamos morrer, Harry se acalme. – Ele fez com que Harry o encarasse. – Melissa tinha previsto isso.
- o que¿ você sabia que isso iria acontecer¿ - Harry falava furioso.
- Foi o único jeito...É preciso fazer isso. Você irá entender.
- o que eu entendo é que eles vão pegar a Mione e o Rony que também esta com ela.
- Não Harry, faz tudo parte do plano de Melissa e Hermione já estava ciente disso.
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Hermione sabia o que iria acontecer, Melissa já havia a contado, o plano era perigoso, mas ela tinha que arriscar, se não o fizesse jamais iria se perdoar. Melissa sabia que a outra vidente era muito poderosa, e que via as coisas acontecendo, mas ela seria mais esperta, iriam forçar uma visão, onde eles raptavam Hermione, permitindo que eles entrassem na mansão, mas não contavam que outros estariam com eles para atacá-los. Tinha suas chances de dar errado, mas era preciso arriscar.
Hermione e Rony Estavam vigiando o escritório quando de repente um bruxo encapuzado aparatou e lançou uma feitiço “Acio capa da invisibilidade” fazendo a capa voar em suas mãos. Rony empunhou a varinha surpreso, e mais por reflexo estuporou o bruxo. Outros tantos aparataram e uma luta desigual seguiu. Hermione conseguiu lançar o feitiço avisando aos demais sobre o que estava acontecendo, mas antes que eles pudessem chegar para ajuda-los, Lucio Malfoy apareceu. Um sorriso vitorioso em sua face, ele segurava um livro das sombras idêntico ao de Hermione.
- Hora de dar um passeio Sua Sangue Ruim desgraçada! – E lançou um feitiço imobilizante na bruxa. E foi tudo muito rápido, nessa hora Harry e Dumbledore apareceram atacando os bruxos presentes, Lucio apertou o pulso de Hermione, seu mundo girou, e ela não conseguiu ver mais nada.
Hermione despertou com um latejar forte na cabeça, sabia que estava viva por causa daquela maldita dor. Um gotejar no metal fazia seus ouvidos zunirem. Ela conhecia aquele lugar, o mesmo dos seus sonhos. Tentou abrir os olhos, sua cabeça doía muito para isso, durante alguns minutos ela continuou imóvel, apenas tentando ouvir os barulhos do local, e reconhecê-lo como algo que fora de seus sonhos. Não adiantou. Abriu os olhos, uma luz amarelada tomava conta do local, transformando todas as cores em sépia. A primeira coisa que viu foi uma enorme mesa de pedra, contendo dois pares de amarras e por baixo uma espécie de cálice dourado, olhou para o outro lado e pode ver os cabelos loiros ensangüentados de Draco que estava desacordado.
Ela fez um esforço enorme para tentar ir até ele, mas logo percebeu que estava amarrada por grossas algemas de ferro.
- Draco, Draco, acorda! – ela falava baixo, para que só ele a escutasse.
Ele não se mexeu, por um momento Hermione acreditou que ele estava morto e grossas lagrimas escorreram por sua face, uma dor sob humana a alcançando, mas pode perceber seu abdome subindo e descendo em uma respiração difícil.
- Meu Deus. Draco, por favor acorde. – ela mais uma vez tentou desperta-lo, mas o que conseguiu foi chamar a atenção do comensal da morte que os vigiava.
- Senhor, a sangue ruim acordou. – o homem anunciou imediatamente.
- Hora, hora, dormiu bem Sangue ruim nojenta¿ - a voz recheada de irônia de Lucio Malfoy alcançou seus ouvidos.
- Vá pro inferno seu comensal idiota. – Hermione reuniu suas forças um ódio que ela jamais havia sentido por qualquer outra pessoa a consumiu. – Como você consegue fazer algo tão terrível com o seu próprio filho¿ o Draco esta morrendo. – ela não controlava mais as lagrimas.
Lucio apenas sorriu admirando o sofrimento dela.
- Não se preocupe. Logo vocês vão se encontrar no mesmo local. E eu só preciso do sangue desse traidor. Ou você acha que eu não sei que ele esta mancomunado com você, sua viborazinha. – Lucio se aproximou dela e puxou-lhe os cabelos com força, a forçando a encará-lo. – Você jogou o seu veneno em meu filho, e vai fazer com que ele morra. A culpa é toda sua.
Ele largou os cabelos da garota empurrando sua cabeça com força, por pouco ela não bateu no chão.
- Tragam eles. Mi Lord esta ansioso para encontrar de uma vez com Zilan.
O homem foi na frente até a grande mesa redonda, e o outro comensal que antes os vigiava saiu arrastando Hermione e Draco que ainda estava desacordado, um filete de sangue escorrendo pelo canto de sua cabeça.
Eles foram levados para mais próximo da mesa, e de pé Hermione pode perceber o local. Era uma espécie de sala enorme, sem janelas, feita de uma pedra escura que parecia encoberta por lodo. O gotejar no metal que Hermione tanto tinha ouvido em seus sonhos era sangue, o sangue que jorrava da abertura na mesa e caia dentro do cálice dourado. Ela sentiu um embrulho no estomago.
Deitaram-na na mesa e algemaram nas grossas correntes de ferro, e do outro lado fizeram o mesmo com Draco que aos poucos ia despertando.
- O que vocês vão fazer com a gente¿ - foi à primeira coisa que o garoto perguntou ao se dar conta do que estava acontecendo. Tentou olhar para Hermione, mas todo o seu corpo doía, sua cabeça ferida ardia como se tivessem ateado fogo em cima dela.
- Não é obvio Draco¿ - Lucio se dirigiu ao filho cheio de rancor no olhar. – Esse é o tratamento especial para os traidores do sangue. – Draco pode ver ao lado do pai uma mulher de traços orientais a qual reconheceu ser Liu Yang, a vidente, ela segurava uma trouxa nos braços que Draco sabia ser Voldmort.
- Vocês são doentes. – Draco sorriu tão irônico quanto o pai. – E você, papai, acha mesmo que vai conseguir ser alguma coisa¿ Você é tolo de não ver que Voldmort o usa, sempre usou, mas não lhe estima nem um pouco. Você não passa de um rato para ele. Um rato que vai matar o próprio filho por causa de um lunático.
- CALA A BOCA SEU GAROTO IDIOTA. – Lucio deu um soco no rosto de Draco que fez seu lábio sangrar.
- Continuara sendo um tolo. – Draco sorria, o que deixava seu pai possesso.
- Chega Lucio. – A voz de Voldmort ecoou. – Pelo que vejo seu filho é muito mais corajoso do que você. É pena ser um traidor.
Lucio se recolheu a um canto e Voldmort continuou.
- Vamos logo terminar com isso. Não vejo a hora de ter meu corpo e meu espírito de volta. - ele deu uma risada agourenta. – Liu, me leve para perto da senhorita Granger.
Hermione sentiu um frio acometê-la, como se a própria morte estivesse prestes a lhe tocar, ele forçou seus olhos a permanecerem abertos, não iria perder a coragem.
- Eu fiz um pacto Granger, e você faz parte de minha troca, mas eu preciso sangrar você, pois só o seu sangue junto ao sangue de Malfoy poderão libertar Zilan. O sangue da reencarnação e o sangue de um fiel aliado. Você tenha certeza que irá sobreviver, mas quanto a seu amigo Draco não tenha tanta certeza. – Voldmort sorriu novamente. – Ele sangrara até a morte. Podem iniciar o ritual.
- Nãooooooooooooooooooo – Hermione gritou com todas as forças que conseguiu. – Draco, por favor, não!
Ela se contorceu tentando alcançá-lo, seus olhos se encontraram e os dele estavam serenos.
- Não se preocupe. – ele sussurrou para ela.
- Draco...Eu... – Hermione não conseguiu concluir a fala, pois viu uma espada perfurando Draco. – Ela gritou o Maximo que pode como se a próxima lamina atingisse a sua pele.
- Eu te a... – ele não conseguiu concluir a fala, estava desfalecendo. Seu sangue escorria escarlate, tocando o corpo de Hermione antes de cair gotejando no cálice prateado.
Liu, a vidente, entoava um cântico em uma língua que Hermione desconhecia.
O mundo estava ficando turvo. Era desesperador. Aquela sensação que Hermione estava acostumada a sentir quando Zilan se aproximava estava chegando. O vazio, depois a voz dele a dominando. Tinha que lutar, não iria se entregar. Por Draco, por Harry, por todos, tinha que resistir. A imagem dele foi ficando mais nítida em sua mente, o mesmo homem de longos cabelos loiros que ela havia visto a muito tempo na entrada da floresta proibida a observando.
Uma explosão, estilhaços, feitiços estuporantes, tudo de uma única vez. Hermione ouvia tudo tão distante, como se não mais fizesse parte de tudo aquilo. Viu quando Liu despejou Voldmort dentro do Sangue de Draco misturado com o dela, pois ela havia recebido um corte enorme no braço que incrivelmente não doía. Rostos conhecidos, reconheceu Melissa, Dumbledore e Harry que vinha quebrando as correntes de ferro que a prendiam.
- Zilan esta aqui... – ela conseguiu falar. – E Voldmort também Harry... –
O sangue no cálice dourado estava borbulhando, e a cicatriz de Harry começou a doer intensamente. Dumbledore lançou um feitiço no cálice que rodopiou no ar, mas antes que concluísse um outro feitiço Lucio se lançou contra o cálice e os dois desapareceram. Um alvoroço de feitiços se seguiu, os comensais restantes lutaram, e quando viram que não teriam mais chances aparataram fugindo, outros aurores haviam chegado e os seguiram. Melissa segurava Draco e lançava nele alguns feitiços revitalizantes, mas ele estava muito machucado, precisava de um medico mágico urgentemente.
Um tremor aconteceu. Era tarde demais, eles haviam conseguido a fenda por onde Zilan passaria.
- Ele esta bem perto. – Hermione falou para Melissa.
- Ainda podemos impedi-lo. – A mulher a lançou um olhar esperançoso.
- Como¿ - Hermione estava cada vez mais fraca.
- Lupin, entregue o livro das sombras dela. Harry pegue o seu de volta. Precisamos uni-los em um só e repetir um feitiço de lacre. Digam exatamente o que eu disser. Dumbledore os ajude.
E assim eles fizeram, Melissa falou em uma língua estranha e eles repetiram, a rachadura a ponte entre os mundos estava ficando mais e mais larga, e caminhando em meio a uma luz vermelha eles puderam ver a figura de Zilan. Ele sorria vitorioso, olhando diretamente para Hermione.
Eles continuaram a entoar o feitiço e a fenda foi se estreitando. Zilan ao perceber tentou correr, mas, não conseguiria. Logo a fenda se fechou e Hermione junto aos outros, com exceção de Dumbledore desmaiaram exaustos.

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N/A: Finalmente estou terminando a Fic. Só mais um cap a ser postado!
Espero que gostem!

beijossss




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