Decisões



- Harry... Espere – Hermione o chamou em vão. O Rapaz desapareceu antes mesmo que ela pudesse ir atrás dele. E ela sabia que deveria ir atrás dele, mas precisava falar com Draco.
Todos os outros já haviam saído da sala, apenas Melissa e Sirius continuavam ali junto a ela e Draco.
- Deixe ele pensar um pouco Hermione. – Sirius colocou uma mão cúmplice em seu ombro. – Harry é orgulhoso, mas não é burro. – voltou-se para Melissa, mas continuou falando com ela e Draco. – Vocês dois poderiam nos dar licença, preciso conversar em particular com a Professora Poney.
Os dois assentiram positivamente e saíram sem se olharem, Draco a frente e Hermione mais atrás.
Ela tinha tantas coisas para dizer a ele, mas não sabia como, algo estranho estava acontecendo com ela. E ela relutava em aceitar todos os pensamentos proibidos que teimavam em agitar seu corpo diante daquele loiro.
- Hermione, posso conversar com você por um momento¿ - Pega de surpresa ela passou algum tempo sem responder, apenas o olhando assustada. – Posso¿ - ele insistiu, uma sombra pairava em seu rosto.
Hermione assentiu com a cabeça e deixou-se guiar por ele. Eles seguiram até uma das torres do 5º andar, estava abandonada, e provavelmente seria proibido estar ali, mas no momento esse detalhe não importou a ambos.
- Hermione...- Draco começou andando pelo local, sua voz era seria, mas com uma pontada emotiva. Continuou parado diante de uma janela quebrada, sentindo o vento noturno tocar-lhe o rosto. – Eu só queria te pedir desculpas.
Hermione arregalou os olhos, se recompondo em seguida, agradecendo por ele estar de costas. O loiro continuou:
- Quero pedir desculpas por todas as coisas que fiz a você. Todas as minhas grosserias. Não sei se vou ter chances de fazer isso uma outra vez, então antes de sair pra essa “missão” – deu um risinho sarcástico – eu gostaria de deixar claro que eu nunca odiei você. Só estava sendo...Sei lá. Um Malfoy... – finalmente ele a encarou e ela pode sentir a sinceridade em seu olhar sério.
Hermione ponderou as palavras dele por um momento, e resistiu pra manter-se a uma distancia segura de Draco.
- Eu desculpo. E eu também não odeio você. Não poderia odiar mesmo agora, depois que você me salvou, e depois do que você esta disposto a fazer. Draco você é muito corajoso em enfrentar seu pai. E isso é digno de admiração. – ela sorriu.
- Isso é uma honra então. – falou divertido. – Receber a admiração de uma Granger.
- Exatamente, sinta-se Honrado! – Ela sorriu.
- Então, é isso... – ele falou novamente voltando o olhar para longe dela. – Eu preciso me preparar. Espero vê-la em breve.
- Também espero. – ela sentia uma necessidade impar de abraçá-lo, mas não o fez. – eu vou indo. Boa sorte.
Ela foi se distanciando dele, seu peito apertando. “Por que diabos isso estava acontecendo¿” Quando sentiu seu toque de leve em seu ombro direito.
- Hermione, preciso perguntar uma coisa. – Draco agora a encarava, seus olhos verdes a olhando profundamente, como se tentassem ver além dos seus. – Você e o Harry, vocês estão juntos¿ Tem alguma coisas¿
Ela sentiu suas bochechas corarem e respondeu gaguejando um não. Draco ainda a fitava, ela estava se sentindo tonta, ele exercia um poder sobre ela que nem mesmo Harry exercia.
- Eu, preciso ir Draco... – ela falou sem muita certeza de se realmente queria o que estava dizendo.
- Eu também preciso... – Draco desviava seus olhos dos dela para sua boca e de volta a seus olhos. – Eu preciso...
E vagarosamente ele foi encostando seus lábios nos dela, que não resistiu. Se aquele fosse o ultimo beijo entre eles, que fosse perfeito. Hermione colocou os braços envolta do pescoço de Draco e ele a envolveu pela cintura, seus lábios se perdiam um no outro numa sintonia, num movimento leve, diferente da ultima vez que o beijara, Hermione se entregou, deixou sei corpo recair sob o dele, que a guiou e a recostou em uma parede cuidadosamente. O beijo foi tomando um ritmo mais frenético, suas línguas se embolavam, seus corpos estavam quentes, e Hermione sentiu que os “Hormônios” de Draco estavam agindo em seu baixo ventre, da mesma forma que os seus estavam agindo. Draco apertou seu corpo com mais força contra o dela. Precisava senti-la, precisava te-la, e fez um esforço sem igual para não perder o controle. Hermione o afastou cuidadosamente. Seus olhos castanhos vidrados nos olhos acinzentados dele. Sentiu uma lagrima escorrer por seu rosto, no mesmo instante que uma escorreu pelo dele.
- Você sabe que esse é o nosso ultimo beijo não sabe¿ - ele falou com a voz embargada.
- Sim... – ela respondeu sem ter certeza do que dizia.
Ele a abraçou forte, beijou-lhe a boca mais uma vez antes de ir embora. Hermione ficou ali por um longo tempo. Sua mente tão confusa entre seus sentimentos que nem ao menos conseguia se movimentar. Chorou um bocado antes de levantar e seguir para a torre da Grifinória. Sua decisão não estava tomada, seus sentimentos muito mal resolvidos. Tudo que sabia era que estava tão apaixonada por Draco Malfoy quanto sabia estar por Harry Potter.
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Silencio, a sala estava encoberta em um silencio fúnebre. Ela agradeceu por aquele silencio, por não encontrar ninguém. Queria se jogar na casa e dormir. Sentia-se cansada demais para qualquer coisa. Ao pisar no primeiro degrau ouviu seu nome sendo chamado.
- Hermione, precisamos conversar. – era a voz de Harry. Ele estava sentado na poltrona perto da lareira. Ela não ousou encará-lo de imediato. Fechou seus olhos, respirou fundo. Sabia que essa conversa não poderia ser adiada. Não sabia quanto tempo mais poderia restar. E aquele sentimento inquietante estava a acompanhando, lhe fazendo ter urgência em resolver as coisas, mesmo assim tentou não ter aquela conversa, talvez quisesse adiar tantas revelações:
- Harry, não pode esperar¿ - perguntou já caminhando na direção dele.
- Não. – ele respondeu seco.
- Certo. – Ela sentou na poltrona a frente da dele.
Por um momento Harry a observou, e ela desviou o olhar para o fogo. O silencio estava sufocante, mas ela não iria quebrá-lo.
- Você esta tendo alguma coisa com o Malfoy¿ - ele acentuou sua voz ao pronunciar o nome.
- Não sei. – respondeu sincera, ainda sem encará-lo, mas sabia que seus olhos estavam se estreitando com a menção da duvida.
- Como você não sabe¿ Hermione, eu não acredito que você caiu na conversa do Malfoy. – ele se levantou tentando conter sua indignação.
- Harry, nós já tivemos essa conversa, e eu não quero brigar com você por causa do Draco. Olhe, serei sincera. Há algumas semanas atrás, Harry, se você tivesse se dado conta, eu sempre fui apaixonada por você, eu sempre esperei por você, mas... – ela tentava controlar a voz, mas a força das palavras não a ajudava muito. – O Draco apareceu, eu preciso ser sincera com você e comigo, eu gosto do Draco. Não sei quanto, não sei como começou, mas eu gosto. – sem perceber ela já estava de pé e quase gritava com Harry que também estava de pé e a olhava em um misto de tristeza e fúria.- Mas eu sei que sou apaixonada por você Harry, sei o quanto isso é forte, mas não podemos ficar juntos.
- Hermione, você esta me trocando pelo Draco é isso¿ - ele segurou nos braços de Hermione e a olhou profundamente, lagrimas teimavam em marejar seus olhos.
Hermione sentiu seu coração gelar. Ela não estava trocando ninguém, ela não sabia o que fazer.
- Harry, entenda uma coisa. Eu nunca trocaria você por ninguém, mas o fato é que agora eu não estou segura do que sinto. E não quero enganar você, nem o Draco. Além do mais, a prioridade maior é não permitir que Zilan seja libertado, enquanto tudo isso não passar, eu não tenho condições de raciocinar sobre o que eu sinto. Me desculpe. – ela não conseguiu conter as lagrimas.
Harry inesperadamente a abraçou:
- Eu é que devo me desculpar. Não toquemos mais nesse assunto por hora. – ele beijou-lhe a face.
- obrigada! – Hermione sorriu e antes que Harry pudesse dizer mais alguma coisa subiu as escadas e se refugiou no dormitório. Se jogou na cama e chorou até o sono fazê-la esquecer todas as duvidas.
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Quando Draco deixou Hermione naquela torre, sabia que as chances de reencontrá-la seriam mínimas, sabia onde iria se meter, sabia que não existe piedade, misericórdia ou afeto. E para lá ele iria, tinha que fazer algo nobre pelo menos uma vez na vida, e nada melhor do que se sacrificar por causa de alguém especial. Respirou fundo. Sua decisão estava tomada.
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Com o raiar do novo dia Lucio Malfoy já estava nos terrenos de Hogwart à procura de Dumbledore. Draco havia lhe comunicado que explodira a varinha tentando violar o local onde Hermione guardava o livro, mas disse ao pai que disse a todos ter sido um feitiço malfeito em um duelo. Precisava comprar uma nova imediatamente, ou os planos seriam comprometidos. A contra gosto Lúcio concordou, e ali estava para buscar o filho.
- Como você pôde ter sido tão burro Draco¿ E se tivessem pego você¿ Descobriu algo pelo menos¿ Algo de valor¿
- Ouvi uma conversa deles esses dias, dizem que as visões estão aumentando... – Draco falou convicto de que a informação agradaria ao pai.
- Ahhhh então estamos fazendo a coisa certa. – sorriu maquiavelicamente. – Tolos. Logo o lorde das Trevas irá voltar, muito mais poderoso, e assim que ele estiver de volta, o menino Potter irá para o inferno. Pois Zilan irá levá-lo com ele.
- Mas Zilan não leva as coisas mais importantes na troca¿ - Draco continuou inexpressivo.
- Sim, e o que seria mais importante para Mi Lord do que Harry Potter¿ - sorriu novamente. – vamos logo.
- Mas, pai, já que não consegui pegar o livro da Sangue Ruim – Draco sentiu algo ruim ao falar de Hermione assim. – o que vamos fazer¿
Lucios o fitou demoradamente e sorriu mais uma vez, no entanto seu sorriso não alcançou os lábios. – Tudo bem Draco, não precisaremos mais do livro da sangue ruim mesmo.
- Quer dizer que...
- Psiu... – Aqui não. – Ele puxou Draco pelo braço. – Quando chegarmos em casa lhe contarei tudo, até porque meu querido filho – sorriu maldosamente. – Sua ajuda será de extrema importância.
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Hermione passou os dias inteiros apreensiva, sabia que Draco estava em casa, e que não estava em segurança. Se seu pai descobrisse que na verdade ele estava ajudando Dumbledore, seria capaz de matá-lo. Conteve a vontade de chorar. E seguiu para sua ultima aula do dia. Seria de adivinhação, e agradeceu por poder falar com Melissa depois da aula.
- Alguma noticia do Draco¿ - perguntou quando estava a sós com a professora.
- Ainda nada. – Melissa sentou-se em uma das cadeiras, sua expressão não era das melhores, olheiras se formavam envolta de seus olhos como se não houvesse dormido há dias.
- Eu estou muito preocupada. – Hermione falou mais para ela do que para Melissa.
- Sinto muito Hermione. Eu sei que você gosta dele. – Melissa falou sem olhar para a garota.- Pois é, eu ando muito confusa ultimamente! – confessou, estranhamente não se sentiu envergonhada.
- Estar dividida entre dois amores é muito complicado. Falo por experiência própria. – Melissa sorriu nostálgica.
- Você é a primeira vidente que eu realmente acredito.
As duas sorriram, esquecendo por alguns minutos os perigos a solta.
Hermione se despediu e foi até os jardins, encontrou Gina pelo caminho e viu Rony seguindo rumo a alguma sala abandonada com sua nova suposta namorada e de longe viu Harry conversando com algumas garotas, dentre ela Cho Chang. O ciúme a tocou e ela desviou o caminho impedindo que ele a invadisse.
Sentou-se na grama e ficou a observar o mundo, como cada coisa estava em seu lugar, não queria que essa calma acabasse. De repente aquele silencio a encontrou, não gostava nada dele, um frio começou a se manifestar de dentro para fora, e de repente ela conseguiu ouvir bem distante o som do gotejar no metal que atormentava seus sonhos. Uma espécie de pânico a invadiu, e ela sentiu algo se aproximando, e a cada centímetro carregava suas forças.Como da primeira vez ela não conseguia se mexer. O vazio em sua mente, querendo a deixar inconsciente, mas antes que ela perdesse totalmente os sentidos pode sentir Bichento cravando seus dentes em sua mão. Ela gritou de dor e em seguida o gato pulou novamente em seu colo com um envelope na boca. Ainda atordoada ela pegou o envelope, segurou Bichento nos braços e foi voltando para dentro do castelo. Ao abrir reconheceu a caligrafia de Draco:
“Hermione, me desculpe. Eu continuo sendo vigiado. As coisas são mais complicadas do que pensávamos. Peço uma coisas, por favor, aconteça o que acontecer não venha com eles até aqui. Eu preciso que você fique bem longe da mansão Malfoy, ou de onde quer que vá acontecer o ritual. Diga a Melissa que eles possuem uma vidente do lado deles também. Ela se chama Liu Yang. Não posso mais ajudar vocês.” Draco.
Imagens de Draco sendo torturado não puderam ser impedidas pela mente dela. Correu para a sala de Melissa e ela não estava lá. Seguiu para o salão comunal e encontrou Harry e Rony jogando xadrez de bruxo. Correu até eles, ela estava muito pálida, o que assustou os meninos.
- Eles pegaram o Draco, descobriram que ele esta do nosso lado. – Falou tentando se controlar.
- Vamos até Dumbledore. – E saiu arrastando Rony junto.
No caminho fez um resumo para o amigo que não fez questionamentos, apenas olhava incrédulo para Hermione.
Ao chegarem na sala Dumbledore estava com Melissa e Sirius.
- Eles pegaram o Draco! – Hermione falou segurando as lagrimas. – Ele me mandou um bilhete. – Os olhos de Melissa estavam fora de foco, o que a fez se afastar. – o que houve com ela¿ - olhou para Dumbledore procurando respostas.
- Esta tendo uma visão. – ele respondeu fazendo sinal para que Sirius a segurasse.
Snape e Lupin entraram na sala.
- Esta tudo pronto Alvo! – Lupin falou se aproximando se Melissa também.
Ela despertou e despencou nos braços de Sirius, estava muito pálida e um filete de sangue escorria pelo seu nariz.
- Não podemos mais esperar, eles já sabem que o Draco esta do nosso lado. Temos que salva-lo. Dumbledore eles vão matá-lo. – deu uma pausa tentando recuperar o fôlego.
- Meu Deus... Foi o que ele disse. – Hermione pegou o bilhete que Draco a enviara – ele disse que é muito mais complicado do que pensamos, e que eles tem uma vidente do lado deles, se chama Liu Yang.
- Ela é uma poderosa vidente. – Melissa falou. – Profunda conhecedora de magia das trevas.
- Ele também falou algo sobre um ritual.
- Sim, o ritual de sangue. – Melissa arregalou os olhos. – Dumbledore não podemos perder nem mais um segundo.
-Certo, então vamos todos aparatar perto da mansão Malfoy, Snape sabe uma entrada segura e fora de suspeitas.
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*Crac*
A placa Dourada escrita em caprichosas letras de um verde Safira:
MANSÃO MALFOY

N/A: Olá pessoas, finalmente vou terminar essa fic, e que venha o ultimo capitulo, espero que quem ler goste!
Abraços

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