Suspeitas



Capítulo 26 – Suspeitas




Sirius Black já perdera a conta ao número de vezes que entrara numa enfermaria para visitar um Potter. Era impressionante como os elementos dessa família tinham uma tendência natural para atrair problemas, mas, ao mesmo tempo, sair deles quase inteiros. Apesar dele próprio ter a sua quota de encrencas e de “visitas” ao hospital, sempre achou que essa tendência era resultado de anos de convivência com essa família que tanto adorava e que considerava como sua. Uma coisa era certa: até Lily, a senhora certinha e monitora-chefe de Gryffindor, nunca tinha tido grandes problemas a perseguirem-na… pelo menos até começar a namorar com James e entrar para a família Potter.

Agora Sirius, mais uma vez, percorria os brancos corredores de St. Mungus para visitar o seu afilhado, pela primeira vez desde que Harry ali fora parar. Sirius estava em missão quando James lhe dera a notícia e, na mesma hora, largou tudo o que estava a fazer para se certificar de que o afilhado estava bem.

- Que eu saiba é proibida a entrada de cães neste hospital! – disse uma voz brincalhona atrás de si.

Sirius virou-se para a dona da voz, com o seu melhor sorriso charmoso.

- E creio que a senhora doutora queira acompanhar este cachorro à porta. Sei lá… acompanhá-lo a casa, talvez. Posso pensar em mil e uma coisas agradáveis que poderíamos fazer juntos.

Ela sorriu de volta, enquanto ele se aproximava perigosamente, com uma expressão de safadeza, como só ele sabia fazer. Colocando uma mão no peito dele, manteve a distância segura entre os dois, tentando reprimir a vontade de dar uma gargalhada pela cara emburrada que ele fez ao ver as suas intenções serem recusadas.

- Sr. Black, acho que a sua esposa não gostaria de nos ver juntos aqui no corredor, ainda mais no local de trabalho dela. Ela pode ser muito ciumenta quando quer. Um homem casado não deveria ter este tipo de comportamentos, ainda mais quando a sua esposa está grávida de trigémeos. Que falta de consideração para com ela!

- Mas é claro, Dra. Black! Acho que deveria esperar até estarmos sozinhos, não é? Mas entretanto, poderia deixar este cachorro aqui matar saudades, depois de uma missão tão arriscada. Ah, e a minha esposa não vai importar-se!

Marlene deu um leve tapa no ombro dele

- Ela tenho a certeza que não… – ela parou ao ver o brilho de alegria que se formou nos olhos do marido – … mas o meu chefe vai!

Sirius fez um muxoxo resignado, seguido de uma expressão de cachorro sem dono.

- Já nem se pode fazer valer os direitos conjugais!

Marlene não o deixou falar mais e abraçou-o, na medida do possível, devido ao barrigão que crescia de dia para dia.

- Senti saudades tuas! Preferia mil vezes que continuasses seguro em Hogwarts, em vez de andares a arriscar-te nessas missões, para ajudar um ministro que não merece.

Sirius colocou a sua mão no queixo dela e levantou-lhe a face que ela escondia no seu ombro. A mão dele deslizou pelos cabelos castanhos dela e ternamente beijou-lhe os lábios doces.

- Eu também gostava de estar mais tempo contigo. Mas tu sabes como eu sou. Detesto ficar parado e ver os outros arriscarem-se. Eu tenho de participar nisto. Além disso, estas missões não são em vão e tu sabes disso.

Ao fundo do corredor deserto começaram a ouvir-se passos, pelo que Marlene se separou dele. Suspirou de alívio ao constatar que era um doente e não o seu chefe.

- Afinal o que é que esse teu chefe tem que ficas tão assustada pela possibilidade dele te apanhar comigo?

Marlene revirou os olhos e fez-lhe sinal para ele a seguir.

- Ele é muito rígido com o pessoal da equipa dele e não admite que haja distracções, principalmente quando envolve relacionamentos pessoais.

Algo na voz de Marlene não soou verdadeiro a Sirius. Ele conhecia-a bem o suficiente para saber que alguma coisa a preocupava, algo que ela não queria revelar.

- O que é que me estás a esconder?

Marlene estagnou e voltou-se para Sirius, apenas para constatar que não conseguiria mentir para ele.

- Falamos disso mais tarde! – disse ela voltando a andar, mas foi parada pela mão de Sirius, que lhe segurou o braço.

- Eu quero saber o que me estás a esconder, AGORA!

- Sirius, por favor, não aqui!

Sirius respirou fundo, tentando controlar a ansiedade que o invadia, e puxou Marlene para um gabinete vazio. Esta, por sua vez, ficava mais nervosa a cada passo que dava, mas deixou-se guiar pelo marido.

- Vais falar-me o que é que se passa? – Sirius encostou-se à porta, demonstrando que só iriam sair dali quando ela falasse.

- Sirius, promete-me que não irás fazer nada!

- Existe algum motivo para eu fazer alguma coisa?!

- Promete, por favor!

Desta vez, Marlene quase suplicou e as lágrimas começavam a escorrer pela sua face. Ao vê-la assim, Sirius sentiu-se culpado por fazê-la passar por aquilo. Dando dois passos na direcção dela, envolveu-a com os seus braços.

- Desculpa, Lena, mas eu só quero saber o que te preocupa. Se não quiseres falar, tudo bem, eu espero até quereres falar.

- Não… eu quero falar… é só que… – Marlene afastou-se dele, limpando as lágrimas – O meu chefe não gosta de ti… mesmo que o James garanta que tu não eras o guardador secreto, ele continua a achar que tu és culpado por alguma coisa. Ele diz que todos os Black são amantes das trevas.

Sirius deveria ter calculado. Mesmo tendo sido inocentado de todas as acusações que o levaram para Azkaban, ainda haviam pessoas que o olhavam com desconfiança, como se a todo o momento ele fosse atacar alguém. E depois tinha também o nome da sua família, ligada por séculos à magia negra, o que não ajudava em nada. Mas Sirius tinha aprendido a lidar com esse tipo de preconceitos e não se importava mais com o que as outras pessoas pensavam dele. Marlene já era outra história. Tivera pouco tempo ainda para se habituar à ideia do que tinha acontecido durante aqueles anos da ausência dela.

- E do que é tens medo, afinal?

A pergunta apanhou de surpresa Marlene. Não a pergunta em si, mas a calma com que Sirius a pronunciou.

- Eu… eu tinha medo que quando tu e ele se encontrassem, ele começasse a dizer tudo o que ele diz para mim e aí perdesses a cabeça com ele. Eu tinha medo do que poderia acontecer.

Um sorriso de deboche formou-se no lábios de Sirius e uma expressão sonhadora surgiu no seu olhar, como se estivesse a recordar os velhos tempos de escola.

- Eu não me importo com o que pessoas idiotas dizem, principalmente se essa pessoa se chama Bruce Watras! – o sorriso de deboche desapareceu subitamente - Eu tenho a minha consciência limpa, tenho a minha família e amigos a meu lado… e isso é a única coisa que me importa.

- Então não vais mostrar-lhe as cuecas para todo o hospital ou pendurá-lo de cabeça para baixo na janela mais alta do hospital?!

Marlene logo se arrependeu de ter pronunciado aquela frase, ao ver o ar maroto, mais intenso do que nunca, em Sirius.

- Olha que não era uma má ideia!

- Sirius! – Marlene colocou as mãos na cintura, pelo que Sirius agitou as mãos como quem se desculpa.

- Pronto, pronto… eu não vou fazer nada! – Sirius bateu com a mão na testa, lembrando-se subitamente de algo – Com esta história toda, esqueci-me de que tenho de salvar o pobre do Harry do tédio deste hospital.

Já mais calma, Marlene contornou Sirius e dirigiu-se à porta, que entretanto ficou livre para ser aberta, e continuou pelo corredor, sendo seguida por Sirius.

- Eu saí de lá agora! Ele estava a dormir. – duas enfermeiras passaram por eles cumprimentando os dois – A Lily acabou de sair de lá, para a consulta de pré-natal. O James demorou uma eternidade até se decidir acompanhá-la. Acho que o Harry vai dar graças por não ficar muito mais tempo sozinho, se bem que acho que ele preferia a companhia de uma certa ruiva, à companhia de um velho cachorro rabugento.

Sirius não se pronunciou. Mesmo que não demonstrasse, as palavras de Marlene ainda lhe martelavam na cabeça. Um medo súbito fez o seu coração acelerar e a sua tensão subir. Ele não estava preocupado com os olhares de desconfiança que recebia. Mas e Marlene? E os três bebés que ela esperava? Sofreriam eles o mesmo tipo de preconceito para toda a vida? Desde quando Sirius Black se preocupa com isso? dizia uma voz na sua cabeça. A resposta parecia-lhe óbvia: desde que se vira diante da responsabilidade de ser pai, de ter sobre a sua protecção três pequenos seres, tão inocentes e tão dependentes dos seus próprios pais. Era, ao mesmo tempo, um sentimento de gratificação, de realização e satisfação, mas também de um grande medo de não ser um bom pai. Será que todos os pais se sentiam assim com o nascimento dos seus primeiros filhos?

Perdido nos seus pensamentos, Sirius nem deu conta de Marlene parar, abrir a porta de um quarto e olhar para ele.

- É aqui o quarto do Harry. Eu tenho de trabalhar, por isso vou deixar-vos a sós. – depois de beijar Sirius, ela deu meia volta e seguiu o seu caminho, deixando Sirius com os seus pensamentos, à porta do quarto do afilhado.

Ficou a olhá-la até ela desaparecer no corredor, com o seu jeito gracioso de andar. Um novo pensamento surgiu na sua mente. Voldemort tinha voltado e todos corriam mais perigo do que nunca, principalmente os elementos da Ordem da Fénix e aqueles que estavam, de alguma forma, ligados a Harry. Voldemort certamente começaria por tentar atingir o seu pior inimigo no seu ponto fraco… as pessoas que ele mais amava. Mas Sirius estava disposto a dar a sua vida, se necessário, para que isso não acontecesse.

Deixando finalmente os seus pensamentos de lado, Sirius observou Harry que dormia calmamente. Pelo que soubera, foi preciso dar-lhe uma poção de sono bem forte para mantê-lo no hospital e para que ele não azarasse a enfermeira que vivia a chateá-lo a toda a hora. Sirius não pode conter um sorriso de orgulho pelo seu afilhado e, pelo menos por alguns minutos, conseguiu esquecer as suas preocupações anteriores, recuperando um pouco do seu espírito maroto.

- Bela adormecida! Está na hora de acordar!

Harry remexeu-se na cama e virou-se para o lado de Sirius, enquanto abraçava a almofada.

- Vá lá, pai… mais cinco minutos! – resmungou ele – Eu estava a ter um sonho tão bom!

- E por acaso tinha alguma ruiva no meio? – agora o ar maroto de Sirius era por demais perigoso.

- Aham! Deixa-me dormir só mais um bocadinho!

Harry não dava mostras de querer acordar.

- E o que é que estarias a fazer com ela para o sonho ser tão bom?!

- Ah… nós… – Harry sorriu de olhos de fechados – … estávamos sozinhos e…

Harry parou de repente.

- E… o que é que estavam a fazer?!

Sirius deu um salto quando Harry abriu subitamente os olhos e encarou Sirius confuso. Esfregou os olhos antes de colocar os óculos que estavam ao lado da cama.

- Sirius! – disse ele com voz ensonada – O que é que estás a fazer aqui?!

Sirius fingiu-se ofendido, sentando-se na cadeira ao lado da cama e cruzando os braços em jeito de protesto.

- Nossa! Que entusiasmo em ver o teu padrinho! Ainda por cima eu estava quase a descobrir que tipo de sonhos andas tu a ter com a Ginny!

Harry abriu a boca e voltou a fechá-la, gesto que repetiu várias vezes, sem, no entanto, conseguir pronunciar-se.

- Então admites que andas a ter sonhos pouco inocentes com ela!

Harry corou subitamente e lançou um olhar aborrecido para Sirius.

- Isso é algo que nunca irás saber!

- Ah! Vá lá, eu sou o teu padrinho! – vendo que não iria arrancar nada de Harry, Sirius mudou de assunto. – Então? Mal eu tiro os olhos de ti e já arranjas problemas?

- Ei! – protestou Harry – Eu não arranjo problemas…

- Sim, sim, eu sei! Eles é que vêem atrás de ti! A questão agora é: não é porque Voldemort voltou que te vais armar em herói, percebes? – Sirius adquirira um tom de voz sério, quase que paternal – Voldemort vai tentar atingir-te de todas as formas possíveis e terás de ter muito cuidado a partir de agora.

Harry sentou-se na cama e baixou a cabeça tristemente.

- E é por isso que tenho de o parar antes que ele faça mal a algum de vocês.

Sirius abanou a cabeça.

- Harry olha para mim! Eu, os teus pais, os teus amigos, a Marlene… todos nós sabemos defender-nos. Não quero ver-te tomar atitudes idiotas, colocando a tua vida em risco por causa de um de nós. Já te esqueceste do que aconteceu no ministério há dois anos atrás?

- Como é que eu me poderia esquecer? Tu caíste no véu!

- Não é disso que eu estou a falar, Harry! Voldemort quase te apanhou. Ele poderia ter-te morto naquele dia e como achas que eu me sentiria se te acontecesse isso, ainda mais sabendo que estavas lá porque pensavas que me estavas a salvar? Como achas que os teus pais se sentirão se te acontecer alguma coisa? – Sirius respirou fundo antes de continuar. Decididamente estava em dia de se exaltar com toda a gente – Podes ter um poder inigualável, Harry, mas continuas a ser humano, com sentimentos, com pontos fracos, com falhas. – Um sorriso sincero surgiu nos lábios do maroto – Acho que é nestes momentos que o teu pai desejaria que não fosses tão parecido com ele.

Harry ouviu tudo aquilo em silêncio, sem esboçar nenhuma reacção, apenas continuando a olhar para baixo, para as mãos que remexia nervosamente. Sirius levantou-se e colocou uma mão no ombro do afilhado.

- Pensa no que eu te disse. Eu vou ao salão de chá buscar qualquer coisa para comeres. Eu sei o quão horrível a comida aqui pode ser.

Sirius deixou o quarto olhando uma última vez para Harry, que continuava pensativo. Enquanto fechava a porta atrás de si, Sirius não pode deixar de pensar quando se tornara tão responsável e deixara de ser o Padfoot, para se tornar o Sirius adulto.



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Depois de três anos e meio, lá estava ele outra vez, a entrar naquela escola como professor de DCAT. Após ter sido suspenso do seu cargo no ministério, Remus achou que jamais alguém voltaria a oferecer-lhe um emprego, pois, por mais que tentassem lutar contra isso, ele sempre era vítima de preconceito por ser lobisomem.

Noutros tempos, ele teria considerado aquele castelo a sua casa, já que não tinha família, o grupo de amigos era muito reduzido e não tinha o que se pudesse chamar uma vida feliz. Mas agora era diferente. Ele era casado, amava Nymphadora e tinha uma história para construir em conjunto com ela, pelo que lhe custava deixar isso tudo para regressar a Hogwarts. Tivera longas conversas com ela e todo o apoio que poderia ter desejado. Mas, mesmo assim, sentia-se pouco confiante e cheio de receio.

Ao atravessar a porta principal do castelo, esses sentimentos negativos foram colocados de lado. Os alunos olhavam para ele e alguns chegavam mesmo a sorrir-lhe, dando-lhe as boas vindas. Os quadros acenavam-lhe e faziam vénias com a cabeça e os fantasmas apareciam do nada para o cumprimentarem.

De todos aqueles alunos, houve um grupo que lhe chamou a atenção. Hermione e Ron, que estavam acompanhados de James e Sirius do passado, mal o viram, correram na sua direcção a toda a velocidade.

- Professor Lupin! – disse Hermione ofegante – Sabe alguma coisa do Harry? Há dois dias que o levaram para St. Mungus e ainda não sabemos nada sobre ele! Como é que ele está?

Sirius e James aproximaram-se também, olhando com curiosidade para a versão mais velha do seu amigo. Remus sorriu tranquilamente para o grupo.

- Posso garantir-vos que o Harry está bem! – um raro sorriso trocista surgiu nos seus lábios – Ouvi dizer que ele pôs o Sirius a falar em latidos, só porque ele fez um comentário qualquer sobre sonhos pouco inocentes contendo ruivas! Deu um trabalhão reverter aquele feitiço. – Remus fez uma cara inocente e pensativa – Onde será que ele aprendeu aquilo?

Sirius abriu a boca de indignação, olhando de Remus para James ao seu lado. O professor limitou-se a esconder um sorrisinho.

- O Moony paga-mas! – disse Sirius entre dentes.

- Mas o que é que aconteceu com o Harry? – interrompeu James – O Ron falou qualquer coisa sobre ele ter sonhos com Voldemort. Qual ligação afinal é que os dois têm?

Remus olhou inquisitoriamente para Ron, como se o estivesse a repreender por uma asneira, gesto que foi repetido por Hermione. Dando um suspiro, Remus respondeu:

- Não é nada com que se devam preocupar. Foquem-se para já em estudar para os NIEM… e tentem não se meter em encrencas!

Sirius e James entreolharam-se aborrecidos, resmungando qualquer coisa como “quanto mais velho, pior” e deram meia volta despedindo-se com um aceno de mão. Se Remus bem os conhecia, as suas palavras tinham-nos deixado apenas mais curiosos e não descansariam enquanto não descobrissem tudo o que lhes estavam a esconder.



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Desde que conhecera Lily e, principalmente, desde que casara com ela, James nunca percebeu a sua irritante mania de fazer quase tudo à maneira Muggle. Cozinhar, arrumar a casa, conduzir carro, viajar de avião para outros países em vez de usar chave portal. Mas isso não era o pior! James nunca percebeu muito bem o motivo de Lily fazer questão de acompanhar as gravidezes em médicos muggles. Aquele consultório era assustador e o tipo de coisas que James lá encontrava faziam-no arrepiar-se todo, ao tentar imaginar para que é que aqueles instrumentos serviriam.

Tremia só de pensar o que é que a obstetra, a Dra. Michele Levy, iria fazer com aquela máquina enorme ao lado da maca onde Lily estava deitada, com a barriga descoberta.

- Vá lá… isto não me vai fazer mal. É só para fazer uma ultrasonografia para ver o bebé! Não queres ver o sexo dele… ou dela? Em St. Mungus não iria dizer e teríamos de esperar até nascer.

Lily tentava, em vão, acalmar James enquanto a sua médica não regressava da sala ao lado. James estava pálido e olhava, com olhos muito abertos, para tudo à sua volta. Lily não podia deixar de se divertir com a visão de ver um dos aurores mais corajosos ter medo de uma simples médica.

- Vamos lá ver como é que está esse bebé! – Disse a médica, entrando na sala, a calçar as luvas de látex.

- Doutora, poderia dizer ao meu marido que este exame não fará nenhum mal ao bebé? – James lançou um olhar frustrado para a ruiva – É que ele está muito nervoso, já que é a primeira consulta que ele vem comigo!

Michele sorriu de um modo compreensivo para James, enquanto colocava um gel no fundo da barriga de Lily.

- Não se preocupe, Sr. Potter. Não fará nenhum mal ao bebé. É muito natural que os pais se sintam nervosos nestes momentos. – Michele colocou um objecto muito estranho para James na barriga de Lily e começou a andar com ele de um lado para o outro, enquanto olhava para uma espécie de TV na sua frente. – Aqui está a cabecinha dele.

- Vamos poder ver hoje o sexo? Quer dizer… já estou com seis meses de gravidez e ainda não consegui ver nada!

- Das outras vezes não deu para vez porque sempre tinha o cordão umbilical na frente ou tinha as pernas cruzadas. É muito envergonhado… ou envergonhada!

James continuava a olhar para aquela máquina esquisita, tentando perceber o que a médica estava a ver e como é que ela se entendia com aquela camada de imagens distorcidas.

- Ora ora… – disse Michele com um sorriso no lábios e apontando algo na tela – Parece que vamos ter lacinhos em vez de bolas de futebol!

James não percebeu a piada da obstetra, mas, pelo sorriso de Lily, ela percebera muito bem.

- Quer dizer que estou grávida de…

- Exactamente! De uma menina!

James demorou alguns segundos a perceber o significado daquelas palavras mas, quando o conseguiu, esqueceu todo o nervosismo que aquele consultório lhe causava. Depois de abrir o seu maior sorriso, dar um abraço em Michele e beijar Lily, falou para a barriga de Lily.

- Estás a ver, Helena, eu disse que tinha razão! Aqui o papai nunca se enganou!


(Nota da beta: AHHHHHHHHHHHHHHHHH!!!!!!!!! Acho que nem preciso dizer nada, não é? * Lightmagid dá pulos de alegria enquanto agarra em todos os seus meninos e os abraça.* Guida!!! Eu vou chorar!! És a maior!!!) (Nota de Gui: *Gui faz uma vénia exagerada* Também não é preciso responder, não é? Tu mereces!)




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Silêncio! O tão desejado silêncio! Depois de 3 dias seguidos, trancado num quarto de St. Mungus, com a constante entrada e saída das enfermeiras e dos medibruxos, das visitas que não paravam de chegar, tinha finalmente regressado a Hogwarts. Não que ele não gostasse dessas visitas… pelo contrário… sem elas os seus dias teriam sido um tédio. Mas fartara-se de ouvir as piadas de Sirius sobre uns determinados sonhos. Mesmo tendo ficado felicíssimo com a notícia de que teria uma irmã, aquela estadia no hospital parecia nunca mais ter fim. Passados aqueles intermináveis dias, Harry nunca apreciara tanto o silêncio da Sala Comum de Gryffindor, em horário de aulas… sem ninguém para o chatear… sem nada para fazer, naquele instante… apenas ele, o sofá e o silêncio!

- HARRY JAMES POTTER! EU JURO QUE, SE ME VOLTAS A PREGAR UM SUSTO DESTES, QUEM-NÓS-SABEMOS TERÁ DE DESCER AOS INFERNOS SE TE QUISER MATAR!

Fora bom enquanto durara! Mas já que não podia apreciar a paz da sala, pelo menos apreciaria uma boa companhia… quer dizer… assim que ela se acalmasse.

- Ginny, meu amor, quanta ternura para comigo! – o tom brincalhão que Harry usou apenas serviu para enfurecer Ginny ainda – Acho que só mesmo Voldemort consegue ser mais carinhoso.

Ginny continuava parada de pé, a alguns metros do sofá onde Harry se sentara. Parecia ter corrido quilómetros para chegar ali o mais depressa possível, pois tentava a todo o custo normalizar a respiração e o seu rosto vermelho libertava inúmeras gotas de suor. No entanto, era nítido que estava prestes a explodir novamente, bem ao jeito Weasley. Harry conhecia muito bem a namorada e sabia que ela só tinha aquele tipo de reacções quando estava realmente preocupada, até porque não costumava irritar-se com facilidade... quer dizer… à parte as explosões típicas de Weasleys, que não eram tão raras como isso. Estava, portanto, preparado para a “explosão”, porém, em vez disso, Ginny soltou um pequeno soluço e escondeu o rosto entre as mãos, entre as quais grossas lágrimas escorriam. No instante seguinte, ela atirou-se nos braços dele e escondeu a cara no seu peito, enquanto lhe acertava com os punhos cerrados.

- Nunca mais me faças isto, Harry. Se te acontece alguma coisa eu morro!

No princípio, Harry assustou-se com o desespero da ruiva. Esperava gritos, coisas pelo ar ou até um tapa, como aquele que ela lhe dera no Verão, depois dele ter regressado do véu. Mas, quando percebeu que ela chorava, não pode deixar de dar um sorriso, não pelo facto de ela chorar… não… mas sim porque acabara de receber uma grande prova de amor. Apenas quem ama sofre pelo outro daquele jeito.

- Tem calma. Está tudo bem. – disse ele baixinho, afagando-lhe os cabelos, enquanto a abraçava com ternura, tentando transmitir-lhe segurança. O seu tom brincalhão desapareceu por completo – Não há nada com que te devas preocupar.

Ginny ergueu os olhos, agora vermelhos devido ao choro.

- A Hermione contou-me que Quem-nós-sabemos voltou. Como foi possível isso acontecer? O que vamos fazer agora?

- Sim, ele voltou! Mas não vamos fazer nada por enquanto. Ou melhor… TU não vais fazer nada!

Um pensamento passou em milésimos de segundo pela mente de Ginny, que a fez abraçar-se novamente a Harry. Como que lendo a mente dela, ele respondeu:

- Está descansada, eu não penso terminar contigo. A não ser, é claro, que tu queiras.

- Merlin! É claro que não! Eu não te vou deixar por nada deste mundo, ouviste? Eu já esperei por ti tantos anos, esperarei quantos mais forem necessários. Mas eu quero ficar contigo!

Mais um sorriso se formou nos lábios de Harry. O toque de final das aulas fez-se ouvir, nesse momento, sinal de que, em breve, a sala comum iria encher. Lá se ia o momento de silêncio! No entanto, ficar assim, abraçado à namorada, fazia-o esquecer qualquer desejo anterior de ficar sozinho.

Nessa noite, todos festejavam o regresso de Harry. Ninguém, porém, fazia perguntas sobre o que acontecera, à parte das constantes interrogações de Lily e James do passado, para verificarem se Harry estava bem. Por mais que não transparecessem isso, James e Lily tinham ficado impressionados com a descoberta de que Harry e Voldemort tinham uma ligação, e, embora tivessem desistido de questionar alguém sobre isso, as suas desconfianças acerca dos poderes de Harry aumentaram.

Na manhã do dia seguinte, Harry desceu para o café da manhã com Ginny e achou estranho o burburinho que se instalara no Salão Principal. Muitos alunos liam assustados o Profeta Diário, outros falavam em voz baixa com os amigos. Tentando abstrair-se dos olhares que alguns lhe lançavam, Harry puxou Ginny até ao local onde Ron e Hermione estavam sentados. Ao ver o amigo, Hermione deu um suspiro e estendeu-lhe o jornal, antes que ele pudesse perguntar o que acontecera.

Na primeira página, um grande cabeçalho, com grandes letras, dizia: «FUGA EM MASSA DE AZKABAN». Mal colocou os olhos naquele título, pareceu que o peso do mundo lhe caíra novamente em cima dos ombros. Voldemort não perdera tempo e partira logo para a acção. Passou os olhos pelo resto da notícia.



Na noite passada, um grupo de Devoradores da Morte, com o auxílio de alguns aliados do exterior, evadiu-se de Azkaban, numa acção que deixou a comunidade bruxa estupefacta e receosa.

Quase todos os aurores que guardavam a prisão foram mortos, ou desapareceram misteriosamente, crendo-se, portanto, que terão sido levados como prisioneiros. Aqueles que escaparam a esses destinos juram ter visto o próprio Quem-Nós-Sabemos a liderar o ataque.

Estaremos nós perante mais uma ameaça? Terá Quem-Nós-Sabemos regressado à vida, realmente? E se ele nunca morreu, como será possível existirem tantas testemunhas que assistiram à sua morte, no Verão passado?

Contactado pelo Profeta Diário, o Ministro Scrimgeour recusou-se a prestar declarações, o que deixa sérias dúvidas na maioria dos bruxos sobre a capacidade do nosso Ministro proteger a nossa comunidade.

Deveremos depositar mais uma vez a nossa esperança no Menino-Que-Sobreviveu?

(A reportagem continua na página 3 com as declarações do porta-voz do departamento de aurores).




Alguns minutos se passaram até que Harry esboçasse alguma reacção, sendo atentamente observado pelos amigos, nesse intervalo. Primeiro veio o choque… puro choque! Mas logo este foi substituído por uma fúria incalculável.

O céu sobre Hogwarts escureceu de repente e um temporal de chuva e granizo abateu-se sobre o castelo, acompanhado de furiosos relâmpagos. Ginny, apercebendo-se da real causa daquela mudança súbita de clima, colocou uma mão no ombro de Harry, trazendo-o de volta à realidade. Nesse momento a chuva abrandou, porém não cessou completamente.

Na mesa dos professores, Joanne Boss olhava do tecto do Salão Principal para Harry, tomando atenção a cada uma das reacções do aluno. Os poderes dele estavam a tornar-se perigosos. Tinha de comunicar isso a uma certa pessoa.

Entretanto, Harry, já mais calmo, após ser obrigado por Ginny a tomar o pequeno-almoço, seguiu com os restantes colegas de ano até à aula de Poções dessa manhã. Depois dessa aula, teria DCAT, a primeira aula com Remus.

- Ei Potter!

Harry estagnou. Aquela voz arrastada e cínica só podia pertencer a uma pessoa e, normalmente, só tinha um significado: problemas!

- A que devo a honra de tamanho incómodo, Malfoy?!

- Tsc, tsc, Potter… sempre a achar-se o maior. – Draco Malfoy abanou negativamente a cabeça, com um ar de nojo, enquanto cruzava os braços na frente do peito, posicionando-se estrategicamente entre Crabbe e Goyle.

- Tal pai, tal filho! É impressionante como todos os Malfoys são chatinhos!

Malfoy dirigiu o olhar para James, que se aproximava de varinha em punho, pronto para defender Harry se fosse preciso.

- E é impressionante como todos os Potter são intrometidos! – Malfoy voltou a sua atenção para Harry, novamente, antes que James pudesse lançar-lhe a resposta que já estava na ponta da língua – Só vim dar-te um aviso, Potter. Agora que o Senhor das Trevas voltou, vai-te preparando, porque, desta vez, nem tu lhe escapas. Esta fuga de Azkaban foi apenas o começo… e se fosse eu a ti, tinha cuidado lá com a tua querida mãe Sangue de Lama. O Lord já a arrumou do caminho uma vez! – um sorriso maldoso, revestido de pura ironia aflorou-lhe nos lábios – Seria uma pena que lhe acontecesse alguma coisa… ainda mais com aquela barriguinha tão linda!

Os presentes sustiveram a respiração. Ameaçar Lily na frente de dois Potters não era saudável. James fez menção de segurar a varinha para azarar Draco, mas foi parado por Harry que, incrivelmente, se mantinha calmo.

- Malfoy, nunca ouviste aquela expressão muggle “Cão que ladra não morde”?! – Harry deu alguns passos, ultrapassando a distância que o separava do loiro. Quando estava bem perto, sussurrou-lhe para que só ele ouvisse – Eu já derrotei Voldemort de outras vezes e já o matei uma vez. Não me custará nada acabar com a raça dele de novo. – Harry aproximou-se ainda mais, com uma expressão fria – Tenta alguma coisa contra alguém da minha família ou contra um amigo meu e juro-te que vais desejar a morte, àquilo que eu te vou fazer.

O moreno sustentou o olhar frio durante mais uns segundos, ao fim dos quais virou costas, voltando para junto dos amigos.

- Potter, nunca te ensinaram que não deves virar as costas aos inimigos?! – dando uma risada sarcástica e vitoriosa, Malfoy apontou a varinha às costas de Harry – Sectumsempra!

Quem conhecia aquele feitiço engoliu em seco, esperando o momento em que Harry cairia no chão, esvaindo-se em sangue. Mas esse momento nunca chegou. O feitiço dispersou-se a meio metro de atingir Harry, como se ali existisse uma barreira invisível. Lentamente, Harry virou-se. As suas íris tinham escurecido, as suas pálpebras estavam semicerradas e as suas pupilas contraídas num pequeno ponto escuro, fixando o seu alvo. Na sua mão estava a sua varinha, fortemente apertada, que ninguém vira ele tirar do bolso.

- Ora, ora Malfoy! E eu a pensar que tinhas alguma inteligência e amor à vida… mas pelos vistos enganei-me. – uma voz puramente sarcástica saiu dos lábios de Harry.

Assustado com aquela faceta do seu inimigo que não conhecia, Malfoy recuou na direcção dos capangas, sem deixar de apontar a varinha a Harry.

- Tu… como é que tu… como é que conseguiste?!

- Digamos que sou um homem de muitas surpresas!

Hermione agarrara-se ao braço de Ron, tentando pensar se deveria ou não intervir. No estado em que Harry estava, muito provavelmente não iria restar nada de Malfoy. Ron, por sua vez ficara estático. Sabia que o amigo era poderoso e que podia ser frio quando queria. Mas aquele Harry era totalmente estranho para ele. Para já, Ron ia jurar que o amigo apenas pegara na sua varinha após de ter conjurado a barreira de protecção. Depois havia aquela frieza no olhar dele… um brilho mortal. Era nítido que Harry acabara de ultrapassar todos os limites que impunha a si próprio e perdera todo o controlo sobre os seus sentimentos.

Harry não sabia muito bem o que pensar. Num momento estava calmo, disposto a ignorar todas as provocações de Malfoy mas, quando fora obrigado a usar os seus poderes para se proteger, era como se a sua mente não obedecesse mais ao seu comando e a sua razão o tivesse abandonado. Por outro lado, queria parar com tudo aquilo, porém, uma força externa a ele impelia-o a acabar com Malfoy ali mesmo.

Aos poucos foi recuperando a razão e, depois de ficar mais calmo, finalmente percebeu a situação em que se encontrava. Pelo canto de olho conseguiu ver as expressões assustadas de todos, quer amigos, quer inimigos, o que lhe provocou uma imensa vontade de rir, logo seguida de um leve constrangimento.

- Desaparece daqui, Malfoy, antes que eu me arrependa de não te enviar para o Inferno. – a frieza da sua voz desaparecera por completo... Harry estava de volta.

- Isto não fica assim, Potter! – Malfoy parecia ter recuperado a sua coragem e o seu cinismo – Pensas que te vais safar desta? Não vão ser uns truques baratos que me vão intimidar.

- Acho que já basta por hoje, Sr. Malfoy!

Todos os olhares se dirigiram para o recém-chegado e alguns alunos soltaram até suspiros aliviados.

- Olá professor Lupin! – disse Harry, abrindo um sorriso inocente.

Remus Lupin lançou um olhar fulminante para o filho do amigo, fazendo-o calar. Depois voltou-se para Draco.

- Sr. Malfoy, menos 150 pontos para Slytherin por usar Magia Negra e comunicarei ao professor Slughorn este episódio.

Draco Malfoy cerrou os dentes e encarou o professor de DCAT com desprezo.

- E como sempre o queridinho Potter vai safar-se impune!

Os presentes podiam jurar ter visto um brilhozinho de vitória no olhar do professor de DCAT, mas, no momento seguinte, apenas existia um pequeno sorriso que ele normalmente dirigia aos seus alunos, nas aulas.

- Não vi o Sr. Potter fazer algo merecedor de penalização. Aliás, o único feitiço que eu o vi invocar foi um Protego não verbal. Não vejo porquê ele ser castigado! – vendo que Malfoy não iria responder, Remus dirigiu-se aos outros alunos. – Creio que é melhor irem, ou vão atrasar-se para a aula de Poções.

Pouco a pouco, os alunos foram dispersando, em direcção às masmorras. Harry fez menção de se retirar também, mas a voz de Remus impediu-o de prosseguir.

- Harry, tu ficas! Precisamos de conversar. Depois eu falo com o professor Slughorn.

James e Sirius lançaram olhares de pena para Harry, fazendo Remus do passado revirar os olhos. Certamente Prongs e Padfoot conheciam muito bem os sermões de Moony.

Harry seguiu Remus até à sala de DCAT. Esta estava praticamente igual ao que era na época em que Sirius era o professor, o que provavelmente significava que Remus iria manter o mesmo modo de dar aulas. Este sentou-se na sua cadeira, fazendo sinal a Harry para se sentar no lugar à sua frente.

- Hum…, Rem… quer dizer… professor Lupin, não tem aulas agora?

- Não te preocupes com isso, Harry. A minha próxima aula é com a tua turma. – Remus ficou sério de repente, envergando uma expressão de reprovação – Harry, mal sais do hospital e já arranjas problemas?! Se a tua mãe sabe disso, ela entra em trabalho de parto na hora!

- Foi o Malfoy quem provocou, professor! A única coisa que eu fiz foi defender-me!

Remus abanou a cabeça em negação.

- Não estou a referir-me a isso. Eu cheguei no momento em que Malfoy te atacou e pude ver aquele descontrolo.

Harry baixou a cabeça, tentando esconder a vergonha que sentia nesse momento.

- Eu não sei como aquilo aconteceu! Mas sei que não foi por minha vontade. Eu estava até disposto a ignorar o Malfoy. Mas, quando ele me lançou o feitiço, foi como se eu já não tivesse mais controlo sobre as minhas acções.

- Eu sei que ainda estás fragilizado com tudo o que aconteceu nos últimos dias…

- Fragilizado não! – Harry mostrou-se indignado, gesto que arrancou um sorriso compreensivo, mas ao mesmo tempo divertido do professor de Defesa.

- Andas a passar demasiado tempo com o teu padrinho. Ele é que costuma reagir a qualquer palavra que, no conceito dele, possa pôr em causa a sua masculinidade. – Vendo a cara emburrada de Harry, Remus apressou-se a explicar. – O que eu quis dizer é que toda esta situação, o regresso de Voldemort, a evasão de Azkaban, afectou o teu auto controlo e, na primeira vez que usaste os teus poderes depois disso, não conseguiste dominá-los mais. Eu vi o que aconteceu hoje no café da manhã, quando leste a notícia. E, depois de ter ido falar com a Joanne, chegámos à conclusão de que será necessário reforçar os teus treinos para evitar situações como a de agora há pouco.

Harry não respondeu de imediato. Sabia que Remus estava correcto e sentia-se envergonhado por tudo o que tinha acontecido nessa manhã. Mas mais horas de treino significavam menos horas com Ginny e com os amigos e uma maior dificuldade em esconder aquelas aulas dos restantes colegas. Por outro lado, Harry sabia que estaria a colocar a vida dos amigos em risco se voltasse a acontecer o mesmo de alguns minutos atrás.

- Como acharem melhor! – disse ele por fim, com determinação – O que eu mais quero é controlar estes poderes de uma vez por todas.

- É assim que se fala, Harry! E, a partir de agora, eu vou ajudar nos teus treinos.

Apesar do aperto que o sufocava desde que lera o jornal, não podia deixar de sentir alguma satisfação em voltar a ter aulas particulares com Remus. Seria como voltar aos velhos tempos.

- Bem, Harry, acho que já perdeste grande parte da aula de poções. Porque é que não te deixas estar por aqui, enquanto eu acabo de preparar a aula?

Pela segunda vez, em menos de vinte e quatro horas, Harry viu-se novamente sozinho. A única diferença era que ali, o silêncio não existia. Animais mágicos, quadros faladores, os seres mais estranhos… tudo lhe fazia lembrar Defesa contra as artes das trevas… a sua disciplina predilecta e, de certa forma, naquela sala, sentia-se reconfortado.

É… talvez afinal não preferisse o silêncio! Talvez devesse repensar se deveria guardar tudo para si. Não iria cometer os mesmos erros do passado… não deixaria que o regresso de Voldemort o afectasse como antes. Desta vez tinha a família, os amigos… muitas pessoas em quem confiava. Estava na hora de se abrir com alguém!



**************************************



- Este tempo está cada vez mais estranho!

- Achas, Remus?! – comentou Sirius ironicamente – olha que eu ainda nem tinha percebido!

- Mas o mais estranho de tudo é termos aqui o Remus como professor. – James teve de ser desviar para não ser atingido por uma almofada lançada por Remus. – Vais dizer que não é estranho?! Imagina só: já temos de te aturar todos os dias quando ainda tens algum sentido de humor. Agora vamos ter de aturar um Remus muito mais velho, muito mais responsável e, consequentemente, mais chato. – nova almofadada, mas, desta vez, James não foi rápido o suficiente e foi atingido em cheio.

- E o batedor Lupin acerta cruelmente com uma bludger assassina no nosso herói… o seeker Potter. Será que ele será capaz de agarrar a sua ruiva… digo, a snitch? – um olhar quase assassino foi lançado a Marlene, quer por James, quer por Lily, sob as expressões divertidas de Sirius e Remus.

- Mudando de assunto! – disse James rapidamente – o treino é no sábado às 7 da manhã, em ponto.

Remus assobiou, Marlene fez uma cara horrorizada, Sirius protestou e Lily… essa apenas manifestou a sua aprovação.

- Estás a ver, Marlene? – gozou a ruiva – irritaste o capitão, agora arcas com as consequências.

- Mas, assim, eu não vou nem conseguir passar direito a quaffle ou acertar no arco de marcação. Vou parecer um zombie!

James encolheu os ombros, como se não estivesse nem aí para os protestos dos amigos.

- De manhã é que se começa o dia. Além disso foi o único horário que o nosso querido director de Gryffindor nos disponibilizou. – James torceu o nariz, referindo-se ao facto de Remus Lupin ser o novo director da sua casa. – Tenho a certeza de com o anterior as coisas seriam diferentes.

- Isso é porque ele é tão fanático por Quidditch como tu! Não fosse o facto de tu e ele serem a mesma pessoa.

- Verdade, Sirius, mas isso não nega a realidade de que ambos somos perfeitos.

- E com um ego tão inflamado que admira-me que consigam ver mais alguma coisa além de si próprios.

James olhou de lado para Lily. Fazia tempo que ela não se referia ao ego dele e pensou ter sentido alguma censura nas palavras da ruiva. Mas essa sensação dispersou-se ao vê-la sorrir e deitar-lhe a língua de fora.

- Ah, qual é, Lily? Também não é assim.

Lily levantou-se, sentou-se no colo de James e apertou-lhe as bochechas como se estivesse a brincar com uma criança.

- É claro que não, meu despenteadinho! – e, dizendo isto, bagunçou-lhe os cabelos negros com ambas as mãos.

Os olhos de James, meio escondidos pelo cabelo, apresentavam um brilho típico de quando ele aprontava alguma das suas brincadeiras. Rapidamente, desviou os joelhos para um lado, fazendo Lily desequilibrar-se para trás. Ela deu um gritinho de susto, pensando que ia estatelar-se no chão. Mas, no último segundo, James segurou-a.

- JAMES! O QUE PENSAS QUE ESTÁS A….

Toda a fúria de Lily… qualquer sermão que estivesse por vir… tudo fora silenciado pelos lábios de James.

- E James Potter agarra a snitch… digo, a sua ruiva!

Instantaneamente, o beijo cessou!

- CALA A BOCA MARLENE! – gritaram James e Lily ao mesmo tempo, antes voltarem a olhar-se e prosseguirem o que tinham interrompido, ignorando qualquer protesto de Remus, insinuações maliciosas de Sirius ou comentários de gozo de Marlene.



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Algo de muito estranho se passava… uma sensação de perigo eminente provocava-lhe formigueiros no pescoço… agora os formigueiros subiam-lhe pela cabeça, como se algum bicho passeasse por entre os seus cabelos. A sensação parou… mas logo recomeçou a movimentação aproximando-se cada vez mais da testa. De repente, alguma coisa surgiu no seu campo de visão e o seu estômago contraiu-se. Aquilo não podia ser o que ele estava a pensar… não… simplesmente ele não aguentaria se fosse aquilo! Agora, o objecto do seu medo estava à vista.

- AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH! – o grito de Ron ecoou por toda a torre de Gryffindor, enquanto este lutava desesperadamente por arrancar da sua testa a aranha que nela passeava. Quando finalmente conseguiu atirar a aranha peluda para longe, olhou com fúria para dois ruivos, iguaizinhos entre si, ambos com carinhas inocentes. – FRED, GEORGE… O QUE É QUE VOCÊS PENSAM QUE ESTÃO A FAZER?!

- Nóooos?! – aquelas expressões inocentes intensificavam-se. Se Ron não os conhecesse, acharia que eles realmente não tinham feito nada. – O que é que nós poderíamos fazer ao nosso querido Roniquinho?! O que achas Gred?!

- Eu não sei, Forge… realmente não faço ideia. O que poderíamos fazer?!

Ron olhou para cada um dos irmãos, ofegando enquanto tentava controlar-se para não azarar os irmãos ali mesmo.

- Grrrr… eu vou embora antes que me aborreça. Só vim pegar o Mapa Maroto, mesmo! – agitou o pergaminho nas suas mãos, antes de virar costas e sair do dormitório, debaixo de piadas e ironias que os irmãos lhe lançavam.

Ao chegar à Sala Comum deparou-se com uma Hermione rodeada de livros e muito concentrada no seu trabalho. Harry e Ginny estavam mais afastados, conversando sobre algo que parecia ser muito divertido, porque Ginny ria-se com vontade do que Harry lhe sussurrava. Sem se dirigir ao casal, ele seguiu directo para a mesa onde Hermione estudava.

- Trouxeste o mapa? – perguntou ela sem tirar os olhos do livro. – Ou tiveste de enfrentar algum basilisk para o encontrar? Tendo em conta o tempo que demoraste e o grito que eu acabei de ouvir…

Ron atirou-se para uma cadeira, cruzando os braços em jeito de protesto. Hermione levantou os olhos do livro, com um sorrisinho trocista nos lábios, o que irritou ainda mais o ruivo. Mas o seu semblante ficou sério, quando os seus olhos se focaram em Danielle que atravessava a sala comum na direcção da saída. Sem dar tempo da Ron de dizer alguma coisa, arrancou-lhe o pergaminho das mãos.

- Juro solenemente que não vou fazer nada de bom! – no momento em que Hermione terminou de falar, as tão conhecidas linhas verdes começaram a desenhar-se. Os nomes de todos os ocupantes do castelo foram igualmente aparecendo, movimentando-se com os respectivos pontos. Mas a sua atenção voltou-se apenas para o pequeno ponto assinalado como Danielle Dumbledore A. – Ela está a dirigir-se para a saída do castelo.

- Eu ainda acho que devíamos contar isso ao Harry!

- Não podemos simplesmente contar-lhe as nossas desconfianças se não tivermos provas. Além disso, a Ginny adora a Danielle. Não me parece que queiras arranjar problemas com a tua irmã.

Ron pensou durante uns minutos, entre os quais olhava de relance para Harry e Ginny, que continuavam a conversar. Por mais que lhe custasse admitir, como sempre, Hermione tinha razão.

O ponto assinalado com o nome de Danielle, continuava a sua marcha, parando, de tempos a tempos, quando algum outro ponto se cruzava no caminho. Quando finalmente atingiu o portão principal, o ponto deslocou-se rapidamente, até à entrada da Floresta Proibida, até a um lugar que ambos conheciam muito bem.

- Esta não é a…

- Exactamente! A passagem secreta até à cabana dos gritos.

O ponto continuou a mover-se até que finalmente desapareceu do mapa. Hermione e Ron entreolharam-se preocupados, enquanto Hermione colocava de lado o mapa.

- Isto está a ficar cada vez mais estranho. Se ela pretende sair do castelo, partindo do princípio que ela conhece as passagens secretas, uma vez que conhece a do salgueiro, porque será que ela não usou a da bruxa de um olho só?!

- Talvez porque não queira sair do castelo. Talvez precise apenas de um lugar seguro para se encontrar com alguém fora de Hogwarts. – disse Hermione, como se tivesse acabado de descobrir o maior segredo do mundo – Do tipo, com um Devorador da Morte, sem que este precisasse de atravessar as protecções de Hogwarts. – Levantando-se rapidamente, Hermione agarrou num braço de Ron, arrastando-o até Harry. – Temos de contar ao Harry.

O mapa maroto ficou abandonado na mesa. Se alguém olhasse com atenção para ele, naquele momento, mais um ponto se movia junto à entrada da Floresta Proibida: R.A.B.



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- Vocês não podem estar a falar a sério!

- Harry, nunca falámos tão a sério na nossa vida! Sabemos que há um espião dentro de Hogwarts e é muito estranho que a Danielle desapareça assim sem nenhum motivo. – Hermione parecia estar prestes a chorar, pois Harry fazia-a sentir-se culpada por estar a desconfiar assim de Danielle. – Além disso é só uma desconfiança. Não temos certeza de nada.

- Hermione… eu só não percebo é isto: tinham tanta gente para desconfiar aqui dentro… vários devoradores da morte que estão em Slytherin. Porque é que desconfiam logo da Danielle? – apesar de parecer bastante aborrecido, Harry aparentava muita calma e paciência.

- Simplesmente porque todos sabem que eles são Devoradores da Morte. Um espião, normalmente, é alguém que ninguém pensaria que fosse. O que me faz desconfiar de Danielle ainda mais.

Argumento para aqui, contra argumento para ali, passou-se cerca de meia hora e ninguém conseguira fazer Harry ou Ginny mudarem de ideias. Estavam irredutíveis e começavam a dar mostras de algum aborrecimento.

- Olhem… eu não quero saber das vossas desconfianças! – disse Harry em tom de conclusão. – Eu acredito nas vossas boas intenções, mas eu confio na Danielle e acho que ela é uma espia, tanto como eu!

Um sininho soou na mente de Hermione. Algo na frase de Harry lhe parecia estranhamente familiar. Sim… ele já ouvira aquele argumento várias vezes e no final ele mostrara-se totalmente errado.

- Harry, isso era o que Dumbledore costumava dizer acerca do Snape. Não estarás a cometer um erro ao confiar demasiado nela?

Harry deu um sorriso sincero.

- Talvez… talvez seja mesmo tolo em não acreditar em vós… mas eu simplesmente não consigo desconfiar dela. Além disso, a Danielle é demasiado parecida com o tio.

- E colocarias a tua vida nessa crença? – era a primeira vez que Ron falava desde que fora calado apenas com o olhar de Ginny, que não conseguia acreditar que o irmão desconfiasse de uma das suas melhores amigas.

- Estou disposto a correr esse risco! – disse por fim o Menino-que-sobreviveu, encerrando a conversa.



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Já quase toda a gente tinha subido para o dormitório e o silêncio começava finalmente a reinar na sala comum de Gryffindor. Harry era das poucas pessoas que ali permaneciam, sentado na frente da lareira a observar cada movimento das chamas e perdido nos próprios pensamentos. Fora ali que pedira muitas vezes conselhos a Sirius e daria tudo para ver agora a cara dele ou do seu pai a aparecer naquela lareira.

Como que atendendo o seu desejo, uma cara surgiu na sua frente, não na lareira e não o seu pai, é certo, mas sim James do passado. Acompanhado por Remus e Sirius, os três marotos envergavam caras desconfiadas, as mesmas expressões que Harry vira neles há algum tempo atrás. Já podia até imaginar o que é que eles iriam perguntar.

- Então? Vais contar-nos o que se passa ou não?

Harry suspirou cansado e passou os dedos pelos olhos, por baixo dos óculos.

- Não acham que já está na hora de irem dormir?

James sentou-se na sua frente, com uma determinação que dificilmente seria vencida.

- Eu não estou com sono. E acho que nem o Sirius e nem o Remus estão.

- Olhem, não há nada de mais! Não se preocupem com isso, ok?

Sirius deu um pulo por cima do sofá e sentou-se ao lado direito de James, seguido de Remus, que ocupou o lugar à esquerda.

- Isso é o que toda a gente nos diz! Não se preocupem, não há nada! Nós sabemos que está a acontecer algo.

- A sério, Sirius! Não há nada de mais. É tudo fruto da vossa imaginação e da vossa ânsia de novas aventuras. – Harry fez menção de se levantar, mas James segurou-o pelo braço, obrigando-o a sentar-se de novo.

- Se não é nada, então porque é que todos parecem estar a esconder-nos alguma coisa? Porque é que tu tens sonhos com Voldemort? Porque é que tens essa cicatriz na testa, que começou a sangrar do nada?

Harry suspirou resignado. Agora era urgente falar-lhes alguma coisa, ou então eles iriam arranjar maneira de descobrir tudo e isso poderia trazer problemas.

- Olha, Harry! – Falou Remus calmamente – É óbvio que algo de muito estranho está a acontecer neste tempo. Para começar, existem pessoas como os teus pais, que parecem ter menos uns 15 anos do que a idade que realmente têm. E depois há outro facto muito esquisito. Porque é que nunca falas do Peter? Porque é que todos os teus amigos agem como se ele não existisse?

Remus tinha chegado ao busílis da questão. O mais responsável dos marotos acabara de enumerar factos que eram impossíveis de negar. O seu próprio pai parecia mais um irmão mais velho do que pai e não tinha como mentir acerca de Peter. Mas, se contasse a verdade, Peter nunca seria o guardador secreto dos seus pais e sabe-se lá o que poderia acontecer de pior.

- E outra coisa, Harry! – continuou James – Nós não somos burros! É impossível não notar os poderes nada comuns em ti!

- Muito bem! – disse Harry como que encerrando a discussão, enquanto pensava no que iria dizer. – Se eu vos contar o que aconteceu comigo deixam de me fazer perguntas? – esperou que os três acenassem em concordância antes de continuar – Voldemort tentou matar-me quando eu era pequeno. Graças a um feitiço protector invocado pela minha mãe, ele não chegou a atingir o seu objectivo e perdeu todos os seus poderes durante algum tempo. Mas a partir daí criou-se como que uma ligação mental entre nós os dois e eu posso sentir quando ele está furioso ou muito contente.

Harry calou-se aqui. Talvez tivesse falado de mais, mas já não poderia voltar atrás. Para seu grande alívio, nenhum dos três fez mais perguntas, parecendo que estavam a tentar digerir as informações que tinham recebido.

- E isto é tudo o que vocês podem saber! Podem desistir de tentar extrair mais informações de mim.

Sem dizer mais nada e antes que o pudesse impedir, Harry levantou-se do sofá e dirigiu-se ao dormitório. Para trás deixara três marotos ainda mais confusos do que antes e sem terem percebido nada do que lhes tinha sido dito. Um sentimento de culpa invadiu a mente de Harry. Não deveria ter-lhe falado nada, mas o que estava feito, estava feito e só lhe restava aguardar o que aconteceria a seguir.



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O dia estava perfeito para uma visita a Hogsmead, sem frio, sem chuva, sem vento: um perfeito dia de Primavera. Por todo o lado se viam casais de mão dada, nitidamente influenciados pelas hormonas que atingiam o seu pico nesta época. Olhares brilhantes… corações que batiam mais fortes… maçãs do rosto levemente coradas… palavras doces e expressões apaixonadas, ou as versões mais quentes: casais que desapareciam por entre os arbustos, ou becos da vila… garotas e rapazes que apareciam do nada, vermelhos, suados e com os cabelos desgrenhados…

Sentados na frente da Zonkos, um casal observava todo este ambiente, muito embora não se atrevesse a participar dele. À parte as palavras envergonhadas, nenhum outro contacto era feito entre Cedric e Danielle. Para Cedric, era nítido que existia uma química entre os dois… uma empatia que os aproximava. Apaixonara-se por ela no momento em que a vira pela primeira vez, mas, com o tempo, essa paixão foi-se convertendo em amor puro… não aquele amor que gera amizades fortes… mas sim aquele amor que une um homem e uma mulher.

Embora já tivesse namorado outras vezes, desta vez, Cedric sentia que era diferente. Nos seus anteriores namoros, entrara na relação de cabeça e fizeram tudo precipitadamente. É claro que nenhum deles durou mais do que algumas semanas e não amou verdadeiramente nenhuma dessas garotas. Agora com Danielle, pretendia fazer tudo direitinho, com calma… tudo bem planeado. Amava-a com todo o seu coração e não pretendia deixá-la escapar.

- Queres dar um passeio? – Danielle deu um pulinho, assustando-se com a voz de Cedric. – Desculpa… não queria assustar-te!

Danielle abriu um sorriso luminoso.

- Não faz mal. Eu estava apenas aqui concentrada a pensar numas coisas. Porque não vamos à Doces e Duques? Apetece-me um sapo de chocolate.

A doces e duques estava uma loucura, como em todas as visitas a Hogsmead. Os donos da loja pareciam enlouquecidos com tantos pedido que eram feitos. Danielle teve de esperar alguns minutos para ser atendia, mas, quando finalmente pode sair da loja, vinha carregada com uma grande embalagem de sapos de chocolate, que Cedric lhe oferecera.

Os dois caminharam até uma parte mais deserta da vila, já muito perto da Cabana dos Gritos, enquanto conversavam animadamente e comiam os sapos de chocolate.

- Hum… acho que os comemos todos! – lamentou-se Danielle ao fim de algum tempo. – Agora não me apetece muito ficar mais uma hora na fila de atendimento. Tenho a boca suja de chocolate?

Cedric encarou-a com uma expressão séria, mas com a boca a contorcer-se no que parecia ser um sorriso controlado.

- Senhorita Danielle, que vergonha! Uma menina tão crescida a sujar a boca com chocolate? – levando a mão à face dela, ele limpou levemente uma pequena mancha que chocolate que permanecia no canto da boca dela.

Uma sensação estranha tomou conta dele ao observar os lábios dela. Uma imensa vontade de beijá-la tomou conta dele. Não! Não podia assustá-la! Não podia apressar as coisas. Ele deve ter feito uma cara muito estranha, pois ela ergueu uma sobrancelha, como que fazendo uma pergunta muda, mas logo corou quando se apercebeu da proximidade dos dois. Instintivamente levou a mão à cara, colocando a sua sobre a de Cedric. Os olhos dele desviaram-se dos lábios dela para os seus olhos azuis, tão brilhantes, tão lindos… era como se emitissem algum tipo de magia. Ficou ali parado, como se estivesse hipnotizado, tão concentrado em observar aqueles orbes azuis que nem se deu conta de que os seus rostos se aproximavam, chegando até si o doce hálito dela, com cheiro a chocolate. Cedendo à lei da atracção universal, deixou-se levar pela força que o impelia a beijá-la. Passou os seus braços em torno da cintura dela, de modo a trazê-la para junto de si.

Apanhada de surpresa, Danielle retesou e colocou as mãos sobre o peito dele, para o afastar. Mas qualquer tentativa de quebrar o beijo foi esquecida de imediato e ela deixou-se levar também pelo momento. As suas mãos subiram pelo peito dele, passando pelo pescoço e enrolando-se por fim nos cabelos dele.

Ao final do pareceram ser várias horas, Cedric afastou-se finalmente e, quando abriu os olhos, viu Danielle, ainda de olhos cerrados, com a boca semiaberta, como se não tivesse energia para reagir. Lentamente, ela foi abrindo os olhos e sorriu docemente, um sorriso que iluminou o dia de Cedric mais do que o sol de Primavera. Sem pensar duas vezes, disse a frase que lhe estava entalada na garganta há já muito tempo.

- Eu amo-te, Danielle!

- Eu também te amo, Cedric!

(Nota de Gui: eu pensei, por breves segundos, colocar a Danielle a responder “Eu sei”, mas aí a Lightmagid iria acusar-me de andar a ver Star Wars demais! Por isso fico por aqui!
Nota de beta: AH AH AH! Realmente, se colocasses “eu sei” eu diria com toda a certeza “STAR WARS”. Se bem, que neste caso, o Cedric pode dar-se por contente pela Danielle não ter um pai psicopata (mas que é a minha personagem favorita na saga… Viva Uncle D!!!), com um máquina de carbonização!
Nota de Gui: *Guida junta-se ao coro de Light* VIVA O UNCLE D!)



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Harry bocejava pela milésima vez naquela tarde, tentando não deixar que Ginny o visse fazer isso e interpretasse esse gesto como um sinal de que ele estava aborrecido. Ela estava tão radiante depois de ter visto Danielle e Cedric beijarem-se, que Harry não pretendia estragar-lhe esse momento, até porque ele próprio estava feliz pelos amigos.

- Tens de começar a descansar mais, Harry! – disse Ginny maternalmente, depois de mais um bocejo – Andas a dormir mal?! Pesadelos talvez!

Harry suspirou resignado. Se havia alguém a quem não conseguia esconder nada, esse alguém era Ginny. Não o admirava nada… afinal ela também não conseguia esconder nada dele. Hermione costumava até dizer que eles eram tão ligados um ao outro, que parecia até que eram casados, ao que Ron respondia que nenhuma mulher ficava envergonhada por colocar as mãos dentro da camisa do marido.

Depois de terem ido ao Três Vassouras, passando pelo Zonkos e pelos correios, caminhavam agora, de mão dada, para a Doces e Duques. Além do cansaço, Harry sentia-se estranho nesse dia. Um nó na garganta começara a formar-se a partir do momento em que colocara os pés fora dos terrenos do castelo e um pressentimento de que algo estava para acontecer não deixava de o assaltar a todo o momento. Por mais que tentasse acalmar-se e esquecer tudo aquilo, a preocupação sempre vinha ao de cima.

Foi já na entrada da loja de doces que tudo aconteceu. Uma pontada na sua cicatriz fê-lo estagnar e olhar em volta, tentando procurar aquilo que mais receava.

- O que é que se passa, Harry?!

A voz de Ginny soou distante para ele… era como se a sua mente se projectasse para outro lugar, onde podia ver imagens que não eram definitivamente captadas pelos seus olhos. A cor do seu rosto desapareceu imediatamente, no mesmo momento em que se afundou sobre o peso da descoberta.

- Harry?!

Harry finalmente apercebeu-se da voz de Ginny que o chamava. Virando-se subitamente para ela, segurou-a pelos ombros.

- Ginny, tens de voltar para o castelo, o mais rápido possível!

- O que é que se passa?! Diz-me, por favor.

Antes de dar uma resposta a Ginny, Harry sacou da sua varinha e fechou os olhos durante alguns segundos. A ruiva apenas observava cada movimento que ele fazia, com uma imensa preocupação e sem perceber o porquê dele ter ficado assim. Quando Harry abriu os olhos apontou a varinha para a frente.

- EXPECTO PATRONUM! – diante dos olhos surpresos de Ginny, o cervo prateado do patronus começou a galopar, voltando imediatamente para junto do seu dono. Harry deu um passo na direcção do cervo e falou-lhe – Avisa Dumbledore e McGonagall de que Hogsmead irá ser atacada. Vai o mais rápido possível!

Enquanto o cervo prateado desaparecia ao longe, galopando a toda a velocidade, Ginny colocou-se na frente de Harry, segurando a sua face entre as suas mãos.

- Como assim, Hogsmead vai ser atacada?!

- Eu vi… eu vi na mente de Voldemort! Ele ordenou que matassem tantos quantos fossem possíveis. Enviou toda a sua corja na direcção da vila.

Os olhos de Harry abriram-se de surpresa, quando a sua mente gritou avisando-o de perigo. O seu instinto levou-o a abraçar Ginny e a aparatar com ela a alguns metros dali, mesmo a tempo de ver um jacto verde atravessar o lugar onde, milésimos de segundos antes, estivera a sua cabeça.

Soltando-se de Ginny, ele olhou para o local de onde viera o feitiço mortal e não foi surpreendido pela imagem que teve. Ainda com a varinha apontada, completamente vestido de negro, com os cabelos oleosos a caírem-lhe pelos ombros e os maldosos olhos negros fixos em Harry, estava o seu atacante.

- Severus Snape!





Nota de beta: Hum hum… por onde começar? Não sei!!! Eu sei muito bem qual foi a minha cena favorita! Eu sei! Tu sabes! NÓS SABEMOS!!! Viva à menina Potter!!!!
Guida! Eu estou a começar que sou uma má influência para ti! É que… AH AH AH… grande Harry… AH AH AH… a meter medo no miúdo platinado… AH AH AH! Muito bem maninha!! És o meu orgulho!!! E adorei esta última cena. Digam lá, caros e adorados leitores da guida, se esta autora… Sra. Guida Potter Gryffindor Magid… não é uma escritora de calibre?! Fazes o mundo da fantasia ganhar ainda mais vida!!! E nós aguardamos ansiosamente pelos próximos capítulos que EU SEI que estão quase a vir!!!
Afinal, ser beta tem suas vantagens!!
Nota de Gui: Pois, de facto, estás a ser uma má influência. Há alguns meses atrás eu não mataria a sangue frio uma garotinha de 10 anos. :-p E tem cuidado com as “vantagens de beta”. Eu posso mudar de ideias relativamente ao teu presente de aniversário. *Gui ri-se da cara zangada de Light* Estou a brincar! Estou a brincar!




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Nota de Autora: *Guida a entrar discretamente para ninguém a ver e azarar na hora*

Olá gente! Antes que me queiram matar por causa daqueles trechos que eu coloquei no orkut, eu aviso já que tenho outro capítulo prontinho e que irei postar ainda esta semana. *carinha angelical* Por isso pensem bem antes de me lançarem os vossos Avedas Kedabras.

Bem, este capítulo é dedicado à Lightmagid (ela sabem porquê… terá a ver com um certo nome «lindo, maravilho, perfeito»?... hum… não sei!) Digamos que é a primeira parte de um presente de aniversário adiantado. Mas as surpresas não terminam por aqui. Na sexta-feira há mais.

Então confirma-se, não é? O Harry irá ter uma irmãzinha! Falta saber se vai ser uma ruiva fogosa como a mãe ou uma marota inata como o pai. Mas isso são outros Carnavais e não vou entrar nisso agora.

Imagino o que vocês devem estar a dizer agora: “MAS O QUE É QUE TE DEU PARA TRAZERES LORD VOLDEMORT DE NOVO À VIDA E, COMO SE ISSO NÃO BASTASSE, AINDA LIBERTAR TODOS OS DEVORADORES DA MORTE E ATACAR HOGSMEAD?!” E eu respondo-vos: achei que a minha história estava a ficar muito parada, sem acção nenhuma. Além disso estava com saudades do meu segundo vilão preferido (o primeiro passou a ser o Behemoth, ou Behe, como eu lhe chamo, que a Lightmagid criou na fic “Magids”).

Antes de passar às respostas dos comentários, eu tenho uma pergunta a fazer-vos. Acham que a fic está a ficar muito cansativa… longa de mais? Ás vezes eu tenho essa sensação. Mas como diz Bernardo Cardoso, por vezes parece que as fics se escrevem sozinhas e então eu vou deixando seguir.

Passando às respostas:

Tati Pontas Potter: Uma palavra: Dramática! Que graça tinha se eu te contasse a história toda? É muito melhor descobrires os mistérios sozinha. Essa tua dupla personalidade é hilária… quer dizer… como tua mãe eu devo ficar preocupada com ela! Quanto a seres certinha… uma filha de Guida e Gabriel Griffindor Magid nunca poderá ser certinha! Que o digam os teus outros irmãos. No que diz respeito ao complô, acho mesmo bem que não haja nenhum, porque nenhum complô consegue vencer a minha teimosia em não dizer nada… quer dizer… com a excepção da Light. Na quinta-feira à noite (à tarde aí) eu devo aparecer no msn.

Ellessar: Welcome Back! Pensei que tinhas desistido… depois de tanto tempo sem comentar e sem postar novos capítulos! Quanto à explicação aos marotos, o Harry vai conseguir fugir da explicação mais uma vez, tal como viste neste capítulo, mas não se sabe até quando! Espera pelo próximo capítulo e creio que terás a tua resposta. No assunto da animaga, eu não posso adiantar nada, sorry!

Critiane Erlacher: Peço desculpa por ter demorado tanto tempo a postar este capítulo, mas eu prometo que o próximo só demorará alguns dias (até sexta-feira, no máximo). Eu bem tento que a Light escreva, mas é muito complicado para nós escrever, agora, por causa da faculdade. Mas eu vou ver o que posso fazer.

Hannah Burnett: Ainda bem que pelo menos alguém concorda comigo que o Voldie deveria ter voltado! Para compensar o capítulo anterior curtinho, este saiu bem grande, não? A Light, quando viu o número de páginas (25 páginas do Word), até disse, “Fogo! Estás com pedalada!” Ah… e esta semana ainda terá outro capítulo também bem grandinho.

Pontas Black: agradeço o convite para ler a tua fic, mas tal como já tenho dito muitas vezes, o meu tempo livre é muito curto. Então, quando estiver de férias, eu atenderei aos vossos convites.

Aldo P. Black: *Guida fingindo-se ofendida* Eu sou malvada? Não precisas de me repetir que eu não tenho coração! Já me bastou o sofrimento que eu passei para escrever aquele ritual e descrever a morte da menina. *voltando ao normal* Não é o fim do mundo, Aldo. Eu já perdi dois capítulos inteirinhos, uma vez, dois capítulos enormes que tive de escrever de novo. Tens de ter paciência! Outra coisa que me esqueci de perguntar no msn: Que história é aquela de acabares fazendo aquilo mesmo? Eu EXIJO saber!

Mike Magid: Vejo que já alteraste o teu user para o nome de baptismo da família Magid. Não adianta, acho que vou sempre chamar-te Alex. Mas eu prometo que vou tentar chamar-te de Mike. *Guida cheiinha de saudades*

Anderson potter: Nossa… fiquei sem palavras! Radical? Agradeço imenso… afinal foi o capítulo que mais trabalho me deu a escrever e eu queria que ele fosse perfeito. Quanto à Danielle… *Guida calada com um feitiço silenciador*

Priscila Bananinha: Cá está o capítulo e eu fiz-te a vontade! Sirius e Marlene em força! Bem… e esta história ainda tem muito para ser revelado! Espera para ver. *carinha angelical* Eu? Aprontar alguma coisa? Naaaa… só de vez em quando.

Expert2001: Sim… suspense! Mistérios, segredos por desvendar, pessoas suspeitas! Viva o suspense!

Beca Black: Pensaste no Dumbledore? Hum… a minha boca foi cosida com linha de aço, pelo que eu não posso revelar nada. Gostava de saber quais são os outros palpites. Será que poderias partilhar comigo? PS: eu também te adoro!

Lola Potter: Oi sobrinha linda! Nossa… obrigada pelos elogios. Vou tentar fazer sempre o melhor possível e deixar-te sempre extasiada com os capítulos. É bom saber que tenho evoluído positivamente.

Maria Lucinda Carvalho de Oliveira: Obrigada pelo comentário! Quanto à Jaline, ela prometeu-me que iria postar a fic quando as provas dela acabassem. O Kawa eu já não falo com ele há muito tempo. Mas quando eu falar um vou insistir com ele para que ele poste o próximo capítulo. Vou “puxar-lhe as orelhas” até ele nos presentear com mais 20 capítulos.

Madalena: *Guida fazendo carinha de choro* Sim… queriam casar-me com o Peter… fiquei traumatizada para o resto da minha vida. Tadinho do Harry mil vezes. Eu sou muito má com ele! E então? Os brigadeiros ficaram bons?

Sakura Li: O capítulo 25 foi “O capítulo”? Senti-me até a corar! A verdade é que o capítulo 25 foi o meu preferido até agora e o que eu mais gostei de escrever, embora me tenha sentido mal por matar a pobre menina.

Zoey Evans Black: Ei… não precisas de ficar com ciúmes! Eu AMO a personagem Sirius e fiquei muito revoltada com a morte dele no quinto livro. Mas à parte isso, o Aldo é o meu cunhado na família Magid e ele também é “filho” do Sirius. Digamos que tem um ego semelhante ao teu.

Cahh: Eu não sumi… mas quase! Sabes como é agora… provas na faculdade, muito trabalho! Mas em Agosto terei todo o tempo do mundo para gastar no msn.

ina clara: Actualizeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeei! *Guida fazendo dancinha da vitória*. Não te preocupes com a nota errada. São coisas que acontecem sem a gente dar conta.

JP Pontas: Eis o filho pródigo! Estava cheiinha de saudades do meu único filho homem (espero que ainda queiras continuar na família Magid, depois de tanto tempo). Tanto tempo sem aparecer… nossa! Tenho imensas novidades para te contar, mas isso eu faço por msn. Espero encontrar-te lá em breve. Para onde é que te posso enviar os emails? É que eu tentei várias vezes enviar-te emails e sempre dizia que a tua conta Hotmail tinha sido desactivada! Espera aí! Eu percebi bem? Leste três vezes? Pelas barbas de Merlin! Bem… até à próxima.

Camilla Victer: Respondendo à tua pergunta, eu sou portuguesa, daí o meu jeito de falar diferente. *Guida a desviar-se do Cruciatus* Estou a ver que tenho de ter cuidado. Essas maldições imperdoáveis começaram a chover de todos os lados.

Nina Black: O facto de James e Sirius terem saído, não quer dizer que o Harry deixe de aprontar com eles. O problema é que, com a volta de Voldemort, o Harry passou a ter preocupações que não tinha desde o Verão e esqueceu um pouco essas brincadeiras. *Guida atingida mais uma vez pelo feitiço silenciador, portanto impossibilitada de falar da mulher-corvo e do espião*

Daniela Potter: Tem calma lá com o “outro idiota”. Espera mais dois ou três capítulos e já vais saber o que vai acontecer com ele. Acredita… é muito pior do que a morte. Agora lembrei-me daquela frase do Dumbledore do quinto livro! O que é que a parte do Voldemort te fez lembrar? Diz, diz, diz! Eu quero saber!

Lóide Eunice Nascimento: Sabes… é nestes momentos que eu tenho uma vontade imensa de revelar quem é o espião, ou espia. Tenho de me controlar com todas as forças para não responder às vossas questões e realmente sinto-me mal por isso. Mas se eu disser se as vossas suspeitas são verdadeiras ou não, eu acabo com todo o suspense, que me deu um trabalhão enorme criar. Então é melhor parar por aqui antes que diga algo que não devo. Quanto ao regresso de Voldemort… é claro que vai trazer problemas e dos grandes. Mas eu tinha de o trazer de volta. Eu planeei isso desde as primeiras palavras desta fic e aguardava com ansiedade para escrever este capítulo.

Deby: *Guida fazendo pose de tia malvada* Eu deveria colocar a senhorita de castigo sim! *perde toda a pose de malvada e ri-se para a sobrinha, abrindo os braços para a abraçar* Estou a brincar. Não tem problema algum. *Tia orgulhosa cobre a sobrinha de beijocas* Não adianta fazer essa carinha pidona, porque eu não vou confirmar nem contrariar as tuas suspeitas. Vais continuar a sofrer, pelo menos durante alguns capítulos. Hehe!

neptuno_avista: Já não precisas de esperar mais! :-p Achei que melhor do que te enviar o trecho era enviar-te o capítulo todo, por isso, cá está ele. Não precisas ficar nervosa novamente.

llua: Bem… o capítulo 26 acabou de sair. Mas posso já adiantar que o capítulo 27 sai, em princípio, na próxima sexta-feira.

Felipe: De facto mitologia e antigo Egipto tornou-se uma grande paixão minha. Fico feliz que também gostes.

Sara Black: Repito o que disse a Pontas Black. Agradeço o convite, mas só poderei atender a ele quando estiver de férias e as provas da faculdade tiverem terminado. Ou seja, em Agosto.

Lightmagid: Inocente… tudo bem, pode até ser, mas eu ri-me a valer com ele! Não sei se o Gabriel achará tanta piada ao comentário. Mas enfim… mais uma vez deixas-me sem palavras para responder ao teu comentário. Acho que vou perdoar-te o facto de me teres chamado psicopata. Afinal nós as duas temos esse pequeno defeito. VIVA AS PSICOPATAS! OS VIZINHOS QUE SE CUIDEM! Será que, depois disto, o Pontas ainda tem vontade de ser nosso vizinho? Quanto àquela história dos níveis, eu agradeço as tuas palavras, mas eu tenho consciência de que ainda tenho muito, mas muito níveis mesmo para escalar até chegar ao topo. Só tenho uma coisa a acrescentar: para a próxima vê lá se comentas mais cedo, e não na hora em que eu estou quase a postar, ok? *posse de Sidius* É que depois eu demoro mais cinco minutos a postar e os meus leitores ficam com vontade de me matar.


Prontos… e mais um capítulo que fica pronto. Entretanto, eu volto na sexta-feira com outro capítulo novinho em folha. Talvez poste à noite, já que só irei entregar o capítulo para betagem nesse dia.

Até sexta e mil beijos desta leitora que vos adora,
Guida Potter.

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