A revelação



- Granger! – exclamou ele novamente enxugando com ferocidade seu rosto ainda úmido das lágrimas – que tipo de brincadeira é essa?
- Eu é que te pergunto Malfoy, que tipo de brincadeira é essa, não é você, não pode ter sido você, não pode... todo esse tempo... eu realmente estava gos... – Draco arregalou os olhos esperando que Hermione terminasse - ... porque você fez isso Malfoy?
- Eu não fiz nada, escuta aqui garota, eu não sabia que era você, só em pensar que te beijei... eu... eu não acredito que é você!
- O mesmo digo eu.
Draco apanhou suas coisas e...
- Eu vou dormir, já tive surpresas demais por hoje.
Ele saiu a deixando sozinha, que em seguida subiu para seu dormitório, mas tampouco conseguiu dormir, estava muito abalada.
“Como – pensou ela – como eu posso está... Ou melhor, pensar em gostar do Malfoy, se bem que não fazia a menor idéia que era ele, só que não parecia ele, estava tão volúvel, carinhoso, sensível, me fazia me sentir tão bem e... Por Merlim Hermione! É o Malfoy, nunca se esqueça disso”.
No outro lado do castelo Draco estava realmente alterado. “Como ela pode ser a sangue ruim da Granger – pensou ele – todo esse tempo eu ansioso para conhece-la, e chegar hoje eu descobrir que ela é a Granger e em pensar que eu a beijei... Mas como eu poderia saber que era ela, não sou nenhum adivinha, e ela me consolou quando mais precisei, preencheu o vazio que eu estava sen... Mais o que eu estou pensando? Ela deve ter feito algum feitiço comigo e...”.
Nesse momento ele abrira a gaveta e jogara lá dentro sua máscara, seu gorro e percebeu que pegara junto as suas coisas o ohashi de Hermione, ele fez menção de quebrá-lo, mas hesitou e o jogou na gaveta e foi se deitar.
No outro dia Hermione foi para aula de porções com a Sonserina, sentou-se entre Harry e Rony, mais atrás Crabbe, Goyle e Draco Malfoy.
- Abram na página 352, formem duplas para realizarem a porção para crescer cabelo.
Harry iria com Rony e Neville que normalmente era o par de Hermione faltara a aula. Hermione ergueu o braço.
- O que é agora Granger?
- É, professor, eu estou sem par, será que posso fazer a porção sozinha? – perguntou hesitante.
- Que parte do “façam em dupla” você não entendeu? – falou Snape, eu não tenho culpa se você não tem dupla, mais se a senhorita que se acha a sabe tudo quer fazer a porção sozinha, não precisa ficar se exibindo toda hora para seus colegas, só porque pensa que sabe mais que todos... – os olhos de Hermione estavam marejados -... acho que dessa vez você vai ter que pegar um zero e...
- Professor. Eu também estou sem dupla.
Snape olhou para Draco, viu que Crabbe e Goyle faziam juntos e que Pansy não comparecera em sua aula, ele realmente ficou furioso e não queria fazer o que infelizmente fez.
- Bem Draco, acho que você terá que fazer seu trabalho com a Granger.
Os dois se entreolharam, naquele momento era o que os dois menos queriam. Hermione pegou suas coisas e foi sentar-se ao lado dele, era isso ou um zero em porções.
Eles começaram a ler o livro e preparar os ingredientes, o silencio modorrento pairava sobre suas cabeças, Hermione cortava suas mandrágoras de cabeça baixa e de vez em quando levantava os olhos discretamente para olhar Draco o que era recíproco.
- É... é... – gaguejou Hermione se perguntando se devia ter começado a falar, mas jaz que começou... – a sua amiga está melhor?
- Está – respondeu com uma palavra simples, objetiva e cortante.
- É... ela é a sua mãe? – perguntou hesitante.
- Isso não é da sua conta Granger, vamos terminar logo com isso – falou sem olhar pra ela.
Hermione sentiu-se muito mal, mas não demonstrou. Eles foram os primeiros a acabarem o trabalho, levaram a nota máxima, provavelmente porque fizeram juntos, do contrario Snape daria um jeito de diminuir a nota de Hermione, como sempre fazia.
- Granger! É, era a minha mãe.
Hermione se virou para olhar Draco, quando ia falar algo. O sinal tocou.
Era a ultima aula de Hermione. Harry e Rony foram treinar Quadribol, ela foi pensar um pouco em frente ao lago da lula gigante embaixo de sua árvore favorita, ficou pensando em tudo que havia acontecido, ela sentia-se sufocar, pois não sabia porque não conseguia chorar, fazia uns três meses que não chorava, prometeu para si mesma que não iria chorar e agora por mais que quisesse não conseguia, no Maximo seus olhos marejavam, mas nem uma se quer lágrima escorria, e tudo a sufocava, seu coração se comprimia, doía, faltava-lhe ar, era um sentimento que não sabia explicar, ela não sabia mais chorar. Ela tirou de seu pescoço o cordão que Draco lhe dera o olhou fixamente, levantou-se e fez menção de quem iria o arremessar com toda força de sua alma, mas no ultimo instante desistiu, e o apertou sobre o peito.
“Porque? – pensou – ele não significa nada pra mim, eu o odeio, depois de tudo que ele me fez e aos meninos, ele realmente atormentou bastante minha vida, nós não temos nada a ver um com o outro, somos completamente diferentes, eu sou uma Grifinória e ele... Um Sonserino, como ele próprio diz uma sangue ruim e ele um sangue puro, porque tenho que ficar pensando nele, eu o odeio”.
Hermione subiu para se encontrar com Harry e Rony no salão comunal, mas quando chegou lá só Harry estava, ela sentou e aproveitou a ausência de Rony para conversar com Harry.
- Harry! – exclamou ela.
- Que?
- Você acha possível gostarmos de uma pessoa que é totalmente diferente, quero dizer, é possível gostar de alguém que não tem nada a ver com você?
Harry que estava olhando fixamente para Hermione, deu um sorriso de canto de boca, provavelmente, ele penara que Hermione estivesse falando de Rony.
- Ah Mione – falou ele – acho... que... acho que é possível sim, tipo, você nunca ouviu dizer aquele ditado que “os opostos se atraem”, então, acho que você deveria dar uma chance para ele, vai em frente.
Hermione se surpreendeu, não era bem isso que ela esperava ouvir, talvez se ele soubesse de quem ela estava falando, mudasse de idéia, mas ela não queria falar de quem se tratara.
- Mesmo que – continuou ela – mesmo que ele seja uma pessoa que você poderia imaginar, quero dizer, se ele fosse alguém que se fosse o ultimo homem do mundo mesmo assim não deveria gostar dele.
“Uau, não sabia que a Mione tem tanto receio de tomar o primeiro passo, mas Rony não irá tomar, ele ta muito chateado”.
- Bem Mione – falou ele – vai em frente, vida não teria graça se não corrêssemos riscos, vai garota.
Hermione saiu daquela conversa muito pensativa e foi se deitar.
Naquele final de semana, eles tinham visita a Hogsmeade, era verão e a temperatura era realmente quente, ela usava uma camiseta rosa e uma saia branca, Harry e Rony estavam de camisa e bermuda, eles estavam voltando da dedos de mel quando Harry pediu ajuda a Rony para comprar um presente pra Gina, por mais que Hermione insistisse que ela deveria ir pra ajudar, Harry se recusava a permitir que a menina fosse junto.
Hermione parou numa simples praça, sentou no gramado, estava procurando uma sombra, mas parecia que todas estavam ocupadas, até que avistou uma vaia perto do chafariz, se sentou lá e terminou de beber seu chocolate gelado com chantilly.
Inesperadamente o céu começa a escurecer e logo em seguida a chuva chegou, forte e trovejosa, ela tentou correr, mas era muito difícil com aquela aglomeração de alunos que tentava se abrigar, ela foi ao três vassouras, lotado, a Zonkos, lotado, dedos de mel, lotado, ela estava correndo quando...
- Aaaaaaaaaiiiiiii.
Hermione ouviu um grito, se virou e viu Draco ali, jogado no chão e um galho de árvore sobre sua perna esquerda.
Um faísco de luz corta o céu e um som modorrento pairou, um raio acabara de acertar na árvore que estivera sobre Draco. Um enorme galho estava caindo em sua direção quando.
- Wingardio Leviossa.
Draco viu que era Hermione.
- Vamos! – gritou ela – saia já daí, está muito pesado não sei por quanto tempo vou agüentar.
- Não posso, minha perna está presa.
Hermione já não estava agüentando mais até que...
- Estupefata!
A garota estuporou o galho q virou pó caindo sobre Draco, ela correu até ele e com muito esforço conseguiu remover o galho sobre a perna dele, sem soltar nem uma só palavra, ela o ajudou a se levantar.
- Pra onde vamos? – perguntou ele.
- Não sei.
- Pro três vassouras?
- Não, já fui lá, está impossível de entrar –falou ela – todos os lugares estão cheios, só a... É claro, a casa dos gritos.
- Você está louca, eu não vou entrar lá.
- Porque não é o único lugar.
- Essa é uma idéia suicida.
- Você está com medo Malfoy?
- É óbvio que não, mas não temos como entrar.
- É claro que temos, ela está aberta.
- Granger pensei que fosse mais esperta. Aquela casa é fechada por todos os tipos de feitiços.
- Não, ela não é, é só usarmos um Alorromora que poderemos entrar, e aí, vamos ou você está com medo?
- Vamos – disse ele – mas não iremos conseguir entrar, só perderemos tempo e preciso me sentar, minha perna está doendo muito.
Eles correram em direção a casa dos gritos, entraram pelo portão e pararam na soleira da casa, Draco se sentou enquanto Hermione tirava sua varinha e.
- Alorromora!
A porta se abriu, Hermione lançou a Draco um olhar “você ainda quer teimar comigo”, eles entraram.
- Isso aqui ta imundo! – exclamou Draco com cara de nojo.
Eles subiram até um quarto que estava bem arrumado e decorado, a cara de Hermione, Draco se sentou na cama.
- Como você soube disso aqui? – perguntou Draco.
- Ah, venho aqui desde o começo do quarto ano.
- Quer dizer que a senhorita certinha anda saindo escondida do castelo, e o que você faz aqui? Ou melhor, com quem?
- Não é nada disso que você está pensando, é que às vezes preciso ficar sozinha e venho pra cá através da passagem.
- Ahhh – gemeu Draco de dor colocando as mãos sobre o machucado da perna.
- Deixa-me ver isso – falou Hermione se aproximando.
- Não precisa – retorquiu Draco – eu já to melhor.
- Mas ta sangrando.
- Eu não preciso da sua ajuda Granger – falou Draco.
Hermione fingiu que não ouviu, tirou sua varinha e...
- É Malfoy... Você vai ter que tirar sua calça – disse ela sem graça.
- Você ficou louca, eu não vou ficar só de cueca na sua frente!
- Ora vamos, não tenho nenhum interesse em ficar te observando.
Ela acabara de ter uma idéia, abriu sua mochila e tirou uma saia preta e uma blusa tomara que caia vermelho.
- Tome – disse ela jogando a saia preta para Draco – vista-a.
- Eu não vou vestir isso.
- Você é um idiota Malfoy – gritou ela – você está aí se corroendo de dor, está quase pra perder um pedaço da perna, não quer ficar de cueca na minha frente e nem vestir a saia parece que prefere ficar só com a metade da perna.
- Ta – disse ele – mas não se atreva a contar pra ninguém que me viu usando saia.
- Ta...
- E vire de costas pra eu mudar de roupa e não se atreva a rir.
Hermione virou-se, segundos depois ela forçava os lábios para não rir de Draco, imagine a cena, o famoso Draco Malfoy usando uma saia preta rodada.
- Agora vire-se quero mudar essa blusa molhada.
Draco virou, o que não ajudava muito porque podia ver tudo através do espelho, reparou na finíssima cintura de Hermione e não pode deixar de perceber a saia branca que ela usava que estava toda encharcada e altamente transparente.
Ela pegou nos cabelos como se fosse prende-los.
- Droga! – exclamou – será que realmente perdi meu ohashi, mas já procurei em tudo que é canto.
Draco se lembrou que estava com o ohashi dela, que havia o pego por engano, e que ele estava bem guardado em sua gaveta.
Quando ela se virou ele pode perceber que ela estava usando o cordão que lhe dera, ela olhou para o cordão, virou de costas, o tirou e o jogou em sua mochila. Draco fingiu não ter visto nada.
- Deixe-me ver seu ferimento.
- Quem me garante que você não vai tentar me prejudicar?
- Draco, se eu quisesse isso já teria feito.
- Você me chamou de Draco?
- Desculpe Malfoy.
- Não! – exclamou ele – eu prefiro Draco.
- Então ta, pode me chamar de Hermione, agora deixe eu ver logo esse ferimento antes que piore ou inflame.
Draco deu uma leve suspendida na saia o que deixou Hermione vermelha, se segurando para não rir dele, estava realmente engraçado.

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