A índia



O resto das férias transcorreu normalmente. Durante esse período Harry esqueceu, ou pelo menos tentou ao máximo deixar de lado, toda aquela história de Voldemort, profecia e horcruxes. Ele e Gina estavam virando grandes amigos, mas, interiormente, os dois não estavam satisfeitos com essa situação, queriam mais do que amizade. Porém, lutavam bravamente contra essa vontade, na cabeça deles, precisavam disso.
O casamento de Gui com Fleur, que aconteceu na sexta-feira entes da volta às aulas, foi um sucesso. O noivo já não estava mais com uma aparência horrenda, mas, de vez em quando, sentia uma vontade insaciável de comer carne mal-passada. A noiva estava, como sempre, maravilhosa, seus cabelos loiros combinavam perfeitamente com a tiara emprestada pela Sra. Weasley.
No domingo, seguiram para o beco diagonal para comprar suas coisas para mais um ano letivo em Hogwars.
Agora, era dia primeiro de setembro e lá estavam eles, despedindo-se da família Weasley para embarcar no Expresso Hogwarts e, para variar, atrasados para pegar o trem.

- Tchau! - disse Rony antes de atravessar para plataforma nove e meio.

- Tchau Roniquinho! – respondeu a Sra.Weasley, o que (Harry pode perceber antes do amigo atravessar) deixou Rony completamente vermelho, numa mistura de raiva e vergonha – agora vai, Hermione, querida – continuou, agora virada para Hermione.

- Tudo bem! Até o natal!

- Até o natal, querida! - dessa vez foi o Sr. Weasley que respondeu – vá você agora, Gina – disse depois que viu Hermione desaparecendo.

- Tchau, mãe! Tchau, pai!

- Tchau, filha! – responderam os dois quase ao mesmo tempo.

Então, Gina seguiu para a plataforma.

- Bom, então vou lá! – disse Harry, se preparando para atravessar.

- Calma Harry! Precisamos falar com você – disse o Sr. Weasley.

- Sobre o que? – estranhou.

- Bom, você deve ter recebido uma carta de Dumbledore, não?

- Sim, recebi. Mas como você sabe?

- Ele também mandou uma para o Ordem, que citava que você também receberia uma.

- Ah, sim... Ele também disse na minha que mandaria uma para vocês – disse Harry se lembrando das palavras do professor.

- Então, só queríamos dizer, que estaremos procurando saber mais sobre as horcruxes, como: quais são as outras duas ou onde estão, começaremos tentando desvendar o mistério daquele falso medalhão para saber onde está o verdadeiro. - (Harry já tinha entregue o medalhão a eles e contado a história de como foi que chegaram até ele) – assim que tivermos notícias concretas, daremos um jeito de te avisar, talvez por algum professor, já que mandar corujas seria muito arriscado. Mas pode ficar tranqüilo, pois não iremos atrás de nenhuma delas sem você – concluiu.

- Agora vá, querido, o trem já deve partir - preveniu a Sra. Weasley.

- Tudo bem – disse Harry, um pouco confuso com tanta informação, antes de atravessar para a plataforma nome e meio.


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Ao chegar, foi correndo para dentro do trem, que já estava começando a partir. Procurou pelo vagão de Gina, Hermione e Rony, mas não os achou em vagão algum. Então, sentiu um aroma de flores muito familiar cada vez mais perto. Quando sentiu que o cheiro estava muito próximo a ele, sentiu duas mãos sendo postas sobre seus olhos:

- Adivinha quem é? – ouviu uma voz encantadoramente doce perguntando.

- Hum... muito difícil... – respondeu sarcasticamente – deixa eu ver... é ruiva?... não...– fingiu estar pensando – desisto!

- Ah... seu bobo – disse, ainda sem tirar as mãos dos olhos dele – é claro que sabe!

- Sei?! – disse cinicamente - Juro que não.

- Há, há, há! – riu falsamente - tudo bem, então também não vou te contar o que eu descobri!

- O quê que você descobriu, Gi?

- Ah... não disse que você sabia quem era? – disse tirando as mãos do rosto do garoto e ficando de frente para ele.

- Tava só brincando com você, já sabia que você estava perto antes mesmo de você chegar.

- Jura? Como?

- Pelo seu cheiro – respondeu sem pensar.

Logo assim que percebeu o que disse ficou ligeiramente envergonhado, mas resolveu agir naturalmente.

- Pelo meu cheiro, é? – disse ligeiramente corada.

- Seu perfume é muito forte, dá para sentir de longe – tentou consertar – mas, afinal, o que você descobriu? – mudou de assunto.

- Ah... nada! Era só para você confessar que sabia quem era mesmo! Sempre dá certo!

- Não acredito que caí nessa!

- Pode acreditar, Harry Potter!

Então, Harry se tocou que estavam no meio do corredor do trem.

- Mas...o quê que você ta fazendo no corredor?

- Ah...fui no banheiro – respondeu – e te encontrei mo meio do caminho. Rony e Mione já estão na reunião de monitores.

- Vamos para o vagão então! Onde vocês estão?

- Aqui... – disse indo em direção ao segundo vagão à direita dos dois.

Entraram e sentaram-se frente a frente.

- E então? O que meus pais queriam com você? – perguntou naturalmente Gina.

- Como assim, o que eles queriam?

- Ah...nem vem, Harry! Eu sei que eles queriam te falar alguma coisa.

- Não...

- Então por que eles te deixaram ir por último? E por que você ainda ficou maior tempão lá depois que eu saí? – disparou – E não vem me dizer que foi porque minha mãe ficou te enchendo o saco com um monte de recomendação boba, porque isso ela fez quando tava todo mundo lá!

- Tá, você venceu, mas por favor, não comenta com ninguém! – falou, vencido – Tirando o Rony e a Mione, é claro!

E contou tudo que o Sr. Weasley tinha lhe dito antes de embarcar.

- Então, quer dizer que você vai mesmo manter contato com a Ordem? – Harry balançou a cabeça afirmativamente – que legal!

- É – concordou Harry.

Passaram o resto da viagem conversando sobre o assunto, compraram alguns sapos de chocolate, quando chegou o carrinho de doces e quando já estavam quase chegando, Rony e Hermione entraram no vagão, Harry contou a eles sobre a conversa com o Sr. Weasley, que tiveram uma reação bem parecida com a de Gina.

- Agora, vamos trocar de roupa – disse Hermione – já estamos quase chegando a Hogwarts.

- Ah, Mione -retrucou Rony – ainda tem muito tempo!

- Rony! Dede de quando -pareceu calcular – cinco minutos é muito?

- Lógico que é Mione! Não tenho culpa se você demora tanto tempo para se arrumar!

- Muito tempo? Cinco minutos, Rony!Cinco! Não cinqüenta, cinco! CINCO!

- EU SEI O QUE SÃO CINCO MINUTOS! – irritou-se Rony.

- POIS NÃO É O QUE PARECE! – Hermione também começou a gritar.

- DÁ PRA VOCÊS DOIS PARARAREM?! – Gina gritou para sua voz se sobrepor às dos amigos.

Imediatamente, os dois se calaram, mas sem desfazer a cara emburrada.

- Agora só temos três minutos! – concluiu Harry – Vamos logo nos trocar!

Todos se trocaram. Logo assim que acabaram, o trem parou e eles seguiram para o castelo.



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A seleção dos alunos ocorreu normalmente, mas mais rapidamente, devido ao fato de, pelo que aconteceu no ano anterior, muitas mães desistirem de mandar seus filhos à escola. Hogwarts também estava muito mais vazia que no ano anterior. Apesar de muitas famílias terem voltado atrás em sua decisão quando souberam que Harry voltaria à escola, muitas ainda mantiveram sua opinião de que Hogwarts não era mais segura sem Dumbledore, ainda mais pelo fato de que ele foi morto dentro da própria escola.
Depois da seleção, a prof. MCGonagall fez um longo discurso sobre o que tinha ocorrido no outro ano, discurso o qual Harry não prestou a mínima atenção, por saber de cor toda aquela história. Só voltou a prestar atenção na recém-diretora de Hogwarts quando esta mudou o rumo do discurso:

- ...e esse ano receberemos uma nova aluna, que lecionará no sétimo ano, ela vem de uma região que se localiza ao norte do Brasil, é descendente de índios, e vem para nossa escola pois seus pais estão se mudando para cá, pois apesar de ser um legítimo índio e viver na mata, seu pai é totalmente alfabetizado e formado em auror. Queiram dar as boas vindas à Amanari Kiary!

Nesse momento ouviram-se muitas palmas no salão e algumas risadinhas também, devido ao nome um tanto “diferente” da garota.
Harry viu uma garota incrivelmente bonita, isso ele não teve como negar , entrar no salão. Ela tinha a pele morena e ligeiramente avermelhada, os cabelos muito negros presos em uma trança e alguns acessórios indígenas espalhados pelo corpo. Sem dúvida, uma légitima índia.

- Agora Srta. Kiary ponha, por favor, o chapéu seletor na cabeça.

A índia sentou-se e pôs o chapéu. Todos ficaram em silencio, até o chapéu gritar: GRIFINÓRIA! Nesse momento, começou um imenso burburinho no salão principal. Na mesa da Grifinória todos estavam muito empolgados com a chegada da nova aluna, principalmente os garotos. Nas outras, alguns lamentavam e outros apenas comentavam sobre a índia.
A mais nova Grifinória foi em direção a mesa, mais especificadamente na diração de Harry, Gina(que sentavam lado a lado), Rony e Hermione (que, numa situação propositalmente criada por Harry e Gina, também estavam um do lado do outro, em frente aos outros dois, as caras ainda mais emburradas).

- Olá! – disse descontraidamente, seu inglês era fluente – Desculpe a indiscrição, mas você – apontou para Harry – não é Harry Potter, é? Não... não pode ser!

- Sim, sou eu – respondeu Harry desanimadamente, às vezes pensava que seria legal se alguém chegasse perto dele e perguntasse seu nome.

- Ah...desculpe, não quis ser inconveniente, mas não agüentei! – disse sinceramente.

- Não, tudo bem! – respondeu, tentando ser simpático – Desculpe, como é mesmo seu nome?

- Amanari Kiary, mas pode me chamar de Ama, eu prefiro!

- Tudo bem, Ama.

- Ah... – Hermione entrou na conversa - eu li uma vez, que esses nomes indígenas sempre têm um significado! E o seu, tem?

- Tem sim, Amanari significa “água de chuva” em Tupi, (autora: isso é verdade mesmo, não foi invencionice minha não! =D) a língua da minha tribo – respondeu, contente por alguém estar interessado em suas origens, adorava falar sobre isso – Mas...e você, como se chama?

- Ah... desculpe, meu nome é Hermione, Hermione Granger mas pode me chamar de Mione.

- E vocês dois – disse apontando para Rony e Gina - já sei, são irmãos, não? – os dois confirmaram com a cabeça – e, deixa eu adivinhar, ele é seu namorado – disse apontando de Rony para Mione – e ela, sua namorada – dessa vez apontando de Gina para Harry.

- Não! – os quatro apressaram-se a negar.

- Ué, mas vocês formam dois lindos casais!

- Esses dois aí – disse Hermione apontando para Harry e Gina - já namoraram, mas são dois idiotas e não estão mais juntos.

- Mione! – reclamou Gina.

- Quer dizer que agora NÓS somos idiotas, né? – manifestou-se Harry -E você e o Rony?! Pelo menos eu tenho motivos para estar longe da Gi, e vocês, hein?

- Ah, Harry, não começa! – disse Rony, da cor de um pimentão.

- Ih, já vi tudo! – exclamou Amanari.

- Como assim já viu tudo? – quis saber Hermione, tembém um pouco corada.

- Nada não, deixa pra lá! – desviou – Você é o Rony, não? – perguntou diretamente para Rony.

- Sou, Rony Weasley e essa é minha irmã, Gina Weasley.

- Hum...

E ficaram conversando amenidades durante todo o jantar e mais um pouco na sala comunal, até a hora de dormir.

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