Descanse em Paz, Meu Amor



Capítulo 18
Descanse em Paz, Meu Amor



Chegando ao dormitório, vi algo em cima da minha cama, era um envelope – de quem será? – pensei. Olhei, não havia remetente, resolvi abri-lo e o li:

“Helena,
Precisamos conversar, é urgente. Amanhã às sete horas na orla da Floresta Proibida.
Harry”.


- “Será que ele quer pedir desculpas?” – fiquei com esse pensamento na cabeça a noite toda e mal consegui dormir.

Na manhã seguinte fui correndo contar a Hermione sobre o bilhete:

- Você o viu pedir pra alguém colocar a carta, bilhete seja lá o que for isso, no meu dormitório? – perguntei com o pedaço de pergaminho na mão.

- Não, não vi. Mas depois dos exames tenho reparado que ele está muito tenso e nunca quer me contar o que está acontecendo.

- Sabe Mione, se lembra daquela visita que nós fizemos a sua casa no início do ano?

- Claro que lembro, o que tem a ver com isso?

- Harry está estranho desde aquele dia...

- É verdade, e nós nem pra investigarmos isso antes.

- Mas hoje vou descobrir o que está acontecendo, ou não me chamo Helena.

- Espero que você consiga – ela olhou o relógio – é melhor irmos ou perderemos nossas primeiras aulas.

Despedimos-nos e eu fui para minha aula de História da Magia, quase dormi naquela aula, afinal, os N.I.E.M.s já haviam acabado e eu estava exausta de estudar.

Na hora do almoço, Peter veio me procurar e pela primeira vez havia súplica na sua voz:

- Por favor, preciso te contar uma coisa.

- É algo sério?

- Tem a ver com o que você me disse aquela noite que eu estava saindo dos dormitórios.

Ele pediu para ser seguido, fomos até os jardins e ele começou a falar de uma só vez:

- Aculpanãofoiminhaalguémmemenfeitiçoueeumateiaquelegarotomasnãome...

- Calminho ai! Não entendi uma palavra do que você disse!

- Se lembra daquele ataque da noite após os testes de quadribol?

- Claro.

- Eu realmente matei aquele garoto.

- Disso eu já sabia...

- Mas espera, eu ainda não acabei, eu estava enfeitiçado, não tinha a mínima noção do que fiz e quando dei por mim, estava apontando a varinha pro garoto já morto.

- E quem foi que te enfeitiçou, criatura?

- Esse é o problema, eu não vi quem foi!

- Sabe de uma coisa?

- O quê?

- Você está mentindo!

- Não, não estou!

- E por qual outro motivo meus queridos tios te mandariam pra cá senão para começar uma nova onda de ataques e tentar me colocar a culpa porque eu estraguei o último plano do “Lorde das Trevas”?

- Meus pais apenas me mudaram de escola porque estavam preocupados com a minha...

- Sua o que?

- Digamos... Personalidade.

- Quer dizer que eles ficaram realmente preocupados com o motivo de você sempre saber a última moda de Paris?

- É...

Não resisti, gargalhei até minha barriga ficar doendo, Peter me olhava com uma cara de reprovação:

- Desculpe, não pude resistir.

- É, mas fique sabendo que já voltei... Ao normal.

Dei mais risada ainda, quase não acreditando no que eu havia acabado de ouvir.

- Helena, espero que você acredite no que eu te disse antes.

- Vou pensar no seu caso.

E sai dos jardins.

Nas aulas do período da tarde, pude jurar que alguém havia realmente enfeitiçado os relógios, minha suspeita foi confirmada quando o sinal tocou e o relógio da sala de Transfiguração ainda marcava duas horas, hora do início da aula.

Na última aula da tarde o tempo não queria passar, estava ficando ansiosa para me encontrar com Harry mais tarde, e também estava extremamente curiosa pra saber o que ele tinha a me dizer de tão urgente,

Finalmente acabou, fui jantar na maior expectativa, quase não comi e fui direto para a orla da floresta proibida.

Sete horas, e nada de Harry aparecer – sempre atrasado – pensei e continuei encostada em uma árvore ali perto.

Minutos depois, vi um vulto se aproximando, Harry estava descendo na direção da orla e quando me viu, sorriu.

Ele se aproximou e me abraçou, com a voz meio chorosa disse:

- Sinto muito, por todos esses meses ter desconfiado de você.

- Harry, só me diga uma coisa, olhando nos meus olhos.

Ele parou o abraço e ficou me olhando quando perguntei:

- Você ainda gosta de mim?

- Claro que gosto! Você não imagina como foi difícil ficar todos esses meses longe de você! Por que a pergunta?

- Porque fiquei muito chateada quando soube que você precisou de uma poção da verdade para acreditar em mim.

- Me senti péssimo quando Hermione me disse isso.

- Mas, me diga, fora isso, o que era tão urgente.

- Urgente?

- É, no bilhete que você me mandou, dizia que era urgente o que você tinha para me falar.

- Não me lembro de ter escrito ‘urgente’ no bilhete.

- Mas se não foi você, quem foi?

- Eu – ele abaixou a cabeça,

- Harry, você acabou de me dizer que não foi você!

- E não foi ele – Harry ergueu o rosto e seus olhos estavam vermelhos como fogo – fui eu, Lord Voldemort!

Tudo ficou claro, os ataques o comportamento estranho de Harry, Voldemort era quem estava comandando tudo usando o corpo de Harry! Fui tomada por um medo indescritível, mas minha expressão não se modificou.

- Surpresa garota?

- Muito, mas como...?

- Nunca ouviu falar que seu namoradinho é um péssimo oclumente? É extremamente fácil fazer com que ele me obedeça.

- Os ataques...

- Sim, fui eu, mas meu alvo principal está a minha mercê esta noite, foi muito mais fácil do que eu pensei.

Tateei minhas vestes a procura da minha varinha, não a encontrei, comecei a ficar preocupada.

- Procura por isto – Voldemort segurava minha varinha.

- Como...?

- Ninguém mandou esquecer sua varinha em cima da mesa após o jantar.

Estava perdida, sabia que meu fim estava próximo, mas não sabia que seria de uma maneira tão descuidada de minha parte.

- E Peter?

- Fiz você acreditar que aquele bobo estava fazendo tudo, não sei como você pode pensar que alguém tão idiota fosse capaz de um plano tão bem elaborado.

Realmente, havia sido burra demais, não perguntei mais nada, apenas observava os olhos de Voldemort no corpo de Harry pressentindo o que viria depois.

- Sabe, acho que estou perdendo o jeito com varinhas – ele fazia um monólogo muito calmo – pois na casa dos Granger encontrei algo muito melhor do que a Maldição da Morte...

Voldemort retirou a arma que eu havia visto há quase um ano atrás na casa de Hermione, isso explicava o sumiço do objeto na casa, Harry provavelmente o pegou, ordenado por Voldemort, sem ser visto.

Fiquei sem ação, ele contemplava o revólver com um olhar maligno.

- Creio que algo lento e doloroso é o que você realmente merece por ter me dado tanto trabalho nos últimos anos.

Ele engatilhou e atirou bem embaixo da minha costela esquerda, senti uma dor imensa, meus olhos se encheram de lágrimas após o tiro, Voldemort deu uma gargalhada e deixou o corpo de Harry, que ao me ver caída no chão ferida, teve um choque.

- Helena, o que houve?

- Voldemort – falei com a voz falha pela dor – te possui e cometeu todos aqueles ataques na escola e agora atirou em mim, você não imagina como isto dói – e retirei minha mão do local ferido.

- Eu que fiz isso?

- Não! Nunca foi você! Você nunca teve noção do que fazia, era Voldemort que estava coordenando tudo, e eu fui um alvo fácil Harry, por favor, não se sinta culpado.

- Você vai ficar bem, vou te levar para a enfermaria e...

Harry tentou me carregar, mas eu gritei de dor.

- Por favor, não tente, você só vai piorar as coisas.

- Helena você está... Fria.

- E você já sabe o que vem depois.

- Não, por favor, você não pode.

- Mas eu vou, e você tem que se conformar, você foi uma pessoa incrível para mim Harry, você não tem idéia o quanto, e eu espero ter sido alguém especial para você assim como fostes para mim.

- Quanto a isto não se preocupe.

- Era tudo o que eu queria saber e Harry... Diga a Hermione que ela foi a irmã que nunca tive na minha vida e a agradeça por tudo que ela fez por mim.

- Não direi isso...

- Por que não?

- Porque você mesma dirá, vocês ainda se encontrarão.

- Não tenho certeza disso, a dor está diminuindo...

- Ótimo, vou te levar pra enfermaria e...

- Harry, você não entendeu ainda?

- Sim, mas gostaria de não ter entendido... – seus olhos se encheram de lágrimas.

- Uma última coisa – apertei o ferimento com força, já não sentia mais dor – eu te amo.

- Eu também.

[N/A: Aconcelho vocês a ouvirem a música da midi player a partir daqui]



Seus olhos se fecharam devagar, Harry pos a mão embaixo de seu nariz, não respirava, ela havia morrido.

Ele não agüentou, começou a chorar, sentia-se culpado por não ter passado os últimos momentos de sua amada junto a ela, deveria ter acreditado nela desde o dia que a vira sendo beijada a força por Zabini, sentiu vontade de estrangulá-lo, ele acabara com sua vida nos últimos meses.

Ele acariciou o rosto de Helena, parecia que ela estava dormindo, infelizmente era o sono eterno, chorou mais ainda.

Observando o corpo da garota, resolveu ir ao castelo informar do ocorrido, e tudo o que ela havia lhe dito.

Não demorou muito, encontrou com a professora McGonagall no corredor, lhe contou tudo, ela quase teve um desmaio.

- Não é possível, Você-Sabe-Quem dentro desta escola?

- A culpa foi minha professora – Harry ainda chorava – ele me possuía e fazia os ataques, inclusive matou Helena do mesmo jeito.

- Ele matou a srta. Lejan?!

- Sim... – respondeu tristemente.

- Santo Deus! Venha comigo Potter, precisamos avisar Dumbledore.

Foram ao escritório do diretor, a professora falou a senha e a gárgula saltou para o lado mostrando a escada, contaram o ocorrido a Dumbledore que ficou nitidamente triste.

- Leve-nos até o corpo de Helena, Harry.

Ele obedeceu, encontraram Hermione no caminho e foram juntos até a orla da floresta, Hermione ao ver o corpo da amiga, começou a chorar. Harry abraçou a amiga e eles choraram juntos.

- Triste, realmente triste, amanhã tomarei providencias para o funeral de Helena, já que ela não tem mais família... – Dumbledore falou secando uma lágrima solitária que escorrera ao seu rosto.

- Uma das minhas melhores alunas de N.I.E.M.s... – lamentou-se a professora.

- Acho melhor vocês irem para seus dormitórios, está tarde – Dumbledore recomendou a Harry e Hermione.

Eles obedeceram e foram para o castelo em silêncio, até que Hermione perguntou:

- Antes de Helena... Você sabe... Vocês fizeram as pazes?

- Sim... – Harry respondeu de cabeça baixa.

- Era tudo o que ela mais queria nesses meses, se lembra que ela chegou a dizer que você não gostava mais dela?

- Claro, mas deixei bem claro que ela estava errada...

- Ainda bem.

- Vou sentir muita falta dela...

- Eu também.

A conversa acabou ali, eles entraram no Salão Comunal e cada um foi para seu dormitório, Harry não dormiu aquela noite, estava pensando em Helena, olhou para a corrente que ela havia lhe dado de aniversário, chorou, algum tempo depois, conseguiu dormir:

- Harry?

- Helena? É você?

- Sim, sou eu.

- O que você quer?

- Guarde minha aliança com você, como recordação e lembre-se, nunca te esquecerei.

- Eu também não.


Ele acordou, faria o que Helena pedira, já era manhã, foi para o Salão Principal, não para tomar o café da manhã, estava sem fome, mas para ouvir o que o Diretor diria sobre as atrocidades daquele ano.

Harry acertou quanto ao discurso que Dumbledore faria, logo após o café, o diretor se pôs de pé e começou a falar:

- Hoje é um dia muito triste para todos nós – ele olhou para Harry que abaixou os olhos cheios de lágrimas – mais um ataque aconteceu ontem, e desta vez, contra Helena Lejan, que já não está mais entre nós. Gostaria de pedir a todos um minuto de silêncio em sua homenagem e a todas as vítimas dos ataques deste ano.

Foi o minuto mais longo da vida de Harry, um clima pesado se instalou no Salão, quando finalmente acabou Dumbledore retomou a fala:

- Convido todos ao funeral de Helena Lejan que será realizado agora próximo ao lago, a escola tomou as devidas providências pelo fato da garota não ter parentes próximos.

Alguns alunos se dirigiram para os jardins, principalmente os integrantes do time de quadribol da Sonserina, Peter Ridgeway também foi, o restante não compareceu por não conhecerem ou por não gostarem de Helena.

Harry foi o primeiro a ver o caixão branco da amada, aproximou-se e viu o corpo dela inerte, tinha a mesma aparência da noite anterior, Harry olhou em sua mão e viu a aliança de namoro em seu dedo. Cuidadosamente, a retirou e a colocou junto com a sua, que ele fazia questão de não removê-la.

O velório foi curto, ninguém agüentou ficar muito tempo sem chorar, mas ninguém chorava mais que Harry e Hermione juntos.

Logo em seguida foi o enterro, Harry já não chorava mais, quando o túmulo foi vedado, ele ficou algumas horas contemplando-o, quando finalmente decidiu voltar para o castelo, ele apanhou uma rosa de uma moita próxima colocou sobre o túmulo e disse:

- Descanse em paz, meu amor.

Semanas se passaram após a morte de Helena, Harry estava abatido, mas tentava levar a vida normalmente, imaginava que este era o desejo da amada, Hermione também estava triste, mas fazia o possível para animar Harry que andava mais triste que ela.

Harry ainda teve alguns sonhos envolvendo Helena, mas nada como o primeiro, sempre era algo como os momentos felizes que eles haviam passado, o dia em que ele a libertou da maldição, coisas do tipo.

No último dia de aula, como prometido, foram entregues os resultados dos N.I.E.M.s:

- Professora, se não for pedir muito, será que eu e Hermione podemos ver os resultados de Helena?

- Sim claro – ela procurou entre os envelopes e encontrou o desejado – imaginei que iriam querer vê-lo.

Harry pegou o envelope nas mãos, leu o nome de Helena, sentiu-se triste, Hermione estava atrás dele para ver as notas da amiga:

- Abra logo Harry...

Ele abriu e viu o seguinte:

Resultado dos Níveis Incrivelmente Exaustivos em Magia

Notas de Aprovação:
Ótimo (O)
Excede Expectativas (E)
Aceitável (A)

Notas de reprovação:
Péssimo (P)
Deplorável (D)
Trasgo (T)

Resultados Obtidos por Helena Lejan

Defesa Contra as Artes das Trevas - O
Feitiços - O
Herbologia - O
História da Magia - O
Poções - O
Transfiguração - O


- Ela teria passado em tudo, com as melhores notas. – Harry falou tristemente.

- Helena estava se dedicando como nunca para os exames Harry. – Hermione respondeu olhando para as notas da amiga que haviam sido melhores que as dela.

Harry ficou contemplando os resultados dos N.I.E.M.s de Helena e nem percebeu que o correio-coruja adentrou o Salão, Hermione pegou o seu Profeta Diário, pagou o nuque a coruja e abriu-o.

- Algo interessante? – Harry perguntou tirando os olhos das notas de Helena.

- Fuga em massa em Azkaban.

- Quem fugiu?

- Todos que foram presos por Helena no final do ano passado.

Harry tomou o jornal das mãos da amiga e o leu, não acreditou quando viu as fotos dos foragidos, após tudo o que Helena passara para colocá-los na cadeia.

- Aposto a minha vida de que foi Voldemort quem libertou estes canalhas.

- E o que poderemos fazer agora Harry? – Hermione perguntou.

- Quanto a você eu não sei, mas com os resultados dos meus N.I.E.M.s acho que consigo uma vaga de auror no Ministério. Prometo que vingarei a morte de Helena, começando por eles – Harry apontou para as fotos de Draco, Narcisa e Lúcio Malfoy no jornal – e quanto a Voldemort, ele conhecerá o verdadeiro Harry Potter.




N/A: Siiiiimm consegui acabar a fic!!! não me aguentei e postei ela toda logo de uma vez!!
espero q vcs gostem!
sobre a música do cap. achei q combinava... a letra pode até ser q não tenha mto a ver, mas a música em si é liinda!
espero q vcs tenham gostado da fic ;]

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