Tentativa Frustrada



Capítulo 8
Tentativa Frustrada


Não demorou muito, no dia seguinte a família Weasley estava no castelo aguardando a ida a capela de Hogsmeade para o velório da filha mais nova. Harry e Hermione estavam arrasados, mas não havia sido por falta de aviso que eles perderam a amiga.

Desta vez não pude ir ao enterro, Draco não largava do meu pé me contando todos os detalhes do plano, como eu já estava farta retruquei irritada:

- E pelo que está parecendo, acho que você está profundamente arrependido por ter matado o amor de sua vida!

- E quem disse que eu gostava dela?

- As suas incríveis histórias de como a conquistou! Tenha dó Draco! Até parece que você esqueceu que tinha uma pequena dose de Poção do Amor nessa história!

- E quem disse que eu usei a poção? - ele me mostrou o frasquinho que havia me mostrado meses atrás quando disse que iria conquistar a Weasley.

- Então quer dizer que...

- Sim, ela se apaixonou por mim de verdade!

- Interessante...

- E Helena - ele baixou a voz - é melhor você se apressar com o Potter, papai está ficando impaciente com a sua demora, quer uma sugestão? Aproveite a ceia de Natal amanhã à noite.

- Não se preocupe, já sei exatamente o que fazer e será ainda hoje - menti, pois não tinha a mínima idéia de onde começar.

- Excelente, tenho que ir adiantar algumas lições agora, te vejo mais tarde, e espero que você me conte seu plano...

- Não contarei - respondi cinicamente - é segredo...

Assim que ele saiu do Salão Comunal entrei em pânico, precisava agir, mas tinha certeza de que eu não teria coragem de matar a pessoa que eu amava! De repente tive uma idéia, é claro que era apenas para despistar, mas se eu falhasse, Harry realmente poderia morrer.

Fui almoçar pensando em mil maneiras de dar um aviso a Harry, tive uma idéia, antes de sair do Salão Comunal da Sonserina escrevi um bilhete, mandaria alguém entregá-lo para mim, esta parte não tinha como falhar pelo menos.

Quando cheguei no Salão Principal antes de entrar, procurei por algum aluno da Grifinória, finalmente avistei um que segurava uma máquina fotográfica na mão, fiz sinal para ele:

- Ei garoto! - ele olhou para mim e apontou pra ele - É você mesmo, venha cá um instante, por favor?

Ele veio meio assustado.

- Calma não vou te fazer mal, só quero que você entregue isto a Harry Potter, conhece ele?

- Claro que sim!

- Posso contar com você então?

- Claro! Entregarei a ele assim que eu o vir.

- Muito obrigada!

Estava feito, só estava torcendo agora para que meu plano desse certo e Harry escapasse dessa armadilha que meu tio havia me colocado.

Sentei-me na mesa da Sonserina, estava praticamente vazia, logo depois vi Draco chegando, ele se sentou ao meu lado e perguntou:

- Onde você estava? Não te vi saindo para o almoço...

- Estava acertando algumas coisinhas do meu plano para acabar com o Potter...

- Não vai me contar o que você planejou?

- Não mesmo.

O resto do almoço fiquei em silêncio, não estava com vontade de falar, apenas pensava no que exatamente teria que fazer para poder me livrar de toda essa confusão...

--

- Olá Harry!

- Ah, olá Colin!

- Pediram-me para te entregar isto aqui.

- Muito obrigado.

- O que é isso Harry? - perguntou Hermione.

- Um bilhete da Helena...

- E o que diz?

Ele abriu o bilhete e leu-o em voz alta:

- “Harry,
Precisamos muito conversar, o assunto é sério, hoje à noite seria perfeito...
Você conhece algum lugar onde possamos nos encontrar a sós?
Por favor, responda rápido,
Helena “.


- O que será que ela quer?

- Não sei, vou responder o bilhete...

Ele virou o bilhete, pegou uma pena e escreveu:

Helena,
Encontre-me às sete da noite no corredor do sétimo andar em frente à tapeçaria de Barnabás, o amalucado, conheço um ótimo lugar para nos encontrarmos...
Harry


Assim que terminou de escrever chamou Colin Creevey:

- Ei Colin!

O garoto veio rapidamente.

- Poderia me fazer um favor?

- Claro Harry!

- Entregue este bilhete a garota que lhe pediu para me entregar aquele outro.

- Tudo bem!

O garoto saiu feliz do Salão Comunal da Grifinória...

- Harry, esse bilhete da Helena me preocupou, se lembra da última vez que ela nos deu um aviso? Acho que ela sabia que Gina seria morta... - falou Hermione parecendo aflita.

- Então acho que ela me dirá quem pode ser a próxima vítima - supôs Harry.

--

Enquanto terminava a sobremesa, vi o garoto que pedi para entregar o bilhete voltar, quando chegou disse:

- Harry pediu para lhe entregar isto!

- Obrigada, tome aqui - e entreguei um sicle ao garoto.

- Puxa! Obrigado! - e ele saiu todo feliz da nossa mesa.

Draco olhou curioso, e perguntou:

- Desde quando o Potter te manda bilhetes?

- Desde que pus meu plano em prática.

Abri o bilhete, li o que estava escrito, sorri, estaria lá, só esperava que Harry soubesse o que estava fazendo...

Voltei para o Salão Comunal esperançosa, repassei todos os detalhes do plano, nada poderia dar errado, senão Harry já era, tudo que eu queria era passar um susto nele e fazer meu tio pensar que ao menos eu havia tentado.

As horas se passaram muito lentamente, felizmente Bubbles estava com o pêlo todo cheio de nós e gastei um bom tempo escovando-o, o que me fez perder a noção das horas. Enquanto escovava o gato e me perguntava o que ele havia aprontado, olhei para a janela, estava escurecendo, consultei o relógio, faltavam dez minutos para as sete horas.

Larguei Bubbles no sofá e me apressei, não queria me atrasar, demorei séculos para chegar ao sétimo andar - aquelas malditas escadas - pensei com ódio, finalmente cheguei em frente à tapeçaria da qual Harry falara, ele não estava lá, consultei meu relógio, já eram sete e dez, sentei-me e esperei, passaram-se cinco minutos e ele finalmente chegou.

- Desculpe o atraso.

- Harry, aonde exatamente nós vamos?

- Espere e veja.

Ele começou a andar em frente a uma parede, quando parei de observá-lo, vi que uma porta havia aparecido no local da parede, ele abriu a porta e fez sinal para eu entrar.

Estava escuro lá dentro, peguei minha varinha e murmurei “lumus”, uma pequena luz encheu o ambiente, estava muito preocupada.

- Então, o que você tinha a me dizer?

- É que... Bem, vou direto ao assunto, por que vocês não vigiaram Gina como eu lhes havia pedido?

- Porque não notamos nada estranho nela... Por acaso você sabe quem é o autor destes crimes?

- Sei, mas não posso lhe dizer senão posso me considerar morta.

- Helena, por favor, me diga quem é que está fazendo isso! E eu também aposto que você sabe quem pode ser a próxima vítima, por favor, me diga!

- Já disse que não posso Harry, no momento certo lhe direi, prometo!

De repente, minha varinha se apagou, o lugar estava na penumbra e a única coisa que consegui ver foram os olhos verdes de Harry, me distraí vendo o que havia acontecido com a minha varinha e quando recobrei a atenção já era tarde demais, Harry havia tocado meu rosto... Apenas ouvi o baque surdo dele caindo no chão, acendi minha varinha rapidamente, peguei sua pulsação, estava vivo, mas muito gelado, oportunidade perfeita para eu acabar com tudo aquilo de uma vez e meu tio me deixar em paz, o plano não saiu exatamente do jeito que eu quis, mas o final permaneceu igual, tirei a luva da minha mão, iria tocá-lo para dar um fim ao meu tormento, faltando centímetros para tocar seu rosto, afastei minha mão, eu não era capaz daquilo, nunca fui e na certa, nunca serei... Principalmente se tratando da pessoa que eu amo...

Achei mais conveniente levá-lo a enfermaria, já que Harry passaria no mínimo duas semanas desacordado, peguei seu braço e fiz um grande esforço para levantá-lo, certifiquei-me primeiro de que a manga de suas vestes estava cobrindo totalmente seu braço antes de passá-lo pelo meu pescoço e carregá-lo até a enfermaria.

Demorei muito para levá-lo a Ala Hospitalar, ele era realmente pesado! Quando finalmente cheguei, a enfermeira veio rápido ao meu auxílio e perguntou:

- O que houve com o Potter?

- Não sei, eu estava caminhando pelo castelo e o encontrei desmaiado! - menti descaradamente.

- Venha, me ajude a colocá-lo numa cama.

Ela examinou-o longamente e por fim disse:

- Ele está muito mal, deverá ficar desacordado por vários dias, por favor, poderia avisar a Srta. Granger? Creio que ela gostaria de saber sobre o amigo...

- Claro senhora.... Como é mesmo seu nome?

- Pomfrey, Madame Pomfrey.

- Desculpe-me, vou chamar a garota...

Fui atrás de Hermione, a esta hora devia estar jantando, rezei para estar certa... Por sorte ela estava no Salão Principal, fui até ela e falei?

- Hermione, o Harry está na Ala Hospitalar e...

- Por quê? O que aconteceu com ele? Não me diga que foi mais um ataque! Ele está bem?

- Não muito, está desacordado, deverá ficar assim por vários dias.

- Santo Deus! Preciso ir pra lá agora! Obrigada pelo aviso Helena!

Apenas a vi saindo do Salão Principal e rumei para o Salão Comunal da Sonserina já com uma excelente desculpa falando que meu plano falhara caso Draco me perguntasse alguma coisa.

Como era de se esperar, assim que entrei no Salão, Draco me perguntou:

- E então?

- Não consegui...

- Como não?

- Simples, ele escapou no último instante!

- E o que você iria fazer?

- Tocá-lo.

- E como ele fugiu?

- O lugar estava muito escuro e minha varinha se apagou de repente, não sei o que deu na cabeça dele, ele saiu da sala meio desconfiado, então na hora que ele saiu da sala eu encostei no seu pescoço e ele desmaiou, quando eu ia encostar nele novamente o zelador passou por aquele corredor e tive que dizer que o Potter estava desmaiado lá e eu estava tentando ajudá-lo a acordar...

- Que azar você teve! Mas pelo menos papai ficará feliz ao saber que você tentou!

- É o que eu espero... Que horas são?

- Dez para as oito...

- Tenho que ir adiantar uns deveres atrasados e depois vou dormir, boa noite.

Fui para meu quarto que por milagre, Mila Bulstrode estava lá, roncando sonoramente em sua cama, por azar ela também tinha decidido passar as férias de Natal no castelo, senão o quarto seria só meu.

Naquele instante fui tomada por uma terrível insônia, acho que o sentimento de culpa havia me invadido depois do ataque a Harry, e nessas horas sem dormir, consegui terminar todas as lições de casa que eu havia deixado para as férias, e depois de longas horas olhando para o teto, adormeci.

- Harry! - uma mulher gritou e depois apenas se via um lampejo de luz verde...

**

- A pedra! Está com o garoto! Pegue ele seu incompetente! - uma voz fria falou...

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- É interessante como o veneno do basilisco mata tão rapidamente não? - disse um rapaz pálido de olhos e cabelos castanhos.

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- Sirius Black é o padrinho de Harry Potter - disse a professora McGonagall...

**

- Ele voltou! Ele voltou! Voldemort voltou! - falou Harry desesperado...

**

- E nenhum poderá viver...

- Enquanto o outro sobreviver - Harry completou a fala Dumbledore.


Acordei de sobressalto, havia sonhado com todas as lembranças de Harry! “Maldito poder” pensei com ódio, agora levaria alguns dias para essas memórias se apagarem de minha mente.

Olhei a janela, estava começando a amanhecer, fiquei horas pensando nas lembranças de Harry e finalmente concluí... Voldemort acabou com a vida dele! E eu ia contribuir para as coisas piorarem ainda mais para ele, ainda bem que mudei minha atitude a tempo...

Vesti-me e sai do quarto, não agüentava mais os roncos de Mila.

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