O Julgamento



Quando o carro se aproximou do fórum, os paparazzi correram para ver se conseguiam alguma foto. Ao saírem do carro, foram escoltados pela polícia para dentro do prédio. Sarah mantinha a expressão séria enquanto eram conduzidos para dentro.

- Senhor Potter, o senhor irá depor?

- Sua filha pode ser decisiva no veredicto de Maureen Robbins?

Harry parou na porta do prédio e encarou aquele bando de jornalistas que estavam fazendo seu trabalho.

- Minha filha irá falar a verdade. A justiça será feita. E eu não vou depor. Obrigado. – Dito isso, entrou no prédio com a filha abraçada. – Calma, meu amor vai dar tudo certo.

O tribunal estava cheio. Os jurados discutiam entre si. Harry sabia que o destino de Robbins estava nas mãos deles e rezou para que eles fizessem a coisa certa. E sentia que tudo daria certo.

O silêncio foi geral quando a juíza Minerva McGonagall entrou na sala. Usava um coque bem alto e preso e óculos de aros de borboleta. Caminhou-se até sua mesa com a imponência de um juiz.

- Está aberta a seção para julgamos a infração da lei de N° 17852/84 do artigo 196 do código penal britânico, onde a ré Maureen Scott Robbins, de 29 anos é acusada de seqüestro e cárcere privado da jovem Sarah Marie Washington Potter, de 6 anos. Que entre a ré.

A porta dos fundos abriu e quem não conhecesse Maureen Robbins, não imaginaria que aquela mulher com rosto frio, cabelos sebosos fora um dia, uma mulher linda e elegante. Eleita a mulher mais sexy pela People.

O guarda conduziu a mulher de olhos vazios até sua cadeira onde se encontrava o advogado, que não tinha nenhuma esperança no seu caso. Os dias de solitária quase fizeram a mulher perder o juízo. O poder e a ambição acabaram com ela de vez.

- Para julgarmos a ré, ouviremos todas as testemunhas, a promotoria e a defesa. Depois teremos a decisão dos jurados. – McGonagall mexeu nos papéis. – Muito bem. Que entre a primeira testemunha.

A promotora conduziu Sarah até a mesa. A garota estava tremendo, mas sabia que não poderia mentir. Contaria tudo o que Maureen fizera com ela.

O advogado de defesa levantou-se e encarou a menininha, que não recuou.

- Senhorita Potter, de acordo com o seu depoimento, alegou que a senhorita Robbins a bateu. Isso é verdade?

Sarah hesitou. Olhou a mulher, que tinha um olhar demoníaco. Aproximou-se do microfone e falou:

- Sim. É verdade.

A sala encheu de burburinhos e McGonagall bateu o martelo.

- E posso saber onde ela bateu?

Sarah passou a mão no rosto. – Ela me bateu no rosto. Falou um monte de coisa horrível para mim.

- E que tipo de coisas foram essas? – perguntou o advogado com frieza.

- Disse que ia se casar com o meu pai... e que eu não ia impedir.

- E você iria?

- Protesto, Meritíssima! – a promotora de acusação levantou-se.

- Protesto negado. Por favor, senhor Marshall.

- Eu não gostava dela... e ela também não gostava de mim... Meu pai queria
me mandar num colégio da Suíça se eu não a aceitasse. Ela é má.

Mais burburinhos. O advogado não tinha mais nada para perguntar.

Depois foram ouvidos os comparsas de Bem, que pegariam uma pena boa. Foi
feito um recesso de uma hora. Faltava pouco para aquilo tudo acabar.

Quando todos voltaram ao tribunal, a juíza McGonagall anunciou que havia mais uma acusação contra Maureen, deixando todos surpresos.

- A ré é acusada de causar a queda da jovem Olívia Chilson Walker, de 28 anos, que ficou paraplégica, devido a um acidente de carro, ocorrido em 2001.

- Protesto Meritíssimo! - o advogado de defesa levantou-se. - Não há provas contra isso. Olivia não mora mais aqui.

- Temos prova sim. Por favor, que entre a testemunha.

O policial entrou conduzindo uma cadeira de rodas onde havia uma jovem de olhos frios e distantes que, ao encarar Maureen, parecia que iria matá-la só com um olhar.

Era Olivia Walker.

A promotora levantou-se e caminhou até Olívia, que mantinha o olhar grudado na ré.

- Senhorita Walker, a senhora alega que a ré Maureen Robbins sabotou o seu veículo momentos antes da divulgação campanha de uma grife, onde a senhorita era garota propaganda?

Aquela mulher fora mais uma vítima da ambição de Robbins. Quando estava indo para o desfile, o carro perdera o controle e batera numa árvore. Seu noivo morrera na hora e Olivia perdera completamente o movimento das pernas.
Nunca mais poderia andar e nem desfilar.

- Sim. Ela foi ao hospital. Eu estava no quarto. Pensei que ela iria me humilhar. Mas não. Ela chegou lá rindo e sabem o que ela disse? Que tinha sabotado meu carro para tomar a campanha só para ela. Como vocês puderam ver, ela conseguiu. E eu fiquei presa nesta cadeira de rodas.

- E o que a senhora fez na época?

- Na época? Eu fui covarde. Ela disse que, se eu falasse alguma coisa, mandaria aquele comparsa dela, o Keenan, acabar comigo de uma vez. Eu não tive escolha a não ser ir embora da Inglaterra. Quando eu soube do seqüestro e o relacionamento dela com o senhor Potter, eu logo imaginei. Ela seria acusada por um só crime? Não. Não ia deixar. Estava na hora da minha vingança Por isso eu voltei.

- E está disposta a contar tudo o que ela fez com você?

- Acham que ela só mexeu comigo? - Olivia deu uma risada sarcástica. - Oh, não. Essa mulher ai é bode velho. Romilda Vane, uma modelo novata bonita, morreu de anorexia e sabem por quê? Por que Maureen a humilhou, dizendo que ela nunca seria uma modelo de alto nível de não tive um corpo desejável. Romilda se sentiu mal, parou de comer, fez regime achando que ela era gorda e pasmem: a garota só pesada 50 kg, o suficiente para ser uma modelo de prestígio. Mas não. Ela morreu, pesando 30 kg, com sonhos destruídos. Maurren não pode tê-la matado, mas causou a morte dela. Coitada.

Desta vez, os murmúrios que encheram a sala foram maiores. A juíza teve que bater o martelo duas vezes para manter. Olivia tinha um olhar de triunfo enquanto Maureen tinha um olhar ensandecido.

- Senhorita Walker, essas acusações são muito graves.

- Eu sei, Meritíssima, mas é verdade. Juro que é. Maureen é uma psicopata. Ela é capaz de tudo.

- Ordem! Senão todos serão detidos! - desta vez todos obedeceram à juíza de imediato.

Passaram alguns minutos. Olivia olha com pena para Maureen que tinha um olhar sombrio. Parecia que estava enlouquecendo aos poucos e a ex-modelo sabia que a hora de Maureen havia chega. A hora de ela pagar por todos os crimes cometidos por ela. A justiça seria feita.

- Por favor, peço que saiam para que os jurados tomem uma decisão.
Dez minutos depois, todos voltaram para a sala. Os jurados já tinham decidido o destino de Maureen.

Todos estavam sob expectativa. A juíza McGonagall pigarreou e anunciou a sentença.

- De acordo com a lei 5.224 do artigo XII e sob todas as acusações feitas conta a ré. Maureen Scott Robbins é declarada culpada, pegando pena mínima de 75 anos de reclusão sob regime fechado. - bateu o martelo.

Os policiais levaram uma ensandecida Maureen, que gritava a plenos pulmões. O pesadelo acabara.

Quando todos estavam saindo Sarah avistou o pai junto com Gina e, sorrindo, foi ao encontro dos dois.

- Maureen não vai sair da cadeia, papai. - Harry pegou a filha no colo.

- Não, filha. Maureen nunca mais vai sair da cadeia. - acariciou os cabelos da filha.

- Senhorita Potter? - Olivia aproximou-se deles. - Eu sinto muito. Por tudo.

- Devia ter me procurado pra contar a verdade sobre Maureen. - Harry falou
em tom acusador.

- E o senhor acreditaria em mim? Maureen tem o poder de hipnotizar as pessoas com seu jeito meigo. Jamais acreditaria em mim se eu contasse. Teve que descobrir sozinho.

Harry sabia que era verdade. Tentou se desculpar.

- Sinto muito pelo que ela te fez. Se eu pudesse fazer alguma coisa... - Olivia sacudiu a cabeça.

- Não precisa. Tudo o que eu queria aconteceu. Era ver aquela desgraçada apodrecer na cadeia. Ela nunca mais fará mal algum.

Para a surpresa de todos, Sarah desceu no colo do pai e abraçou Olivia. A mulher ficou sem graça, mas retribuiu.

- Ela nunca mais fará mal pra você. Eu prometo. - Olivia sorriu consternada.

- E nem pra você. - abraçaram-se novamente. Um homem aproximou deles.

- Senhorita Walker, o carro está lá fora.

- Obrigada, Zeke. Obrigada a todos vocês.

- Boa sorte. - Gina desejou.

Olivia sorriu-lhe e deu um beijo em Sarah. Zeke virou a cadeira de rodas e foi embora.

- Mais uma vítima daquela psicopata. - Gina suspirou. - Ela tinha que pagar.

- E vai pagar muitos anos. - Harry finalizou, depois olhou para a filha: - Que tal irmos ao cinema e almoçarmos naquele restaurante que você adora?

Os olhos de Sarah brilharam: - Vamos!

Os três saíram juntos do tribunal sorridentes. Pareciam uma família. Não podiam ver uma moça sorridente olhando aquela cena com lágrimas nos olhos.

Sua missão tinha sido cumprida. Agora poderia partir em paz.

- Sejam felizes... - e sumiu numa luz azul.

N/A: Resolvi dividir o capítulo, pois ficaria muito grande e como já estou há meses sem atualizar, achei justo essa divisão, pois posso trabalhar no 15º com mais tranqüilidade. Espero que me desculpem. Fiquei muito desorganizada, mas agora, tudo se ajeita. Serão mais 2 capítulos e a fic encerra.
Comentem. Bjo e até a próxima atualização.

Juh.








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