O Natal




No primeiro dia do recesso de natal Harry, Rony, Gina e Hermione seguiram para a Toca. Sabiam que Lupin e Tonks viriam passar a noite de vinte e quatro de dezembro com eles. Ainda não tinha conseguido falar com Gina, pois a amiga havia se recolhido cedo para que Harry não visse como Hermione retornara tarde de um passeio inocente com Tonks.

Aproveitaram os dias que antecederam o natal para ir ao Beco Diagonal comprar os presentes. Com a ajuda de Tonks e Gina, Hermione conseguiu comprar também o presente de aniversário de Severo. O aniversário dele seria justamente na próxima lua nova, o dia em que teriam de sair em busca da Horcrux. Hermione ainda passou rapidamente pela Londres trouxa de onde despachou por correio comum os presentes de seus pais. Junto enviou uma carta dizendo que tudo estava bem e que eles não deveriam tentar entrar em contato com ela, pois ainda havia risco. Não teve coragem de falar nada sobre seu namoro, não poderia explicar nada por carta já que esta poderia ser interceptada por comensais então achou melhor não contar coisa alguma.

Na véspera de natal, Tonks apareceu cedo na Toca, Remo só viria no fim da tarde. As três deram um jeito de ficar sozinhas para que Hermione pudesse contar a Tonks as últimas informações que Severo havia lhe passado. Concordou com as duas de que o interesse dele no que Harry e Gina haviam feito e a reação a resposta de Hermione foram estranhas.

-- Parece que tem alguma coisa que só eu ou você poderíamos fazer Mione – falou Gina, andando pelo quarto com as mãos nas costas, lembrava os detetives de filmes trouxas.

-- Mas ele deveria ter imaginado que Harry nunca levaria você, Gina – Tonks falou olhando para ela – aliás, não acho que você consiga convencê-lo a levá-la, Mione – agora olhou para a outra.

-- Teremos que convencê-lo de qualquer forma. Severo acertou quando mandou Harry levar Remo da outra vez – Hermione olhou de relance para Tonks que fez uma careta, aquela história de expor Remo ao perigo ainda estava atravessada. – Não fique assim amiga, você sabe que se fosse outro provavelmente teria morrido e sozinho Harry não teria conseguido pegar a Horcrux. – falou tentando fazer a amiga ver que não deveria ficar com tanta raiva do ex-professor.

Tonks cruzou os braços e bufou. Sim ela sabia disso tudo, mas não adiantava pedir que fosse racional quando alguém colocava seu doce lobisomem em perigo.

-- Tem também a sugestão de levar Rony – tentou desviar um pouco do assunto – Severo parecia querer ter certeza de que ele e Harry continuavam tão amigos quanto antes e.... – Hermione parou de falar e fixou o olhar, Tonks se assustou, mas Gina lhe lançou um olhar que dizia “esquece, daqui a pouco ela fala”. Então Hermione olhou para as amigas e disse:

-- Tem a carta que o Dumbledore deixou para o Rony. Falava sobre amizade, como a de Rony seria importante para ajudar Harry e que o ciúme era uma erva daninha que ele teria que combater. Provavelmente Dumbledore imaginou que se você – olhou para Gina – e Harry continuassem juntos em algum momento o ciúme de Rony o levaria a brigar com ele.

Hermione ficou pensativa por algum tempo. Algumas peças se juntado em sua cabeça, por um momento um rubor surgiu em sua face, porém quando falou estava séria.

-- Provavelmente deveremos ter que enfrentar dois obstáculos mais importantes. Em um deles será necessário que eu esteja lá para ultrapassá-lo.
Hermione estava se controlando, não iria contar as amigas a idéia que tinha tido. Ela precisava consultar um livro de artes das Trevas para ter certeza. Mas se ela estivesse certa.... um arrepio passou-lhe pelo corpo e ela estremeceu levemente. Isso explicaria porque Severo estava tão nervoso, porque queria tanto saber sobre Harry e Gina e justificaria porque agora, ele não tinha mais opção. Teria que ser ela!

-- O outro provavelmente exige que a pessoa tenha uma grande amizade por Harry, por isso a sugestão de levar Rony. – falou disfarçando.

Gina e Tonks estavam tão impressionadas com o raciocínio de Hermione que nem perceberam as reações da amiga. Continuavam sem entender porque teria que ser Gina ou Hermione, mas não pensariam nisso agora.

-- Agora temos que pensar em como dar a Harry todas essas informações sem levantar suspeitas – Hermione tentou parecer mais animada.

As amigas combinaram que não tocariam neste assunto até depois do natal. Gina e Tonks estavam muito felizes com seus namorados, Hermione morria de saudades. Rony estava bem melhor desde que o namoro com Luna ficou mais firme. Não implicava mais quando o amigo e a irmã sumiam. Harry contou a Gina que depois contou a Hermione e Tonks que Rony veio perguntar – não sem ficar roxo de vergonha – se os dois estavam tomando todos os cuidados para Gina não engravidar. Hermione e Tonks concordaram que isto era um grande passo e que para Harry seria muito importante essa “aceitação” do amigo.

Na noite da véspera de natal, Hermione estava na sala quando sentiu sua moeda esquentar, olhou significativamente para Gina e subiu para o quarto da amiga. Teve o cuidado de “imperturbar” a porta antes de chamar Severo em seu espelho. Ele apareceu sorrindo, mas não conseguiu disfarçar a preocupação em seu olhar.

-- Está tudo bem? – perguntou tentando parecer tranqüilo.

Hermione sorriu de volta, havia decidido que não iria pressioná-lo, independente do que ela teria que enfrentar estava decidida a ir.

-- Tudo bem. Severo, posso enviar seu presente por correio coruja?

-- Que presente?! – perguntou elevando uma sobrancelha. Hermione teve que rir.

-- O presente de natal, ou você achou que eu não iria lhe comprar um? E não me importa se você não comprou um para mim – falou mais para implicar, pois tinha certeza de que o seu Severo Snape não deixaria um natal passar em branco.

Ele sorriu de volta.

-- Ok, Srtª Granger! Pedirei a minha coruja que espere para trazer o meu presente depois que entregar o seu. – então mudou o tom para um mais sério – Provavelmente não poderei entrar em contato até que você esteja de volta a Hogwarts, porém se algo acontecer me avise pela moeda que darei um jeito. Hermione concordou com um aceno de cabeça, com um “eu te amo” ele se foi. Só então ela deixou correr algumas lágrimas de preocupação.


A ceia da véspera de natal foi tranqüila e animada. Como nos anos anteriores o único ausente foi Percy, este, porém mandou uma coruja para agradecer o pulôver que a mãe havia enviado. Gui e Fleur estavam muito felizes, pois a francesa descobriu que estava grávida quinze dias antes. A Srª Weasley agora era toda cuidados com a nora. Carlinhos que havia retornado para viver com a família em agosto, parecia querer tomar o lugar de Rony de irmão-mais-velho-ciumento em relação a Gina e passava todo o tempo lançando olhares raivosos a Harry e não deixando o casal ficar a sós. A caçula dos Weasley já estava a ponto de explodir com ele, quando Tonks – que havia sido sua melhor amiga e namorada na escola – o ameaçou de contar um ou dois de seus podres para o restante da família na hora da ceia. Ele deu um tempo ao casal. Só mais tarde Remo entendeu porque o rapaz havia lhe desejado “boa sorte” ao invés de “boa noite” quando se despediram antes de se recolherem.

Na manhã de natal Hermione acordou cedo e já encontrou uma bela coruja marrom empoleirada na cabeceira de sua cama. Trazia amarrada na pata uma carta. Assim que a abriu Hermione levou um susto, pois se materializaram dois embrulhos. Ela percebeu que Severo havia lançado um feitiço de encolhimento dentro do envelope e quando esse foi aberto o feitiço se desfez. “Boa idéia” pensou.

Gina acordou com o barulho e sentou-se na cama esfregando os olhos, sorriu quando viu Hermione lançando um feitiço no presente de Severo e logo depois atando o envelope na pata da coruja. Levantou aproximando-se da ave.

-- Será que é seguro, Mione?

-- Acho que sim, Gina. Ele disse que eu poderia enviar pela coruja dele. – Mostrou para Gina o envelope que tinha escrito apenas “seu príncipe” e os dois embrulhos em papel verde com fita prateada em cima da cama.

-- Acho que não há dúvidas quanto ao remetente – riu Gina

Logo que a ave saiu Hermione correu a abrir os presentes. Um deles era uma caixa de bombons finos da Dedosdemel o outro era um...

-- Morcego de pelúcia! – Disse Gina quase sem conseguir respirar de tanto rir.

-- Ele só pode estar louco! – Hermione olhava confusa para a amiga – Se alguém vir isto, nós estamos perdidos – falava quase sem acreditar na ousadia do presente.

-- Vamos, Mione! Não seja tão rígida, é só você manter escondido como os outros. – e voltando a rir – Mas é muito fofo!

Hermione começou a rir junto

-- Só não diga isso a ele – Gina concordou segurando o riso – mas é mesmo muito fofo – falou abraçando o presente.

A tarde Rony foi visitar Luna e conhecer seu pai. Molly ainda olhava a garota com desconfiança, mas como Hermione parecia firme em dizer que era só amizade o que sentia por Rony, ela teria que aceitar a nova namorada de seu filho caçula. A monitora chefe manteve os presentes bem escondidos para evitar perguntas, e nem Rony nem Harry pareciam querer contar para os outros sobre o namoro da amiga com Mr. X.


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Retornaram a Hogwarts no início do mês de janeiro. Hermione tinha andado nervosa, durante a semana entre o natal e o ano novo ocorreram vários ataques de Comensais da Morte. Até Tonks que estava baseada em Hogwarts foi chamada. Provavelmente só porque sabia do segredo de Hermione e Severo que ela percebeu que Snape não lutava como se esperaria de um Comensal. Algumas vezes ela o viu lançar feitiços em alguns de seus “colegas”. Isso a preocupou já que se algum deles desconfiasse, ele seria morto como traidor, por outro lado não teve coragem de contar suas observações a Hermione.

As três amigas haviam feito um bom trabalho, Harry, Rony e Remo já sabiam quase tudo sobre a Horcrux que faltava. O problema dos últimos dias estava sendo convencer Harry que deveria levar Rony e Hermione com ele. Já o haviam convencido a não levar Remo, pois o professor ficou muito ferido na busca anterior e a lua nova não era propícia para o uso de seus instintos lupinos.

Assim que retornou a escola, Hermione conseguiu uma autorização para pegar um livro de artes das Trevas na sessão reservada. Porém foi na biblioteca particular de Severo que ela achou o que estava procurando. O feitiço era terrível e se encaixava na teoria dela. Hermione respirou fundo, no livro citava que havia um contra-feitiço, mas que se esse não fosse realizado com perfeição ambos ficariam presos eternamente. Ela acreditava que ele poderia realizar. Abraçou seu morcego e olhou pensativa para a aliança em cima da cômoda, ela só esperava que tudo desse certo. De qualquer forma ainda precisava convencer Harry a levá-la.

Na quarta-feira em que o trimestre se iniciava a garota encontrou Harry na biblioteca fazendo alguns deveres. Estava ficando desesperada, pois o dia que Severo havia dito ser o melhor para a busca estava se aproximando. Hermione sentou-se em frente ao amigo e sem cerimônia usou o abaffiato nos colegas mais próximos. Ele olhou-a cansado, não queria mais brigar com a amiga mais também não queria lavá-la.

-- Hermione se você vem de novo com aquela estória é melhor nem começar – nem a olhou, mantendo os olhos em seu livro de DCAT.
Hermione segurou as mãos dele e o fez olhá-la.

-- Harry você sabe que precisamos pegar aquela Horcrux – ela falava baixo, também parecia cansada, mas precisava convencê-lo – já pensou se você tivesse levado outra pessoa com você...

-- Eu já sei disso Hermione – falou mais alto – você já falou. Gina já falou, até a Tonks já me veio com essa estória. Mas eu não quero que vocês corram riscos – ele estava se irritando novamente.

-- E de que vai adiantar se você chegar lá e não conseguir entrar. Ou se você morrer – os olhos dela marejaram, mas ela se controlou – Nós não sabemos que maldições a estão protegendo – Ela também aumentava o tom de voz.

Na verdade Hermione tinha quase certeza do que teriam que enfrentar e “teria que ser ela”, porém não poderia dizer isto a Harry.

-- Ok, não sabemos! E quem me garante que você ou Rony poderão passar por alguma maldição que eu não poderei.

Ele vivia um conflito, sabia que sozinho teria poucas chances. Dumbledore quase morreu para recuperar o anel de Sérvolo sem ajuda e nas duas outras vezes uma única pessoa não teria conseguido. Mas ele não podia expor Rony e Hermione.

Ela estava ficando desesperada, teria que lançar mão de uma carta perigosa, mas não estava vendo saída. Novamente o fez olhá-la nos olhos, tinha uma expressão tão séria que o assustou.

-- Harry, você confia em mim?

-- Não é questão de confiança, Mione – respondeu sem entender o porquê daquela pergunta naquele momento.

-- Confia? – Ela não permitiria que ele fugisse da pergunta. Olhou-o como só ela conseguia.

Ele desviou os olhos lentamente, mas logo retornou o olhar.

-- Confio, Mione. Você sabe que eu confiaria a minha vida a você.

Ela respirou fundo e sempre mantendo o contato visual, disse:

-- Então confie no que vou lhe dizer – ele a olhou curioso – não posso explicar o porquê agora, mas prometo que quando voltarmos – ele ia protestar, mas ela o calou com um gesto – Vou lhe contar tudo. Então confie em mim – o olhar dela queimava o dele e ele concordou com um aceno de cabeça. Ela falou medindo as palavras. – Tenho informações, Harry. Não haverá chance se você não levar a mim e ao Rony. A mesma fonte que mandou levar o Professor Lupin da outra vez. Não há outra opção, juro a você.

Harry não sabia o que dizer. Afinal, do que ela estava falando?

-- Como assim informações, Mione? Que informações? Quem te deu? E porque a você?

Ela já se levantava para sair, ele a olhou cheio de dúvidas, ela apenas disse.

-- Quando voltarmos contarei tudo – e com um movimento da varinha desfez o abaffiato e se foi.

Harry ficou tanto tempo pensando no que Hermione disse que se esqueceu da hora e chegou atrasado na aula seguinte. Só reencontrou a amiga após o jantar.

-- Hermione que conversa louca foi aquela hoje à tarde? Que diabo de informações você está falando? – Harry estava intrigado, mas também um pouco irritado. “será que ela não entendia que ele só queria protegê-la”.

Ela falou baixo olhando-o fixamente.

-- Das muitas informações que vem nos ajudando a descobrir as Horcruxes – e esta última ela só mexeu a boca, sem fazer som – não posso dizer mais nada hoje. – e parecendo que havia lido os pensamentos dele completou – Eu sei que você quer me proteger Harry. Mas ninguém estará protegido enquanto Voldemort viver. Nós precisamos pegar aquela Horcrux.

-- Mione, isto não está certo! – falou franzindo a testa – se é algo tão importante porque você está escondendo de mim?

-- Você disse que confiava em mim. – ela o olhava séria, o chamava a razão.

-- Você é que parece não confiar em mim, Mione. – estava irritando-se novamente e Hermione parecia mais cansada, sentou-se e fez um abaffiato nos amigos próximos. Harry sentou também.

-- Harry você lembra da carta que o Professor Dumbledore te deixou?
“Afinal, o que essa carta tinha haver com essa história maluca” pensou Harry, mas concordou

-- Você falou que havia duas coisas que não tinha entendido – concordou novamente, era impressionante como ela lembrava de tudo – na parte que falava sobre amor ele dizia: “que a confiança, a compreensão e o perdão são facetas desse amor”. Se você não tiver confiança em mim e se você não compreender que eu não posso te revelar nada hoje, você não vai conseguir trazer aquela Horcrux na próxima lua nova.

Ela levantou-se e saiu deixando um Harry totalmente abobado e pensativo. Pouco depois Gina entrou no quarto da monitora-chefe dizendo que ele havia se convencido e que levaria ela e Rony. Hermione sentiu-se aliviada, mas não poderia se dizer feliz, estava tensa e ansiosa.

Mais tarde quando Severo a chamou ela pode ver a mesma reação de alívio e angústia no rosto dele. Combinaram de se encontrar na casa dos gritos no sábado, garantindo um ao outro que tudo daria certo.

Hermione sabia que se estivesse certa – e em geral estava – esse encontro na casa dos gritos nunca aconteceria. Aproveitou aquela noite em que quase não dormiu para escrever cartas aos seus pais, para Severo e para seus amigos. Ela acreditava que tudo daria certo, mas por via das dúvidas decidiu deixar tudo pronto. No dia seguinte conversou com Gina e mostrou a amiga onde ficava guardado o espelho, a carta de Dumbledore e a caixinha com a aliança. Pediu que caso ela se ferisse – Gina ficou com os olhos marejados – a amiga deveria avisar Severo imediatamente. Aquela semana terminou tensa.

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Esse é mais um daqueles capítulos de ligação, mas eles são essenciais para a trama da história.
As coisas estão começando a esquentar, oque será que Hermione terá que enfrentar para ajudar Harry a trazer aquela Horcrux??? E porque "tem que ser ela?"
Muitas aventuras nos aguardam no próximo capítulo!!!

Rosy Paula da Siva - estou tentando manter o ritmo de uma vez por semana, mas nem sempre é possível!

Doninha Gomes, Aninha Granger Snape e Carla Rosa - continuem imaginando, se quiserem dar um chute, fiquem a vontade, mas é a última chance, porque no próximo vamos saber o que está deixando o Snape tão nervoso.

Nini@n3_Sn@p3 - tadinho dele!!!! O homem tá na maior seca, mas é por um bom motivo. Não demora muito não (mas ainda não é no próximo).

Vivvi Prince - você derrapou nas suas suposições. Me aguarde....

Lety Snape - eu tb adoro ele assim (fico com medo dele estar muito descaracterizado, mas ele só é assim quando está com a Mione!). Vou tenytar manter o ritmo de atualizações.

Erikitxa - valeu a força!!! Acho que me animei com a fic de novo!! Estamos quase na reta final...

Mais uma vez quero convidar todas a visitar a minha Fic RL/NT

http://floreioseborroes.net/menufic.php?id=18269

E a minha Fic SB/ HG que faz parte do Fic 100 do Grimmauld Place

http://floreioseborroes.net/menufic.php?id=18603

Um beijão e até breve
Diana Black

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