Segredos, Armas e Um Pedido



Capitulo 45 – Segredos, Armas e Um Pedido

Gina sentiu seus olhos arderem no mesmo instante em que uma inundação de lagrimas os alcançou. Ela não tentou detê-las, apesar de não entender muito bem o por que daquela subia onda de sentimentos que acabara de lhe acometer, e muito menos o porque de se sentir tão feliz ao ver Harry ali, a sua frente. Havia o alivio ao ver aquele que poderia ser seu único salvador, mas não o suficiente para toda aquela euforia.
–Ele… Já está bem? –perguntou alguém ao seu lado.
Gina se virou e viu Cho Chang aflita, observando Harry sem piscar. Virou seu próprio rosto para o garoto. Os cabelos negros de Harry balançavam ao sabor da leve brisa que atravessava os terrenos do castelo, a capa de Hogwarts tremulava aos seus pés. A grossa luva de couro em sua mão esquerda dava-lhe um ar imponente. Só então Gina notou algo na luva: uma serpente dourada estava bordada nas costas da mão. Ela olhou para Harry, com uma expressão intrigada. Isso por acaso pertenceu a Slytherin? Perguntou-lhe ela, tentando conectar-se a mente do garoto.
Ela aguardou a voz de Harry surgir em sua mente, como da outra vez. Esperou por quase meio minuto, mas não houve resposta, apenas um silencio sepulcral e agourento. No mundo de fora o silencio era o mesmo, quebrado somente pelo grito de corvos, ao longe, que parecia esperar pelos cadáveres para terem comida fresca.
–Harry… –de repente murmurou Voldemort, Gina sentiu sua espinha congelar. –Não esperava vê-lo em pe tão cedo…
–Não? –perguntou Harry. –Eu imaginava que a idéia de tentar me envenenar tivesse partido de Snape.
–Sim, e partiu, mas, claro, eu não deixaria algo assim, tão útil, me escapar, não é mesmo?
–Não sei, Tom, ultimamente você tem se mantido bem quietinho.
Gina sentia que iria congelar por completo, já ouvira a voz fria de Voldemort, mas nunca ela lhe parecera tão fria. Era clara a tensão no ar. Todos sabiam que aquele encontro seria definitivo.
Mas o que deixava a garota mais gelada não era a voz de Voldemort, mas a de Harry. E ela não parecia ser a única a achar aquilo. Ao seu lado Cho parecia estar preste a sair correndo, toda vez que Harry abria sua boca. Rony e Mione também tinham os olhos arregalados, observando o amigo, que não parecia ser mais um amigo.
–Não esperava esse tipo de covardia de sua parte, Tom. –disse Harry com displicência. –Atacar uma escola indefesa.
–Ela não me pareceu tão indefesa, quando tentei sitiá-la, Harry.
–Uma dúzia de aurores e alguns alunos não me parece ser o tipo de adversários que você presa, tom, ou será que estou errado?
–Não, Harry, jamais diria algo desse tipo… Você errado? Parece até loucura… Mas, creio que você saiba, esses não são quaisquer alunos, Harry.
Harry fez soltou um muxoxo de impaciência e olhou para trás, fitando cada pessoa as suas costas, demorando em rostos conhecidos. Gina congelou por dentro quando aqueles olhos verdes se encontraram com os seus olhos castanhos. Então ele voltou-se para frente, e voltou a encarar Voldemort.
–Como disse, Tom, meros alunos… –voltou a dizer o garoto, como se fosse a coisa mais banal. –Alguns sangues-ruim, se me permite dizer.
Gina ouviu Hermione deixar escapar uma exclamação de surpresa e indignação, Rony, ao seu lado, cerrou os punhos. Ela mesma não foi capaz de conter um leve espasmo de fúria, que se assomou com sua própria fúria, a qual surgira pelo desprezo total de Harry, perante as vontades da garota.
Mas, apesar de tudo, ninguém ali parecia mais surpreso do que Voldemort, que encarava Harry como se estivesse frente a frente com um dementador.
–Eu creio que ouvi você chamar seus amigos de sangues-ruim, estou certo? –perguntou Voldemort, quase zombeteiro.
–Ouviu perfeitamente, Tom.
Voldemort sorriu, encarando Harry, depois olhou demoradamente para seus cabelos e, logo em seguida, para a luva em sua mão esquerda, parecendo deliciado com aquela visão. Seu sorriso se alargou quando voltou a olhar diretamente para o rosto de Harry. O prazer explicito em sua expressão maníaca.
–Harry, Harry, Harry… –zombou Voldemort. –Não esperava que você chegasse a esse ponto… Você realmente quebrou o selo?
Exclamações de surpresa correram por entre os professores e aurores que assistiam a cena. Ate mesmo Rony e Hermione deixaram escapar exclamações abafadas.
–Essa luva… Salazar’s Hallow, não é mesmo, Harry? –perguntou Voldemort, com um cada vez mais largo sorriso. –A maior relíquia de Slytherin.
–Exatamente… –disse Harry, seco.
–Que apelação, Harry! –exclamou ele.
–Apelação, Tom? –perguntou Harry, quase indignado. –Não sou eu o cara dos Horcruxes, aqui.
Voldemort soltou uma gostosa gargalhada, que ecoou por todo o terreno da escola. Harry apertou sua varinha na mão, sentindo sua raiva crescer.
–Ah… Harry… Meus Horcruxes podem me dar ouras chances de viver, mas é mais provável que diminuam o meu poder do que o aumentem… –explicou Voldemort, como um pai explicando a um filho o porque de o céu ser azul.
Desta vez foi Harry quem riu, mas foi uma risada curta, como a de alguém que ri de uma piada só para não deixar seu interlocutor sem graça. Ele olhou para Voldemort com puro desdém, e apontou-lhe um dedo.
–Você não acha realmente que eu sou tão estúpido, não é mesmo, Tom? –perguntou o garoto, ligeiramente feroz.
–Por que você me pergunta isso, Harry?
–Você não saiu por ai escolhendo objetos mágicos poderosos só para ter coisas legais na sua coleção.
–Eu sempre achei que sim. –zombou Voldemort, deixando claro que sua real intenção era de deixar Harry furioso.
–O que realmente lhe atraia na idéia de ter objetos pessoais dos quatro fundadores não era simplesmente sua raridade ou beleza… Era o poder que eles possuíam. Uma vez feito um Horcruxe com eles, o poder de ambos se assimilavam.
–Sim… Talvez tenha sido realmente isso, aliás, teoria muito bem formulada.
–Não é teoria, Tom, é a verdade.
–Verdade, Harry… Sim, mas, de que me adiantaria fazer isso? Pra que me serviria esse poder?
–Ah, Tom, não se faça de ingênuo, você sabe o que acontece quando um horcruxe é destruído…
A expressão de Voldemort mudou completamente. Seu sorriso desapareceu. Seus olhos se estreitaram. Seus lábios se crisparam. Sua narinas se dilataram.
Quando eu der o sinal, se concentrem em qualquer ponto dentro do castelo onde possam estar seguros da batalha. Gina ouviu a voz de Harry em sua mente. E não me atrapalhem.
Gina notou que todos a sua volta se agitaram ao ouvir o pedido de Harry, principalmente Rony e Hermione. Mais à frente a professora Minerva e Rudigier se encararam, pareciam bolar uma estratégia, ou alguma maneira de concentrar todos num só lugar.
–O ideal seria um lugar onde pudéssemos nos esconder caso fossemos atacados, mas sem perder nossa chance de um ataque surpresa, como sub via. –comentou Rony, ao seu lado, quase um sussurro. –O corredor de feitiços era uma boa idéia.
Hermione o encarou, de maneira apreensiva, mas sorria, parecendo concordar com sua idéia.
–O corredor de feitiços? –perguntou Gina, sem entender muita coisa.
–É… Longa historia… Deixa pra outra hora. –cortou Hermione, logo de inicio.
Gina sentiu-se extremamente inclinada a replicar, mas sua consciência lhe aconselhou a deixar o assunto para outra hora, à batalha iminente parecia ser uma preocupação mais cabível para aquele momento. Rony permanecia em silencio, observando Harry com interesse, parecia estar confuso quanto às mudanças de Harry, mas também parecia entender o porque de elas terem acontecido.
–Você… Não ousou destruí-las? –Voldemort parecia um tanto assombrado e quase possuído pelo ódio.
–Duas, creio que você já saiba, foram destruídas há certo tempo. –comentou Harry, com certa displicência.
–Sim, uma você destruiu há cinco anos, a outra o velho destruiu no ano passado. –respondeu Voldemort, parecendo um tanto exaltado.
–Eu destruí mais duas. –Harry disse, calmo, como se fosse a coisa mais simples do mundo.
Voldemort permaneceu em silencio, mas a prof ª Minerva soltou uma exclamação de surpresa. Rudigier se moveu inquieto, enquanto Rony e Mione se aproximaram um do outro mais um pouco. Gina apenas observou a cena, com demasiada preocupação, detestava não entender o que estava acontecendo.
–Então ainda restam três. –disse Voldemort, como se quisesse apaziguar a situação.
–Duas. –cortou-lhe Harry, com calma.
–C-como? –engasgou Voldemort.
–Não se faça de tonto, Tom. –zombou Harry. –Nós dois sabemos que você já morreu uma vez.
A expressão de Voldemort continuou a mesma, esperando pelo que Harry iria falar.
–E, se você morreu, então se faz necessária à utilização de um horcruxe para voltar à vida… –completou Harry.
Voldemort respirou fundo três vezes seguidas, sua narinas em fendas se dilataram ainda mais. Os olhos vermelhos e injetados se arregalaram, na direção de Harry.
–Você sabe o quanto dói morrer, Harry? –perguntou Voldemort, num tom de voz ameaçador.
–Não. –respondeu Harry, somente. –Mas creio que não doa nada.
Voldemort sorriu, de uma maneira cruel e maníaca. Por um segundo Gina imaginou que ele pularia no pescoço de Harry, tentando, de qualquer maneira, esganá-lo.
–Exato, Harry, não dói nada… O que dói é voltar à vida! –exclamou o bruxo das trevas. –Sabia que quando um dos Horcruxes é morto suas memórias e experiências são passados a todos os outros fragmentos da alma?
–Não. –mais uma vez Harry foi o mais simples que podia. –Eu nunca criei um Horcruxe, sabe?
Harry então foi assolado por uma quantidade terrível de memórias dolorosas, por pouco não começou a gritar de desespero. O sorriso de Voldemort se alargou, como se a lembrança de todas aquelas dores lhe fosse prazerosa. Que mente mais distorcida… Pensou Harry, se utilizando de sua oclumência para se livrar da influencia de Voldemort.
–Isso mesmo, Harry! –exclamou ele, num tom de voz esquizofrênico. –Dói muito ter cada uma das suas células criadas do nada em menos de um minuto! Dói mais ate do que tê-las destruídas!
–E no que isso vem ao caso? –perguntou Harry, tentando fazer Voldemort se sentir ligeiramente desconfortável.
–Em nada, Harry, só queria te mostrar minha dor.
Os dois se encararam em silencio. Gina sentiu a tensão crescer. Já era possível cortá-la com uma faca.
–Tom… Posso te fazer uma pergunta? –perguntou Harry. –Por que você violou o tumulo de Godric Gryffindor, se apenas fingiu que o botão que roubara de seu cadáver era um Horcruxe?
Voldemort voltou a sua expressão anterior: estéreo. Seus olhos se encontraram com os de Harry e uma expressão de puro escárnio tomou conta de seu rosto.
–Precisava de uma distração para o verdadeiro Horcruxe… –disse Voldemort. –Sabia que o velho logo perceberia que eu estava usando pertences dos quatro fundadores para fazer meus Horcruxes. Alem do mais, precisava visitar Godric’s Hollow.
–E o que você utilizou como Horcruxe? –prosseguiu Harry. –Quando nos encontramos no cemitério você já vagava com esse fragmento de alma há cerca de cinco anos.
–Uma coisa banal… –disse Voldemort. –Da qual ninguém daria falta, afinal… Estava sumida há quase mil anos, os próprio membros da casa de Gryffindor esconderam o fato de ele ter sido enterrado com ela.
Os olhos de Harry se estreitaram, na ânsia por uma resposta quase absurda.
–A espada de Gryffindor. –disse Voldemort, finalmente, com um meio sorriso.
–Impossível! –exclamou a professora Minerva, logo atrás de Harry. –A espada estava escondida dentro do chapéu seletor! Ele o pos lá quando deixou o castelo!
–Eu e Quirrel o pusemos lá. –corrigiu Voldemort. –Quando Harry ainda estava no primeiro ano, logo depois de Quirrel a encontrar em meio aos escombros da mansão dos Riddle.
Harry escutava tudo com atenção, fazia sentido. Todos os professores tinham acesso à sala do diretor e Quirrel enganara a todos, com exceção de Snape, seria fácil para ele entrar na sala de Dumbleodore e esconder a espada dentro, um feitiço simples poderia fazer isso.
–Quirrel era muito bom com encantamentos, –seguiu Voldemort. –e tínhamos amostras de pele de Gryffindor, foi muito simples para ele dar um jeito de por a espada lá dentro de modo que somente um legitimo descendente de Godric Gryffindor pudesse tirá-la de lá.
Os olhares de todos recaíram sobre Harry. O garoto sentiu o peso destes olhares, mas os ignorou, continuando a observar Voldemort, que parecia triunfante.
–Você… Você sabia disso, Potter? –perguntou-lhe a professora Minerva, com um tom de voz desaprovador e desconfiado.
–Descobri assim que visitei Godric’s Hollow. –disse o garoto. –Foi por isso que meus pais se mudaram para lá. Trigésima segunda geração por parte de mãe.
A surpresa agora veio de somente uma pessoa: Rudigier Binns. Ficou claro para Harry que ele jamais imaginara que nas veias da mulher que ele tanto desprezava corria um dos sangues mais nobres de toda a Inglaterra.
Gina, Rony e Hermione se encararam, tentando entender toda a informação que estavam absorvendo. Tudo fazia sentido, ao mesmo tempo em que parecia a coisa mais absurda que alguém poderia dizer. Como Harry poderia ser descendente de Slytherin e Gryffindor ao mesmo tempo?
–Certo… Já batemos bastante papo, não acha Harry? –perguntou Voldemort, em tom de brincadeira. –Vamos acabar logo com isso… Expell!
Todos puderam ver a areia e a grama que estavam no semicirculo logo à frente de Voldemort voar na direção da defesa de Hogwarts com uma força quase inimaginável. Era claro que ele não tinha, pelo menos naquele ataque, a intenção de matar ninguém, mas poucos ali seriam capazes de bloquear ou rechaçar um ataque tão poderoso e, ainda assim, teriam de arcar com as conseqüências desse ato imprudente com alguns ferimentos mais leves.
De repente o feitiço de Voldemort se desfez, a areia aos poucos foi baixando, as folhas da grama continuaram a voar, sem direção certa, ao sabor da brisa. A expressão de Voldemort não mudou, mas ele parecia já ter previsto aquilo. Um teste, pensou Harry.
–Exatamente como previsto. –disse Voldemort. –Você já controla com perfeição os poderes que me roubou.
–Eu não roubei nada. –defendeu-se Harry. –Eles foram impostos a mim, uma vez que também tenho sangue de Slytherin correndo em minhas veias.
–Dois erros infelizes da minha parte: tentar te matar sem conhecer o encanto que te protegia e deixá-lo entrar na minha mente livremente.
–Não tão livremente. –corrigiu Harry. –A morte de Rúbeo foi muito bem bolada, se me permite dar minha opinião.
–Ah… Aquilo… Bem, eu precisava fragilizar suas defesas mágicas, se quisesse que o veneno de Draco fizesse efeito.
De repente ambos se encontraram em posição de duelar, as varinhas erguidas na altura do rosto, apontadas uma para a outra. Sem dizer nada, ambos de repente baixaram a varinha e se cumprimentaram, formalmente, para logo em seguida assumirem suas posições de duelo novamente.
Mais uma vez Gina sentiu seu corpo congelar, mas desta vez não tinha nada a ver com tensão ou apreensão. Tudo o que corria em suas veias era a mais pura excitação. Desde que voltara jamais vira Harry num duelo de verdade, muito menos com a varinha.
Os segundos se arrastaram, enquanto eles analisavam um ao outro, esperando por qualquer oportunidade de um ataque efetivo, ou pelo menos era o que Gina imaginava estar acontecendo, uma vez que não entendia o por que de tanta demora para atacar.
Harry arrastou seu pe no chão, inclinando ligeiramente seu corpo para trás, ganhando mais distancia, ou se preparando para um ataque furtivo. Mas que droga de duelo esquisito! Pensou Gina, já impaciente.
Avada Kedavra!
Expelliarmus!
Da varinha de Voldemort jorraram fagulhas verdes, enquanto da de Harry fagulhas vermelhas. Ambos os feitiços se encontraram exatamente a meia distancia dos dois, onde explodiram em faíscas douradas, que, após meio segundo, se reuniram novamente num cordão mágico, que uniu as duas varinhas, exatamente com há três anos, em frente a tumula de Tom Riddle, pai de Voldemort.
Harry reagiu aquilo como se fosse a coisa mais normal do mundo. Depois do que Dumbleodore lhe explicara sobre Priori Encantatem Harry ficara muito interessado no fenômeno, tanto que, assim que deixou Hogwarts, fez questão de procurar toda e qualquer informação sobre o assunto, em qualquer lugar que pudesse.
Voldemort, logo que avistou o encanto reverso, deu um passo para trás, praticamente horrorizado, observando a tênue linha que unia ele a Harry.
Lacaro LaFerea! –exclamou Harry, sem mover sua varinha.
A linha de repente ficou estática e reta, perfeitamente alinhada entre eles. A expressão de Voldemort mostrou que seu pânico somente aumentara. Com um tranco ele voou cerca de dois metros para trás, partindo e fazendo com que desaparecesse o encanto que o unia a Harry.
Harry continuou imóvel, fitando incessantemente Voldemort, esperando por qualquer reação. O bruxo das trevas se ergueu devagar, não mostrava sinais de que temia um ataque surpresa da parte de Harry.
Priori Encantatem… –murmurou Voldemort, pensando na situação. –Aconteceu o mesmo no cemitério três anos atrás…
–Exato. –respondeu Harry.
Voldemort respirou fundo, tentando recuperar a calma e a compostura.
–Infelizmente em todos os meus anos de vida eu só pude ter a oportunidade esse encanto por duas vezes… –continuou ele. –No cemitério e aqui.
–Eu também. –respondeu Harry, como se ele não tivesse dito nada do que pudesse se gabar.
–É realmente ruim tentar descobrir algo sobre o qual não se tem conhecimento algum.
–Estranho… Eu descobri um bocado de coisas. –zombou Harry. –Principalmente suas utilidades.
Os olhos de Voldemort se estreitaram, dando-lhe um ar ainda mais mortífero.
–Creio que está mais do que obvio que não continuaremos esse duelo com nossas varinhas. –Voldemort afirmou, guardando suas varinha.
–Sim, isto está bem claro para mim. –respondeu Harry, guardando também sua varinha.
–E também, nosso nível não poderá ser medido apenas com feitiços sem varinha.
–Creio que não… Acho que nossa habilidade nesse quesito empataria.
A expressão de voldemort endureceu, como se não gostasse de admitir que empatara com um garoto, com Harry.
Gina sentiu um ligeiro desapontamento. Esperava ver um grandioso duelo, mas tudo não passou de dois feitiços se chocando e um encanto que ela não entendera muito bem. Mas, mesmo após os dois guardarem suas varinhas seu medo do que estava por vir só aumentou. Ao seu lado ela viu Rony e Mione se abraçarem com cada vez mais força. Sentiu vontade de abraçar alguém. Você está no lugar errado, Harry, pensou ela, desolada.
–O que eles vão fazer agora? –perguntou Cho, ali perto, apenas expressando a pergunta que Gina se fazia.
–Eu não faço a mínima idéia, mas tenho a impressão de que não é algo muito bom. –comentou Dino.
–Não muito bom, Dino? –perguntou Mione, quase jogando Rony do outro lado da barricada. –Isso é terrível!
Todos olharam para Mione estupefatos, sem entender muita coisa. A própria garota tapou a boca com as mãos, com medo do que acabara de dizer. Rony a fitou por meio segundo, depois sorriu consolador.
–Mione, eu sei que você está apavorada, todos estamos. –disse ele, apertando-a com mais força contra si. –Mas não tem com o que se preocupar, Harry vai acabar com isso logo.
Por um segundo a garota se deixou acalmar, deitando sua cabeça no peito de Rony, sentindo seus músculos pré-desenvolvidos. Mas logo em seguida o temor de antes se apossara dela novamente. Eles não podem usar suas varinhas… Nem magia…
–Essa luta só tem um jeito de ser concluída. –disse a garota baixinho, de modo que somente Rony pudesse ouvi-la. –As armas…
–Armas, Mione? –perguntou Rony, sem entender muita coisa.
–Você já leu Hogwarts uma historia, não é Ronald? –perguntou a garota, como se estivessem tendo uma conversa comum.
–Claro… Umas três vezes. –respondeu ele, agora ainda mais confuso.
–Cada fundador de Hogwarts tinha uma arma.
–Sim, Gryffindor tinha uma espada, Slytherin um machado, Hufflepuff uma foice e Ravenclaw um arco. –respondeu Rony, como responderia a uma pergunta feita por Binns. –Mas que é que isso tem a ver?
–Se eles não podem duelar normalmente, a que eles vão recorrer? –perguntou Mione. –Quero dizer, eles precisam de uma arma mágica, pela qual possam medir seus poderes, não só suas habilidade física.
–Claro, por que se formos contar só com a habilidade física Harry estaria em clara vantagem. –Rony prosseguiu com o pensamento.
–Exatamente.
–O… O que vocês estão dizendo é verdade? –perguntou Angelina Hunter, que ouvira atentamente cada palavra.
O casal se sobressaltou. Não imaginavam que alguém estava ouvindo o que estavam falando. Só então perceberam que Gina e neville também tinham captado cada palavra da conversa, suas expressões mostravam sua perplexidade com a coisa.
–Harry já me contou o estrago que a espada de Gryffindor pode causar… –murmurou Gina, tentando manter a calma. –Sem por força alguma no golpe ele atravessou a cabeça do basilisco, na Câmara Secreta, e ainda cortou-lhe um dente.
–Não exista nada mais poderoso do que uma arma impregnada por magia. –explicou Mione. –Elas tem suas capacidades comuns ampliadas milhares de vezes.
Os olhos dos cinco se cruzaram, enquanto eles imaginavam o que estava por vir.
–Granger, Weasley, venham cá! –a voz da professora Minerva ecoou na mente de ambos, que se exaltaram.
Sim, professora, responderam ambos, saindo correndo logo em seguida. Gina foi atrás, sem se preocupar se levaria bronca ou não, ou com qualquer outra reação da parte da professora Minerva ou de qualquer outro professor.
–Pronto. –disse Rony, postando-se ao lado da diretora
ninguém lhes deu atenção de imediato, observavam Harry e Voldemort, que se encaravam há quase três minutos, sem sequer mover um músculo. Ao lado da diretora Rudigier tinha os olhos cheios de lagrimas, de aflição, por ver os dois ali, sem piscar. Talvez fosse só impressão de Rony, mas os cabelos de Harry estavam mais brancos agora, e seus olhos brilhavam mais verdes do que nunca.
–O que faz aqui, garota? –perguntou Rudigier, assim que avistou Gina. –Acredito que Minerva chamou apenas Weasley e Granger.
–Mas eu sou Weasley. –respondeu Gina, cínica. –Gina Weasley.
–Não é hora para piadas, garota. –ralhou Rudigier, ligeiramente alterado.
–Mas não é pi… –começou Gina, mas foi interrompida pala professora Minerva:
–Deixe-a, Rudigier, ela está tão envolvida com Potter quanto os outros.
Os três se encararam. O que ela quer saber sobre o Harry? Perguntou Mione para os outros dois, valendo-se de legilimência. Não sei, responderam ambos, num uníssono mental.
–O que vocês acham que Potter vai fazer, a partir de agora? –a diretora foi bem direta quanto ao assunto.
Os três fizeram uma cara de interrogação, fingindo não entender muito bem a pergunta. Não podiam simplesmente mostrar a ela o quanto estavam a par da situação.
–Vou explicar, –disse a professora. –Granger, mais do que ninguém você conhece os recursos que Potter possui. Weasley conhece seus motivos e a sua caçula conhece os seus sentimentos… Então vocês três, juntos, devem fazer alguma idéia do que Potter vai fazer daqui em diante.
Os três permaneceram em silencio, encarando a diretora. Foi Rony quem falou primeiro, e foi o único a fazê-lo:
–Ele vai lutar. Ate sua morte, se necessário, mas não deixara Voldemort ver mais um raiar do sol.
Suas palavras foram simples, mas encorajadoras. Pode-se ver os olhos de aurores e professores desesperançados brilharem novamente, com animo ressuscitado.
De repente eles ouviram um estalar de dedos. Todos se voltaram na direção de Harry e Voldemort. O garoto tinha mão erguida, com os dedos em posição de estalar.
–Weasley, Granger. –chamou ele, sem se virar na direção deles. –Posso pedir um favor?
Nem Rony nem Mione responderam, mas, pelas suas expressões, ficou obvio que ele poderia fazê-lo. No mesmo instante surgiu, na frente de Rony, uma foice, de cabo feito em salgueiro muito bem trabalhado, com runas entalhadas. A lamina era feita com folha de platina e tinha um fio perfeito, capaz de cortar o mais puro aço sem o mínimo esforço. Na lamina era visível o brasão da Lufa-Lufa. A foice de Hufflepuff, pensou Mione.
–Quando eu vencê-lo, me matem. –disse Harry, sem nenhum pesar em sua voz.


ENTAUM, GENTE, AKELA XATICE D SEMPRI: COMENTS, PAH E TALZ... NEH?!?!?!?
VLW, BRIGADAUM PELA ATENÇAUM...

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