O Vôo da Fênix



- Você tem certeza disso Harry? – Perguntou Lupin, se recuperando do choque.
- Absoluta Remo. – respondeu ele, se virando para o amigo – Precisamos tomar as providências para recepcioná-lo.
- Ele não pode entrar no castelo, será uma catástrofe se conseguir. – Disse a diretora Mcgonagall.
- Ele não entrará, diretora. Nós o encontraremos do lado de fora dos portões. – Afirmou Harry.
- É muito arriscado Harry. – Retrucou Mcgonagall – Não posso permitir que se arrisquem desta forma.
- Não se preocupe diretora. Já temos um plano. – Respondeu Harry – Mantenha os alunos e convidados dentro do castelo em segurança enquanto a Armada cuida de tudo.



Rapidamente as providências foram tomadas. Os alunos foram encaminhados para suas salas comunais e os membros da A.D. se reuniram no saguão, após terem ido buscar suas varinhas. Os Granger só concordaram em ficar dentro do castelo depois de muita insistência de Mione e Rony, explicando que eles estavam preparados pra enfrentar o que vinha e que se eles não ficassem ali, protegidos só atrapalharia a concentração deles. Os Weasleys não quiseram permanecer no castelo de maneira alguma. Assim que todos estavam reunidos no salão, Harry se dirigiu mais uma vez aos amigos:



- Pessoal, prestem atenção. O plano é o seguinte: Eu vou desafiar Voldemort para um duelo!
- O quê? – Perguntou a diretora, que estava a seu lado – Este é o seu plano Potter? Duelar contra Você-Sabe-Quem?
- É sim. Isso impedirá um ataque direto à escola. Ele vai aceitar. Depois, quando ele estiver envolvido na batalha eu vou dar um sinal e vocês devem lançar o feitiço Amor Eternus que ensinamos para vocês. Mas esperam a minha ordem. Professores e amigos protejam a todos quando forem lançar o feitiço, os comensais podem querer atacá-los.
- E quem vai proteger você? – Perguntou Gina, tensa.
- Voldemort. – Respondeu Harry, com um sorriso – Só não conta isso pra ele, ok?



Então, todos que ali estavam começaram a sair do castelo. Harry pegou a mão de Gina, que estava gelada. Deu-lhe um beijo e disse:


- Procure ficar calma. Vai dar tudo certo.
- Não estou gostando desta história Harry. Este plano pode não dar certo e eu tenho medo do que pode acontecer com você.
- Não tenha medo. – Disse ele, parando e fazendo com que ela parasse também. Levou sua mão aos seus cabelos, acariciando-os e continuou – Isto termina hoje. Eu juro. Depois desta noite, todos poderão continuar com suas vidas tranqüilamente. Você confia em mim?
- Uhum! Sempre. – Respondeu ela.



Harry então a abraçou forte e depois lhe deu um longo beijo. Gina sentiu-se mais segura. Era impressionante como Harry estava calmo e confiante. Continuaram caminhando de mãos juntas, descendo para os portões. Rony ia do outro lado de Harry, também de mãos dadas a Hermione. Atrás e em volta deles, seguiam os membros da Armada, bem como os professores, os Weasleys, e Tonks. Todos de varinha na mão. Ao chegarem nos portões, onde estavam Grope e Hagrid, Harry pediu para que fosse aberto e foi o primeiro a sair, seguido pelos demais. Posicionaram-se ali, em frente aos portões e aguardaram.



Mas não precisaram aguardar muito. Logo o som de passos se fez ouvir e puderam ver, subindo a colina que vinha de Hogsmeade, o exército inimigo. Era formado por Dementadores, gigantes, lobisomens (apesar de não ser lua cheia, eram seres muito poderosos) e Comensais. E à frente, trajando uma túnica preta, estava Voldemort. Ele vinha caminhando tranqüilamente, como se estivesse passeando em um parque. Quando estavam a aproximadamente vinte metros de distância dos portões, ele parou e apreciou a cena à sua frente, demonstrando satisfação.


- Vejo que resolveu facilitar as coisas para nós, Potter. Trouxe todos diretamente para a morte.
- Olá, Tom Ridle. – Disse Harry – Está pronto para morrer hoje?
- Se alguém vai morrer será você, Potter. Você morrerá, na frente de todos os seus amigos.
- Não tenha tanta certeza, Tom. Se vai haver uma morte aqui hoje, será a de Lord Voldemort. – Enquanto falava, Harry observava Nagini, a cobra de Voldemort que possuía dentro de si a Horcrux que faltava destruir.
- Não seja ridículo garoto. Você não tem a mínima chance de derrotar a mim e meus seguidores.
- Você acha mesmo, Tom?
- Pare de me chamar por este nome imundo moleque! – Esbravejou Voldemort.
- Olha Tom! – Respondeu Harry, frisando o nome de Voldemort. O que acha de resolver isto só entre nós dois? Eu o desafio para um duelo. Aceita?


Voldemort não reagiu por um tempo. Então soltou uma estrondosa gargalhada, que gelou a todos os presentes. Depois de algum tempo, ele se recompôs e retomou a conversa:


- Esta foi a melhor piada que ouvi em vários anos, Potter. Você está me desafiando para um duelo? Que chances você acha que tem?
- Isso não importa, não é mesmo? E aí. Aceita ou está com medo?
- Medo? Lord Voldemort com medo de um pirralho como você? Muito bem então. Eu aceito. Vai ser divertido matá-lo. Depois, ainda vamos poder matar seus amigos e dominar a escola.
- Ótimo! – Disse Harry – Então vamos logo com isso.



Harry então se virou para os amigos e disse:


- Não se esqueçam. Aguardem a hora certa. Não façam nada sem que eu mande.
- Harry tome cuidado. – Disse Mione.
- Ok! Eu sempre me cuido. Remo – Chamou ele – Por favor, não se esqueça o que eu te pedi antes do período letivo começar, está bem?


Lupin arregalou os olhos. Ele havia se esquecido completamente do pedido do rapaz. A lembrança de tal pedido naquele momento só podia significar uma coisa. Passado o susto inicial, ele balançou a cabeça concordando e disse:


- Você é bem o filho de Tiago. Estou muito orgulhoso de você, Harry.
- Obrigado. É bom ouvir isto. – Em seguida se virou para Gina e segurou seu rosto entre as mãos. Ela estava com os olhos brilhando, prestes a derramar uma lágrima. Ele a beijou novamente, um beijo diferente. Longo, sôfrego, desesperado. Um beijo de despedida, ela sentiu isso – Eu sempre vou te amar. Nunca se esqueça disso, entendeu?
- Eu também amo você Harry. Por favor, volta pra mim. Não sei o que vai ser de mim sem você.


Gina encostou sua cabeça na do rapaz. Não queria se afastar dele, mas não teve opção quando ouviu aquela voz que tanto odiava, a voz fria e agourenta de Voldemort:


- Chega de enrolação Potter. Vamos logo com isso.



Harry se afastou dela, olhou par os amigos, cumprimentando-os com um aceno. Mione abraçou Gina, parecia tão aflita quanto ela. Rony estava com o semblante sisudo, de braços cruzados e respondeu ao amigo com um cumprimento igual. Harry deu um leve sorriso para Cho, Neville e Luna, que estavam ali do seu lado e se virou para enfrentar seu destino.



Caminharam um em direção ao outro, se encontrando no meio do caminho. Mantiveram uma distância de aproximadamente três metros entre eles. Harry olhava Voldemort fixamente nos olhos, porém sua atenção estava em Nagini, que deslizava pelo chão aos pés do seu mestre. Voldemort, percebendo o olhar do rapaz perguntou:


- Com medo de minha amiga, Harry?
- Eu nunca tive medo de cobras, Tom.
- Pois devia. Há muito prometi a Nagini que ela se fartaria com você. E hoje é o dia. Veja como ela está ansiosa.
- Acho que vou ter que desapontá-la de novo Nagini. – Disse Harry em língua de cobra, e completou para Voldemort, buscando ganhar mais tempo – Você está disposto a morrer pelo que acredita Tom?
- Morrer? Eu? Voldemort é imortal. – Ele abriu seus braços e continuou, para que todos ali pudessem ouvi-lo – Lord Voldemort é imortal, não teme nada nem ninguém. E muito menos este pirralho que vocês idolatram.


Harry não estava prestando atenção em Voldemort. Ele conseguira seu intento ao falar na língua das cobras com Nagini. Ela deixara de rodear seu mestre e se virara para Harry, levantando sua cabeça do chão, como se preparasse um bote. Era a hora Harry sacou rapidamente a varinha e bradou:



- Amor Eternus!


Voldemort instintivamente conjurou um escudo reluzente para se proteger, pensando que o feitiço era direcionado a ele. Só percebeu qual era o verdadeiro alvo quando Nagini caiu no chão, se contorcendo e finalmente morrendo. Com um olhar aterrorizado, Voldemort se voltou para Harry.



- Mas o que significa isso Potter?
- Pobre animal. – Respondeu Harry – Mas eu não tinha opção, não é mesmo? Como eu ia destruir sua Horcrux sem atingi-la? Mas eu não esperava que ela morresse. Isso mostra o quanto sua alma a havia contaminado.
- Do que você está falando Potter? – Voldemort estava cada vez mais pálido agora – O que você sabe sobre Horcruxes?
- Tom! – Começou Harry - Você realmente achou que conseguiria esconder seu segredinho de Dumbledore? Francamente! – E com um gesto da varinha, fez aparecer os objetos onde estavam guardadas as outras Horcruxes – acho que você se lembra destes objetos, não lembra?


Harry então jogou os objetos no chão. Voldemort olhou para eles estupefato. Não podia acreditar que o velho decrépito do Dumbledore conseguira descobrir o seu segredo e contado ao Potter. Isso mudava totalmente a situação.


- Nós destruímos todas as Horcruxes, Tom. Você sabe o que isso significa? – E aumentando a voz como Voldemort fizera a pouco, Harry continuou – Significa que não importa o que aconteça. Não importa que eu morra hoje, Lord Voldemort não existe mais. Está morto. Resta apenas Tom Ridlle, um bruxo mestiço, sangue-ruim, com apenas uma sétima parte de sua alma e que pode morrer como qualquer um aqui. – Olhou novamente para Voldemort e disse, agora em voz mais baixa – Entendeu agora Tom? Não importa o resultado deste duelo. Se eu morrer, outro me substituirá. Alguém vai conseguir acertá-lo e você irá morrer. Pode até mesmo ser um dos seus lacaios. Já pensou nisso? Alguém que queira ficar famoso por ter superado seu lord.
- Você vai morrer por isto Harry Potter. E não será indolor, pode ter certeza disso.
- Eu não tenho medo da morte, Tom. Estou disposto a morrer esta noite. Mas não vou sozinho.
- Veremos Potter. Veremos. – Disse Voldemort, sacando sua varinha e gritando com toda sua fúria e ódio - AVADA KEDAVRA!
- EXPELLIARMUS! – Lançou Harry em resposta, com sua varinha que estava na sua mão esquerda.


Como já havia acontecido no cemitério, na noite da morte de Cedrico, os feitiços se chocaram, ligando as varinhas. O Priori Incantatem. Logo se formou a cúpula em volta dos dois combatentes.


- Você sabe que não conseguimos duelar sem que isto aconteça, Potter.
- Não só sei como esta era minha intenção, Tom. Agora você não pode mais fugir de mim.


Harry girou o corpo para olhar para os amigos, que nunca tinham visto aquele efeito antes. Claro que Harry contara o que acontecera no cemitério, mas não chegava nem perto do que estavam vendo. A abóbada criada pelo feitiço era linda, multicolorida e parecia estar vibrando com uma música linda. A mesma música que Fawkes cantara quando Dumbledore morrera no ano anterior.

- Rony! Mione! Gina! – Chamou Harry, tirando a todos do transe em que se encontravam – É agora. Lancem o Amor Eternus agora.
- Mas Harry! – Começou Rony – Como faremos o feitiço atravessar esta barreira para atingir o cara-de-cobra?
- Vocês não vão conseguir atingi-lo Rony. Não se pode fazer mal a alguém que esteja protegido pelo Priori Incantatem. Li em um livro a respeito e não é possível fazer mal a alguém que esteja aqui dentro.
- Mas que droga Harry! – Retrucou Rony – E só agora você diz? Como vamos poder te ajudar se não podemos lançar os feitiços nele?
- Mas podem lançar em mim, Ron. Vocês não querem me fazer mal e podem lançar o Amor Eternus em mim. Vai passar.
- Não Harry! – Agora era a vez de Hermione entrar na conversa – Você não pode receber todos estes feitiços. Vai morrer, seu corpo não vai agüentar tanto poder. Tanta magia.
- Vou agüentar sim Mione. Pelo menos o tempo suficiente pra terminar minha missão. Por favor, confiem em mim. Eu sei o que estou fazendo. Não há outra opção.
- Não Harry! – Continuou Mione – Sempre há outra opção, temos que pensar em outra coisa, juntos nós sempre consegui... – Mas Mione não terminou sua frase, pois do seu lado alguém disse.
- Amor Eternus!
- Rony! – Gritou Mione assustada, olhando para o namorado – Você está louco? Isso vai matá-lo.
- Eu sei Mione. – Respondeu o rapaz, olhando para ela, com uma lágrima descendo pelo rosto – Eu sempre confiei no Harry, não será agora que vou deixar de acreditar. Eu sei que isso pode matá-lo, Mione. Mas não vou deixá-lo na mão agora. Se ele disse que não tem outra forma, não tem.
- Obrigado Rony. Sabia que você entenderia. – Respondeu Harry, sorrindo para o amigo.
- Amor Eternus! – Outro feitiço se fez ouvir, agora lançado por Lupin.
- Remo! Você também concorda com essa loucura? – Perguntou Minerva.
- Não há mais nada que possamos fazer, Minerva – Respondeu Lupin – Ele é exatamente igual ao pai. Já havia planejado tudo isso. Não tem mais nada que possamos fazer para evitar o que vai acontecer.
- Obrigado Remo. Mandarei lembranças suas quando encontrar com ele.


Depois de Lupin, todos se decidiram, mais de cinqüenta feitiços foram lançados em direção a Harry, que quando foi atingido perdeu o equilíbrio, cambaleou e pareceu que ia cair ao chão, mas conseguiu se recompor. Voldemort, quando viu o que estava prestes a acontecer, gritou para seus aliados:


- Impeça-os. Mate-os, não deixe que o ajudem!



Mas os professores estavam preparados. Conjuraram escudos protegendo os jovens dos ataques dos comensais. Os Dementadores não se atreveram a atacar, pois a magia do amor que impregnava o ambiente era mortal para eles e logo estes estavam em retirada. Os gigantes também acharam melhor se retirarem, quando perceberam que o bruxo ao qual seguiam não era tão forte quanto pensaram. Sobraram apenas os lobisomens, que apesar de serem fortes não eram páreo para Grope e Hagrid, que avançaram para combatê-los.



Assim que foi atingido pelos feitiços, Harry ganhou uma aura em sua volta. Era pura energia, colorida, assim como cada feitiço que havia sido enviado. Havia tons de branco, azul, lilás, vermelho, dourado. Era uma grande mistura de cores e energia, fluindo a sua volta e principalmente, através dele, envolvendo-o por completo. No ar acima deles, com um lampejo, surgiu Fawkes, que começou a cantar em conjunto com a melodia que já era ouvida, gerada pela cúpula que envolvia os dois. Harry respirou fundo, como se estivesse absorvendo todo o poder, toda a magia que recebera. Sorriu, abriu os olhos e voltou a olhar para os amigos:


- Mione?
- Não! Sem chance Harry. Não vou fazer isso. – Disse ela, as lágrimas rolando por sua face – Você é o irmão que eu nunca tive, não posso fazer isso.
- Você também é a irmã que eu nunca tive, Mione. E é um pedido de irmão que eu estou te fazendo.
- Droga Harry. – Disse ela – E a profecia? Ela dizia que um sobreviveria ao outro!
- O próprio Dumbledore disse para não interpretarmos a profecia literalmente. Se ele vencer Mione, matará todos vocês. E o nome Potter deixará de existir, ninguém se lembrará de mim ou dos meus pais. Se eu vencer, continuarei vivo na lembrança e nos corações de todos vocês.
- Eu não vou te perdoar por isso, está me ouvindo? Por nos deixar assim. – Disse ela, sem mais argumentos - Amor Eternus!
- Muito bom Mione. – Respondeu ele ao receber o feitiço, sorrindo. Sua aura brilhou e aumentou de tamanho – Sabe, eu também não vou me perdoar por não estar aqui no dia do casamento de vocês. E irmão sempre perdoa irmão, então eu sei que um dia você me perdoa. Sempre perdoou, não foi? – Se calou por um instante e depois chamou, receoso - Gina?



A garota, que até então não falara nada, estava com os olhos cheios d’água, mas ainda se controlava. Encarou o namorado e disse:


- Por que você me enganou Harry? Por que não me disse o que tinha em mente?
- Porque se você soubesse o que eu tinha que fazer não permitiria. Ou pior, estaria aqui comigo. E isso eu não poderia permitir, não é mesmo?
- Mas e o que eu quero. Não conta?
- Não desta vez, amor. Pensa em sua família. Como eles ficariam se você estivesse aqui comigo, correndo o risco de não sobreviver? Eu te amo demais pra isso, Gina. Você tem a vida inteira pela frente, tem muito ainda o que viver. Viva por nós dois está bem?
- Que vida eu posso ter sem você Harry? Não faça isso. Não me deixe.
- Não sei se está em minhas mãos agora amor. Vamos, por favor, meu tempo está acabando.



Gina levantou sua varinha relutantemente, agora as lágrimas que heroicamente conseguira segurar começavam a descer por sua face numa enxurrada e parecia que não parariam mais.



- Amor Eternus!



Um jato de energia saiu da varinha de Gina e atingiu Harry no peito. A aura de energia que circundava Harry pareceu ganhar vida, se erguendo em direção ao céu estrelado e ganhando a forma de uma gigantesca Fênix. Sua base, onde deveriam estar seus pés era o corpo de Harry. Ele respirou fundo novamente, sorriu. Estava com os olhos fechados. Seus cabelos totalmente arrepiados, sua capa flutuava na onda de energia. Ele brilhava intensamente. De seu rosto, um pequeno pedaço de pele se desprendeu e vaporizou no ar. Harry abriu os olhos e falou para Gina:


- Tão puro. Tão forte. Todo meu. Obrigado, meu amor. Nunca se esqueça: “Te amo do fundo do meu coração”. – E beijou o anel que trazia em seu dedo – Tchau!
- “Te amo do fundo do meu coração”. – Disse Gina, repetindo o gesto de beijar o anel – Te amo, Harry Potter. Sempre amei e sempre vou te amar.



Harry sorriu e se virou para Voldemort. Olhou para cima, só agora notara Fawkes sobrevoando sua cabeça.


- Oi Fawkes. Pensei que você não viria se despedir. – E voltando a atenção novamente para Voldemort – Vamos Tom? Temos um encontro com a srª Morte.
- Eu o amaldiçôo moleque. Isso não vai ficar assim, você vai ver.
- Sabe Tom, um poeta trouxa disse uma vez:



Ainda que eu falasse a língua dos homens.
E falasse a língua dos anjos,
Sem amor eu nada seria.


- Sabe o que isso significa Tom? Significa que uma pessoa que não pode amar não é nada. E é isso que você é, Tom Ridlle. Nada.
- Pois é isso o que eu penso do seu “amor”, Potter. – E Voldemort cuspiu no chão – Eu não reconheço isso, pra mim é sinal de fraqueza.
- Que assim seja! Acabou nosso tempo. – Disse Harry, levantando a mão direita espalmada em direção a ele – AMOR ETERNUS!




Aconteceram muitas coisas ao mesmo tempo. A Fênix, gerada pela magia armazenada em Harry mergulhou em direção a Voldemort, em pânico. Fawkes também mergulhou em direção ao solo, e foi colhida por uma explosão multicolorida gerada quando o feitiço atingiu Voldemort. Gina gritou, desesperada. A explosão não atingiu ninguém que estava fora da cúpula, esta reteve os efeitos, que seriam devastadores. A luz e o calor gerados puderam ser sentidos, o que só aumentou o pânico dos que estavam assistindo aquela cena. Por um breve instante, todos ficaram ofuscados pelo intenso brilho. Quando este desapareceu, todos olharam pressurosos para onde estavam os dois.


Para Gina, nada mais importava. Era como se o mundo tivesse parado, ela não percebia mais nada a sua volta, seu olhar fixo num ponto adiante. Começou a andar em direção ao local onde ocorrera o embate. Ouviu bem ao fundo, quando Rony gritou:


- Peguem-nos! Por Harry! Por Hogwarts! Não deixem nenhum comensal escapar!



Ela sentiu pessoas passarem correndo por ela, mas não reparou quem. Sentiu que alguém segurava seu braço, se virou e viu que Hermione e Cho estavam protegendo-a, haviam conjurado escudos onde feitiços ricocheteavam e se dispersavam em diversas direções. Quando chegou a seu destino, viu o corpo de Voldemort, carbonizado a uns três metros de distância. Uma expressão de terror misturada com descrença ainda era visível em seu rosto. Sua varinha estava partida no chão. No local onde estava Harry, a grama estava chamuscada, mas não havia corpo. Apenas um pedaço da capa que ela dera de presente para ele, de aproximadamente vinte centímetros, onde ainda eram visíveis as iniciais H. P. de seu nome. O restante havia sido queimado. No chão, sua varinha ainda desprendia um filete de fumaça. Estava inteira, mas muito chamuscada.


Gina se ajoelhou e pegou o pedaço da capa. Tentou colher a varinha, mas queimou a mão. Usando a capa, recolheu-a, envolveu-a e a levou de encontro ao peito, abraçando aqueles objetos. A dor e o vazio que sentia no coração não poderiam ser medidor com palavras, então ela fez a única coisa que conseguia. Chorou. Chorou pelo amor perdido, chorou pelo futuro que deveriam ter tido, chorou pela saudade que já assolava seu coração. Perdeu a noção do tempo, não ouviu a batalha a sua volta terminar. Não percebeu que Hermione continuava a seu lado, em pé, com a mão em seu ombro.


Assim que os comensais viram que Voldemort havia morrido, a maioria fugiu. Os poucos que ficaram foram atacados por Rony e os membros da Armada e rapidamente derrotados. Depois de controlada a situação, ele se aproximou e abraçou Hermione, que encostou a cabeça em seu ombro e chorou, ainda mantendo uma mão no ombro de Gina. O restante da Armada os rodeou, e assim ficaram por um tempo, olhando para onde estivera Harry, ainda sem acreditar no que havia acontecido.


Passado algum tempo, um casal abriu caminho entre os jovens. Arthur e Molly Weasley se aproximaram dos filhos. Molly chorava quase tanto quanto Gina. Arthur se abaixou ao lado dela e ajudado por Rony, pegou sua filha caçula no colo. Virou-se e ainda em silêncio, seguiu para o castelo, seguido por todos.


Voldemort havia sido derrotado definitivamente. Vitória, finalmente.Mas o que todos ali se perguntavam era se o preço que havia sido pago por esta vitória valera a pena. A sensação que tinham era de que uma parcela de suas almas havia partido junto com Harry.

N.A: Antes que eu caia morto, atingido por um Avada lançado através do meu monitor, deixa eu me defender:

Sou totalmente a favor do casal Harry & Gina.
Como eu já disse anteriormente, esta FIC vai ter uma continuação. portanto, tenham fé, aguardem e confiem, ok?
Como alguns devem ter notado, inseri um trecho da música Monte Castelo, do legião. Não citei o poeta lá em cima pra não quebrar o clima, além do que esta música em especial é uma junção de um soneto de Camões e da Encíclica do apóstolo Paulo aos Coríntios. O trecho postado é justamente uma adaptação que o Renato fez da Encíclica para sua música. Ia ficar meio confuso explicar, né.

Bom, agora a FIC está realmente chegando ao final. Mais dois caps e finito.

Mais uma vez, peço que não me amaldiçoem, se eu morrer vocês não vão saber como a estória termina realmente.Há,há,há.

Obrigado pela companhia e até o próximo cap.

Claudio

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Comentários (2)

  • Priscilla Florêncio

    Poxa, você sabe ser tão mal, quando a propria J.K! Poxa, eu estava lendo e chorando, e também pensando "Ah não! De novo não!". Chorei muitoooooo! 

    2015-12-28
  • Bárbara JR.

    Sabe o que é chorar? Pois é, eu chorei Ç.Ç

    2011-09-19
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