Abrindo o Jogo



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***** Capítulo 19 *****

O sol brilhava tímido nas janelas da torre da grifinória quando Harry despertou. A sua volta os colegas dormiam sem problemas ocultos pelo dossel de suas camas; imperturbáveis diante da estrondosa sinfonia de roncos protagonizada por Neville e Rony. O eleito não tivera uma noite de sono relaxante, conseguindo apenas algumas horas de descanso decente no colégio, o que era raro. Por ser muito cedo Harry tomou um cuidado meticuloso para sair do quarto, fazer sua higiene, voltar ao quarto para enfim se vestir, e depois de tudo isso, sentiu seu estomago lhe avisar de que em breve precisaria de uma refeição. Sozinho diante da ampla mesa onde seria servida a refeição matinal viu poucos alunos se encaminhando cautelosamente ao passar diante de si, resolveu ignorar já devia ter se acostumado ser analisado como se fosse um bicho de zoológico. Não falaria nada, afinal seria uma implicância banal, no fundo sabia o real motivo de ser o centro de atenção. -Quem em sã consciência se aproximaria de um verdadeiro imã para desgraças? Consideram-me perigoso, por isso me olham como se eu fosse nocivo.– Pensou encarando cada um que passava diante de si sorriu sem vontade minutos antes da mesa ser recheada de quitutes matinais. Harry se manteve absorto um bom tempo, trancado em seu secreto mundo de pensamentos onde o perigo que sempre o perseguiu continuava eminente, mesmo que a espreita. Olhou sem muito entusiasmo para os horários de aulas do dia, franzindo o cenho ao constatar que não teria as duas primeiras. Odiou-se por ter levantado tão cedo sendo que estaria livre uma boa parte da manhã. Olhou o verso de sua lista e percebeu que não estaria assim tão livre como imaginou. Havia um bilhete anexado no verso de seu horário, onde a caligráfica rebuscada de Minerva lhe pedia para comparecer na improvisada sala do professor Smith na entrada da floresta proibida, em seu segundo tempo, após a aula dos sexto anistas. - Sexto ano. – Murmurou se dando conta que provavelmente Gina participaria daquela aula. Torceu intimamente para que ela conseguisse descobrir mais sobre o tal professor, Gina estava com o espírito voltado para isso, ele não recusaria sua ajuda, não depois de ter subestimado-a, ao trancá-la em um deposito para sua própria segurança, e em seguida ter se arrependido do que fez quando viu o desastroso resultado que o incidente produziu. Ao longe viu seus melhores amigos entrando no salão principal, e pela cara de Rony e pelos gestos vibrantes nervosos de Hermione constatou: “estavam brigando”. - Tenha dó Ronald! Max somente vê em “nós” um exemplo acadêmico a ser seguido! É só isso, deixa de ser paranóico! Por acaso eu já lhe dei algum motivo para desconfiar de mim? - Harry escutou da mesa da Grifinória Hermione falar rapidamente a uma certa distancia, e viu sem surpresa alguma que Rony tinha parte do rosto estranhamente malhado entre manchas vermelhas e brancas. -Acho que você não escutou direito das ultimas mil vezes que eu já falei para você! Max “NOS ADMIRA”! Eu, você e o Harry! Você é tão obsessivo que nem prestou atenção o quanto ele tentou falar com você e com o Harry na sala comunal no primeiro dia de volta a Hogwarts! –Dizia Mione. Harry viu Neville um pouco atrás do casal que vinha entretido com o desentendimento. O outro grifinório procurava a namorada com os olhos arredondados na direção da mesa da corvinal, Neville sorriu escancarado assim que avistou a namorada e passou por Rony e Hermione sem atrapalhar para se juntar com Luna em sua mesa. O moreno também gostaria de ter vindo sorridente na direção de Gina como seu namorado, mas infelizmente nada para ele funcionava tão simples assim. O burburinho incessante e contínuo que ganhava cada vez mais risadas e vozes altas de alguns alunos bem animados por todo o salão, desviava a atenção de todos na mesa e ao redor dela da aproximação um tanto tempestuosa de Rony e Hermione discutindo um tom acima do normal. Somente Harry parecia prestar atenção. Rony ignorou completamente a tentativa de Hermione lhe mostrar que não era somente ela que atraia tanto a atenção de Max. O pequeno Grifinório que iniciou em seu primeiro ano ao lado dos poucos alunos que também o fizeram, admirava mesmo o trio formado por Hermione, Rony e Harry. Maximilian Restan admirava os dois rapazes por inúmeras razões, muitas que ele ainda nem descobrira que Harry e Rony possuíam, mas que pretendia descobrir com sua insistência em conquistar a simpatia dos garotos. Mas uma coisa era certa, exemplo acadêmico ele somente vira em Hermione mesmo. - Ah... Conversa! –Exasperou-se Rony com as orelhas entregues ao vermelho púrpuro, quase chegando à mesa juntamente com Hermione que pisava duro ao seu lado. - Isso é por que ele quer conhecer os inimigos mais de perto! Sondar, saber como eu e o Harry agimos, para quando nós dois confiarmos nele... Ele vai tentar arrancar você de mim! E veja só, a primeira parte do planinho sujo dele já esta em pratica, eu e você já estamos discutindo e brigando não é? Harry continuou calmamente sentado à mesa, já fazendo seu desjejum, sem se alterar pela briga entre os amigos. Estava acostumado, tão pouco era o momento de se intrometer no assunto do namoro deles, afinal sobraria para ele toda a hostilidade dos dois, e mesmo assim ele não conseguiria resultado positivo. E por outro lado, Rony e Hemione brigavam muito, mas se amavam mil vezes mais do que isso, e se Harry não conseguia solução nem para seus próprios problemas amorosos, o que conseguiria tentando resolver os dos amigos? - Rony? Por acaso prestou atenção no absurdo que acabou de falar? Provavelmente não esta nem pensando! Por que se estivesse não diria uma atrocidade dessas! Você está cego de ciúmes pensando que eu daria bola a um aluno do primeiro ano! Que espécie de namorada você pensa que eu sou Ronald? E se você desconfia tanto de mim por que namora comigo então? – Hermione se sentou automaticamente de frente para Harry, e Rony ao seu lado, em uníssono os dois cumprimentaram o amigo em um tom educado, pausando por um mero momento a discussão entre eles. - Bom dia Harry. – Disseram eles. - Dia... – Respondeu Harry sem entusiasmo. O garoto olhou novamente para a mesa da corvinal e viu que Luna e Neville riam de alguma coisa que a menina disse, o eleito tomara a decisão de deixá-los a par de tudo, até mesmo das horcruxes, pois se lutariam ao seu lado nada mais justo do que saberem de toda a verdade. Enquanto o moreno ainda dividia a sua atenção entre seus pensamentos e o final da refeição matinal Hermione esticou o braço na direção dos ovos mexidos para fazerem par com os bacons em seu prato e ainda irritada com Rony não fez pergunta alguma a Harry sobre nada. Também viu que o amigo acordara um tanto introspectivo e por isso resolvera que se tivesse que falar algo teria que ser em outro momento. Já Rony estava furioso e com fome, o que não era uma boa combinação, seu prato só não trasbordara por que na mesma medida que se enchia rapidamente se esvaziava com mais velocidade ainda. Seus olhos procuravam por Max em toda a extensão da mesa da Grifinória, e ao constatar que o garotinho não estava no salão principal seu cérebro tratou de trabalhar em pró de uma maneira para neutralizar toda essa aproximação do primeiro anista com Hermione, por que ele jamais acreditaria que Max também via algo de bom nele. - Me passa o suco de abobara Ronald! – Exigiu Hermione mal humorada. - Por que não pede para MAX? Ele adoraria fazer isso por você! – ironizou Rony segurando o garfo com tanta força que por pouco não distorceu o metal. - Vai ser assim agora? Vai ficar desconfiando mesmo de mim? – falou Hermione com a voz entre a raiva e a magoa, mas sem recuar também. - Eu já disse que o problema não é você! – Explicou Rony sem muita segurança. Sacudindo as mãos e a cabeça como se seu corpo estivesse empenhado em fazer Hermione entender o que ele dizia, o garfo dançava apertado por sua mão enquanto falava e engolia. - O problema é o tampinha que fica babando em tudo que você faz! Ele não desgruda os olhos de você Hermione! E da ultima vez que você arranjou um admirador ele me custou muitos aborrecimentos! Alias.... Aborrecimentos bastante BULGAROS! - Ah... Não vai começar falar do Victor novamente não é? – Hermione revirou os olhos raivosos para cima em puro desagrado. Largou o garfo impaciente dentro do seu prato quase intacto. O casal não prestou atenção em Harry, e o garoto preferia assim, pois sabia que uma hora ou outra as coisas se resolveriam entre os amigos, e eles não precisariam de Harry para isso. - Francamente Rony! – Disse Hermione indignada lhe abrindo um sorriso malicioso. - Como se “a sua querida Lilá” não tivesse lhe dado o “devido consolo”. Alias... Victor esteve aqui há três anos atrás, por tanto, vê se supera! Por Merlin! Eu sei que você é capaz! Eu superei aquela COISA QUE VOCÊ CHAMAVA de namorada pendurada no seu pescoço como um cachecol de mau gosto o ano passado por bastante tempo! Por que você não pode superar o que aconteceu entre eu e o Victor que aconteceu há mais tempo? Rony quase engasgou com a quantidade exagerada de suco que ia em direção ao seu estômago muito exigente. Quando conseguiu engolir não deixou a resposta por menos. - Hey... Eu não saio por ai beijando ninguém em segredo no quarto ano! Beijei a Lilá às claras! Bem ao contrario de você Mione, que não me quis para beijar aquele búlgaro vesgo! Me apunhalando pelas costas! E se quer saber o VITINHO não é tão bom apanhador assim! Acho que o Harry dá de mil a zero nele! – Rony falava tão rápido e com a boca tão cheia que seria difícil traduzir o que ele dizia para qualquer pessoa que não conhecesse esse péssimo habito dele, em querer fazer a refeição e dialogar ao mesmo tempo sem pausar entre um e o outro. - Rony Billius Weasley! - Disse Hermione estreitando os olhos em uma fresta cheia de significância, que indicava que se Rony continuasse estaria em perigo. A garota segurou o garfo firmemente e apontou para o rosto do namorado autoritariamente, evidentemente ameaçando Rony. - Se pretende terminar essa conversa civilizadamente “DEPOIS” é melhor para por ai... Não quero discutir com você sobre, LILÁ A NOJENTA, VICTOR, o quarto ano... E não quero que você fale do Max como se ele fosse um tarado mirim! O menino é prestativo e nos admira! É da grifinória também, e por tanto AJA como monitor e uma pessoa quase adulta pelo menos uma vez... É só isso... - Huufff, - Rony engolira com mais uma quantidade de comida digna do livro dos recordes e continuou a falar. - Agora eu tenho que ser tudo isso só por que tem um nanico de olho na minha namorada? Rony diminuiu os ombros por um momento, não queria se encrencar com Hermione. Sabia que quando alguém usava seu “extenso e constrangedor nome” por completo era sinal de confusão para o seu lado. Mas teimoso como ele era também não recuou por completo na sua argumentação, uma coisa era clara, ele tinha ciúmes sim, e nunca fizera lá muita questão de esconder isso. E agora que realmente conseguira ficar com o amor de sua vida ele não deixaria que qualquer anão do primeiro ano, mesmo que fosse da Grifinória, atrapalhasse de algum jeito o seu namoro com Hermione. - Ele admira você! E posso APOSTAR que não é somente por as suas notas perfeitas é claro! Por que a mim ele encara! – Completou Rony já esperando pela resposta de Hermione que enchera os pulmões tomando bastante fôlego. Mas antes que a garota pudesse dizer algo Neville e Luna chegaram sorridentes a mesa da grifinória como se ignorassem completamente a discussão entre eles. - Bom dia pessoal! – Falou Neville animado se sentando ao lado de Hermione. - Olá! – falou Luna na seqüência se sentando ao lado de Neville. - Dia. - Responderam Harry, Rony e Hermione ao mesmo tempo. E a discussão que parecia não ter fim entre Rony e Hermione cessou novamente. Harry viu ai à oportunidade que tanto queria para marcar de conversar com Luna e Neville mais tarde. É evidente que Rony e Hermione estariam ao seu lado, mas esse era um convite que não era necessário, pois os seus melhores amigos sempre estavam em sua companhia, nos melhores e nos piores momentos, como agora. Ao olhar pela extensão da mesa viu o balançar dos cabelos flamejantes indicando que era Gina que se aproximava da ponta da mesa pegando algumas torradas e saindo apressada não antes de fazer um aceno para o irmão e os amigos. Luna assim que viu Gina se afastando se levantou em um pulo como se tivesse mola e informou que teriam a primeira aula com o novo professor e que tanto ela como Gina tinham combinado de serem as primeiras a chegarem à aula. O eleito lamentou não poder acompanhá-las até ao lado de fora onde fora montada a sala para aulas de Tratos de Criaturas Mágicas. Lamentou ainda mais quando se deu conta que nem ao menos havia comunicado Luna sobre a conversa que queria ter com ela e o namorado a fim de informá-los sobre as horcruxes e aproveitaria para desabafar com os amigos incluindo seus fieis companheiros e sua ex-namorada sobre os sonhos que nos últimos dias insistiam em persegui-lo. -Ah não! – Exclamou Rony fazendo com que Harry saísse de seus pensamentos. - O que esse tampinha quer dessa vez? - Foi nesse momento que Harry notou que havia um garotinho parado ao lado de Hermione sorrindo enquanto a mesma fuçava dentro de sua bolsa em busca de alguma coisa que logo descobriu ser um livro. -Aqui está. É um livro muito bom e interessantíssimo. – Disse olhando enviesado para o namorado e o amigo que entendeu perfeitamente aquilo que ela acabara de falar servia para eles também, afinal nem Harry muito menos Rony nunca se sentiram atraídos em ler qualquer volume que contivesse mais paginas do que o ano tem dias. Alias nem esse tipo e nem outro tipo qualquer. -Obrigada Hermione! Prometo que cuidarei dele muito bem e farei o possível para devolvê-lo são e salvo em breve. – Max encantado falou dando meia volta e correu para sua primeira aula abraçando o livro. Rony mesmo odiando a intimidade que o garoto pronunciou o nome da sua namorada não pode deixar de rir ao ouvir a voz do pequeno aluno. Era uma voz ligeira e fina e ao olhar para Harry percebeu que o mesmo havia reparado também, mas o eleito poderia jurar que já ouvirá aquela voz em um dos desenhos que seu primo Duda assistia. Sabia disso porque algumas das vezes em que Duda estivera entretido com um pedaço considerável de bolo e com a televisão, Harry conseguira a proeza de se esconder atrás do sofá para assistir nem que fossem míseros segundos de desenho animado. Tão logo começava a se empolgar era obrigado a sair de seu esconderijo assim que percebia a aproximação de seus tios, lamentando por não assistir o desfecho do desenho. Sorriu com amargura perante a recordação. Em seguida, voltando para o agora, se levantou e antes de sair para caminhar a beira do lago comunicou a Neville sobre o encontro entre eles na sala precisa após as aulas do dia, pedindo que o amigo não se distraísse com o compromisso e que avisasse a sua namorada e Gina. Neville que também havia se preparado para sair da mesa, naquele momento captou a seriedade das palavras de Harry, instintivamente soube que a partir daquela conversa tanto ele como Luna saberiam de tudo e se sentiu orgulhoso, enfim o moreno havia entendido o que ele falara na noite anterior antes de se retirar para seus aposentos. Harry se despediu rapidamente, evitando presenciar os próximos acordes da briga entre Rony e Hermione que estavam prestes a continuar ele saiu para caminhar e refletir. O eleito andou alguns minutos até chegar ao lago e lá se sentou a fim de espairecer a mente e se preparar para os treinos com o novo professor. Sabia que seriam treinos intensos afinal iria enfrentar lamentavelmente o grande Lorde das Trevas. Harry se surpreendeu em meio uma careta desanimada, e baniu esse pensamento tão funesto, acomodando-se melhor na antiqüíssima árvore tocada pelos ritos que o outono trazia. Ficou observando a lula gigante que de vez em quando colocava um dos tentáculos na superfície do lago, brincando, com as pequenas ondulações que se desenhavam na água.


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Ouviu passos que produziam sons ruidosos nas folhas secas caídas ao seu redor, que se partiam sob a pegada de alguém que se aproximava. Antes mesmo de se virar sabia quem estava se aproximando. Sentiu o cheiro que tanto fazia com que sua mente esquecesse tudo para única e exclusivamente pensar nela, somente nela, Gina Weasley. - Olá! – disse Gina com um olhar misterioso. - Olá! – Respondeu esticando a mão fazendo com que ela se sentasse ao seu lado, meio sem entender de onde vinha tamanha naturalidade. - Pensando na vida? – Perguntou a ruiva acariciando sua nuca fazendo com que sentisse um arrepio percorrer pelo corpo todo. - É... Sim... E Não... – Vendo que a garota arqueou uma sobrancelha em incompreensão justificou sorrindo – Pensar na minha vida é algo que penso em todos os momentos desde que descobrir ser um bruxo e não... No momento não estava pensando na vida... Estava apenas descansando a mente. Sabe.. É bom descansar a mente... Às vezes. – Sentindo a mente falhar cada vez que Gina intensificava o carinho. - E o coração? – Perguntou Gina fazendo com que percebesse que estava entrando em um terreno perigoso. - Ele continua batendo! – Exclamou assustado, não sabia ao certo o que responder. - Não seu bobo... Refiro-me aos sentimentos – Disse deslizando a mão que antes acariciava a nuca para a região ao lado esquerdo indicando que estava acariciando o coração. Harry não saberia explicar o que estava acontecendo, mas um calor múltiplo percorreu seu corpo e por instinto não resistiu e tomou os lábios de Gina com sofreguidão e sentiu que não era o unico que ansiava em se perder em um beijo. Beijo esse que passou de delicado pra exigente... De exigente para quente... E enquanto saboreava e aprofundava os beijos sentia as pequenas mãos delicadas acariciando, brincando em seus cabelos emaranhados. Por impulso puxou a ruiva fazendo com que sentasse em seu colo com as pernas uma de cada lado de seu corpo, corpo esse que já não respondia por si sabia que mudanças estavam ocorrendo e que isso era normal, mas chegava a ser dolorido aquele sofrimento onde até o momento nada além de beijo estava ocorrendo. Tomado por um desejo eminente não resistiu e deslizou as mãos pelas pernas delineadas que ficaram expostas pela facilidade de manusear o vestido. E não encontrando resistência sentiu algo úmido e logo então se ouviu dizer: - Molhado! – Ao abrir os olhos percebeu que se encontrava sozinho apenas com a Lula Gigante por olhá-lo ainda agitando os tentáculos fazendo com que águas fossem espirrando para todos os lados. Blasfemou por ter acordando por culpa dos respingos de água que lhe molhou boa parte da roupa e rosto logo em seguida se envergonhou por ter desejado continuar sonhando com aquele momento. Idiota! Canalha! Ela é irmã de seu melhor amigo como ouça a pensar na remota possibilidade de ficar sonhando em desfrutar de algo proibido?- Meditou sabendo que sua consciência estava certa ou pelo menos “quase” certa. Desde quando Gina era fruto proibido? Ele a amava acima de qualquer coisa e já não bastava ter se torturado no ano anterior por ela ser irmã de Rony? Agora ia ter que ficar se torturando sempre? Mesmo após a “permissão” do amigo? - Babaca! - Disse a si mesmo sabendo que estava com um conflito interno sem fundamento, mas também se preocupava com esse desejo que o dominava pelos beijos de Gina. - Inferno!- Exclamou passando as mãos pelos cabelos se levantando e se dando conta que estava em um estado que exigia calma, mas também rapidez por que de onde estava viu os alunos do sexto ano saindo da aula e já era pra estar lá. Muito incerto do que deveria fazer com o seu uniforme ainda molhado foi em direção ao novo treinador para uma conversa informal, seria um bom modo de conhecê-lo melhor e saber mais sobre a misteriosa figura de Ryan Smith.


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Rony acompanhou Mione até a sala onde a garota teria aulas de Runas Antigas, afinal ele também não teria nenhuma das duas primeiras aulas assim como Harry. De certa forma sentia se incomodado por não freqüentar aquela aula com sua namorada, mas, cada um tinha sua própria escolha. Da mesma maneira que ela largou as aulas de adivinhação ele nem se interessou por Runas, fato que agora lamentava por não poder ficar com ela nessa aula. Só a idéia de imaginar aquele nanico esperando por ela na saída da sala já lhe dava calafrios. No fundo sabia que aquilo que estava sentindo era um ciúme doentio, jamais Mione se envolveria com um menino de onze anos, pelo menos era assim que tentava unir forças pra acreditar. Afinal conhecia esses amores infantis. Sua própria irmã era apaixonada desde sempre pelo seu melhor amigo, por que não estaria acontecendo o mesmo com aquele garotinho? Continuou caminhando ao lado na namorada sem pronunciar nenhuma frase até o momento que passavam por um corredor e um quadro chamou-lhe a atenção. Não só dele como também da namorada que estampou de imediato um sorriso nos lábios. Hermione agarrou sua mão e o arrastou para que ficasse frente a frente com aquele que poucas vezes conseguiam conversar. - Senhorita Granger! Senhor Weasley! Como é bom revê-los – Disse cordialmente Alvo Dumbledore, que se encontrava em um dos quadros que ocupava aquele imenso corredor. - Também é muito bom revê-lo professor. – Euforicamente respondeu Mione. - Sentimos muita falta do senhor. Mas só tenho a agradecer pelo senhor ter sido o diretor de Hogwarts. – Tanto Dumbledore e Hermione perceberam que Rony se mantinha calado sem entender onde a garota queria chegar – Só assim acredito que o senhor esteja aqui mesmo depois... Depois de morto. – Completou. Hermione sabia que não era qualquer pessoa que poderia aparecer em quadros para conversar após a morte. Nem mesmo as fotos tinham o privilégio de se movimentar entre molduras e falarem com as pessoas que as observavam. Era muito extraordinário manter contato com o ex-diretor, mesmo que seja por essas condições. O mais inusitado nessa situação, porém era Alvo Dumbledore estar ocasionalmente naquele corredor onde ela passava com Ronald. Praticamente o próprio Harry quase não conseguia manter um dialogo prolongado com Dumbledore e agora do nada ele aparece em um corredor de pouco movimento onde somente ela e Rony estavam? Ah.. Ali tinha alguma coisa a mais além de um pequeno encontro displicente. - Se eu não tivesse me tornado diretor de Hogwarts provavelmente lecionaria em qualquer outro lugar. – O olhar despreocupado de Dumbledore lembrava superficialmente o modo como Luna costumava olhar para todos. - Ou aprenderia a tricotar! Assim poderia eu mesmo fazer minhas tão sonhadas meias de Natal. Sempre achei fascinante artesanato trouxa e não teria passado tantos anos sem uma meia descente! – Gesticulou com a mão como se pretendesse matar uma mosca. - De qualquer forma podem ter certeza que eu lamentaria muito se tivesse escolhido qualquer outro caminho profissional que não me desse à oportunidade de conhecer tantos estudantes maravilhosos como vocês. - Disse Dumbledore lançando um sorriso quase resplandecente, muito jovial a Hermione e Rony. Rony e Hermione coraram com o elogio e sorriram agradecidos por receberem tanta consideração por parte de Dumbledore. Sem mais delongas percebendo que aquela conversa estava se expandido mais que o necessário Dumbledore resolveu ir direto a um assunto. Assunto esse que ele já deveria ter averiguado a mais tempo, mas devido uma partida e outra de xadrez sempre deixava de lado algumas questões que em vida seriam prioridade. Mas, agora sendo apenas um quadro não conseguia seguir sempre com seus intuitos passados. Afinal ele já deveria ter se certificado se Hermione havia recebido o livro no dia que apareceu no quadro no largo Grimmauld, mas era natural que tratasse das coisas com uma disponibilidade de tempo incrível, o que tornava seus planos mais lentos. O livro era um assunto inacabado que deveria seguir sua rota certa, a fim de evitar uma catástrofe. - Como anda a leitura senhorita Granger? – Perguntou o ex-diretor casualmente. - É... Decifrável... – Respondeu a garota em uma atitude inquietante afinal por que ele mandara Dobby lhe entregar aquele livro com um bilhete informando que não poderia comentar com ninguém e agora do nada ele próprio lhe pergunta isso? Com Rony ao seu lado? Varias perguntas pairara no ar sem que pudesse prolongar aquela conversa. Lamentou por um momento não ter encontrado o diretor sozinha, não que não pudesse confiar em Rony, mas quando recebera aquele livro sabia que o bilhete que continha junto era incontestável e ali não deixava sombras de duvidas que teria que manter sigilo total. Seu cérebro formulando milhares de perguntas, uma delas se manteve fixa desde que começara entender do que se tratava o livro. Como Dumbledore sabia que eu seria capaz de ler esse livro, como sabia que eu era uma “inocente do segredo”?- E foi com essa pergunta martelando em sua cabeça que Hermione viu Dumbledore desaparecer na sua frente e na frente de Rony, sorrindo satisfeito. Só se deu conta de que olhava abobamente para a moldura vazia quando Rony tomou sua mão informando que seria melhor andar rápido, para não aumentar o atraso para a aula de Runas. Lançou ao namorado um sorriso agradecido, rumando de mãos dadas com ele bem veloz para chegar à aula de runas, agradecendo a Merlin por Rony ser ingênuo o bastante para não questionar sobre o tal livro que Dumbledore havia citado.


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Harry se aproximou de Ryan e suas vestes ainda estavam molhadas. O professor avistou o garoto, parou e o aguardou. - Olá Harry, como vai? Brincando com água? – Ryan tinha o ar despreocupado, parecia à vontade ao mesmo tempo em que analisava Harry atentamente. - Ah... – Ele olhou para seu uniforme, com enormes pontos úmidos e sorriu desconcertado. - Eu adormeci na beira do lago e a Lula gigante me tacou água. – Harry parecia envergonhado, mas não se sentiu intimidado como o olhar analítico de Ryan, pelo contrario, sustentava o contato visual com a mesma curiosidade e o tato devido. - Se me permite... – O professor sacudiu a varinha e um minuto depois as vestes de Harry estavam secas novamente. - Muito obrigado. – Agradeceu o rapaz. Os dois caminharam para dentro da sala instalada na parte de fora do castelo, Ryan deu passagem para que Harry entrasse primeiro, em seguida fechou a porta atrás de si. Com surpresa Harry se viu em um ambiente totalmente inusitado. De longe era a sala de aula mais diferente que já vira, batendo até a torre de astronomia e as aulas na estufa ou na orla da floresta proibida. - Então... Gostou? – Perguntou o professor. Harry contemplava o espaço ainda decidindo o que responder. A sala parecia muito mais ampla vista do interior, as paredes externas lembravam a vista da cabana de Hagrid constituídas por pedras, mas por dentro o que se via aparentemente era uma fina camada de vidro tão transparente quando água, podia se ver toda a paisagem tão exposta do lado de fora. Quatro bancadas distribuídas pelo grande espaço, com bancos para os alunos, nada de lousa, havia apenas um velho projetor, o teto com o mesmo efeito das paredes, parecia desnudo. A claridade inundava todo o lugar, muito agravável por sinal. No fundo uma estante com pequenos animais embalsamados e outros artefatos curiosos, alguns livros, nada mais. - Hum... Magnífico, - Confidenciou Harry. - Também acho. – Concordou Ryan. - Bem, primeiramente estou contente de ser o escolhido de Minerva e de Moody para lhe ensinar algumas coisas que sobressaem do âmbito acadêmico propriamente, - Continuou Ryan. - E ansioso por começar. Ouvi ótimas coisas sobre você Harry. O professor indicou um dos bancos para o rapaz, que sentou-se ereto prestando atenção nos gestos e no modo natural do outro. Ryan recostou na bancada, apoiando as mãos sobre ela com suavidade, ficando de frente para Harry. - Ouviu falar muito bem de mim? – Não era surpresa alguma que alguém falasse sobre ele, o que lhe causava espanto era o simples fato de alguém ter dito algo de bom ao seu respeito. - Sim, um amigo em comum, Remo Lupin. – Ryan lhe abriu um sorriso condescendente. - Ah... Remo - Harry relaxou um pouco. - Sim, conversamos bastante sobre o tempo em que ele lecionou em Hogwarts, ele me contou a respeito da sua aptidão para Defesa Contra Arte Das Trevas. Harry permaneceu em silêncio, esperando que Ryan continuasse a falar mais sobre suas expectativas para que pudesse descobrir algo sobre ele. - Trato das criaturas não é bem a minha especialidade, mas tenho paixão pelo assunto, então a minha curiosidade e o tempo que dediquei a estudar os animais mágicos por hobby vão me ajudar muito, tomara que as avaliações dos meus métodos de ensino sejam satisfatórias para os alunos. - Hagrid também não era convencional, mas suas aulas eram sempre interessantes. – Talvez Harry tivesse usado de bastante simpatia ao descrever as aulas de Hagrid como interessantes ao invés de usar o termo, “extremamente perigosas”. - Professor Smith... Qual é sua especialidade então? – Usando de todo a sua educação a pergunta saiu até mais suave do que a sua curiosidade demonstrava. - Qual é a graça em lhe explicar se você vai ter oportunidade de ver com seus próprios olhos quando estiver treinando comigo? – Respondeu Ryan em tom de mistério. Harry esperava por outra resposta, mas não se chateou, adorava um bom desafio, e saber algo mais sobre o professor seria daqueles bem trabalhosos. Mas com o pouco do que conseguira até então, já sabia três coisas importantes: Ryan mantinha contado com Minerva, Moody e Lupin e não fora treinado profissionalmente para ser professor de Trato de Criaturas Mágicas. O rapaz sorriu. Ser simpático com Ryan era algo natural, não sabia dizer exatamente o porquê, mas algo no modo com que ele agia lhe passava uma segurança e uma leveza incrível. - Tem mais alguma coisa que queira me perguntar? – Perguntou Ryan com seu instinto perspicaz. - Hum... Sim, professor. Eu gostaria de saber o que vou aprender, quer dizer, preciso de muita coisa em pouco tempo, e Voldemort... – Ryan não estremeceu nem mostrou alteração alguma ao escutar Harry falando “Voldemort” com todas as letras. – O senhor sabe, é capaz de todas as loucuras possíveis, então tenho que me preparar para tudo também. - Sensato de sua parte Harry, quer lutar de igual para igual. - Elogiou Ryan. – Então vou lhe dizer o que vamos fazer nos treinos. O sorriso do professor se alargou cativante ao ver que Harry mantinha a curiosidade ao mesmo tempo em que a cautela ainda era evidente em seu modo de falar e nas perguntas que fazia, mas notou que seus ombros relaxaram e seu olhar transparecia um ponto interessante, uma certa confiança. Ainda frágil, mas que com o passar do tempo, e com bastante convivência se tornaria uma ligação de amizade. - Vamos começar com algo simples, mas essencial, concentração, como dominar a mente. No caso, como você pode dominar a sua mente. Assim poderemos explorar mais adiante os seus poderes e testar seus limites e capacidades. Não precisa se preocupar vamos aprender outras coisas como feitiços e todo o resto de que você precisa também. – Ryan se afastou da mesa, foi em direção a Harry e lhe deu um tapinha camarada no ombro. – Mas vou logo lhe avisando: sou um professor muito exigente, vou querer o seu máximo em todos os treinos, mas pode ter certeza de que você terá o máximo de mim também quanto a lhe ensinar tudo que eu puder! - Ok... Professor, não vou desapontá-lo. – Respondeu ele, se levantando, ajeitando a mochila nos ombros, indo em direção à porta. Provavelmente não teria mais nada o que falar ou o que questionar no momento, o primeiro contato com Ryan fora mais produtivo do que ele esperava. Manteria o restante de sua expectativa para quando os treinos começassem. Quando Harry estava à porta, Ryan fez uma última ressalva antes de se despedir. - Harry... A respeito dos horários dos nossos treinos, estou vendo a melhor maneira de encaixá-los, afim de não prejudicar nenhuma atividade sua, ou minha. Por isso que eu não defini um dia na semana e uma hora propriamente para que eles aconteçam com regularidade. Creio eu até para manter o sigilo, que seria melhor que os dias e os horários fossem marcados aleatoriamente. Então você será avisado do treino e da hora em que ele acontecera, sempre pelo ultimo treino que nós realizarmos, com exceção do primeiro é claro, que será em breve. Aguarde por um bilhete da diretora, é mais seguro que você receba por ela, pois assim evitará possíveis perguntas curiosas dos seus colegas de escola. Se houver algum motivo de ultima hora para cancelar o treino, eu avisarei por ela, e você poderá fazer o mesmo se necessitar faltar aos treinos. Ambos os casos, espero que não aconteça. – Ryan escolhia um título na estante, quando terminou de falar voltou seu olhar matuto para Harry, lhe sorrindo com sutileza. - Sem problemas professor. Aguardarei o bilhete. – Disse Harry com a mão na maçaneta tão transparente quanto o restante das paredes. - Até breve Harry. – Despediu-se Ryan. -Até. - Respondeu o moreno saindo da sala para voltar ao castelo. No final da tarde o sexteto se encontrou a pedido de Harry na sala precisa. Aqueles que não haviam sido informados naquela manhã receberam a informação por Neville. Após o ocorrido com sua avó ele havia se tornado praticamente uma nova pessoa. Parecia ter desenvolvido, em seu cérebro, uma nova área onde guardava as informações relevantes. Aos poucos, esta nova personalidade se sobrepunha à outra, deixando enterrado o rapaz esquecido e atrapalhado que fora até então. Parecia que o sofrimento lhe abrira novos horizontes, novas perspectivas. Foi assim que ele registrara que precisava informar Luna e Gina sobre a convocação de Harry para aquela tarde. A sala precisa para a surpresa dos convocados se apresentou de forma diferente. Nem de longe o espaço lembrava a preparada área para os treinos da AD. Entre suas notórias modificações estavam dois sofás confortáveis de veludo fofo; o aspecto era de uma elegante sala de reuniões, onde o ar era aquecido magicamente sem a presença de uma lareira para justificar o clima ameno contraditório ao vento encanado dos corredores frios de pedra. Hermione chegou ao mesmo instante que Gina, a garota se acomodou ao lado de Rony, segurando a mão do namorado e Gina também tomou seu acento. - Bem... Chamei vocês para colocá-los a par de todos os detalhes que eu andei protegendo até agora. Tanto de vocês quanto do pessoal da ordem. –Começou Harry. Mas alguma coisa na forma incrivelmente carinhosa e até devotada com que Gina lhe encarava fez com que ele se sentisse estranho. As lembranças matinais invadiram sua mente, indo de sentido ao contrario dos pensamentos que desejava partilhar agora com os amigos. Com algum esforço bloqueou as imagens que vinham em sua mente tão tentadora entre ele e Gina. A impressão continuou forte, e Harry se obrigou a desviar ao máximo seus olhos dos da ruiva. O eleito não queria dividir essa missão com mais ninguém, entretanto era imensamente desgastante e desnecessário acreditar que aquela luta era exclusividade sua. Fora convencido de que não estava sozinho na empreitada contra Voldemort, alias, nunca esteve. Hermione sempre solidária interrompeu Harry segurando em sua mão em apoio à decisão difícil do amigo. O eleito teve oportunidade de explicar e contar naquela final de tarde tudo que ocultara dos amigos até então. Sobre as horcruxes, seus planos, um pouco de seus anseios, detalhes que juntara até então que não era do conhecimento de todos. Enquanto falava era ouvido com concentração, e concordância, fora interrompido poucas vezes foi por Luna e Neville, que se mostraram tão compreensivos, leais, capazes e esforçados quanto Rony, Hermione e Gina. Era tardio mais válido pensar que agiu errado em não reconhecer com mais rapidez o valor que a amizade que Luna e Neville sempre dedicaram a ele. - Então você encontrou o medalhão no Largo Grimmauld? – Perguntou Luna analisando a sala onde se encontravam. A leveza inocente em sua postura diminuía o peso de suas palavras, mas Harry sabia que indiferente de Luna encarar a todos como aquele ar sonhador, quase disperso a amiga era extremamente prestativa. - Sim. Eu o encontrei dentro de um livro na biblioteca dos Black. –Era o momento de usar totalmente a sua sinceridade pensou Harry dando mais detalhes. – Estava em um livro de fundo falso, esse livro guardou o medalhão de modo que ninguém pudesse resgatá-lo, nem mesmo a pessoa que o guardou. –Correu os olhos em direção a Hermione avaliando se ocorreria a ela algum motivo pelo qual ele conseguira algo que parecia impossível. Hermione mordeu os lábios atenta no relato do amigo, por um momento seu desejo era encontrar um livro ao qual pudesse recorrer para responder positivamente a Harry. Embora tivesse quase certeza de que essa era uma daquelas respostas que custavam muito mais do que uma simples dedução ou uma rápida consulta. A garota se ajeitou melhor ao lado do namorado, um tanto perplexo, não era normal e nem comum ela não ter uma resposta ou uma opinião sobre algum assunto qualquer que fosse a conversa. A garota simplesmente pendeu negativamente a cabeça, quieta quando Gina respondeu. - Sangue! Harry se sobressaltou, olhando diretamente a ruiva e compreendeu sua linha de raciocínio assim que se lembrou do ferimento em sua mão naquele dia. Não se feriu gravemente lembrou-se com detalhes, mas, não poderia negar que sangrou o suficiente para deixar o belo Sebastian pipocado com respingos vermelhos. – Naquele dia suas mãos estavam sangrando. –Afirmou Gina. - Não foi nada demais. Apenas nas tentativas de abrir o livro eu ganhei alguns arranhões. –Tranqüilizou Harry reparando que a amiga estava apreensiva. Depois de uma conversa elucidadora de horas o moreno preferiu encerrar aquele momento todos juntos, papeando amenidades. Conversaram sobre vários assuntos e dentre eles se divertiram relatando a primeira vez que fizeram um feitiço antes mesmo de entrar em Hogwarts, e cada um contava com muito entusiasmo. - Hã... Até hoje Fred e Jorge têm um pouco de cisma de Gina. – Disse Rony alegremente fazendo a irmã corar, ela não citara aquele fato, mas, os irmãos adoravam relembrar. – Eles haviam pegado uma “moqueca” que papai comprou no mundo trouxa para Gina. – Contou Rony nem se ignorando que os risos dos amigos eram dedicados a ele. - Rony, você ainda não aprendeu que se chama boneca e não moqueca. –Exasperou Gina que não gostava de contar vantagem de uma coisa que mal se lembrava. - É.. Está certa... Ela ganhou uma boneca, mas Fred e Jorge pegaram escondidos. Eles viviam atazanando a vida de Gina falando que aquela boneca tinha umas roupas muito estranhas. Nesse dia ela ficou tão triste com o desaparecimento de seu brinquedo que chorou dia e noite. Quando descobriu que tinham sido os gêmeos ela ficou tão nervosa que involuntariamente conseguiu fazer os dois ficarem com vestido de babados e presilhas nos cabelos. – Todos após o relato caíram na gargalhada. - Quantos anos você tinha Gina? – Perguntou Harry ainda rindo. - Humm... Uns 7 anos. – Respondeu rindo do feito quando criança. – Mas realmente eu não sei explicar como consegui fazer aquilo. - Magia involuntária é assim mesm... – Palavras morreram em sua boca assim que avistou Dobby com um bilhete em mão parado a porta. - Senhor! O senhor Slughon pediu para Dobby entregar esses convites! É para a senhorita Granger, senhorita Weasley e esse último para o senhor Harry Potter, Dobby foi esperto e já entregou os outros convites primeiro, deixando esses por último por que queria ter a honra de rever Harry Potter e os seus amigos. – Tão devotado Dobby entregou em mãos os convites enquanto pronunciava emocionado os nomes para ele tão honrosos. Harry engolindo em seco já sabendo de certa forma do que se tratava os tais convites. Imediatamente agradeceu ao elfo que foi embora grato logo em seguida. Cada qual abriu seu envelope suntuoso lendo o convite que estava dentro. Foi concedido aos alunos convidados à presença de uma acompanhante de sua escolha. Resignado Harry jogou o seu convite diante da mesa do seu lado oposto. - Poderíamos ir Harry. – Disse Hermione com um sorriso que ia de canto a canto fazendo o garoto ficar sem reação tamanha a alegria que emanava da amiga. Logo entendendo o porquê de tanto entusiasmo. - Hermione, você pode ir se quiser. Eu que não tenho o porquê e nem motivos pra... – Freou o que estava prestes a dizer ao ver Gina fuzilando com o olhar. Pensou por um momento, se levasse à ruiva Neville e Luna não poderiam ir e sabia que aquele outro casal adoraria participar de uma festa. - Está certo! Luna quer ir comigo ao baile? –Perguntou da maneira mais simples possível fazendo Rony engasgar olhando de Harry pra Luna, dela pra Gina e seu queixo caiu quando ouviu a irmã. - Neville Longbotton aceita acompanhar essa dama a festa? – Perguntou teatralmente. - É.. É lógico que aceito. Mas desde que depois de estar lá dentro eu possa me juntar a minha namorada. –Respondeu Neville fazendo Gina gargalhar com a capacidade do amigo entender a “jogada”. - Mas é claro que ela permitira que fique com sua adorável namorada. –Disse Harry percebendo que no fim das contas ele seria o acompanhante de Gina. E por um momento pensou em recuar, não estava disposto a perder o controle. Desde que voltara a encontrar com a ruiva se mantinha sempre em alerta tentando controlar a fúria indomada que sentia em beijar a ruiva. Um dos deslizes fora no Largo Grimmauld que por fim acabou recebendo um merecido e dolorido tapa, até que conseguiu tomar o controle de suas ações novamente até aquela maldita manhã onde acabara adormecendo e diferente dos sonhos que o acompanhava a dias, dessa vez sonhara com a mulher que amava, e acordara abalado.. Agora precisava encontrar uma maneira de reerguer uma muralha impedindo que perdesse o controle novamente. Antes de partirem Harry acabou por contar sobre seus pesadelos, afinal isso também era importante. Todos prometeram ajuda para descobrir qualquer significado para os sonhos, na verdade pesadelos. Logo após deixaram a sala precisa, seguindo corredor a fora fazendo planos para a reunião de Slugorn, lamentando por que ainda era semana, e sábado ainda estava fora do alcance deles.


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Música:

You Give Me Something - James Morrison


Agradeço a todos que acompanham pacientemente a fic e lamento pela demora

N/A 1: Me perdoem mesmo pela demora na postagem, além da inspiração desaparecer o desanimo me atingiu também. N/A 2: Aqui quero deixar registrado agradecimento a aqueles que me tão força pra que o desanimo vá embora, são pessoas muito queridas. Scheil@ Potter: Beta querida, que vem me dando força. Posso dizer que de certa forma acredito que uma seja o alicerce da outra. Valeu amiga. :D Mérope Slytherin: Minha co-autora que tem tanta paciência comigo que às vezes me sinto abusada. Obrigada Nat e aqui deixo registrado (afinal foi semana passada): Feliz Aniversario mais uma vez, tudo de bom e que continue sempre sendo essa pessoa maluca e tão querida Cláudio Souza: Amigo mil e uma utilidades, às vezes é beta outras é co-autor... Só tenho a agradecer pela força que vem me dando. Obrigaduuuuu... uuuu...uuu...uu... u...:D Felipe Vieira: Leitor que sempre arruma um tempinho pra deixar um “Oi, tudo bem”, no orkut. Obrigada.

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