A Demanda da Ordem da Fênix



Capítulo 21: A Demanda da Ordem da Fênix



Naquele dia, o tempo arrastou-se tão lento como poderia estar, a ansiedade tomava conta de Harry.
Logo mais iria se reunir a Ordem da Fênix e discutir sobre meios de derrotar Voldemort e seus
aliados, ou meios de proteger a comunidade bruxa, mas independente do que fosse, era por isso que
Harry estava esperando o dia inteiro.

E com uma brisa amênue, o tilintar distante do Sino de Godric's Hollow anunciou a chegada
das doze horas, enfim, eles iriam saber o motivo da reunião com a Ordem.
Harry, Rony e Hermione surgiram de três fortes estalos e atravessaram a rua embaixo das luzes
fracas nas quais pequenos insetos com aparência de besouros voavam em volta.

As paredes descascadas e as janelas de vidraças sujas e trincadas davam uma aparência sombria ao lugar
e pelo horário tardio, nenhum trouxa ou bruxo estava a vista.
As casas de número onze e treze estavam inertes em um absoluto silêncio e escuridão, exceto por um pequeno
feiche de luz fraca que emanava da última janela da casa número onze.

Os três pararam defronte para onde não havia aparentemente nada, e assistiram as duas casas vizinhas
saltarem para os lados enquanto uma terceira casa inflava diante deles. Era a casa número doze do Largo
Grimmauld, a velha base da Ordem da Fênix. Harry tentou abrir a porta, mas lembrou-se das trancas avançadas
da velha casa, então foi inevitável tocar a campainha, mesmo sabendo que a senhora Weasley odiava quando
a velha pintura da mãe de Sirius despertava com seus gritos.

De fato, ao entrarem recepcionados por Lupin, gritos incessantes ecoavam corredor adentro.

-Filhos da imundicie! Híbridos malditos! Ralé do universo!

Tão repentinamente quanto começaram os gritos, eles pararam. Talvez porque alguem deveria ter coberto
o quadro como Sirius costumava fazer anos atrás. Após a restauração do silêncio Lupin começou a falar:

-Harry! Rony! Hermione! Problemas com a carta?

-Nenhum, professor! -Respondeu Harry.

-Já está mais do que na hora de eu perder esse título de professor Harry.
Como já lhe disse antes, não sou mais seu professor há muito...

-Mas foi o melhor entre eles com certeza!

-Lupin sorriu e abriu uma porta do corredor lateral antes de alcançarem um feio corredor onde
cabeças de elfos domésticos jaziam empalhadas sob a parede. Eles sabiam que ali ficava a cozinha
e ocasionalmente o salão de reuniões da Ordem da Fênix.

Lupin fechou a porta por trás dele enquanto eles percebiam um numero grande de pessoas
a sua frente ao redor da mesa. A sala parecia talhada em pedra com suas cores acinzentadas e clareadas
levemente pela brasa exalada do enorme caldeirão que a senhora Weasley mexia, até o momento, quando partiu
para um abraço apertado em cada um deles.

Entre as pessoas estavam Lupin, Tonks, a professora Minerva, Aberforth, Sirius, Fred e Jorge, o senhor
Weasley, Horácio Slughorn, Hagrid, Gui e Carlinhos Weasley e mais umas duas ou três pessoas que Harry não conhecia.
Sirius sorriu para eles e os cumprimentou. Os três se acomodaram na mesa de cadeiras dispares e improvisadas
e só quando o silêncio prevaleceu, Sirius começou a falar:

-Muito bem Harry, Rony, Hermione, Fred e Jorge, vocês devem estar imaginando o motivo de termos chamado
vocês aqui... Anos atrás, dissemos que eram jovens demais para entrarem na ordem (A senhora Weasley fungou
contrafeita) mas dada a condição atual, vocês serão bem-vindos se assim quiserem. Cada um de vocês tem seu
próprio valor a oferecer para a ordem, e como bruxos maiores de idade e fora da escola vocês tem o direito
de decidir sobre suas próprias vidas e seu caminhos(Mais uma vez a senhora Weasley mostrou desgosto
mexendo-se desconfortável). Por isso, está feito o convite, vocês aceitam entrar para a Ordem da Fênix?

Embora a resposta parecece estremamente óbvia, Sirius fez a pergunta em um tom sério de voz, que
exigia uma resposta a altura. Os cinco fizeram que sim com a cabeça após se entreolharem satisfeitos.
Mas Harry sabia a gravidade do perigo. Muitas pessoas que outrora ocuparam esses lugares, hoje estavam mortas,
bandeadas ou desaparecidas. Harry notou a diferença na ausência de Dumbledore, Moody e Mundungo mortos,
do inimigo declarado Severo Snape, e do desaparecido Kingsley Shaclebolt, que nem sequer sabiam se estava vivo.

Harry olhou para as pessoas na mesa que acenavam vagamente com a cabeça como se absorvessem os fatos que ali
ocorriam. Após alguns momentos silenciosos Aberforth quebrou o silêncio. Ele levantou-se e começou uma marcha
lenta vagando pela cozinha e dizendo após alguns segundos:

-Muito bem! A ordem tem reforços! Sangue jovem e renovado será de grande ajuda para nós.
Primeiro, é preciso que vocês fiquem a par dos planos da Ordem, e de nosso conhecimento sobre as ações de
Voldemort. Por onde começar? Bem, como todos vocês sabem, há cerca de três anos, Lord Voldemort retornou.
Por uns tempos, ele se manteve na surdina, recrutando aliados, e conquistando território. Felizmente,
Harry aqui conseguiu a façanha de escapar e cuidou para que Alvo, meu irmão, tomasse ciência do fato assim que
o viu. Isso o retardou mais do que imaginamos, pois ele não contava com isso. Deveria ter o elemento surpresa.
Mesmo assim, ele conseguiu muitos de seus objetivos, naqueles nos quais a ordem falhou. Com os gigantes e a
missão de nosso velho Rubeus e da Madame Maxime, com o perdão do trocadilho, foi um grande revés. Com
os Lobisomens e nosso querido Remo, também perdemos na influência. É importante ressaltar porém, que os duendes
permanecem fiéis ao nosso lado, graças ao grande Gui!- Ao falar isso deu um tapinha nas costas do garoto e recebeu
um sorriso em troca- E após o incidente no ministério onde Voldemort foi visto, ele saiu das escondidas.
Seus ataques foram nocivos e gerais. O mundo dos trouxas teve dez vezes mais incidentes do que o normal.
le afetou sériamente o mundo deles. Seus planos atuais, são muitos, embora a maior parte deles sejam coisas tolas
para despistar os verdadeiros objetivos. Descobrimos a procura por um ou dois lugares lendários, a busca por mais
poderes, a aniquilação de Harry -O garoto sentiu um arrepio agourento ao ouvir aquilo- e a recrutação de mais servos.
Alguma pergunta?

Alguns segundos de silêncio antecederam as perguntas de Harry.

-Aberforth, você disse que ele procura dois lugares lendários?

-Sim Harry, existe um mapa, uma planta de um templo que julgamos ser utópico,
mas as ênfases que ele deu ao nosso espião demonstram grande possibilidade desse
tal templo existir. E realmente, é uma grande lenda.

-Quem seria esse espião? Não me digam que o maldito... -Começou Rony cerrando o punho.

-Não Rony, não se trata de Severo... -Interrompeu Aberforth- Mas a identidade dele deve ser mantida
por medidas de segurança. Na hora certa vocês descobrirão.

Harry não pôde imaginar outro espião que não fosse Snape, mas não era o mais importante no momento.

-E o onde ou o que seria esse tal templo lendário? -Tornou Harry.

O senhor Weasley deu um passo a frente saindo das sombras que lhe cobriam enquanto estava
recostado sob a parede escura de pedra.

-Onde é óbvio que não sabemos Harry, do contrário tomariamos o lugar e o esconderiamos de Você-sabe-quem,
mas do que se trata poucos sabem. Trata-se de um templo lendário, construído por ninguém menos que Salazar
Slytherin, o fundador da casa da...

-Sonserina! -Concluiu Fred enquanto Jorge deixava escapar um assovio baixinho.

-Exato! E nesse templo, existeriam perigos incomuns, maldições desconhecidas, e alguns segredos.
E são esses segredos, que areditamos ser o que torna o templo tão atrativo para Você-Sabe-Quem...
Pois o segredo, é uma espécie de aniquilação a trouxas e sangues-ruim.

Hermione tremeu um pouco no canto da mesa mas ninguém percebeu.

-Mas senhor Weasley, esse templo existe mesmo? -Perguntou Harry intrigado.

-A vida e obra dos fundadores de Hogwarts foi um tanto quanto turbulenta Harry...
Ninguém sabe ao certo sobre eles... Muitas coisas não passam de mitos...
Mas o que podemos ter certeza é do seguinte: Salazar faria um templo em
sua própria homenagem dado o seu ego inflado e seu desejo de livrar sua escola
e o mundo dos desmerecedores... Ou seja, o templo muito provavelmente existe,
e está a espera do herdeiro de Sonserina.

-Onde podemos descobrir isso? -Mas dessa vez foi Hermione quem perguntou.

-Dumbledore nos disse uma vez, em uma antiga reunião da ordem, que estudando a história dos
fundadores de Hogwarts podemos descobrir uma brecha na qual Salazar possa ter deixado seu legado.
E com ele, o templo para o herdeiro, e a lendária "Maldição de Slytherin".

Um silêncio mortal tomou conta da sala enquanto os jovens orderianos absorviam as informações
sobre a ameaça Slytheriana.

-Harry, mais um trecho do testamento de Alvo foi encontrado endereçado a você,
junto com mais uma parte para Hermione, Rony, Gina, e a primeira parte endereçada a
garota Luna e ao jovem Longbotton. -Disse Sirius- Aqui estão! -Continuou ele entregando
envelopes aos três.

Harry foi pego de surpresa dessa vez. Mais uma parte do testamento?
Em quantas partes estaria dividido? Pelas suas contas ja deveria ser a quinta carta do
diretor. Harry apanhou o envelope, mas não o abriu. Deixaria para ler em sua casa, onde ninguém
lhe faria perguntas que ele não pudesse resolver.

Harry ficou parcialmente tentado de contar para a ordem sobre as Horcruxes e a dificuldade do
caminho que tinha de percorrer na esperança de atrair alguma ajuda, mas as palavras de Dumbledore
haviam sido claras sobre isso.

-Este fim de semana, uma mansão bruxa milenar foi invadida na Índia. É onde acreditam ter vivido
por um tempo a família Grifindor. A mansão que fora preservada pela cultura bruxa que representa foi
revirada e reduzida a ruínas. -Começou a professora Minerva Mc Gonagall- O que reforça mais uma vez
nossa teoria de que Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado tem grande interesse nos fundadores de Hogwarts...

Harry sabia em partes a resposta. Talvez fosse a busca por troféis... Algo de Godric seria de grande
valor para Voldemort. Mas ele não saberia explicar isso sem envolver Dumbledore e as Horcruxes.

Descobrir a vida dos criadores de Hogwarts havia passado a ser uma prioridade.

A sehora Weasley depositara um pesado caldeirão de sopa na mesa enquanto Tonks colocava
pratos, talheres e copos em cima da mesa. Harry ainda pensava sobre os criadores quando
a senhora Weasley anunciou:

-Muito bem, agora é hora de comermos alguma coisa! Depois falamos sobre isso!

Durante a janta, um clima tenso tomou conta de toda a ordem da Fênix, como se
eles fossem falar de algo sombrio ou particularmente perigoso na segunda parte
da reunião.

Após uma deliciosa sopa da famosa culinária da senhora Weasley, Aberforth recomeçou:

-No momento, é importante que saibam que estaremos próximos a um embate muito forte.
Voldemort, pretende uma captura iminente a Harry antes que ele se torne uma ameaça real
ao seu império. Acredito que ele tenha aberto os olhos para isso um pouco tarde.
Harry, já é uma ameaça ao seu império, mas ele ainda subestima nosso Potter aqui.
Antes do ataque a Harry, ele planeja drenar uma fonte de magia natural, para tornar-se
infinitamente mais poderoso. O objeto que tornará isso possível foi capturado por um
comensal da morte na casa dos Changs tempos atrás durante a festa de aniversário da filha
do velho Calli.

Rony sentiu um pesar agourento na barriga, deixara escapar a chance de capturar
o objeto.

-Contudo, a ordem e os aurores estarão lá para pegá-lo! E como ele não deve
suspeitar de tal emboscada, teremos o elemento surpresa ao nosso lado!
Isso deve acontecer em breve! E bem, por hora eu acho que é só isso... -Concluiu
o bruxo.

-Muito bem! Estaremos preparados! -Disse Harry levantando-se e assentindo entendimento com
a cabeça.

Dois dias se passaram e a névoa que cobria os vilarejos se acentuava tornando-se cada vez mais
densa. Harry, Rony e Hermione estudavam maneiras de curar Duda, além de treinarem rastros de magia
e a precisa oclumência.

Era bem verdade que Harry já não era tão horrível nisso quanto fora na época em que Severo
Snape o ensinara, mas, em contrapartida, uma coisa era se defender de Severo, e outra
completamente diferente, era se defender de Hermione, que não era nenhuma expert em matéria de
Legimência.

As únicas coisas de fato interessantes que ocorreram naqueles dias, foi uma vitória particularmente
humilhante de Harry sobre Rony no xadrez bruxo, (o garoto admitira depois que previa as jogadas
de Rony lendo sua mente) e a abertura do porão que até então permanecera intocável.

O segredo, segundo Hermione, era similar a sala precisa. Mas o que havia lá dentro era uma coisa fixa.
Revelara-se um novo quarto atarracados de coisas entre as quais eles viram frasquinhos de lembranças,
pergaminhos de anotações, uma estante com muitos livros e um frasco de sangue de dragão.

Mas naquela noite, o mesmo pesadelo com Gina que viera tendo ha tempos retomou o controle de sua
mente. O desespero e a agonia que Harry sentia era quase apalpável. Gina estava em uma gaiola
oxidada gritando por socorro, Voldemort, ameaçava matá-la, e Salazar Slytherin o atacava
também alegando ser "O Herdeiro Leonino". Logo uma cobra e um medalhão apareceram e começaram a
estrangulá-lo. Malfoy ainda tentava tirar a cobra de cima de Harry, mas falhava miseravelmente.

Harry acordou ouvindo os ecos de seu pesadelo se esvairem pela sua mente, seu medo e sua aflição
faziam parecer impossível Voldemort não ter percebido devido ao elo entre eles, mas como Dumbledore
dissera uma vez que Voldemort agora usava a oclumência contra Harry, ele deixou de se preocupar tanto.

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