A Expedição



Capítulo 19: A Expedição




Naquele momento, Harry fora impelido de volta ao mundo real,
a ligação criada pelas emoções fortes dos dois fora rompida, não pela oclumência,
mas por uma magia. Magia essa que talvez só Hermione conhecesse no mundo, pois
muito provavelmente fora ela quem inventara. E levando em conta o prodigioso talento,
inteligência e aptão pra magia, ele não duvidava nem um pouco que isso fosse possível.

Harry esfregava a testa levantando-se vagarosamente.

-O que foi isso Mione? -Perguntou Harry interessadamente embora
parecesse meio doente.

-Uma magia que eu aprimorei! -Respondeu ela exultante- Lembra na
manhã de ontem quando eu perguntei sobre a cicatriz? Era pra isso!

-Mione... Você é realmente brilhante! -Exclamou Harry baixinho.

-Eu usei os mesmos princípios do Deletrium. Ele anula a magia
Priori Incantaten, logo, eu o modifiquei pra adaptar-se a dores
carnais, no caso, a cicatriz. E isso Harry, te facilita quebrar
o elo ou mantê-lo, conforme desejar, uma vez que terá conciência
pra lutar e raciocinar! Mas isso não é certeza de que quebrará
o elo, mas que o tornará capaz de sumir com a dor e te dar mais
chances! -Disse a garota rapidamente se empolgando com sua invenção.

-Não entendi uma só palavra do que você disse Mimi, mas tô contigo
e não abro! -Disse Rony boquiaberto.

-Mimi!? Exclamou Harry sorrindo.

Hermione corou um pouco, mas nada comparado a Rony, cujas orelhas
ficaram roxas quase que de imediato.

-Não! Bem, eu quis dizer... Ah... Foi só que... -Embaraçou-se o garoto.

-O que há Ron? ... Relaxa. -Interrompeu Harry ainda sorridente.

-Ei, escutem, o cara lá do Harpías me deu de presente dois ingressos
pra o show das Esquisitonas e dos Oclumentes que Vai ser amanhã. Mas não
estou a fim de ir, e nem tenho três deles. Quero que vocês vão no meu
lugar e divirtam-se bastante. O que me dizem? -Disse Harry culpando-se
por até o momento não ter comentado sobre Snape na estátua monumento de
Godric Griffindor.

-Sério cara!? -Exclamou o incrédulo Rony- Caramba! Valeu Harry!

-Mas Harry, acho que não deviamos perder tempo sabe... As Horcruxes e
tudo mais... -Contrapôs Hermione visívelmente dividida entre a vontade de
sair com Rony e a de caçar as Horcruxes.

-Mione, esquece isso um pouco... Nossas vidas não podem ser só guerra
contra as trevas, Horcruxes e Voldemort. -Disse Harry.

-É... Talvez você tenha razão Harry. -Disse Hermione.

-Ei, mas antes de irmos dormir há algo que acho que vocês
tem de saber... -Disse Harry

O garoto contou a seus amigos sobre o que ocorrera no cemitério
nas horas que retrocederam ao jogo.

Após discutirem sobre o que poderia ser, por fim foram dormir.

Durante a noite, Harry sentiu-se com a incômoda sensação de estar
planejando algo que ao mesmo tempo lhe agradava, e ao mesmo tempo
lhe amedrontava. Parte de sua cabeça se dava os parabéns por pensar
em algo assim, a outra, desprezava e temia mais do que tudo.

Então, de súbito, Harry Potter acordou. Mas a causa desse despertar
tão repentino não foi a extrema sensação febril que queimava sua testa,
nem o barulho desesperado de seus gritos,tampouco seu suor excessivo
que o embolara com os cobertores. O nome do motivo era Gina Weasley.

Assim como já sonhara antes, Gina estava em uma gaiola, ou em breve
estaria. Essa gaiola era a isca pra atrair Harry para algum lugar.
Era um lugar com muito musgo. Uma espécie de templo. Mas o pior era
o que o planejador pensava em fazer em seguida. Nem em seus piores
pesadelos naturais Harry poderia pensar ou suportar um terror tão
brutal... Tão abstrato.

Harry apanhou sua varinha, sentindo a testa arder em febre, principalmente
no ponto onde ficava sua curiosa cicatriz em forma de raio.
Ele apontou a varinha para a própria testa e gritou:

-SARX IDOLORUS!

Mas não obteve o êxito que Hermione tivera. Ele não sabia de fato como
utilizá-la. Foi quando Harry se tocou de que isso era o de menos...
O importante era que Gina corria perigo, e ele precisava avisar.

Harry apanhou uma coruja e escreveu apressadamente.









Gina,





Espero que esteja bem.
Acabo de ter um pesadelo
onde você era o alvo de
Voldemort. Quero que tome
muito cuidado! Não suportaria
se algo acontecesse a você!






Harry.












Harry entregou a Edwiges a carta e aguardou por uma resposta.
Resposta essa que não veio. Harry esperou em vão até raiarem os
primeiros raios de Sol.

O que significaria aquilo? Será que ele tinha enviado a carta
tarde demais? Teria Gina, a essa altura, sido capturada pelos
comensais?

Harry atordoou-se levando as mãos a cabeça e dizendo mentalmente:

"Ela está bem... Ela está bem..."

O garoto correu por instinto até a rua de Godric's Hollow e
desaparatou, surgindo logo depois nos terrenos da Toca.

-Harry! -Exclamou o senhor Weasley- A que devemos essa visita tão
inesperada?

O Sr. Weasley estava com uma maleta de trabalho aparentemente saindo
para o ministério da magia.

-Gina! Ela está...?

-Ei Harry... O que houve? Não são aqueles pesadelos de novo são?

-Não... Digo... São, mas acho que dessa vez não foi nada de mais...

-Nada demais hã!? Aquela cobra não foi nada demais Harry? Os falsos
sinais sobre o ministério que o levaram a caçar Voldemort anos atrás
não foram nada demais?

-Ta-talvez tenha razão... Mas onde ela está?

-Pelo que sei lá em cima Harry...

Os dois correram até o quarto da garota, Harry estando na frente
abriu a porta com demasiado escândalo, fazendo a garota pular de susto.

-O QUE ACHA QUE ESTÁ FAZENDO!? -Gritou ela do mesmo modo como gritaria a
senhora Weasley.

Ao perceber a discussão o Sr. Weasley achou melhor deixar eles se entenderem
e fez sinal para Harry de quem estava saindo e murmurou algo como "Boa sorte".

-Gina! É que eu... Bem, tive uns...

-Pesadelos infantis! -Completou a garota.

-Não Gina eu só... Você não recebeu minha carta?

-RECEBI AQUELA PORCARIA DE CARTA HARRY, MAS FIQUE SABENDO DE UMA COISA, EU
NÃO DEVO SATISFAÇÕES A VOCÊ! NÃO DEVO! -Gritava a garota com lágrimas saltando
dos olhos.

-Gina... Eu só... Me preocupo com você...

-POIS NÃO SE PREOCUPE COMIGO SENHOR POTTER! EU TENHO ALGUÉM QUE ME CONFORTA!
ALGUÉM QUE ACEITOU FICAR DO MEU LADO NO MOMENTO MAIS DIFÍCIL! ALGUEM QUE NÃO
É UM COVARDE! ALGUÉM QUE NÃO É VOCÊ HARRy!!! AGORA, SE NÃO TEM MAIS NADA PRA
ME PERTURBAR, POR FAVOR, SAI DAQUI E DEIXA EU SEGUIR A MINHA VIDA!!!

Estava evidente que aquelas palavras feriam tanto a garota quanto o próprio
Harry, mas ele não queria discutir. Estava atordoado com tudo aquilo.
Os últimos meses de sua vida tinham se tornado uma verdadeira bagunça.
Nada mais parecia ser como antes.

Harry desceu as escadarias ainda atingido pelos ataques de Gina,
e pela revolta contra suas confusões mentais.

Será que a partir dali ele teria de tentar salvar o mundo toda vez
que tivesse um pesadelo?

Harry voltou desolado para sua casa e pensou sobre sua vida.
Era tão mais simples quando suas únicas preocupações eram fugir dos tormentos
do primo Duda.

Os dias se passaram com uma velocidade assustadora, dias esses que Harry, Rony
e Hermione elaboraram mais teorias sobre as Horcruxes.

Hermione descobriu que Godric's Hollow, poderia ser subentendido por Túmulo
de Godric. Ela juntou os sinonimos que apontavam para buraco, escavação e
profundo. E para se somar a descoberta, eles suspeitavam de que o motivo
da vila ter esse nome, era justamente por que fora ali que Godric Grinffindor
fora enterrado.

Então ficou terrívelmente claro e óbvio para Hermione, Harry e Rony...
O gigante monumento estátua em homenagem ao fundador da casa da Grifinória era
na verdade seu túmulo, lugar onde Snape fora aquele dia.

Depois desses dias a chuva parecia ter se tornado uma rotina.
naquela manhã calma e nublada, Harry não suspeitava que lá fora
pudesse existir algo perigoso ou assustador e nem lembrava de um
certo compromisso que assumira a algum tempo. E de fato, a carta
com a letra do senhor Cali foi o que o fez recordar.

A coruja-das-igrejas deu um rasante pela cozinha da casa.
Hermione e Rony não estavam lá. Harry antecipou-se para a
coruja, apanhou a carta e leu:








Caro Harry,


Conforme o combinado, estaremos fazendo
nossa expedição de exploração as pirâmides
Astecas hoje.
Lhe advirto que pode se tornar uma aventura
potencialmente perigosa, e se está aceitando
o convite deve estar bem preparado.
estarei em frente a sua casa em alguns minutos.


Atenciosamente Hebert.





Harry subiu as escadas rapidamente apanhando algumas de suas coisas e atirando em uma
mochila de viagem. E exatamente quando guardou seu último item, a capa da invisibilidade,
um forte estampido lá fora anunciava a chegada do senhor Cali. antes de sair Harry apanhou um
pedaço de embalagem de delícias gasosas e escreveu um bilhete para Rony e Hermione dizendo sua
localização.

Ao descer encontrou Hebert completamente diferente do que o vira na ocasião em que se
conheceram. O Sr.Cali parecia literalmente um desbravador aventureiro. Sua roupa bege
que lembrava bastante uma roupa de caçador fazia par com seu chapéu redondo com sombreiros
laterais, e para reforçar a visão, uma enorme mochila do tamanho de uma mala de camping estava
situada em suas costas.

Harry o cumprimentou jovialmente, e estranhou o máximo que pode a mudança para atual aventureiro
a sua frente, do requintado Sr.Calli a rigor que conhecera na festa de Cho Chang.

-Alo Harry! Ancioso?

-Bastante! Respondeu Harry mesmo consentindo para si mesmo que se chegara ao ponto de
esquecer completamente do compromisso, não estava tão ancioso quanto falava.

-acredito que não saiba a localização das pirâmides
a ponto de aparatar lá estou certo?

-Sim senhor...

-Não tem problema! Posso levá-lo!

Harry desaparatou junto ao senhor Calli.
Ao chegar, sentiu um coquetel de perfumes naturais exalados pelas flores, enquanto o vento forte
do México atirava seus cabelos para trás. O clima lá estava muito diferente do acinzentado
que acabara de deixar para trás.

-Bem vindo a Veracruz Harry! El Tajiu para ser mais exato! -Apresentou o Sr.Calli dando um passo
a frente e abrindo os braços como se fosse dar um abraço na pirâmide erguida a frente deles.

-Explêndido! -Disse Harry. Poucas vezes na vida vira um local tão hipnotizante.
O gramado alto porem nivelado igualmente dava um charme de local rústico a pirâmide,
que embora estivesse em algumas partes começando a ser coberta por musgos ainda tinha
uma beleza rara em sua arquitetura antiga e diferenciada. A antiga vila Asteca parecia
ser uma grande bacia coberta pelas cadeias de montanhas que a cercava por quase todos
os lados.

-Venha Harry! -Chamou Hebert começando uma marcha até o local segurando as alças da
mochila em seu ombro como faria uma criancinha animada a caminho de um passeio escolar.

Harry observou a pirâmide fascinante ainda por alguns segundos antes de seguir o
animado amigo.

-O nome desta aqui é Pirâmide de Los Nichos Harry! -Anunciou Hebert Calli.

A pirâmide era muito grande e Harry percebeu que aquele não era um lugar impossível de
ser achado pelos trouxas e pelo modo como haviam dejetos de lixo trouxa por perto pareciam
até a aparecer no local com frequencia.

-Senhor Calli...

-Pode me chamar de Hebert Harry! Sabe, me faz sentir menos velho... -Dizendo
isso o homem sorriu para Harry revelando dentes perfeitamente bem cuidados com
um branco que daria inveja até aos pais dentistas de Hermione.

-Desculpe... Hebert, aqui é frequentado por trouxas?

-Sim Harry, é um grande monumento, mas, como sempre, existem mistérios milenares que seus
olhos não-mágicos despercebem.

Harry observou a escada muito gasta por alguns instantes imaginando se teria de subir lá,
mas a resposta veio em seguida. Hebert passava a mão sobre a parede da pirâmide. Como Dumbledore
fizera uma vez na caverna negra da Horcrux falsa e dos Inferis. Até que disse:

-Ah! Encontrei!

Dessa vez, Harry já sabia fazer uso da visualização dos rastros de magia e não se admirou de
repentinamente também passar a enchergar uma espécie de pintura rupestre. Podia ser confundida
também com escritas egipcias, mas se fosse pra chutar alguma coisa, Harry diria que eram Runas
antigas. Mas se estava escrito em Runas, egipcio, rupestre ou chinês ele não saberia dizer.
O que era comum uma vez que não atendera as aulas de Runas Antigas em Hogwarts, diferentemente
de Hermione que, para encaixar a matéria em seu apertado horário, fez uso de um dos extintos
vira-tempo.

-Aqui está Harry! -Disse Hebert fazendo com que aparecece um grande portão duplo com escritas
douradas de aparência macabra, porém terrívelmente bela. Lembrou a Harry inevitávelmente o arco
da morte.

-Harry, a partir daqui nossa viagem começa a assumir um tom extremamente perigoso!
Só te convidei por saber que você é um bruxo excepcional! Tem certeza que quer prosseguir?

Harry não chegou nem a pensar direito antes de dar a resposta. Fora ali que seu pai aprendera
alguns talentos tão especiais que nem memo o imponente Voldemort pôde defender.
Talvez -Pensou Harry- estivesse ali a diferença entre vencer ou perder o duelo contra Voldemort.

-Sim! Eu vou! -Disse ele.

-Muito bem Harry! Não esperaria menos do filho de Tiago! -Sorriu Hebert.

E com um ruído metálico ensurdecedor, a porta dupla se abriu.

Lá dentro a escuridão parecia ser abstratamente impossível de existir uma vez que acabaram de
abrir uma fenda para a luz direta do forte sol do México. Mas mesmo assim, no exato limite da porta,
a escuridão tornava qualquer possível visualização impossível, como se houvesse ali uma parede negra
em vez de sombras e de fato, Harry não estava enganado por inteiro.

-HARRY! SEU PATRONO! -Gritou Hebert- EXPECTO PATRONUM!!!!

Uma acromântula espectral surgira entre eles e as sombras enquanto essas se dispersavam pelo chão,
agora projetadas para fora dos limites da pirâmide. Harry sentiu um espasmo de susto, aquelas sombras
eram animais estranhos. Algo demasiadamente ruim se mostrava existir naquelas criaturas. Pareciam
cobertores finos que flutuavam levemente pela superficie do chão gramado. Havia uma certa graça na
leveza com que elas tremulavam à brisa do vento.

-HARRY! SOCORR... -Tentou gritar Hebert, mas foi coberto por dois dos animais.

-ESPECTO PATRONUM! -Gritou Harry repentinamente conjurando o enorme veado prateado em forma
de espectro.

No exato momento em que surgira, fez uma investida contra as sombras negras que cobriam o Sr. Calli.
Quando o Patrono colidiu contra eles, as sombras se atiraram para o chão rapidamente e se espalharam
de novo, se agrupando perto de Harry.

Por vezes, ele percebeu uma ou outra que estava centímetros mais gordas, e nem quis imaginar
o que elas comeram para ficar assim.

De fato, o desespero foi iminente quando elas avançaram e se colaram contra seu corpo.
Harry tentou pedir por ajuda para o senhor Calli e seu ocupado Patrono que enfrentva
sete ou oito daqueles animais das trevas mas naquele momento sua voz se mostrou impossível de
sair. Primeiro porque no desespero e no pânico o garoto perdeu compeltamente a voz.
Segundo, porque segundos depois uma delas lhe tapou a boca com seu manto negro e incrívelmente
forte.

Para sua sorte, ambos perceberam, porque logo em seguida os dois patronos atacaram as trevas que
lhe cobriam o corpo. A sensação deseperadora mudou para alívio imediato. As sombras estavam claramente
começando a perder a luta quando enfim retornaram ao corredor revelado por detrás do portal da pirâmide.

Os dois passaram cerca de um minuto arfando até recuperar o ar e as forças para continuar a jornada
até que o silêncio foi quebrado por Hebert:

-Ufa... Foi por pouco! Tudo bem Harry?

-Sim... Você?

-Também...

-Hebert, que diabos eram aquelas coisas?

-Mortalhas vivas Harry. -Respondeu ele assumindo um tom estranhamente sério- São muito perigosas.
Só o Patrono e algum tipo de fogo muito forte pode combatê-los. Da última vez seu pai e eu tivemos
de enfrenta-las, mas não pensei que as fosse encontrar tão cedo...

Hebert estendeu a mão para Harry que a segurou e levantou-se seguindo para dentro do corredor.
As paredes eram em ouro velho e enegrecido pelo tempo. Mas havia novamente uma beleza infinita na
maneira genial em que foram talhadas e construídas.

Não foi preciso a magia Lumus para iluminá-lo, isso porque haviam tochas na parede que se acendiam
quando chegavam perto e se apagavam quando se distanciavam. Passaram cerca de dez minutos andando em
linha reta, pareceu a Harry muito estranho uma vez que em menos de dois minutos teria chegado ao outro
extremo da pirâmide. Mas por estarem num local de perigo em potencial, ele não perguntou nada com medo
que em alguma hora pudesse despertar alguma criatura que estivesse adormecida por um daqueles macabros
corredores.

-Por aqui Harry! -Anunciou Hebert em voz baixa quando chegaram a uma bifurcação.

-Harry apenas concordou com a cabeça e o seguiu. As luzes bruxeleantes das tochas iluminavam agora um
corredor de paredes negras cobertas por opalas grandes e de riquezas incalculaveis. Inconcientemente
ele imaginou qual seria a reação do ambicioso professor Slughorn se estivesse em um local daqueles.

Após uns vinte segundos andando pelo corredor de Opalas, Harry enchergou um salão grandioso.
Embora não houvesse nenhuma chama nem luz do Sol, nem nenhuma fonte de luz visível, era muito bem
iluminada. Havia uma piscina muito estreita que percorria o meio do salão lotada de um líquido
verde terrívelmente familiar. Era quase igual a poção que ele obrigara o velho diretor a tomar
por ordens anteriores dele mesmo.

O garoto chacoalhou a cabeça para espantar os pensamentos de que um deles teria de beber tudo aquilo.
Nas paredes, haviam estátuas de cobras e abutres e no fim da sala defronte para eles, um enorme círculo
cheio de símbolos, entre os quais estavam:

crocodilo, vento, casa, lagarto, cobra, cérebro, veado, coelho,
água, cachorro, macaco, ervas, cana, jaguar, águia,
abutre, movimento, faca de pedra, chuva e flores.

Todos circulavam um grande e velho Sol.

-São os signos Astecas Harry! O sol representa o ciclo. Que começou a centenas de anos,
e se encerra em 2012.

-O que temos de fazer aqui? -Perguntou Harry ainda intrigado com a piscina estreita de
líquido verde.

-Essa é a sala da morte Harry. Para escaparmos temos de invocar nossos guardiões
Astecas. -Anunciou o bruxo calmamente.

Harry sentiu um profundo pânico. Será que Hebert presumia que ele soubesse seus signos
Astecas?

-Calma Harry! Posso descobrir pra você! de acordo com seu aniversário no fim de Julho...-Começou
o bruxo com cara de quem calculava alguma coisa- Seu signo em Gregoriano é
tecpatl, Quiahuitl e ozomahtli... Faca de pedra, Chuva e Macaco, Harry. -Acrescentou o
bruxo ao perceber a expressão de dúvida em Harry.

Harry percebeu que nas paredes altas e douradas, haviam pequenas fendas pelas quais
pequenas lâminas se mostravam no interior da parede. E suou frio ao pensar o que acontece
com quem errar.

-Muito bem Harry! Agora, você deve tocar os representantes de seu signo na estátua.
Vou primeiro pra você ver como é! -Disse Hebert subindo em um pedestral que flutuou lenta
e graciosamente até o centro do monumento.

-Você pode dizer o nome em qualquer língua Harry, só não pode errar! -Gritou ele de lá de
cima do pedestral flutuante.

-Certo! -Disse Harry.

-Jaguar! -Gritou Hebert sendo levado pelo pedestral até a figura de um felino feroz.

Hebert esticou a mão e o tocou, fazendo-o brilhar por uns momentos.
Após isso figura do Jaguar sumiu e deixou um espaço oco no exato formato dela onde estava.

-Lagarto! -Gritou ele novamente sendo levado até um lagarto esquelético de aparência mórbida.

Ao repetir os movimentos, a exemplo do Jaguar, o lagarto também sumiu brilhando.

-Águia! -Disse o bruxo por último sendo levado até o símbolo de uma imponente águia que
brilhou mais intensamente que os outros dois e apareceu junto a eles no grande Sol do centro.
O Sol por sua vez, girou revelando um portal que levava a um corredor todo redondo.
Hebert entrou e ergueu os polegares sorrindo para Harry.

Lá estava ele sozinho na sala da morte de uma pirâmide em Veracruz, no México. Mas não
havia problemas... Era só se concentrar e dizer os seus signos Astecas.

Harry subiu no pedestral que imediatamente começou a flutuar para o centro do calendário.
Mas foi então que Harry se deu conta do terrível problema, esquecera os signos.
Lembrava algo como faca de pedra e foi o que disse cuidadosamente:

-Faca de pedra!

O pedestral se moveu no ar e o levou até uma faca ensanguentada. Harry a tocou fazendo com
que a mesma brilhasse e sumisse deixando apenas seu formato. Mas as outras duas foram completamente
varridas da mente do garoto... E agora?

Harry estava entrando em pânico quando de repente teve uma idéia. O feitiço que Sirius ensinara
inventado uma vez por seu pai... Talvez funcionasse...

-Premonitórum! -Gritou harry fazendo várias luzes sairem de sua varinha. Muitas delas vermelhas
apontavam para os símbolos errados, duas delas eram verdes a pontavam a chuva e o macaco, e uma delas
curiosamente era amarela e apontava o líquido verde na piscina. Harry tocou a chuva depois o macaco
e adentrou a fenda revelada por detrás do Sol.

Lá estava um corredor redondo como se fosse um grande cano de esgoto, só que era limpo e estava
iluminado mágicamente como o salão anterior. Hebert estava lá.

-Você demorou Harry! -Estava começando a temer que fosse errar a sequencia.

-É... Eu também. -Respondeu o garoto.

-Vamos! Estamos perto agora!

Os dois continuaram andando até que chegaram a uma porta.
O porque, Harry não sabia, mas ali estava algo que ele queria muito ver.
Logo ali, atrás da porta. Uma sensação incrível de curiosidade e êxtase perpassaram sua
mente como mágica. E de fato, quando Hebert a abriu usando o Alohomora, Harry se sentiu o homem
mais realizado do mundo.
Harry sentiu um frio na barriga inesplicável. Era a mais absurda sensação que já sentira na vida.
Era maravilhosa. Era assustadora. Era incrível.

Ele estava de repente suspenso no espaço. Não havia chão, mas ele pisava em algo de algum jeito.
Podia observar as estrelas, as constelações. Logo mais a frente havia uma porta, de onde saia um som
magnífico e rústico, embora delicado e suave que lhe fazia pensar nas coisas de uma maneira diferente.

Hebert chegou até a porta e a atravessou fazendo sinal para Harry seguí-lo.

A calma e tranquilidade se apossaram de Harry, que seguiu até a porta e mesmo contra a sua vontade, a
atravessou. Foi preciso muita força de vontade para deixar o local. A mesma força de vontade que usaria
para se livrar da maldição Imperius. Mas quando pensou que Hebert poderia estar corredo perigo do outro
lado, ele abriu a porta e a atravessou pisando novamente em algo sólido. Era mais um corredor. Ao olhar
para trás, Harry viu o espaço infinito pela fenda da porta e desejou que pudesse passar mais tempo lá.

-Você está bem Harry? -Perguntou Hebert.

-Quero voltar pra lá! -Disse ele se assustando consigo mesmo pelo Tom de voz ameaçador e mesquinho
que acabara de usar.

-Não Harry! Não pode! É perigoso demais!

Tentando se recompor de sua grosseria inesplicável, Harry levantou-se e disse:

-Desculpe... Não quis dizer isso. Mas o que era aquela sala?

-A sala divina. A sensação de se estar lá é quase como se você fosse um Deus.
Mas é só uma ilusão! Você viveria eternamente sonhando.

-É... Entendi porque é perigoso... Não é certo se afundar em sonhos e esquecer de viver a vida. -Disse
Harry lembrando que essas palavras lhe foram ensinadas por Dumbledore a muito tempo atrás.
Era assustador como agora parecia distante o tempo em que aprendera isso com o diretor.

-Vamos Harry! Você se saiu muito bem até agora! -Disse Hebert sorrindo- Agora preste atenção Harry!
O que você verá na próxima sala não passarão de ilusões! Elas tentarão confundir sua cabeça, seu coração
e seus sentidos! Não importa o que você enchergar por lá, apenas siga até a próxima porta e vá embora!
Lembre-se, elas só poderão te atingir se você acreditar nelas! Um bom jeito de impedir, é a oclumência!
Você me entendeu? -Concluiu sériamente o senhor Calli.

-Sim! -Confirmou Harry.

-Então, aqui vamos nós Harry! A penúltima sala antes de Tonatiuh!

Harry chegou a abrir a boca pra perguntar o que era Tonatiuh, mas foi impedido pelo movimento repentino
do senhor Calli que abriu a porta e correu para dentro desesperadamente em direção a uma porta muito longe.
O salão era enorme e o senhor Chang por vezes se atirava no chão ainda que não tivesse nada além de paredes
brancas dentro da sala. Mas quando ele se levantou, Harry tomou um grande susto. Um grande corte se projetara
em suas costas. O que mostrava que as alucinações não eram de todo inofensivas e Harry decidiu fazer de tudo
para tentar evitar os perigos alucinógenos.

Por fim, o homem abriu a porta e se jogou para dentro dela.

Harry deu uns passos a frente, mas quando o acabou desejou jamais te-lo feito.

Estava literalmente num inferno.
estrondos ensurdecedores de bestas e criaturas tomaram conta dos tímpanos de Harry quase os estourando.
Dragões sobrevoavam um local devastado por destruição, vários de seus amigos estavam violentamente mortos
atirados ao chão. O céu assumira um tom avermelhado coberto por nuvens de fumaça negra que eram indícios
de mais devastação. Comensais da Morte marchavam imponentes liderados por Voldemort. Todos com uma capa negra
esvoaçante. Pareciam realizados. A única coisa boa que ele vira foi seus pais, que aparaceram do nada perto
dele e o seguraram.

-Harry! -Disse Tiago sorrindo.

-P-Pai!? -Perguntou ele- Não! Você é uma alucinação!

-Não Harry! Eu sei que é o que parece agora! Mas nosso espírito está aprisionado aqui!
Nos salve! -Disse Lílian sorrindo para ele.

Harry não sabia o que fazer. Por mais que achasse que era uma alucinação, não conseguia deixá-los pra
trás enquanto existisse uma possibilidade de salvá-los.

-Vamos então! Precisamos passar por aquela porta! -Disse ele.

-Obrigado filho! -Agradeceu Tiago sorrindo- Sabia que sendo filho meu tomaria a decisão correta!

Um Dragão Negro das Ilhas Hébridas atirou contra eles um espiral de chamas potentes e destruidoras,
fazendo Harry se atirar para trás das pedras junto de seus pais.

-Cuidado! -Disse Tiago- Parecem alucinações mas ferem de verdade!

Harry lembrou-se do Sr. Calli e seu corte e decidiu acreditar no homem que dizia ser seu pai.
Eles seguiram a caminhada mas foram pegos pelos comensais. Eles gritaram:

-CRUCIO!

Tiago e Líliam cairam gritando. Harry fez menção de tirar a varinha do bolso, mas enfim lembrou das
palavras de Hebert.

"elas tentarão confundir sua cabeça, seu coração e seus sentidos!"
"apenas siga até a próxima porta e vá embora!"
"Lembre-se, elas só poderão te atingir se você acreditar nelas! Um bom jeito de impedir, é a oclumência!"

Harry parou e fechou os olhos por uns instantes. Estava fechando sua mente.
E de fato, quando um Avada Kedavra o atravessou, ele continuou vivo e de pé.
Virou-se para a porta andando lentamente e muito concentrado, e aos poucos, as alucinações foram sumindo,
revelando novamente as paredes brancas e altas e a porta de ouro negro a frente dele. Harry a abriu calmamente
encontrou um ferido Hebert.

-O que houve? -Perguntou Harry.

-Não me concentrei o suficiente... Vi a Chô sendo morta...

Após se concentrar muito por uns tres ou quatro minutos murmurando alguma coisa que soava como latim,
os ferimentos voltaram a se fechar magicamente.

-Vamos Harry! -Disse ele se levantando- A próxima sala continua sendo um mistério pra mim até hoje!
Não me lembro de nada do que aconteceu nela da última vez... nem seu pai lembrou-se. Mas se estamos vivos
quer dizer que resistimos não é? -Disse ele encolhendo os ombros.

O lugar que eles estavam era uma salinha quadrada com duas portas, aquela pela qual eles entraram, e aquela
pela qual eles certamente iriam sair.

-Certo! -Disse Harry enchendo-se de coragem- Vamos então!

Ao terminar essa frase ele abriu a porta e entrou, a última coisa que ouviu foi:

-Você se parece com Tiago mais do que pensei!

Quando a porta se fechou, Harry se viu em um lugar que já conhecia, era sua casa em Godric's Hollow.
Não aquela que herdara uma vez de Dumbledore, mas sim a primeira casa que tivera desde que antes mesmo
de se dar por gente, a que viveu seu primeiro ano de vida junto de seus pais.

A casa estava do mesmo jeito que ele imaginava quando conjurava o Patrono, ou que vira em seu flashback.
Lá estava seu pai e sua mãe lhe carregando e uma voz grave e imponente veio do nada dizendo:

"Esse é o começo de tudo para ti, Ó Eleito"

Lílian e Tiago estavam com um pequeno embrulho nos braços. Era um bebê de menos de uma semana de vida.
Era impressionante pensar que um dia ele já tivera aquele tamanho. Eles pareciam muito felizes enquanto
observavam o pequeno Harry.

Alguem batia na porta fazendo o bebê Harry chorar e Tiago ir correndo atender a porta.
Ao abrir viu dois de seus melhores amigos.

Remo Lupin e Pedro Pettigrew.

-Olá Tiago! Meus parabéns! -Disse Lupin sorrindo sinceramente e dando um abraço forte e apertado
em Tiago.

-'Brigado meu amigo! -Agradeceu ele.

-Err... Oi Tiago... Cumprimentou um tímido homenzinho bochechudo com cara de rato.

-Pedro! Há quanto tempo meu caro amigo! Há quanto tempo! -Disse Tiago dando um abraço no homem
que pareceu estar estranhamente constrangido.

Os três homens entraram para o Hall da casa dos Potters enquanto o pequeno bebê se acalmava.

-Remo! Pedro! -Cumprimentou Lílian sorrindo.

-Oi Lílian! -Responderam os dois em coro.

-Por onde tem andado Pedro? Porque sumiu tanto nos últimos tempos? -Perguntou uma simpática Líliam.

-Eu!? Há... Bem... Nada importante...

Lílian fez cara de duvida mas resolveu não insistir. Pedro assumiu um tom muito avermelhado no rosto.

"Aqui, sua vida tomou outro rumo" -Voltou a voz do além.

O cenário mudou para o quarto do Cabeça de Javali.
Lá, a professora Sibila fazia uma profecia a Dumbledore e Severo Snape escutava à porta.
De repente o lugar mudou-se novamente para um salão escuro e luxuoso.
Voldemort estava sentado em uma confortável poltrona de veludo enquanto o próprio Pedro
estava de Joelhos revelando a localização da casa dos Potters.

Harry remoeu-se de raiva assistindo Voldemort em sua caminhada até a casa dos Potters.
Snape e Pedro, o Rabicho fizeram menção de seguí-lo, mas foram impedidos.

-Milorde... Posso pedir ao menos um favor a você? -Perguntou Snape de joelhos em reverência.

-E o que seria Severo? -Perguntou Voldemort virando-se.

-A sangue-ruim é minha amiga senhor... Estava imaginando se poderia... Bem... Poupá-la.

Após a pergunta, Rabicho revelou-se curioso e prestou uma atenção incomum a resposta do Lorde.

-Entendo o que quer dizer Severo. Eu também não tenho caso contra ela. Por mim ela pode sim sobreviver.
Contanto que não me atrapalhe em meu dever. Ainda hoje eliminarei aquele que nasceu para me derrubar!
E me tornarei invencível!

Dizendo isso, Voldemort desaparatou para a praça de Godric's Hollow junto somente de sua cobra
Nagini. Imponentemente ele abriu a porta com um estrondo.

A praça lá fora parecia a mesma praça que Harry acostumara a ver e enfrentar tantas batalhas
desde que se mudara para lá.

Voldemort começou uma lenta marcha pela casa. Harry já sabia onde iria terminar.

-Lilian! Salve o bebê! Eu seguro ele! -Gritou Tiago.

-Tiag... -Quis teimar Lílian.

-VÁÁÁÁÁÁÁ!!!! -Gritou Tiago sacando a varinha e se preparando para aquele que seria
seu último duelo

Lilian olhou pela última vez pra seu amado marido, e adentrou o quarto.
abraçou Harry, lhe deu um beijo em cada rechonchuda bochecha. e apontou a
varinha para o coração dele. Lílian usou um feitiço não verbal e depois
apontou para o próprio coração, demorando quase vinte e sete segundos.
Tempo esse que levou Voldemort para assassinar Tiago, e surgir por entre a porta.

Lílian não poderia desaparatar com Harry pela proteção que tinha na casa.

-Saia de minha frente Evans!!!! Ordenou Lord Voldemort com sua voz águda e fria.

-Nunca!!!Você não irá matar o meu bebê!!! NÃO IRÁ!!!!

-Evans...Você não precisa morrer!!!

-NÃO VOU SAIR DAQUI!

-pela última vez Evans!!! Me entregue o bebê e suma daqui!

-NÃO VOU ENTREGAR NADA!!!MATE-ME SE QUISER, MAS DEIXE O HARRY EM PAZ!!!!!!

-hehehe....Receava que tivessemos esse impasse...Infelizmente...

AVADA KEDAVRA!!!!!!!!!!!

Lílian Evans caia lentamente no carpete de seu quarto, deixando no aposento
apenas seu pequeno filho Harry Potter, e o bruxo mais perigoso de todos os
tempos Lord Voldemort.

Mas uma coisa curiosa, é que após matar Lílian, ele não se curvou para fazer o estranho ritual
que queimara uma letra H no chão como em suas memórias. Ele simplesmente adiantou-se e falou:

-Este seria aquele que me destruiria? Pois bem... Que o Lorde das Trevas se torne imortal!
Nagini, venha aqui... Precisarei de você logo, logo... Que o eleito decline...

Segundos tenebrosos se passaram com um ar tão pesado que parecia poder ser apalpado e sentido com
as mãos se assim tentassem. Até que o agudo grito frio como a morte ecoou:

-AVADA KEDAVRAAA!!!!!

Uma forte luz verde atingiu o bebê Harry na testa fazendo com que sangrasse e lhe dando um corte
no formato de raio.

A maldição voltou-se contra Voldemort e o feiche de luz verde interligou os dois.
Durante uns sete segundos, o bruxo das trevas mais poderoso de todos os tempos e um
simples bebê ficaram atingidos pela pior das maldições, a Avada Kedavra.

As coisas ao redor deles começaram a se deteriorar com avançada rapidez e uma espécie
de redemoinho girou todas as coisas do quarto, até que, por fim, Voldemort foi impelido
para o chão e dissipou-se em uma fumaça escura que era na verdade um sétimo de sua multilada
alma, indo embora, para sempre pensaram muitos.

"Seu caráter foi forjado em um hostil ambiente..."

Harry assistiu o local se transformar na rua de casas grandes e quadradas que sabia ser
a rua dos Alfeneiros. Lá assistiu o desprezo e a indiferença dos Dursleys para com ele.

"E de fato, seu caráter te ajudou muito"

De repente as coisas mudaram para o cenário da escola de magia e bruxaria de Hogwarts.
As imagens passavam rápido diante dos olhos de Harry mostrando de relance sua aventuras
no primeiro lugar em que fora feliz.

"Mas agora Harry Potter, o grand finalle se aproxima..."

As coisas pararam e esmaeceram. As imagens foram se tornando fracas e ralas, até
que Harry conseguiu ver nítidamente uma sala branca com um homem.

-Quem é você? -Perguntou Harry. Mas por algum motivo, ele não temia o homem.

"Quem sou eu?
Talvez eu seja tudo...
Talvez não seja nada...
Talvez eu seja o criador...
Talvez eu seja uma criação...
Talvez eu seja a luz...
Talvez eu seja as trevas...
Posso ser até você...
Posso ser um paradoxo.
Posso ser a mais terrível mentira.
Ou ser a única verdade.
Talvez eu seja uns escritos.
Tortos, garranchados e estranhos...
Se tivesse que responder quem sou eu, Harry Potter,
eu responderia, O destino."

-Destino é?

"Sim"

-O que tenho de fazer para chegar até a porta? -Perguntou Harry esperando o desafio.

"Andar, girar a maçaneta e empurrá-la."

-Não há desafios?

"Não"

-Nem enigma?

"Não"

-Posso ir?

"Pode"

Harry achou muito estranho, e não queria ir. Por alguma razão queria conversar com o
homem que se intitulava "destino". Quando ele falava, sua boca não se mexia e o som grave e
ressonante de sua voz surgia do nada. E agora que parara pra pensar, ele não vira um homem
era apenas um espectro de luz. Era estranho como Harry deixara escapar detalhes sobre os
acontecimentos atuais.

-Você é... Bem... Deus? -Perguntou Harry arriscando um palpite.

"Teria de dizer que não..."

-Então... Algo próximo a isso?

"Não há nada próximo de Deus"

-Porque ele é infinitamente superior ou por que ele não existe? -Perguntou Harry.

"Essa é uma pergunta sem resposta até mesmo para mim"

-Então... Se você é o destino, pode me contar o meu futuro?

"Posso"

-Então, conte!

"não"

-Mas você disse...

"Eu disse que posso, não que vou"

-Não entendo... Você deveria ser o último obstáculo...

"E sou..."

-Mas porque insiste em não me fazer mal?

"Porque você já passou pelo último obstáculo"

-E qual foi?

"Seu destino até hoje..."

-Não entendi...

"Meu desafio, é fazer a pessoa olhar para trás e encarar seu próprio destino.
Suas próprias escolhas... Você que foi uma pessoa boa, não tem o que temer.
Não existem grandes erros em seu passado. Nada que te faça se arrepender amargamente.
Aquele que for indigno, perecerá assistindo suas crueldades e atos malignos"

-Entendo. Mas é você quem decide o futuro das pessoas?

"Não. Cada ser vivo é responsável pelo seu futuro. Cada gesto que você faz,
está apagando e reescrevendo seu futuro. O livre arbítrio te da a escolha de
fazer ou não o que esta predestinado. Meu papel é escrever e reescrever as
situações... O que fazer, depende de cada um.Acho que não faz mal se eu te
mostrar seu provável futuro... Afinal, você não se lembrará de nada mesmo..."

Harry caiu no vácuo e assistiu as coisas se moverem de lugar.
Haviam pilastras de arquitetura antiga. Eram como se fossem gregas.
O musgo que crescia em partes do chão e do teto dava ao lugar uma aparência
de abandonado.
Haviam estatuas de serpentes na parede e...

Harry acordou do lado de fora do aposento enquanto o senhor Calli dava tapinhas em seu
rosto.

-O que houve Harry!? -Perguntou o senhor Calli.

-Não... Não me lembro... De nada.

-Nem eu Harry, acho que o conteúdo dessa sala continuará um mistério pelo resto da vida...

-É... Mas o importante é que de algum jeito passamos pelo desafio! -Sorriu Harry.

-Isso! Vamos Harry! Tonatiuh está logo a frente! -Disse o animado senhor Calli.

-Quem é Tonatiuh? -Perguntou Harry.

-Uma espécie de força maior Harry. Ele diz ser o Deus do Sol.

Hebert abriu a sala e um clarão enorme irrompeu de lá de dentro.

-Depois de você Harry! -Disse ele indicando a entrada.

Harry andou lentamente até entrar na sala.
Seus olhos sairam de foco por uns instantes até retornarem visualizando um templo
em um paraíso e lá, estava um homem de aspecto latino com um cajado dourado em uma
mão e um círculo de luz em outra.

-Olá meu jovem! Olá Hebert... -Cumprimentou o homem.

-Err... Oi... -Respondeu Harry- Quem é você?

-Tonatiuh... O Deus sol. -Respondeu o homem indígena de aspecto poderoso.

-Prazer revê-lo senhor. -Disse Hebert.

-Devo presumir que esse seja o filho de Tiago? -Perguntou Tonatiuh.

-Sim senhor, seu nome é Harry Potter... -Respondeu o Sr. Calli.

-E devo presumir que a luz de Tiago tenha se apagado? -Perguntou novamente Tonatiuh.

-Sim senhor... -Tornou Hebert.

-Realmente uma pena. Venha até aqui Harry. -Pediu Tonatiuh sorrindo.

Harry seguiu até lá por um chão oculto por névoas muito brancas e bonitas.

-Teu pai foi um grande homem, e acredito que tu também serás. Lhe concedo o dom mágico
de Tonatiuh, a magia lendária Nanahuatzin!

Harry lembrou-se na hora que se tratava da magia poderosa que seu pai usara contra
Voldemort uma vez. Ali estava o motivo de ele não conhecer a magia e estranhar o som
diferenciado de sua pronuncia. era uma magia divina.

-O Nanahuatzin é uma magia de fogo e luz Harry! ideal contra os seres do frio e da escuridão!
Use-o com sabedoria!

Harry sentiu seu corpo ser apossado por um grande calor quase insuportável.
Segundos depois voltara ao normal.

-O que houve? -Perguntou ele.

-Seu prêmio por conseguir chegar até aqui Harry! Brade tua varinha e evoque Nanahuatzin!
Terá sua oportunidade mais próximo do que pensas. Até mais bravos guerreiros do destino!

Uma luz forte se apossou de Harry e Hebert e os atirou para um gramado verde onde um forte
sol alaranjado se punha. estavam novamente no exterior da pirãmide e a porta estava entreaberta.

-Harry!? Tudo bem? -Perguntou o Senhor Calli.

-Sim senhor... -Disse ele- Senhor!? -Repetiu o garoto ao abrir os olhos e notar que o homem
sumira.

Ao olhar para trás, percebeu que mortalhas estavam o arrastando para um dos cantos da pirâmide
então gritou:

-ESPECTO PATRONUM!!!

Seu Patrono avançou contra as Mortalhas que carregavam o senhor Calli.
Alguns dos mortais mantos sombrios sairam em evasiva, mas outros particularmente grandes
resistiam e continuavam a arrasta-lo.

A porta escancarou-se e de lá sairam mais de cem Mortalhas letais avançando contra eles.
O Patrono não adiantaria, foi quando Harry bradou a varinha e gritou:

-NANAHUATZIN!!!

Um clarão enorme seguido por fogaréis avançou contra as Mortalhas.
Quando as luzes começaram a sumir, nenhuma mortalha sequer estava a vista.

A sua frente estava apenas o caído amigo Hebert.

-Tudo bem com você? -Perguntou Harry estendendo a mão.

Hebert a segurou dizendo:

-Não que seja o melhor dia da minha vida mas... -E dizendo isso sorriu.

Os dois passaram uns segundos olhando para a pirâmide antes de se despedirem.

-Harry, estou realmente orgulhoso de você! É um grande homem!

-Obrigado Hebert! A gente se vê por ai!

-É! A gente se vê Harry! Até mais! -E ao dizer isso o homem desaparatou sumindo
com um gracioso giro sob a capa.

Harry ainda passou mais alguns segundos observando as pirâmides antes de retornar
a Godric's Hollow, seu lar.

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