O Oráculo e os Artefatos



Os tres amigos começaram a explorar a casa. Haviam além da sala, tres
dormitórios muito bem mobilhados, uma bela cozinha muito luxuosa e
abarrotada de comida(muitas das quais os tres adoravam saborear em
Hogwarts) tres banheiros, e um porão que nenhum dos tres conseguiu abrir.

Harry chegara ao quarto que mais lhe agradou, haviam pôsters de seu time
de quadribol favorito, uma cama enorme com grandes edredons azuis e um
colchão que era do mesmo material utilizado nos colchões de Hogwarts, o
chão era coberto por um carpete verde que Harry assimilou ao carpete de
sua primeira casa, haviam janelas enormes que davam pra uma varanda
confortável e muito grande onde havia uma mesinha redonda com quatro
banquinhos em volta, um agradável aroma de óleo de lustrar vassouras
e uma espaçosa estante grande o suficinte pra acolher todos os pertences
de seu malão. Após organizar tudo que lhe pertencia em seu quarto, Harry
afundou na confortável cama gigante, fechou os olhos e descansou
profundamente sob o doce cheiro que lhe trazia lembranças tão boas.
após alguns minutos(que lhe pareceram horas) Harry levantou-se e foi até
os outros dois dormitórios ver se Hermione e Rony tinham se instalado
tão bem quanto ele.

Rony estava em um quarto que tinha acabamento em madeira maciça, muito lustrada, que
lembrava a Harry uma versão luxuosa do quarto de Rony na toca, a cama era uma versão
gigante da cama legítima de Rony, havia um tapete vermelho e dourado que cobria todo o chão
do quarto.

-Que tal Harry? Perguntou Rony. Minha cara não é?

Harry iria responder, quando lhe passou uma dúvida pela cabeça,
"tres dormitórios? tres banheiros? Dumbledore morava sozinho...Não tinha filhos nem esposa...E
morava a maior parte do ano em Hogwarts...porque...?"

-Harry...Harry!? Chamava Rony uma vez que percebera que o amigo
estava inerte em pensamentos.

-ops, err...Claro Rony! Brilhante!

-Algo de errado Harry?

-Errado? Não, não...Nada.

-Harry!!! chamou Hermione ofegante que acabara de surgir por entre a
fresta da porta.

-Sim Mione? Perguntou Harry com vívido interesse. Rony acompanhou sua
expressão de curiosidade.

-Há algo de muito errado com essa casa...

-Errado Mione? O que seria? Perguntou Rony.

-É...É verdade Rony...Eu também reparei... Disse Harry.

-O que pode estar errado? Perguntou Rony.

-Ora Rony pense! Dumbledore era solteiro...Não tinha filhos, nem
parentes, somente Aberforth...Porque existem tres dormitórios?
Explicou Hermione.

-É...Além do mais, cada um parece ser exatamente como gostamos...

-Exato Harry! Encontrei uma versão rica do meu verdadeiro quarto.
Disse Hermione.

-Errr...O que há de mal nisso? Perguntou Rony com cara de quem não ve mal nenhum.

-Não é mal Rony..Mas é no mínimo estranho que a casa de Dumbledore seja exatamente
como gostaríamos que fosse... Disse Harry.

-Bom..Eu posso conviver com isso.

Os tres passaram o resto do dia descansando na casa, falaram mais sobre os dormitórios,
discutiram sobre as Horcruxes, jogaram snap explosivo e quase no fim da tarde decidiram
sair para ir novamente ao mercadinho comprar alguns doces.

Harry atravessou a animada praça com umas duas dúzias de pessoas que conversavam
alegremente em direção ao mercadinho.

Harry chegou até o atendente deformado e pediu:

-Oi, eu gostaria de mais varinhas de alcaçus, dez sapos de
chocolate e algumas acidinhas...

-Claro Harry! Vou buscar...

Harry? o estranho o chamara pelo nome?

Harry olhou para cima e percebeu que seus despenteados cabelos, agora compridos até as
sombrancelhas escondiam a cicatriz, como o estranho sabia seu nome?

-Aqui estão Harry! Disse o atendente lhe entregando um pacote.

Rony e Hermione observavam as deformadas faces do atendente que pareciam ter sido queimadas.
Eles também haviam percebido que ele conhecia Harry.
Harry tirou algumas moedas do bolso para pagar quando o atendente o advertiu:

-Não Harry! Por conta da casa!

Harry começou a pensar:

"Por conta da casa...Por conta da casa...Alguem
me dizia isso várias vezes...Com aquela voz...
Por conta da casa....

-FLOREAN...É VOCÊ?????????????? Gritou Harry
tão alto que Rony e Hermione se assustaram.

-Sim Harry...Sou eu...

-Mas...Florean...O que.. Porque voce..Onde...

-Calma Harry! Sei o que voce quer perguntar...
Acalme-se, e entre na loja sim!

Harry e seus amigos entraram, mas estavam longe de se acalmar, aquele homem
tão diferente era Florean Fortiscue, o sorveteiro do beco diagonal que havia
desaparecido misteriosamente a quase um ano. Que horrores havia passado...
Como escapara...

-Bom! primeiramente, estou bem! É sério! estou recomeçando a minha vida
com o nome de John Floreus, vou passar o resto de meus dias aqui em
Godric's Hollow e ninguém pode saber disso combinado?

-Mas, onde voce esteve Florean? Foi Voldemort foi? Perguntou Harry,
mas a resposta ele não chegou a ouvir, porque o homem pareceu
enlouquecer a menção daquele nome, era mais do que as tradicionais
caretas que todos faziam, ele se contorceu e em uma expressão diabólica
expulsou os tres e mandou ficar longe da loja.

-O que acham que aconteceu com ele? Perguntou Rony após alguns
minutos de silêncio.

-É óbvio pela reação dele que Voldemort tem algo a ver com isso.

-É...Mas...como ele escapou? Perguntou Harry.

Os tres voltaram para a casa numero sete de Godric's Hollow e elaboraram
teorias,Harry estava decidido que voltaria a interrogar Florean após alguns
dias.Hermione preparou a janta sob muita reclamação (mas fizera de bom
grado quando Rony sugeriu que Harry chamasse um elfo doméstico) e em meados
da madrugada os tres foram dormir.

Harry não dormiu imediatamente. Após deitar-se em sua confortável cama,
Harry respirou fundo, avaliou a silhueta das luzes da praça em seu teto,
reparou em uma sombra de arvore que balançava calmamente perto de sua janela e
começou a adormecer, porém, um movimento repentino e um barulho fez com que ele
abrisse novamente os olhos e observasse todo o local a procura do causador do
barulho. Harry percebeu que a arvore agora se agitava freneticamente, e que a
grande porta-janela que dava pra varanda estava aberta, porém não havia vento
algum. Harry levantou-se rapidamente, apanhou seus óculos da cabeceira da cama,
empunhou a varinha e gritou:

-LUMUS MAXIMA!

Alguem se encolheu contra a parede cobrindo os olhos.

-PETRIFICUS TOTALUS!!!

Harry paralisou o invasor e deu dois passos em sua direção, quem seria?

O coração de Harry deu um salto, ele percebeu que havia mais pessoas em
sua janela, os invasores atiraram feitiços contra ele, ele teve de se jogar
pra trás da cama pra evitar jorros de luzes vermelhas, eram muitos, mas Harry
tinha uma nova postura de batalha, não importa quantos, não importa quais,
se é pra ser derrotado, que seja de pé, lutando até o fim e levando o maior
numero de inimigos possível com ele.

Harry levantou apenas a cabeça e a varinha e gritou:

-ESTUPEFAÇA!!

mais ele viu seu feitiço ricochetear contra a parede, o bruxo usara um
contra feitiço, Harry teve tempo de conta-los, um, dois, tres, quatro
bruxos na varanda e um caido ao pé de sua cama.

-Levante-se Harry, não vamos lhe fazer mal!

-Quem são voces? Porque me atacaram?

-Oras não é obvio Harry? Voce ia machucar um
dos nossos..Apenas tentamos impedi-lo!

-E o que "um dos seus" faz no meu quarto sem
prévio aviso a essa hora da noite????

-Precisamos te levar Harry! Pro bem de todos!
Quer queira você ou não!

-Não vou a lugar nenhum com voces!!!

Harry levantou-se, mas não abaixou a varinha, que mirava bem no coração do bruxo
que Harry apanhara.

-Somos da Ordem Haridant!

-Ordem o que?

-Haridant...Somos um clã. Temos todos o dom da clarividência! e nosso Oráculo
precisa te ver!

-Oráculo é? Perguntou Harry com vóz sarcástica.

-É! Exato!

-E se eu me recusar?

-Chagaremos a um impasse...

-É...Creio que sim!

-Teremos que usar a força Harry! Não nos force a isso!

-Receio que terão!

O bruxo escondido pela sombra das arvores apontou a varinha pra Harry mas
não disse nada.

"É um feitiço não verbal!" Pensou Harry que se atirou novamente pra tras
da cama evitando de ser atingido por um lampejo vermelho

Dois bruxos começaram a se adiantar, então Harry pensou:

"usarei a magica deles contra eles! Preciso de um feitiço não verbal!"

Harry apontou discretamente para os dois e pensou com toda nitidez:

"-EXPELLIARMUS!!!!"

o bruxo da esquerda foi arremessado vários metros pra trás caindo em cima
de outro que estava na varanda, e o que estava mais próximo de Harry teve
de se atirar para o canto para se esquivar do amigo, Harry percebeu que a
mão da varinha de seu inimigo mais próximo se afrouxou, então ordenou mentalmente:

"-WINGARDIUM LEVIOSSA!"

A varinha do bruxo ergeu-se no ar, Harry saltou e a apanhou. Um oponente
petrificado, dois desarmados e um caido. Mas Harry esqueceu-se do último
que lhe lançou pelas costas um jorro de luz vermelha que finalmente o parou.
Harry caiu no carpete verde sem conseguir se mexer, onde estavam Rony e Hermione?

Como se em resposta ao seu pensamento, o bruxo que lhe vencera informou:

-Se está na esperança de que seus amigos virão lhe salvar desista!
Tomamos o cuidado de tornar suas portas e paredes imperturbáveis ao
chegarmos!
Mas calma Harry, nós realmente não iremos lhe fazer mal algum!

O bruxo, alto e encapuzado pegou Harry e colocou em seu ombro.
Os bruxos se retiraram da casa carregando os que foram atingidos por Harry.
Após chegarem fora da propriedade da casa de Harry, eles desaparataram.

Harry sentiu novamente como se estivesse sendo puxado por dentro de uma mangueira,
e pra somar estava com uma incomoda cãimbra causada pelo feitiço que o atingira.

Ao abrir os olhos, Harry percebeu estar em um aposento de madeira que lembrava
muito um templo.

-Harry, desculpe o mal jeito, mas você nos forçou a isso!
Vamos esperar que voce volte a seu estado normal e o levaremos até o
Oráculo!

Harry sentia que o estranho não tinha más intenções, mas como poderia confiar
em alguem que invadiu seu quarto na calada da noite e duelou com ele?
Meia hora se passara desde que Harry fora atingido pelo feitiço, e os
primeiros sinais de recuperação já eram notados. Harry levantou-se.

-Muito bem...Onde está o tal Oráculo? Perguntou Harry tentando aparentar intimidador.

-Além da cortina Harry...Siga até ele. Respondeu o bruxo encapuzado.

Harry seguiu e atravessou a cortina imaginando se não seria tudo um sonho maluco.

-Olá Harry!!!Há muito anceio por conhecê-lo!!!Uma voz sonhadora aparecera do nada.

-Onde está você? Perguntou Harry num tom entre assustado e corajoso.

A sala era muito escura, Harry via apenas vislumbres de alguns objetos, então
de repente o aposento se encheu de uma clar luz branca, revelando alguns objetos
estranhos, uma penseira, e um senhor muito velho de aspecto bondoso.

-Harry, Harry....Que grande prazer!

Harry não achou que era um prazer conhecer alguem do modo que ele acabara de conhecer
o senhor a sua frente, e como não podia retribuir sinceramente ele não disse nada.

-Peço-lhe desculpas Harry....Mas eu preciso muito falar com você...
E se eu mandasse uma coruja não seria o suficiente seria?

Harry pensou por alguns instantes, estava mau-humorado, mas acentiu que realmente
não atenderia um chamado coruja então resolveu abrir o jogo:

-Não...Não seria. Mas o que tem então de tão importante pra me dizer?

-Harry...Você está entrando num momento crucial!!!Não só pra sua vida, mas como
pra vida de todo o mundo! E acredito que possa ajudar com uma coisinha ou outra...

-Sério? E com o que por exemplo?

-Tive alguns sinais Harry, e tenho motivos pra acreditar que você está no início de uma
jornada mortal....Você tem possibilidades imensas de perecer durante o caminho, ou até
mesmo ao fim dele!

-Ao fim dele?

-Sim...Você poderá ter que escolher entre viver na desgraça, ou morrer para salvar a
todos...

-Como eu posso acreditar em você?

-Você não precisa...Meu papel é avisar, acreditar ou não acreditar vai de você.
Agora não me interrompa Harry! Quero falar sem pausas.
Existem diversos tipos de adivinhações...

Harry lembrou-se automaticamente da professora Sibila, que não era mais para ele,
uma charlatã, uma vez que a mesma previu a morte de Dumbledore e tentou avisar:
"a torre atingida pelo raio".

...Podemos ver o futuro nas estrelas, na aura, em premonições, em visões, em sonhos,
e em muitos, muitos outros jeitos Harry. Meu nome é Newt Beltriz, nasci com o dom
privilegiado da clarividência suprema, tenho todos os tipos de adivinhações aguçadas.
E últimamente tenho visto cada vez mais coisas sobre você.
Sei que está em busca de alguns objetos...Não sei o que são, nem pra que servem, mas
sei que eles terão um papel fundamental no desenrolar da sua história.
Sei também que você não os quer pra se fortalecer, mais sim pra destruí-los, e prevejo
que não será nada fácil encontrá-los, e você nem sonha em como será difícil de destruí-los.
Mas, existem alguns artefatos que podem ser de grande ajuda pra que você possa destruir
esses objetos.São os artefatos Haridants.

-Artefatos? Que tipo de artefatos? Perguntou Harry esquecendo de vez suas suspeitas ao
bruxo Oráculo. Agora Harry tinha certeza de que só queriam ajudar.

-Artefatos muito poderosos Harry...Bom, entenda uma coisa, quando um bruxo excepcional
faz uso de um mesmo objeto mágico por muito tempo, aquele objeto adquire alguns poderes
do bruxo em questão, os artefatos Haridants, são armas e objetos mágicos usados por
alguns dos bruxos mais poderosos de todos os tempos Harry.
Pertenceram há:

Hawena Havenclaw, Co-fundadora de Hogwarts e patrona da casa de Corvinal.

Helga Huflempuff, outra Co-fundadora de Hogwarts e patrona da Lufa-Lufa.

Salazar Slytherin, outro fundador de Hogwarts, patrono da Sonserina, ofidioglota incrível
e tinha uma ambição muito grande em galgar seu nome cada vez mais alto na história.

Godric Griffindor, o último dos fundadores, dono de um grande coração, prezava a amizade
e lealdade acima de tudo, era o mais corajoso entre os bruxos.

Merlin, nem preciso dizer que foi provavelmente o bruxo mais poderoso da história, perdendo
somente talvez para o grande Dumbledore...

Grindewald, foi um tirano Harry...pouco menos de meio século antes de seu nascimento, ele
era o "voce-sabe-quem" da época. Mas foi detido pelo último dono de Haridant...

Alvo Dumbledore!

-Dumbledore possui um artefato desses? Perguntou Harry confuso, uma vez que o amigo nunca
mencionara isso, nem mesmo a existência de tal objetos.

-Sim Harry, um objeto só torna-se poderoso e leva o nome de Haridant após a morte do bruxo,
quando uma parte de seus poderes se espalha pelo mundo, pelos caminhos que percorreu, e adentra
o objeto.

Harry percebeu então porque Dumbledore não lhe contara, afinal, ele estava vivo, tal objeto nem
existia ainda.

-Mas, Senhor Newt...Como vou achar esses artefatos?

-Ah Harry! Felizmente nós temos posse de cinco dos sete!

-Sério???

-Sim Harry, temos os de Hawena, Helga, Godric, Salazar e o de Merlin.
E assim que encontrar os objetos que quer destruir pode voltar aqui e
usa-los!

-Obrigado senhor!

-Por hora é só o que eu queria dizer Harry! Pode voltar pra seus aposentos
em Godric's Hollow, e mais uma vez perdão pela invasão e pelos transtornos!

Agora Harry não se sentia ofendido ou desrespeitado, e tinha até vergonha de ter
lutado contra eles.

-Acho que sou eu quem tem que pedir desculpas...De certa forma a culpa é minha
já que não acreditei em neles...

-Harry, Harry...Sua bondade e humildade ultrapassou minhas espectativas!
Boa noite meu amigo!

-Boa noite senhor!

Então Harry entendeu aquilo como uma deixa pra se retirar, e então aparatou para
o portão da xasa numero sete de Godric's Hollow.

Harry entrou e chamou Rony e Hermione.
Após contar tudo a eles passaram-se momentos de silêncio e reflexão,
então Rony falou:

-Ótimo não é? Quer dizer, aliados nunca são demais!

-É Rony! Acho que vai ser de grande ajuda! Respondeu Harry sorrindo.

-Não sei não meninos... Começou Hermione.

-O que há de errado Mione?

-Como podemos confiar cegamente em alguem que mal conhecemos?

-Ah Mione, cala a bo... Começou Rony mas Harry interrompeu.

-Tem razão Mione! Mas vamos ficar de olhos abertos em relaçao a eles ok?

-Certo! Bom...Acho que agora não faria mal nenhum terminar nossa noite de sono.

Então os tres subiram e foram para seus respectivos dormitórios, mas Harry não
conseguia dormir em paz, tinha séries de pesadelos envolvendo uma taça, um medalhão,
uma cobra e um duelo contra Voldemort assistido calmamente por Dumbledore, Grindewald
e os fundadores de Hogwarts que usavam roupa de juizes.

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