Aquela do vinho portguês.



Deitada em seu sofá, olhava para o relógio e para a roupa que havia separado caso decidisse realmente sair aquela noite. Snape conseguira irritá-la de tal maneira que já pensava em uma desculpa para dar a Brian, talvez dor de cabeça, quem sabe usar a desculpa do perigo, dementadores ou qualquer outra que não parecesse uma medida desesperada para ficar em casa tentando chegar a conclusão de que, o que realmente a irritara , havia sido o fato de que Lupin estava realmente levando a sério aquele namorico com a “lobinha de meia tigela”.

-Um gato...um gato! Ele nem conseguiu dormir com ela e vai comprar um gato!

Gritou levantando-se do sofá bruscamente e parando em frente ao par de roupas separados para sair com Brian, em um movimento rápido pegou-as de cima da poltrona e seguiu decidida para o quarto. Sabia que tinha que esquecer Lupin a partir daquele momento, e deixar de sair com outra pessoa para ficar chorando as magoas em baixo das cobertas não era o melhor passo para se dar.

Já eram quase 9 horas, parou em frente ao espelho e admirou-se por alguns minutos. Não sabia com que intenção realmente havia se vestido daquela maneira, mas o vestido curto vermelho e botas a haviam lhe deixado sexy de uma maneira que a muito não ficava. Estremeceu ao pensar que a noite poderia ser comprida, mas antes que pudesse se arrepender e voltar ao quarto para trocar-se a campainha tocou, olhou o rosto de perto, passou a mão tirando o excesso de maquiagem, alisou o vestido e foi até a porta.

Brian a olhou de cima a baixo, não falou nada apenas soltou um suspiro profundo, se perguntava o que aquilo queria dizer, mas preferia não pensar a respeito, deu uma risada contida e estendeu a mão para segurar na dele.

Seguiram para um restaurante bruxo pouco conhecido no beco diagonal, que estava sombriamente vazio. Ele a guiou até a mesa do canto. Cadeiras e mesas de madeira, vários pôsteres na parede, o lugar era aconchegante e assustador ao mesmo tempo.
Sentou-se ao lado dele, em uma pequena mesa para duas pessoas. Ele não dizia nada, apenas a olhava com um estranho sorriso.

-Pois então Brian conte-me, como anda a vida?

-Bom, agora estou tentando me recuperar... Acabei de me separar.

-Sério? Que ruim... Nem sabia que havia se casado.

-Pois casei e separei, foi difícil, até porque não fui eu quem quis ... Sabe, quando já se esta acostumado com alguém em casa, ficar sozinho é realmente difícil.

- Deve ser, eu vivo sozinha a algum tempo, então pra mim não a nada que se compare com o silencio da casa de um solteiro. – Tonks comentou em meio a risadas, tentava cortar o clima de depressão que ele estava criando.

- Eu muito pelo contrário, logo que sai da escola a conheci, linda, usava um vestido quase igual ao seu. Em dois meses casamos.

-Oh que lindo, amor a primeira vista, queria que acontecesse comigo... – Falou ela impaciente olhando para os lados, só pensava em beber, havia saído para espairecer e ele começava a entedia-la - Garçom! – gritou Tonks ao vê-lo passar de longe.

-Oh desculpe devo estar enchendo o saco... – disse ele surpreso com o grito dela.

-Não de maneira alguma, só vou pedir um vinho para abrir o apetite...

Um homem baixo parou ao lado da mesa, era careca e tinha uma grande tatuagem de dragão no braço, olhou para ambos sorrindo simpaticamente.

-Os senhores já escolheram?

- Me vê uma garrafa de vinho tinto seco, por favor, de preferência Português.


A noite passava, e Tonks não conseguia comer a comida que havia no prato em sua frente, estava entediada e já bêbada, Enquanto Brian falava de sua amada ex-esposa, ela bebia mais e mais vinho, já haviam ido duas garrafas, e já pensava em pedir a terceira, quando em meio a todas as frases que ele dizia sobre como havia sido o casamento e todo o processo do relacionamento até chegar à separação, uma lhe chamou a atenção.

-E ainda por cima ela levou o nosso gato...

-O que? Pode repetir a ultima frase, que eu não entendi.

-O nosso gato, compramos um quando resolvemos casar, e ela levou-o embora para Amsterdã.

Olhou para ele sentado em sua frente, e todas aquelas mesas vazia envolta, e lembrou-se do acontecido àquela tarde, de Lupin e sua idéia ridícula de comprar um gato.

-Um gato! – exclamou ela gesticulando exageradamente, a bebida já havia lhe subido - Você não acha que isso é uma prova de compromisso? Toda essa história de ter um gato sabe ...

Brian que estava são, olhou para ela frisando a testa, percebeu que ela já estava bêbada, mas resolveu continuar com o assunto que ela havia começado.

-Claro, uma gato é um compromisso a se firmar, é mais um elo criado, é como um preparação para filhos e família ...

Já na palavra compromisso, Tonks colocou a mesa na testa, e olhou fixamente para a mesa, sentia cabeça pesada, e cada movimento que fazia parecia mais extenso que o normal, mas não se preocupava com sua situação, e sim com o que Brian havia lhe dito.

-Meu Deus!! !Então a coisa é séria mesmo... – Concluiu ela erguendo o rosto para ele.

-Do que você esta falando?

Brian perguntou sem entender o que realmente estava acontecendo, porém ela nem ao menos escutou o que ele dizia, pois já estava olhando envolta a procura do garçom.

-Hey garçom! Vê mais uma garrafa de vinho por favor! – Gritou com a mão no ar, suas palavras já saiam enroladas, e o tom de voz já mudara

- Ele... Ele vai comprar um gato... E sabe o pior de tudo... Eu ainda penso nele... – Tonks falava pausadamente, e puxava o ar pela boca com um gesto exagerado, não esperava para ouvir o que talvez Brian quisesse dizer, voltava a falar - É... Eu penso nele... Mais sabe de uma coisa... Vou seguir teu conselho...

-Que conselho?

-Não. Não é bem um conselho... Vou fazer o que você fez... Esquecer... Esquecer... Olha já esqueci dele... E quer uma prova... - Disse ela virando-se para a mesa ao lado, onde um homem de meia idade estava sentado sozinho, no chão havia algumas bolsas e um gaiola – Senhor, por favor...

-Pois não ... - O homem virou-se assustado, pois Tonks já estava falando um Tom acima do normal.

-Me empreste sua coruja...

-O que??

-A coruja – falou ela levantando-se e já pegando a gaiola.

-Hey...

-“Se ta” usando ela? Não! Então me deixa usar, é rapidinho... Tenho que dizer pra um cara idiota, que ele é... – Parou por um momento, com a pena na mão e o pedaço de pergaminho na frente, e concluiu a frase – Idiota! Sim! Dizer a que ele não passa de um completo idiota, retardadamente idiota!

Brian olhou para Tonks que já havia terminado de escrever no pergaminho, e agora o encaixava no pé da coruja.

-Tonks... O que você escreveu? Tem certeza que vai mandar, acho que você esta um pouco confusa.

-Que confusa...que naaaada... esta perfeita, fala tudo que eu preciso dizer...Porque você acha que esta confusa?”

-Não a carta, você esta confusa, e esta totalmente bêbada.

-Eu? Bêbada?? Ixe não mesmo! Sabe que álcool pra mim é como água... Quanto mais eu bebo melhor eu fico...

-É tenho certeza... Quantos dedos têm aqui?- Perguntou sem levantar as mãos.

-Ah... – Bradou Tonks dando risada - Até um idiota saberia... Contando com os que estão ali atrás...7...Olha que numero bonito!! Sabe que da sorte...

-Tonks... Esta na hora de ir...- Falou ele levantando, e pegando-a pelo braço.

-Mas agente nem comeu... Aliás, eu nem comi.

-Mas você bebeu o suficiente para matar a fome na Etiópia, se é que é possível matar fome com vinho...

-ahhhhhhhhhh... – Exclamou ela sentando-se novamente - Quero não, aqui é um lugar tão bonito... olhe aquelas fadas ali perto do poster... não parecem as fadas daquele filme... aquele filme trouxa... – Disse apontando para o garçom e dando risdas.

Brian parou em frente a ela, e perguntou frisando as sobrancelhas -Você já assistiu algum filme trouxa?

-Que eu me lembre não! - Tonks deitou a cabeça na mesa e deu mais algumas risadas – Isso não é engraçado... Acho que é um sexto sentido que eu tenho.

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