Encantamento



Capítulo 5
Encantamento


Severo olhou a sua imagem no espelho. Ele estava usando um suéter preto e calças pretas. Um casaco de tweed, transfigurado a partir do seu robe, estava estendido sobre a cama. Preto, é claro. Ele estudou a sua imagem. Ele parecia com qualquer professor da universidade. Essa noite ele queria se misturar aos outros, manter-se discreto. Por que ele havia dito que iria a apresentação? ‘E não se esqueça do seminário’, a vozinha na cabeça dele soou. Ele suspirou, não querendo pensar em explicações naquele momento.

Severo deixou o castelo por uma entrada lateral sentindo o ar frio da noite. Ele pensou sobre a apresentação daquela noite e imaginou como os dançarinos estariam vestidos. Isso levou seus pensamentos o seu próprio traje para a noite de Halloween. A aposta claramente estipulava que ele teria que usar calças colantes e um tapa-sexo. Ele havia observado o próprio corpo mais cedo durante o banho e não tinha ficado decepcionado. Suas costas e peito pareciam um mapa recortado de cicatrizes, mas seu corpo era firme e ele estava em boa forma. O estômago reto e musculoso, as pernas longas e magras. Até uma olhada no seu traseiro não fora decepcionante, ninguém poderia acusá-lo de não ter nádegas firmes. Ele nunca admitiria para ninguém, mas na verdade ele acreditava que ficaria muito bem nas tais calças colantes. Ele imaginou se o tapa-sexo existiria em tamanhos diversos. E não pode conter uma gargalhada ao pensar que teria de pedir a senhorita Granger que providenciasse um tamanho GG para ele. Como seria a fantasia dela? O que as mulheres do século XVI usavam?

Ele a pegou corando algumas vezes nas últimas semanas. Ele não acreditava que ela fosse totalmente inexperiente. Era praticamente impossível passar sete anos em Hogwarts e não ter ao menos alguma prática sexual. Ele mesmo teve alguns encontros durante seus anos de aluno. Uma quintanista de Sonserina estava tão ansiosa quanto ele para se livrar da virgindade. Seus dentes se cerraram quanto ele imaginou quem teria sido o primeiro de Hermione, ou o seu segundo. Foi com um humor alterado que ele alcançou o local próprio para aparatar, fora dos muros de Hogwarts. Um barulho alto encheu o ar quando ele aparatou na União Encantada de Cambridge.

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Hermione andava de um lado para o outro nervosamente atrás da cortina improvisada. Ela não conseguia relaxar. Ela havia passado sete anos como aluna de Snape. Ele nunca oferecera uma palavra de elogio ou encorajamento. Ela sabia que era inteligente, mas teria gostado se ao menos uma vez ele tivesse dito, ‘Bom trabalho, senhorita Granger’. Mesmo quando ela respondeu corretamente todas as perguntas adicionais que poderiam lhe dar pontos extra no exame final o comentário dele tinha intenção de ferí-la, “É uma pena que não existam outros pontos extras que você possa tentar, senhorita Granger”.

“Você está tentando fazer um buraco no palco?”, Sam perguntou com o seu sorriso natural.

Hermione levantou a cabeça e deu um sorriso sem graça para a amiga, “Desculpe, eu acho que a minha cabeça está em outro lugar”.

“Seria em um lugar alto, escuro e de aparência gótica?”, agora era a vez de Katherine sorrir.

Sete anos na presença dele ao menos a tinha ensinado alguma coisa. O olhar que ela deu para Katherine, poderia rivalizar com um dos mais famosos do Mestre de Poções. “Eu já disse para vocês que não existe nada entre nós. Ele é apenas um ex-professor”.

Um rapaz alto e louro estava atrás de Sam, escutando o que as garotas diziam. “O seu namorado virá essa noite, Hermione?”. Ela ofereceu ao rapaz o mesmo olhar gelado.

Katherine e Samantha olharam uma para a outra. “Ok, Hermione. Não está mais aqui quem falou”.

Hermione as ignorou enquanto passava os olhos nos bastidores. “Alguém viu onde Ted se meteu? Ele estava aqui a um minuto atrás e agora desapareceu”.

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A União Encantada de Cambridge fora construída na forma de um ‘L’. O primeiro piso do lado menor era onde os alunos assitiam às aulas e programas especiais. Foi alí que um palco improvisado fora montado para a apresentação.

Severo ficou de lado, escondido pelas sombras. Um grande número de estudandes estava sentado nas cadeiras colocadas na frente do palco. Os estudantes conversavam enquanto esperavam o show começar. Ele olhou para a multidão e viu outras pessoas posicionadas nas laterais. Ele presumiu que o punhado de homens usando robes e envolvidos em uma animada discussão deveriam ser professores da seção mágica de Cambrigde. Os alunos pareciam que todos vestiam roupas trouxas. A maioria parecia vestir jeans. Snape balançou a cabeça, ele preferia um jeito mais formal no vestir. Os uniformes de Hogwarts eram muito mais adequados, ele permitia que os alunos se concentrassem nos estudos.

O professor ficou satisfeito por ter escolhido a roupa apropriada que permitia a ele misturar-se aos outros esperando a apresentação começar sem ser percebido. Ele não queria ser notado naquela noite. Ele assistiria a maldita apresentação, veria como o Tango deveria ser dançado e sairia dali o mais rápido possível. Ele já estava chateado o suficiente consigo mesmo por ter cedido a tentação e ido até ali. Ele disse para sua voz interior calar a boca quando ela tentou sugerir que ele tinha outra motivação.

As luzes diminuíram quando um homem, que Severo reconheceu como uma versão mais velha do Thaddeus Prittchard que ele havia conhecido na escola, subiu ao palco. Prittchard tinha mais ou menos a mesma altura que Severo, mas uma constituição mais robusta. O barulho da multidão cessou assim que o homem começou a cumprimentar a platéia. “Boa noite, meu nome é Thaddeus Prittchard e eu gostaria de agradecê-los por estarem aqui esta noite. Eu sou o dono de um pequeno estúdio de dança chamado ‘Mais leve que o Ar’. Hoje nós gostaríamos que vocês relaxassem e assistissem a uma demonstração das danças que o estúdio ensina. Nós temos uma oferta especial para todos aqueles que ficarem interessados nas aulas. Haverá uma mesa lateral onde vocês poderão deixar seus nomes e ficaremos felizes em enviar-lhes corujas com as informações que desejarem. Essa noite nós apresentaremos uma variedade de ritmos para vocês. A Rumba, o Samba, o Fox Trot e outros. Como um presente especial eu e minha parceira dançaremos o Tango Argentino. Agora relaxem, sintam a música e apreciem o show”.

A silhueta de duas pessoas imóveis podia ser vista quando as cortinas se abriram. O homem e a mulher no palco estavam de perfil para a platéia. Eles pareciam estar congelados. O homem segurava a mulher nos braços, prontos para dançar. A mulher parecia olhar para baixo. As luzes aumentaram e ouviu-se, “Senhoras e senhores, o Samba”.

Uma nota vibrante quebrou o silêncio. A mulher jogou a cabeça para trás. Uma segunda e uma terceira nota soaram. Ambos dançarinos se olharam. Um ritmo latino forte começou a tocar e o casal começou a se mover. Severo prendeu a respiração quando ele reconheceu a mulher no palco. Hermione Granger dançava o Samba com Thaddeus Prittchard. Os movimentos eram precisos quando ele a girava, vezes e vezes seguidas. O balançar suave dos quadris dela e o movimento sugestivo do tronco pontuavam os passos. Hermione usava um vestido preto com um decote em V. A saia ia até o meio da perna mas uma fenda profunda chegava até a parte superior da coxa. Severus estava tão fascinado pelas pernas dela quanto todos os homens sentados, mas foi as costas que lhe chamaram mais atenção. As costas ou a total falta de costas no vestido. O decote nas costas só cobria o bumbum. O vestido deveria ter sido enfeitiçado. O material desafiava as leis da gravidade, ele permanecia no lugar, cobrindo o que deveria cobrir em todos os passos e giros que a bailarina executava. O cabelo dela caia numa cascata de cachos marrons que se movia conforme ela ia para frente e para trás. Severo ficou hipnotizado pelo que via no palco.

A dança continuou com seus movimentos sensuais. Hermione girava ao redor de Ted. A música ficou mais rápida e os dançarinos imitavam suas batidas. Os dois pareciam esquecidos de tudo o mais e se concentravam apenas neles mesmos e na música. Snape observou a mão de Prittchard deslizar sobre o quadril de Hermione enquanto eles completavam uma volta. Ele puxou a jovem e a fez girar novamente. O girou terminou com Hermione aterrizando nos braços de Prittchard. Severo sentiu um choque desconhecido no estômago. Seu humor passou da curiosidade para a irritação sem explicação.

Prittchard parou de mover-se. Ele girou Hermione uma última vez. O braço de Prittchard repousava nas costas de Hermione num gesto possessivo. Hermione arqueou as costas para trás, jogou a cabeça e levantou o pé em direção à cabeça quando a música chegou ao seu clímax. Ela manteve a mesma posição durante as últimas notas da melodia. Severo podia ver o peito da jovem subindo e descendo rapidamente no ritmo de sua respiração acelerada. Prittchard e Hermione ficaram lado a lada quando a música terminou e se curvaram para receber uma ovação estrondosa. Eles se viraram e desapareceram atrás da cortina. Ainda meio atordoado Severo percebeu que havia uma pequena multidão ao redor do palco. A música devia ter atraído quem passava, o número de pessoas assistindo havia duplicado.

Severo não prestou atenção aos comentários e assobios ao seu redor quando a luz diminuiu novamente. O casal reapareceu no palco, sua silhueta aparecendo contra a cortina escura. A luzes se acenderam no início da música. Uma voz anunciou, “Senhoras e senhores, o Fox trot”. Severo inclinou-se para a frente esperando ver Hermione dançando outra vez. Ele ficou desapontado ao perceber que era a garota loura que ele encontrara no estúdio que dançava com um rapaz. Ele observou o casal com indiferença. Eles eram bons, mas não tão bons quanto Hermione e Prittchard.

Severo sentiu o sangue pulsando em suas veias quando pensou em Hermione dançando o Tango Argentino nos braços de Prittchard. Ela dissera que o Tango era a expressão vertical do desejo horizontal. Bem, o samba não parecera muito longe dessa descrição. Ele não tinha nenhuma razão para se preocupar com o que a Granger fazia ou deixava de fazer. Tudo que ele desejava era ver o Tango ser dançado por profissionais de forma que ele não fizesse papel de bobo na maldita festa de Halloween. Ele gemeu intimamente ao pensar na sua parceira e no traje que ela usara essa noite. Ele tinha certeza que seus sonhos seriam povoados por imagens da jovem bruxa usando aquele decote. Ele sentiu suas partes íntimas responderem prontamente ao estímulo de sua mente. A idéia de envolver-se com uma ex-aluna o irritava e horrizava. Ela fora a sabe-tudo de Grifinória, uma terça parte do trio de ouro e uma aporrinhação constante durante sete anos. A voz na sua mente se fez presente outra vez, ‘Mas ela não é mais sua aluna’.

Em todos aqueles sete anos ele não tivera oportunidade de apreciar a inteligência dela. Ele tinha tentado. Ele havia feito perguntas sobre os fatos mais obscuros e ela sempre respondia corretamente. Ele poderia ter ensinado muito mais se ela fosse de Sonserina. Ela teria sido sua aluna predileta. Mas foi apenas no final do sétimo ano dela em Hogwarts que o Lorde das Trevas foi derrotado. E depois da derrota Snape foi obrigado a olhar para si mesmo e para quem ele tinha se tornado. Ele havia passado vinte anos fingindo ser ser outra pessoa, e fingira tão bem que não mais sabia diferenciar o personagem de si mesmo. E quem ele era? Ele realmente acreditava naquela verborragia infame que usava com todos? Pela primeira vez ele passara a se preocupar com o futuro que nunca imaginara que poderia exisitir. O que ele desejava do futuro. O verão após a derrota de Voldemort foi um tempo de auto-descoberta, um tempo que ele precisava para realinhar seus pensamentos e encontrar o seu futuro.

Os seus alunos dos últimos vinte anos ficariam surpresos se assistissem a algumas de suas aulas hoje. Ele ainda favorecia Sonserina, é claro, enfim ele era o Diretor da casa, mas ele era mais justo com os outros. O primeiro aluno de Grifinória que recebeu cinco pontos por ter produzido corretamente a poção pacificadora quase desmaiou. Ele ainda era a mesma pessoa, seus atos podiam ter se alterado um pouco, mas não sua personalidade. Ele era um solitário, um intelectual que preferia os livros e poções às pessoas. Ele não se sentia confortável em situações sociais, mas tentava manter contatos em vista do novo futuro possível sem o Lorde das Trevas. Até seus comentários sarcásticos com seus colegas tinham menos veneno e um pouco mais de humor. Várias bruxas tinham corrido atrás dele depois da malfadada foto da batalha final. Outras tinham tentado contactá-lo depois de ter recebido a Ordem de Merlim, primeira classe. Ele havia recebido corujas com declarações de de mulheres que nunca conhecera, elas diziam que ele era sexy. Severo só podia rir daquelas cartas, dez minutos na presença dele seriam o suficiente para que elas percebessem que ele não era nem um pouco desejável. Ele tinha mantido seus casos amorosos em sigilo no passado e continuariam assim no futuro. Essas bruxas apenas procuravam fama e glória e ele não mostrou nenhum interesse. Seus pensamentos foram interrompidos pelos aplausos da platéia que demostravam que o jovem casal acabara sua apresentação.

A outra bruxa que Severo tinha encontrado no estúdio subiu ao palco acompanhada de um bruxo da mesma idade. As primeiras notas de uma música clássica foram ouvidas e a voz anunciou, “Senhoras e senhores, a Valsa”. O jovem casal deslizou pelo palco. Severo não prestou atenção, ele estava impaciente para ver Hermione dançar o Tango, assim poderia deixar aquele lugar horroroso. As masmorras seriam uma trégua bem vinda. A dança finalmente terminou em meio a aplausos.

Hermione o o bruxo louro da segunda dança voltaram ao palco e mais uma vez a voz declarou, “Senhoras e senhores, a Rumba”. Os dois se encararam, sem tocar-se, enquanto o ritmo da música acelerava. Eles se moviam com vagar e sensualidade. Quadris movendo-se no compasso. Só então as mãos se uniram e eles pareceram deslizar um nos braços do outro. O jovem lançou Hermione em um giro e depois a trouxe de volta. Snape soltou um suspiro, sem perceber que estava prendendo a respiração. Ele pensava que todos os ritmos latinos eram parecidos entre si. Enquanto o Samba era definitivamente erótico, a Rumba era mais sensual. Vários passos difíceis e executados com perfeição fizeram o público exclamar. A dança terminou em um abraço final, com a bruxa esticando uma das pernas para trás. Mais uma vez os aplausos foram arrasadores.

Mais três danças se seguiram com as outras professoras do estúdio, o Merengue, o Cha-cha-cha e a Salsa. Severo estava cada vez mais impaciente. Depois de ver Hermione e Prittchard dançando o Samba ele não conseguia imaginar o que seria o Tango. Ele queria ver a dança e fugir dali sem precisar encarar a Granger.

As luzes diminuíram outra vez enquanto a voz anunciava, “Senhoras e senhores, como prometido, o presente especial, o Tango Argentino”. As luzes voltaram a ofuscar, focando o par no palco. Um ritmo forte começou a tocar e os dois iniciaram o show. Severo reconheceu os passos de abertura das aulas que tivera com Hermione mas ele se perdeu quando os dois fizeram passos mais complicados. Eles se moviam para todos os lados com uma graça felina. Os passos não eram flúidos, mas marcados, um a um. Os passos eram exatos e executados de forma rápida, até que de repente eles mudaram para um compasso mais lento e sensual. O movimento lateral era mais sugestivo do que ele havia imaginado. O movimento que ela tentara mostrar quando ele quase a deixou sem pés era muito sexy se executado corretamente. Os dois denotavam paixão a cada passo. Eles pareciam se abraçar, dançando de rosto colado. O braço de Hermione se moveu pelo ombro de Prittchard puxando-o mais para perto. Ela enganchou uma perna ao redor dele quando eles fizeram o giro. Eles se moveram rapidamente por vários passos quando mais uma vez pararam e voltaram a dançar lentamente. Corpos tão unidos que pareciam um só. Amantes, era o que vinha a cabeça de Snape. Prittchard andou devagar ao redor de Hermione enquanto ela girava sobre uma perna. O braço dele se moveu arrastando-a para mais perto. Os quadris de ambos pareciam encaixados quando eles começaram uma série de passos rápidos.

A expressão vertical do desejo horizontal.

Snape não permitiu que sua voz interior comentasse sobre a dança de Hermione e Prittchard. Assistir ao par pareceu provocar uma reação para a qual ele não estava preparado. Eles chegaram ao final do número e pararam numa pose dramática. O casal foi recompensado com uma ovação estrondosa enquanto os dois se curvavam para agradecer.

Prittchard deu um passo à frente e a multidão se aquietou. “Eu gostaria de agradecer a todos os aplausos generosos. Espero que tenham gostado da apresentação. Dançar é uma forma maravilhosa de exercício. Nós temos uma grande variedade de classes, desde os níveis básicos até os mais avançados. Por favor parem na mesa ao lado para maiores informações. Eu gostaria também de agradecer a minha parceira de dança, Hermione Granger”. Hermione curvou-se agradecendo os aplausos. Uma onda de comentários passou pela platéia quando o nome dela foi reconhecido como a amiga do garoto-que-sobreviveu para salvar o mundo bruxo. “Eu também gostaria de agradecer a Katherine Acart, Samantha Parke, Justin Rickfield e Adam Facet”. Os dois rapazes se uniram a Prittchard e Hermione no palco. As moças estavam na mesa ao lado. “Obrigado a todos mais uma vez”.

Severo ia saindo apressadamente quando Hermione o viu de cima do palco e gritou, “Professor Snape. Professor”. Sua voz foi alta o suficiente para várias cabeças na platéia se virarem. Severo voltou-se para o palco a fim de responder à jovem.

Numa mesinha ao lado, pessoas faziam fila para pedir informações sobre as aulas. Severo foi até o palco enquanto Hermione e Prittchard desciam a escadinha lateral. Uma mulher baixa e de cabelo escuro chegou ao lado de Prittchard ao mesmo tempo que Snape. Alguma coisa no rosto da mulher parecia familiar. Prittchard abraçou a mulher. Ela passou o braço ao redor do dançarino e sorriu para ele.

Os olhos de Hermione brilhavam. “Professor, o senhor conseguiu ver o show inteiro? O que você achou? Gostou do Tango?”

Antes que Severo pudesse responder Prittchard perguntou, “Snape? Severo Snape?”

No mesmo instante os olhos da mulher baixinha ao lado dele se acenderam. “Você é professor em Hogwarts, não?”, perguntou ela.

Snape balançou a cabeça afirmativamente, desejando que ele pudesse estar em qualquer outro lugar, menos ali.

“Me desculpem, eu pensei que vocês já se conhecessem”. Hermione deu um passo a frente e fez as apresentações. “Ted e Vanessa Prittchard, esse é o Professor Severo Snape. O professor é Mestre de Poções em Hogwarts”, ela acrescentou como uma explicação para Vanessa.

Um sorriso iluminou o rosto de Vanessa. “Então você conhece o Diretor, Alvo Dumbledore?”

Severo não pode evitar um risinho de desdém, “Sim, eu e o Diretor nos conhecemos muito bem”.

Prittchard parecia encantado com o encontro. Ele estendeu a mão para Snape, “Eu acho que todos lhe devemos um agradecimento”. Severo ainda não estava acostumado com as pessoas que iam até ele e o agradeciam por seu papel na batalha final. Ele ainda não gostava de Potter, mas já sentia alguma compaixão por todos os anos que o garoto obteve uma atenção que não desejava. Ele agora sentia o gosto da amabilidade não requisitada. “O senhor está gostando das aulas?”, perguntou Prittchard com um sorriso.

Severo olhou para o homem antes de estender a mão relutantemente. “As aulas tem sido...interessantes. Eu não sei exatamente qual dívida de gratidão o senhor tem com o Diretor, mas se o senhor realmente quiser me agradecer diga a Alvo que o restante das aulas estão canceladas.”

Prittchard riu do comentário. Hermione se virou para Severo. “Muito obrigada, professor. Eu arrisco a vida e meu corpo, literalmente, para ensiná-lo e o senhor quer desistir?”

Snape não pode dizer se a indignação dela era real ou fingida. Ele sentiu a velha dor de cabeça se aproximar, “Não é sua culpa, senhorita Granger. O problema é a aposta”. O professor olhou diretamente para Hermione, e seus olhos avisavam que era melhor ela não dar detalhes sobre a aposta ou ele lhe lançaria uma azaração inesquecível.

Os outros dançarinos se aproximaram. Snape percebeu que o palco e as cadeiras haviam desaparecido e a multidão tinha começado a se dispersar. Os olhos de Vanessa brilharam novamente quando ela olhou para ele e disse, “Professor, nós vamos até o ‘Pizza Mágica’ para comer alguma coisa. Por que você não nos acompanha?”

Ele não queria acompanhá-los. Ele queria ficar o mais longe possível deles. E por que a mulher o fazia lembrar-se de Alvo? Mas ele estava curioso, “Pizza Mágica?”.

Hermione riu, “É uma pizzaria bruxa feito no estilo das pizzarias trouxas que existem ao redor de todas as universidades. Ela abriu logo depois da extensão mágica de Cambridge. Venha conosco, professor.”

“Eu realmente não tenho tempo, eu devo retornar a Hogwarts...”, Severo não conseguiu completar a frase. Vanessa segurou o braço dele com a força de um gigante e a tenacidade de um demônio.

“Não seja bobo. Claro que você tem tempo. É ali na esquina. Ted, traga todos”. Ela ainda estava segurando o braço dele. Os outros os seguiam. “Então, você gosta de dar aulas em Hogwarts?”

Severo olhou para Hermione. Ela sorriu e encolheu os ombros. Foi necessário todo o auto-controle de Severo para não lançar uma azaração sobre a mulher. Quem diabos era ela? Até mesmo Molly Weasley poderia aprender alguma coisa com aquela ali no que dizia respeito a bisbilhotice. Severo tentou soltar o braço. “Senhora Prittchard...”

A voz de Vanessa podia ser ouvida pelos outros, “Por favor me chame de Vanessa. Você não se importa que eu o chame de Severo, não é?”

Continua...

Comentários da tradutora:

Turma, desculpe a demora em postar esse capítulo, mas como havia dito eu estava de férias. Acabei de voltar de Pernambuco e para aqueles que estiverem interessados... a viagem foi ótima, o tempo estava maravilhoso e as baterias voltaram recarregadas para fazer muita tradução.

Para conhecimento de todos: essa é uma fic grande, até agora estão postados 32 capítulos. E na minha opinião, todos são ótimos, divertidos e cheios de tiradas picantes e/ou explícitas. Acho que vale a pena continuar lendo e é claro, para mim vale a pena continuar traduzindo.

Ton-Ton e Larinha, obrigada pelos comentários "intensos".

Carolmanachan, Amanda e cLaRe :D, vocês fizeram meus dias mais felizes.

É tão bom saber que tenho leitores...

Beijocas para todos.

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