Uma dança diferente



Capítulo 4

Uma dança diferente



Terça-feira passou mais rápido do que Hermione imaginou ser possível. Ela tinha voltado ao seu apartamento no Campus da Universidade no dia anterior e começaria o seu terceiro e último ano em Cambridge na semana seguinte. O programa especial tinha um ritmo acelerado. Era composto de três anos de aulas intensivas e mais um ano de estágio. Ela vinha assistindo as aulas de Poções e Feitiços. Se ela fizesse o estágio em Poções como desejava seria necessário vir a universidade uma vez por mês para ser testada em Feitiços avançados por uma banca examinadora. Ela sempre fora muito boa em Feitiços e não esperava ter qualquer dificuldade nas provas. A jovem bruxa estava mais ocupada do que esperava naquela noite. Ela daria a última aula para um bruxo idoso que queria surpreender a esposa com suas habilidades de dançarino no aniversário de 90 anos de casamento. A terceira aula do Professor Snape também seria naquela noite. E além de tudo a apresentação seria no sábado e as aulas recomeçariam segunda-feira. Ela suspirou profundamente desejando saber um feitiço para alongar o dia para trinta e seis horas.



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As notas finais de “Summer Wind” cantada por Frank Sinatra desapareceram ao fundo. Tendo nascido trouxa Hermione ficou surpresa quando soube que Sinatra tinha sido um bruxo. Mas agora ela percebia que seus olhos tinham um brilho muito parecido com o do professor Dumbledore. Enfim, ‘a voz’ só podia mesmo ser mágica.



Hermione sorriu para o bruxo idoso à sua frente. “Senhor Willït, eu acredito que a sua esposa ficará encantada com as suas novas habilidades no salão. Meus parabéns pelo aniversário de 90 anos de casamento.”



“Obrigado, querida. Você foi um amor ensinando truques novos a um cachorro velho”. E o bruxo sorriu de volta para a professora.



O senhor Wiilit a fazia lembrar-se de Alvo. Ambos tinham uma barba de tamanho respeitável. O aluno havia mencionado ter 130 anos e ela pensou que ele estava em muito boa forma para a idade. “Eu é que me diverti nas aulas, senhor Willit. Cuide-se e mande meus cumprimentos à sua esposa”. Ela retornou a recepção e anotou a aula no caderno.



Severo chegou novamente cedo e assistiu aos minutos finais da aula anterior. Apesar dela usar um traje diferente ele era tão revelador quanto o da semana anterior. Ele a observava e pensava que ela ficava muito bem em roupas de dança. Provavelmente ela ficaria bem usando qualquer coisa, ou nada. De onde veio aquele pensamento? Ele estava de pé num canto, olhando para ela, esperando que ela o visse ali. Ela estava cantarolando uma melodia enquanto continuava a escrever no caderno, seus quadris se movimentando hipnoticamente ao ritmo da música.



“Senhorita Granger”. A voz dele cortou o silêncio do estúdio.



“Professor Snape”, ela disse num tom que parecia feliz e virando-se para encará-lo. “Desculpe, eu não o vi chegar. Pronto para a aula?”.



“Vamos terminar logo com isso”. Severo não queria sair de onde estava. Ele estava gostando da visão que tinha daquele canto e ficaria ali sem reclamar, entretanto a primeira regra de Sonseina era atacar primeiro, sempre.



“Claro. Por que não usamos o estúdio dos fundos novamente?” Hermione apontou a varinha para a porta da frente e a trancou e repetiu o movimento na sala de descanso.



“Por que você está trancando o estúdio?”, Severo perguntou.



Hermione se dirigiu para a sala dos fundos enquanto explicava para ele. “As outras garotas já saíram. Na verdade elas terminaram as aulas dos últimos alunos na terça. A maioria dos instrutores só trabalha durante o verão. Uns poucos voltarão em duas semanas quando a escola reabrir. Isso nos leva a outro assunto.”



Severo olhou interrogativamente para a bruxa, “Que assunto?”



“As minhas aulas começam na segunda. Seria problema se nos encontrássemos em meu apartamento para as próximas aulas? Ted vai fechar o estúdio para umas férias depois da apresentação de sábado e eu tenho um grupo de estudo que se reúne na minha casa às quintas. Normalmente terminamos às 18:45h, então poderímos nos encontrar às sete. Professor? Está me ouvindo?”. Hermione balançou a varinha na frente do rosto dele.



“Pare com isso imediatamente”. Severo tinha parado de escutar o que ela dizia depois da sugestão de se encontrarem no apartamento dela. “De que tamanho é esse apartamento que pode acomodar aulas de dança?”



“Professor, nós vivemos em um mundo mágico. O apartamento pode ser mudado e aumentado da forma que for necessária. Os apartamentos da universidade sempre me fizeram lembrar da Sala Precisa. Eu posso lhe dar o endereço antes de saírmos”. Hermione olhava diretamente nos olhos dele.



“Já que esse é o único jeito de completar essas aulas ridículas, assim será”.



“Obrigada. Isso facilitará bastante a minha vida. Professor, seu robe?”



Severo estava de pé, ouvindo o que ela dizia ao invés de despir seu robe e paletó. A chapeleira apareceu assim que ele abriu o primeiro botão. “O seu patrão sempre fecha a escola para tirar férias?”



Hermione encolheu os ombros enquanto olhava seu professor desabotoar o que parecia ser uma fileira infinita de botões. “Eu não sei. Esse é o primeiro verão que eu trabalho para ele. Me parece que a escola só está aberta a pouco mais de um ano”.



Severo pendurou o paletó. “Eu sei que ainda temos tempo, mas quando você planeja conseguir as nossas vestimentas? Eu acredito que você precisará de dinheiro para alugá-los. Por favor me diga qual será o valor para eu enviá-lo à você”.



Os olhos de Hermione se arregalaram ao ouvir a frase. “Nossos trajes? O que você quer dizer com nossos trajes? Por que eu preciso de um traje?”



Os olhos de Severo se cerraram em fúria. “Você não espera que eu dance o maldito Tango com o Alvo, espera? Você é quem está me ensinando”. Com quem exatamente a guria pensava que ele iria dançar? Independente da aposta aquilo estava indo longe demais.



“E você espera que eu dance o Tango com você na festa de Halloween em Hogwarts”, mas o morcegão tinha coragem...., ela pensou



Sarcasmo era a especialidade dele. “Não, senhorita Granger, eu espero que você dance o Tango comigo no aniversário da Rainha. Claro que será em Hogwarts, onde mais seria?”



“Professor Snape, em fui ludibriada de forma a concordar a ensinar o senhor a dançar o Tango, mas em nenhum lugar do meu contrato diz que eu devo ser a sua parceira na festa”.



“E que raios eu farei para dançar o maldito Tango e pagar a aposta? Quem você sugere que eu convide, Hooch, McGonagall ou Sprout?” Os olhos dele pareciam incendiar tudo que miravam e naquele momento eles encaravam a bruxa parada na sua frente.



Ela poderia ter se encolhido de medo diante de tanta fúria mas ao invés disso ela começou a rir incontrolavelmente. Quando ela conseguiu se recompor ela disse em meio as últimas lágrimas, “Desculpe professor. Eu não pude resistir ao imaginá-lo dançando o Tango com qualquer uma das três. Ainda mais no seu traje especial. A imagem era perturbadora”. Ela ainda continha os últimos soluços do riso e enxugava o rosto. “Parece que eu sou a sua única opção”.



“Muito bem. Pena que eu não possa mais tirar pontos da sua Casa. E eu não acredito que ‘perturbadora’ descreva adequadamente a cena de Tango dançado por McGonagal e eu”. Severo havia encarado o Lorde das Trevas e vivido para contar a história, mas só de pensar em McGonagal dançando o Tango....ele balançou a cabeça tentando afastar o pensamento. Uma dúzia de maldições Cruciatus seria melhor. “Eu não espero que a senhorita seja responsável pelo custo da sua fantasia. Você já me lembrou numerosas vezes que é uma estudante universitária sem recursos”.



“Que gentil da sua parte”. Hermione também podia ser tão sarcástica quanto o professor, quando queria.



O sorriso sádico de Severo era evidente quando ele disse, “Eu imaginei que seria”.



Hermione baixou a cabeça e olhou para ele por debaixo dos longos cílios castanhos. Severo trocou o peso de uma perna para outra, desconfortável. Ele conhecia aquele olhar. Aquele olhar dizia que ela queria alguma coisa dele. Perguntava o que ele estava preparado a fazer por ela em troca do favor que ela havia acabado de consentir. “O que você deseja senhorita Granger?”



“O que eu desejo?”, ela perguntou com uma vozinha doce e inocente que não enganou Severo nem por um minuto.



“Eu já recebi esse olhar vezes demais para não reconhecê-lo. O que você deseja em pagamento por concordar em ser minha parceira? Qual é o seu preço?”. Ele não teria sobrevivido os últimos vinte anos se não soubesse como interpretar olhares e linguagem corporal.



“O que o faz acreditar que eu quero alguma coisa?”



“Senhorita Granger, por favor!”



Hermione olhou para ele. “Ok. Haverá um seminário sobre a evolução das poções no final de novembro na Itália. Eu quero ir”. Ele ficou quieta, esperando a resposta dele.



“E o que eu tenho com isso?”. Ela não podia estar pedindo o que ele achava que ela estava pedindo. Podia?



“Estudantes não podem ir. Apenas professores e Mestres de Poções são convidados. Você poderia me levar como sua assistente”.



“O que a faz pensar que eu irei ou que eu desejaria ficar na sua presença mais do que o estritamente necessário?”



“Professor, eu sei que o senhor será um dos palestrantes. Eu li o programa e vi que dará uma aula sobre uso de poções em Magia Negra”. Ela tinha um ar de satisfação no rosto quando as palavras saíram de sua boca. Ela já havia lido tudo sobre o seminário e se encantara, mas não imaginava que tivesse qualquer chance de comparecer. Às vezes a oportunidade aparece de uma forma estranha. “Eu garanto ao senhor que desaparecerei assim que chegarmos a conferência. Eu só quero uma chance de assistir as apresentações e conhecer os Mestres de Poções. Eu terei que solicitar a algum deles que me aceite como estagiária no final do ano e gostaria de observá-los em seu habitat natural antes de decidir”.



Para dizer a verdade, apesar da personalidade amarga do professor, Hermione gostaria de solicitar a Snape que a aceitasse como estagiária. O homem era brilhante. Ele era o mais importante Mestre de Poções do Reino Unido e possivelmente da Europa. Ele tinha mais conhecimento do que a maioria em todos os aspectos da preparação de uma poção. Hermione sabia através do seu trabalho para Ordem que ele tinha sido um espião nos últimos vinte anos. Um assistente teria sido impossível no passado, mas agora... Na realidade ela não acreditava que ele iria mudar só porque Voldemort estava morto.



”Por Merlim. Você não está pensando em pedir para ser minha estagiária, está?”. Ele prezava a privacidade acima de tudo. Um assistente viria apenas interferir na sua vida. Conhecendo Alvo e Minerva ele acabaria sendo obrigado a aceitar a Granger, independente do que ele achasse.



“Não. Eu sei que o senhor nunca teve um asssistente antes. Você não teria a liberdade necessária para ir e vir antes da derrota de Voldemort. E eu não posso imaginar que o senhor tenha mudado de idéia agora”.



E o que havia de tão errado nele que ela nem se dera ao trabalho de perguntar se ele estava interessado? Talvez os sete anos em Hogwarts, a personalidade difícil dele e suas mudanças bruscas de humor, seu passado. Ele sorriu para si mesmo quando pensou em mais razões. Severo voltou sua atenção para a jovem bruxa. “Se você fosse uma Sonserina você trocaria a dança pelo estágio e não só pelo seminário”.



Hermione devolveu o olhar. “Eu tenho certeza que sim, entretanto eu não pretendo passar meu ano de estágio zangada, chateada e sendo insultada. Está ficando tarde e nós precisamos começar a lição. Então qual é a sua decisão?”



Então era assim? Qual era a graça em ser tão direta? “Muito bem, senhorita Granger. Eu não vejo nenhuma necessidade de ter um assistente independente da existência ou não do Lorde das Trevas. Eu permitirei que você me acompanhe ao seminário contanto que não tenhamos que nos ver além do estritamente necessário. Isso a satisfaz?”.



Hermione sorriu. “Eu desaparecerei no minuto em que chegarmos. Você nem perceberá que eu estarei lá”.



Severo parecia cético. Em que ele estava se metendo? “Eu duvido muito, senhorita Granger”.



“Enquanto isso eu procurarei as fantasias e o avisarei assim que eu encontrar alguma coisa adequada. Podemos continuar com a lição, agora? Eu acredito que já perdemos muito tempo”.



Severo se aproximou da bruxa e a tomou em seus braços. O aroma do perfume dela penetrou as narinas dele. Uma mistura de especiarias que ele não consguiu identificar. Ele imaginou se ela produzia sua própria essência. Sua mente estava em outro lugar. Por que ele concordara em levá-la ao seminário?



“Professor?” A voz de Hermione foi um pouco mais alta da segunda vez. “Professor?”



Severo voltou a sua atenção ao presente com o um choque e lançou a Hermione seu olhar mais temível.



“Obrigada por juntar-se a mim novamente. Bem, vamos revisar o que aprendemos na aula passada”.



Severo se colocou na ponta dos pés. Ele tinha se sentido um idiota, mas mesmo assim tinha praticado em seus aposentos durante toda a semana. Suas pernas ficaram doloridas. Ele praticou até mesmo durante as aulas, quando encostava ao lado dos caldeirões dos alunos e ficava na ponta dos pés para olhar dentro de cada um deles. Ele acreditava que faria papel de bobo durante a festa de Halloween. Ele poderia então matar Alvo com a consciência tranqüila. Mas em algum recanto da sua mente ele tinha a esperança de que se ele dançasse com Hermione, e dançasse com alguma técnica, ele poderia livrar-se do vexame total. Uma lógica estranha, mas era isso que o fazia esforçar-se mais.



Hermione sentiu o movimento do peito dele quando ela se apoiou contra ele. A camisa branca era de sede essa semana. Será que ele estava jogando o mesmo jogo que ela? Ela sentiu músculos se movendo sob a camisa macia. A lembrança dele apenas de roupa de baixo voltou a sua mente. Um leve arrepio percorreu o corpo da bruxa enquanto ela tentava se livrar dos pensamentos impróprios.



Eles seguiram os passos iniciais. Hermione estava impressionda. Sem dúvida ele havia praticado. O compasso lento foi seguido sem problemas, entretanto o ritmo mais rápido ainda era difícil para ele.



“Ok, nós tentaremos o ritmo acelerado daqui a pouco. Antes eu quero mostrar-lhe o próximo passo que faremos, ele é chamado de ‘sacada’. A sacada é uma alteração da direção que a sua parceira está seguindo provocando uma mudança. Significa que você terá que colocar parte do seu corpo cortando o meu caminho obrigando que eu tome outra direção. Nesse caso será o seu pé que ficará no meu caminho e eu terei de parar o meu movimento e sua perna oposta indicará qual o rumo que devo seguir”. A expressão de Severo denotava que ele não tinha entendido uma única palavra do que ela dissera. Hermione sorriu. “É mais fácil de entender na prática”.



“Em posição. Nós daremos três passos em ritmo lento. Agora, quando a sua perna encostar na minha é o sinal para eu parar o meu movimento, você então girará ao meu redor. Você deverá parar o giro quando o meu ombro direito estiver no meio do seu peito. Nós estaremos olhando em direções opostas. Você então coloca a sua perna direita entre as minhas pernas e giramos juntos”.



Severo levantou uma sobrancelha, “Eu devo colocar minha perna entre as suas pernas?”



Hermione olhou para ele. Será que todos os homens são na verdade uns garotinhos? “É apenas um passo de dança, nada mais. Podemos continuar?”



Eles deram os três primeiros passos e fizeram o giro com facilidade. Severo começou a mover sua perna direita da forma que ela havia indicado, mas pisou o pé dela.



Os dois se separaram.



“Senhorita Granger, você está bem?”



Hermione massageou o pé. “Tudo bem, professor. Isso acontece algumas vezes nesse movimento. Vamos tentar outra vez?”



Eles repetiram os passos e o giro. Dessa vez Severo moveu-se rápido demais e pisou o pé dela novamente. Na pressa de afastar-se ele acabou pisando também os dedos do outro pé.



“Professor!” Hermione estava pulando de um pé para o outro, em dúvida de qual doía mais. Esse era um passo complicado, mas ela acreditava que ele era essencial. Ela já havia sido pisada outras vezes ao ensinar o mesmo passo, mas nunca os dois pés ao mesmo tempo. Severo conjurou uma cadeira para ela sentar-se.



“Senhorita Granger, eu peço desculpas”, a voz de Severo era um pouco envergonhada. “Eu em geral sou muito mais cuidadoso com os meus pés”.



“Talvez fosse melhor se você tentasse ser cuidadoso com os MEUS pés. Se você me pisar mais uma vez eu juro que não precisará se preocupar com o seu tapa-sexo. Depois da azaração que lançarei, o tapa-sexo será completamente dispensável”. Hermione ainda estava massageando o pé esquerdo. As palavras dela poderiam ter sido levadas a sério se não fosse pelo sorriso malicioso estampado em seu rosto.



Severo não conseguiu conter o riso ao ouví-la. “Talvez eu possa transfigurar um par de botas de aço para sua segurança... Preciso cuidar bem de você, eu ainda preciso de um par para o Halloween”, ele devolveu com a mesma voz zombeira que ela havia utilizado.



“Botas de aço.... podem ser úteis. Podemos tentar mais uma vez? Cuidadosamente, por favor”. Hermione ficou de pé e com um aceno da varinha a cadeira deslizou até o canto da sala. “Nós temos apenas mais alguns minutos, de qualquer forma eu não tenho certeza se meus pés aguentariam mais do que isso”.



Devagar e cuidadosamente eles trabalharam no novo passo. Eles estavam na segunda tentativa quando o sinal tocou. “Precisaremos trabalhar mais nesse passo na próxima semana. É necessário prática até conseguir fazê-lo corretamente. Se você realmente deseja que eu seja seu par, eu terei que me acostumar aos seus pisões”.



Severo sempre apreciara um senso de humor irônico. E o humor refinado dela havia se perdido todos esses anos ao lado daqueles dois idiotas, ele pensou. Ele ainda estava preocupado com o bem estar dela, ele era maior e bem mais pesado. “Senhorita Granger, você tem certeza que está bem?”



“Você está preocupado em ter de dançar com a Professora McGonagall?”



Severo deu um sorrisinho irônico. “Essa nunca foi uma opção. Eu acredito que o Alvo seria forçado a substituí-la. Mas eu prefiro não chegar assim tão perto daquela barba. Você não vai escapar dessa”. Severo fechava a interminável fileira de botões do seu paletó.



Hermione olhava fascinada a quantidade de botões que pareciam haver no paletó. “Você decidiu se irá a apresentação no sábado?”



Ele fechava o robe enquanto ambos se dirigiam a porta da frente. “Parece que terei de ir só para me certificar que você será capaz de ficar de pé”.



Hermione sorriu. “Você também poderá ver como aquele passo é executado sem que eu precise ficar deformada. E não se esqueça, na próxima quinta a aula será no meu apartamento”.



Ela então deu a ele as indicações para chegar ao apartamento e também a ‘União Encantada’. Eles saíram e ela trancou a porta principal. “Bem, então o vejo no sábado. Boa noite, professor”.



“Até sábado. Boa noite, senhorita Granger”.



Hermione desapareceu com um ‘pop’.



Severo ainda ficou alguns minutos olhando para o espaço vazio que ela ocupara. Por que ele permitiu que ela o acompanhasse a conferência? No que ele estava se metendo? Ela já havia invadido seus sonhos nas últimas três semanas. O aroma da jovem combinado com as vezes que ele a havia segurado nos braços enquanto dançavam já eram suficientes para preencher suas noites com imagens eróticas. Alvo merecia uma azaração eterna por tê-lo metido naquela confusão.

Ela era inteligente, jovem e sua ex-aluna. Ele estava velho demais para permitir-se que qualquer esperança juvenil. Ele balançou a cabeça. Ele era um tolo. Hora de voltar ao castelo. Ele teria outra chance de fazer papel de bobo no próximo sábado. Por que ele havia dito que iria?



Por que?



Com um ‘crack’ ele se foi.



Continua...



Observação da tradutora: Peço desculpas por não estar usando a forma correta dos diálogos em português, ou seja, com travessões. Mas para a tradução ficar mais rápida estou fazendo-a diretamente na forma do texto em inglês. AVISO: não usem esse texto como exemplo para escrever nada, se vocês quiserem um exemplo de diálogos escritos corretamente em português leiam “O Diário de Elizabeth”, lá eu tive preocupação com a forma, aqui não.

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