Questionamentos ou Mais um dia

Questionamentos ou Mais um dia



Capítulo 30: Questionamentos ou Mais um dia no Castelo Encantado


 


Era raro quando ele recebia outra coisa além dos periódicos de Poções ou correspondências ocasionais de outros Mestres. Desse modo, a ocasião se tornou digna de ser notada quando o correio-coruja matinal deixou no prato dele um envelope dourado brilhante, muito maior do que o normal e cantarolando o último hit romântico da popular banda bruxa, os Stone Hedges. Todos da Mesa Principal olharam na direção dele, querendo descobrir o que tinha dentro do estranho envelope.


Ele estava preparado para deixá-los curiosos.


Severo ignorou o envelope irritante enquanto pegava um muffin e mexia seu café preguiçosamente.


- Quer que eu abra para você? - Remo perguntou com um grande sorriso.


- Vá embora, Lupin. Isso não é da sua conta e nem da conta de ninguém. - Severo deu ênfase ao seu habitual olhar ao se dirigir ao lobisomem. Parecia que agora o corpo discente também havia notado o envelope, por causa da quantidade de cabeças tentando olhar enquanto o temível Mestre de Poções não estivesse olhando. Era difícil ignorar um envelope que cantava “Você transformou meu coração de pedra em mingau” num tom agudo que cantava alto e de forma contínua.


O envelope continha informações sobre acomodações para o Simpósio. Severo preferia ficar em um hotel diferente daquele que sediaria o evento. Mas como ele era um dos palestrantes, ele não tinha escolha. Os organizadores solicitaram a todos os participantes que permanecessem no mesmo local para facilitar caso houvesse mudanças na programação.


Severo se lembrou de uma conferência que participou anos atrás. Dois palestrantes se tornaram incapazes de falar depois da primeira palestra. O tema da palestra era sobre o uso de poções em transfigurações. Dois ajudantes dos palestrantes se voluntariaram como cobaias quando o tal palestrante quis demonstrar sua poção. Infelizmente nenhum dos bruxos respondeu ao antídoto e foram enviados ao St. Mungos dentro de um terrário de vidro. Eles foram inadvertidamente transformados em sapos costa-de-esporas e o palestrante foi incapaz de fazê-los voltar ao normal. Eles não haviam retornado quando a conferência terminou. Severo nunca soube se eles voltaram à forma humana.


Severo tentou vários feitiços silenciadores e nenhum deles tiveram efeito sobre o envelope infame. Ele entendeu que isso fazia parte da publicidade do hotel para chamar atenção para o estabelecimento. Atenção era a última coisa que ele queria.


- Por que você não abre? - A voz de Alvo estava cheia de contentamento enquanto observava Severo corar ao ouvir a sugestão.


- E por que você não vai chupar balas de limão, diretor? - Severo pegou o envelope e saiu pela porta dos fundos.


- Obrigado. Acho que vou chupar sim. - A voz alegre de Alvo e as risadas dos que estavam perto da porta alcançaram os ouvidos de Severo antes da porta se fechar.


Ele deu um jeito de abafar grande parte do som enfiando o envelope irritante dentro de seu bolso. Tinha poucos minutos antes das aulas começarem e também sentia um enorme desejo de explodir o envelope. Era uma questão de minutos até que ele chegasse ao escritório.


Ele enfeitiçou a porta, sentou-se a mesa e examinou o envelope. Vários feitiços reveladores mostraram que o envelope fora enviado pelo hotel e não ocorreu nada mais desagradável do que a música tocada pela sexta vez.


Severo usou sua varinha para abrir o envelope dourado e ficou muito satisfeito por ele não ter aberto o envelope no Salão Principal. O envelope pulou de sua mão e permaneceu parado na frente dele. Um show de luzes, semelhante aos fogos de artifícios Trouxas saíram do envelope. Confetes místicos saíram da abertura e formaram uma moldura em torno do envelope. Uma carta multicolorida pulou do topo do envelope e ficou parado no ar. A música tocou mais uma vez antes da carta começar sua auto-leitura.


Encantamento


Localizado na parte bruxa da bela Roma.


Caro Professor Snape,


Nós recebemos sua solicitação para mudança de suas acomodações e estamos felizes por poder atendê-lo. Devido à mudança na reserva, a Suíte da Selva estará disponível no fim de semana solicitado. A suíte possui um pequeno lago com cascata como você solicitou. Ela possui uma adorável casa na árvore com uma floresta bem real. Brisas suaves carregam sons da floresta até você. O cheiro de flores tropicais inunda o ar. É uma experiência para os sentidos da qual você não irá se esquecer tão cedo.


Se pudermos ser úteis, por favor, não hesite em nos contatar.


Tenha um dia encantado!


Sabrina Beam,


Gerente”


A Suíte da Selva. Bem, isso parecia ser o tipo de coisa que Hermione iria gostar. Uma casa na árvore? Ele esperava que houvesse uma cama e não uma rede para dormir. Ele olhou para a conta que acompanhava a carta. Pelo que estava pagando, era melhor que a roupa de cama fosse toda de cetim e acompanhados por muitos outros luxos que ele pudesse imaginar.


Severo suspirou. O barulho dos alunos se juntando para a aula de poções podia ser ouvido da sala de aula ao lado. Ele olhou para o relógio e descobriu que a aula iria começar em poucos minutos. Melancólico, ele olhou para a carta e para o envelope que agora estavam em silêncio. Hermione iria chegar amanhã à tarde. Ele esperava que o fim de semana chegasse bem rápido.




Hermione checou sua bolsa pela última vez. Ela planejava aparatar em Hogwarts depois da reunião de seu grupo de estudo. Bichento estava miando enquanto se esfregava nas pernas dela. Hermione pegou o meio-amasso e o abraçou.


- Eu sei, Bichento, mas você ficará bem. A água e a comida serão reabastecidas magicamente quando você precisar e eu estarei de volta amanhã. Talvez você possa vir comigo da próxima vez. Você pode usar meu quarto de hóspedes quando eu não estiver lá. - Ela concordou em usar o quarto de hospedes que Alvo arranjou para ela. Ela tinha quase certeza de que ninguém sabia que a porta que ficava no banheiro dela abria para o quarto de Severo e não para um armário.


Ela era vista sempre saindo e entrando do quarto de hóspedes enquanto estava no castelo, como o diretor pediu. Na verdade, a conexão funcionava como um atalho entre as masmorras e a biblioteca. Era muito mais rápido ir pelo quarto de Severo, já que ela evitava uma quantidade infindável de degraus.


Hermione sorriu quando Bichento esfregou a cabeça no braço dela. Talvez ela devesse começar a levá-lo consigo. Bichento estava acostumado com o castelo depois de ter vivido lá por vários anos. Em Hogwarts, ele se sentia em casa tanto quanto ela. Ela detestava deixá-lo sozinho durante o fim de semana.


Decidida, ela olhou nos olhos de Bichento.


- Quer pegar a estrada, garoto? Eu vou voltar para apanhá-lo depois do meu grupo de estudo. Não existe motivo que impeça você de vir comigo. - Hermione podia jurar que o gato parecia sorrir enquanto estendia seu braço longo e laranja e começava a limpar sua pata.




Hermione segurou firmemente a caixa de transporte para gatos enquanto permanecia firme. Mesmo não sendo tão difícil como aparatar com outra pessoa, aparatar com um animal exigia uma dose adicional de concentração. Ela andou pelo caminho que levava ao castelo e atravessou a porta principal.


- Eu não vou dançar a maldita dança e ter outra função. Ache outra pessoa para cobrir essa hora. Ou contrate alguém para as duas atividades. Eu não quero saber quem você arranjará. - A voz raivosa de Severo podia ser ouvida claramente pela porta aberta próxima ao Salão Principal.


- Severo, você sabe muito bem que todos os professores se envolvem nesses eventos e monitoram os alunos. E tenha modos, pois há alunos nos corredores!


- Pelo tom de Minerva, era óbvio que ela estava irritada com seu amigo e colega.


- Eu não quero saber o que o resto dos professores fazem. - Os dois professores saíram porta afora quando Hermione alcançou o centro do Salão de entrada. - Eu não… Hermione! - Severo sorriu quando avistou a jovem bruxa. O sorriso mudou rapidamente para carranca quando ele viu a caixa de transporte para gatos na mão de Hermione. Ele não tinha nada contra o gato, ele apenas não queria nada que desviasse a atenção de Hermione.


- Hermione, que bom ver você. - Minerva a abraçou com ternura. - Eu gostaria que viesse tomar um chá e dizer como você está.


Hermione abraçou sua mentora.


- Claro que sim. Eu irei mais tarde.


- Eu vou falar com Alvo sobre a mudança no horário. - Minerva acenou com a cabeça antes de sair.


- Olá! Nós estamos aqui. - Hermione sorriu ao mostrar a caixa de transporte para gatos.


- Eu vi. - Ele devia saber que o maldito meio-amasso apareceria. Era só uma questão de tempo. Ele se lembrou da ameaça dela quando ele demonstrou irritação com o animal na primeira visita ao apartamento dela por causa das aulas de Tango. - Onde você está planejando deixar... isso?


Hermione caminhou em direção da escada.


- Eu estou pensando em deixá-lo no meu quarto. Bichento viveu aqui durante quatro anos. Ele conhece o castelo tanto quanto eu.


- Ah, o seu quarto. - Severo parou no pé da escada. Ele passou um dedo longo pelo antebraço dela e observou com fascínio aquela área se arrepiar. Ele sentiu Hermione tremer um pouco. - Frio? - Ele perguntou com um sorrisinho.


- Não exatamente. - Ela ficava fascinada com o fato de que um simples toque desse homem pudesse excitá-la.


- E quais são seus planos para hoje à noite? – Deliberadamente baixou o tom de sua voz e apreciou o efeito que ele tinha sobre a bruxa.


Hermione olhou dentro dos olhos dele.


- E quais são os seus planos? - Pelo jeito que ele se moveu, era perceptível o efeito que ela tinha sobre ele.


O som dos alunos que retornavam à escola quebrou o clima. O castelo estava bem silencioso naquela manhã. A visita dos alunos a Hogsmeade proporcionava um pouco de paz aos funcionários e professores.


Hermione observou Severo desaparecer e em seu lugar surgir o Mestre de Poções. Ele parecia mais alto e sua conhecida carranca apareceu. As mãos estavam soltas nas laterais do corpo. Severo lançou olhares aos alunos, fazendo-os caminharem em silêncio. Três garotas, uma da Lufa-Lufa e duas da Corvinal apressaram o passo e mal olharam para a figura imponente.


Hermione olhou para ele, baixou seu tom de voz e sussurrou no ouvido dele:


- Então continuar nossa conversa aqui está fora de cogitação?


Ele a olhou com aquele olhar característico, mas a alegria nos olhos dele demonstrava outra coisa.


- Considerando o fato de você ter sido a melhor aluna de sua turma, você ainda tem muito que aprender sobre feitiços para esconder. - Severo se virou com um leve ondular de suas vestes. - Vá. Acomode esta besta que você chama de bicho de estimação e visite a leoa em seu covil. Eu estarei em meu escritório quando você me der a honra de sua presença.


A jovem bruxa riu da maneira desdenhosa dele.


- O que você acha de daqui uma hora?


Severo parou e olhou para ela.


- Vai pensando nisso que te mostro mais tarde. - Ele podia ouvir a risada de Hermione enquanto caminhava até o escritório para corrigir mais uma pilha de relatórios.




- Posso dizer que as coisas entre vocês dois estão bem? - Minerva ofereceu mais biscoitos à Hermione, que educadamente recusou.


- Nós fizemos alguns progressos na alteração da Poção Mata-Cão nas últimas seções. Eu vou ficar muito contente quando a dança do Halloween terminar e nós pudermos nos concentrar na pesquisa. - Hermione bebeu o chá e olhou para o relógio. Ela adorava conversar com Minerva, mas não queria deixar Severo esperando. Depois de correr para o seu “quarto” e soltar Bichento, ela foi visitar sua antiga diretora.


- Hermione - Minerva a repreendeu. - Você sabe que não é sobre isso que estou falando. Eu amo Severo com sinceridade e eu sou a primeira a admitir que ele parece mais calmo e feliz, mais feliz do que nunca. Mas ele não é um homem fácil. Você quer falar sobre alguma coisa? Eu posso ajudar?


- Minerva, muito obrigada, mas eu estou bem. Eu sei que Severo pode parecer arredio, mas ele tem um grande senso de humor. O sarcasmo dele é delicioso quando não é direcionado a mim. Eu realmente adoro quando estamos juntos. - Hermione sentia um amor enorme por aquela mulher.


- Na verdade eu adoro o sarcasmo dele. Não há ninguém mais com quem eu possa trocar farpas. - Minerva bebericou o chá. - Então, eu posso saber o quão sério é esse relacionamento?


Hermione engasgou com o chá e tossiu tentando recuperar o fôlego.


- Como assim? Você está querendo saber quais são as intenções dele?


- Eu quero saber quais são as intenções de vocês dois. - Minerva observava calmamente a jovem bruxa.


- Eu não sei te responder. Nós... nós nos gostamos. Acho que o que importa agora é estarmos juntos. Nós ainda não conversamos sobre isso. - Minerva tinha se tornado uma segunda mãe para ela depois que tinha perdido seus pais. Ela não queria chatear a mulher, mas ela realmente não sabia o que responder.


- Você está planejando terminar a escola?


- Claro que sim. Severo sempre diz que essa deve ser minha prioridade. Por falar nisso, nós vamos participar de um Simpósio em novembro. Dez dos Mestres que fazem parte do programa de estágio estarão lá. Ele vai me ajudar a decidir com que Mestre eu vou estagiar.


Minerva estava surpresa.


- E por que não com ele?


- Ele acha que ninguém levará meu estágio a sério se eu estagiar com ele. Por mais que eu odeie ter que admitir isso, ele está certo. Ele e o Professor Rancine tiveram uma discussão na última conferência.


- Rancine.


Foi uma grande surpresa para Hermione ver Minerva destilar tanto veneno ao pronunciar o nome do homem. Era óbvio que ela já tinha ouvido falar sobre ele.


- Ele está certo. - Minerva estava satisfeita em ver que Hermione não tinha abandonado seus planos e tinha certeza de que Severo estaria de olho, sempre forçando a bruxa a dar o máximo de si. Ela estava muito satisfeita em ver que eles estavam felizes juntos.


Elas passaram uma hora agradável falando sobre o passado, futuro e muitas outras coisas. Hermione abraçou Minerva e prometeu visitá-la em breve.




Severo sentiu suas proteções vibrarem quando Hermione entrou no escritório. Ele ainda estava corrigindo relatórios. O nível dos relatórios de alguns alunos o deixava perplexo. Enquanto Hermione escrevia relatórios cinco vezes maiores do que o tamanho pedido, a maioria dos estudantes se esforçava para conseguir atingir o tamanho mínimo. Isso quando não escreviam palavras de forma errada ou conclusões equivocadas.


- Como vai Minerva? - Ele não levantou os olhos enquanto riscava uma resposta que o desagradava.


Hermione sentou na cadeira em frente à mesa dele. A cadeira era dura e desconfortável, justamente para desencorajar qualquer um que quisesse demorar no seu escritório.


- Ela está bem. Ela queria saber o que está acontecendo entre nós dois.


Severo levantou os olhos. Sua pena estava pronta para riscar outra resposta.


- E o que você respondeu a ela?


- Eu disse a verdade. Que nós estamos bem, que nós gostamos da companhia um do outro. E definitivamente, eu pretendo terminar os meus estudos. Ela tem certa preocupação em relação a isso.


- Entendo. - Claro que ela vai terminar os estudos. O que Minerva pensa que ele está fazendo? Que ele está escondendo-a nas masmorras, acorrentada na cama dele para sempre? Mas pensando bem, até que não era uma má idéia: Hermione nua e acorrentada na cama dele esperando pelo feitiço da união.


Quando ela ficou nua? ‘nua não, usando o fio-dental, seu idiota’, a voz na cabeça dele gritou. A voz de Hermione interrompeu os pensamentos dele.


- Você entende? Então explique para mim. Eu sei que Minerva só quer me proteger, mas por que as pessoas não nos deixam em paz?


Severo sorriu, ele esperava ver fumaça saindo das orelhas dela.


- Você gostaria de ver nossas acomodações para o Simpósio? - Ele abriu uma gaveta e tirou um envelope dourado e um pergaminho. Hermione estendeu a mão para pegá-lo, mas Severo a interrompeu. - Veja.


Ele colocou o pergaminho dentro do envelope. Ele descobriu isso da pior maneira possível. Uma turma inteira do quarto ano esperava na sala de aula quando ele recolocou o pergaminho no envelope. A ação reiniciava a música e a dança. No momento em que ele colocou o pergaminho dentro do envelope, o pergaminho saltou da mão dele e ficou parado no ar. A música dos Stone Hedges começou junto com as luzes. Severo sentou e escolheu observar Hermione ao invés do conteúdo da carta.


Hermione estava maravilhada com o show. A risada dela ecoou na sala enquanto o confete mágico completava sua dança e caia sobre a mesa e sobre o pergaminho mudo.


- Severo, isso é maravilhoso! Posso lhe perguntar onde você estava quando recebeu isso?


- No Salão Principal. Chegou ontem no correio-coruja. Felizmente eu só abri quando retornei ao meu escritório, mas essa canção maldita cantou de lá até aqui.


Ela só podia imaginar ele tentando silenciar o envelope enquanto corria pelos corredores.


- A Suite da Selva? Parece ótimo. - Ela olhou para o homem de forma sedutora. - E outra cachoeira...


- Por que você não vem para o meu lado da mesa, para que eu possa te cumprimentar de verdade? - Severo estendeu as mãos, os seus olhos escuros de desejo.




Algum tempo depois, quando a cadeira se tornou desconfortável, foi que Severo sugeriu que eles fossem para o laboratório. A idéia de transar com ela ali mesmo ocorreu, mas eles teriam a noite toda juntos, não havia necessidade de antecipar as coisas.


Até agora ele tinha contido seus desejos mais... surpreendentes, talvez eles pudessem discutí-los mais tarde.


Discutir o quê? Tire a roupa dela e penetre-a, cara! Quem é você? Você mudou. Acho que eu não te conheço mais’. Ele disse para a voz ir embora, pois ele não queria assustar a bruxa. Mas pensando bem ela estava reagindo de forma tão passional a tudo o que ele estava fazendo que ela não se incomodaria com isso se fosse feito de modo correto.


Eles estavam preparando os ingredientes para o teste com os quarto caldeirões escolhidos. O de prata e o de ferro eram os mais promissores.


- Desculpe, Severo, você disse alguma coisa? - Hermione perguntou distraída. Ela estava tentando cortar um coração de dragão em trinta e seis pedaços iguais.


Ele mandou a voz cair fora em voz alta? Ele achava que não.


- Eu penso que você vai achar mais se cortar matematicamente.


- Matematicamente? Eu acho que não discutimos isso ainda.


- Não, nós não discutimos. É o meu próprio método. Corte o coração ao meio. Agora você tem dois pedaços iguais. Corte cada metade ao meio. Quatro pedaços iguais. Cada um ao meio. - Ele olhou para ela, questionando-a


- Oito pedaços. Cortando ao meio novamente, dezesseis pedaços. Ao meio mais uma vez, trinta e dois pedaços.


Severo deu um sorrisinho.


- Pode parecer, mas não é. O último passo é cortar cada pedaço diagonalmente depois que você tiver dezesseis pedaços. Contanto que você tenha um número par de cortes tanto na vertical quanto na horizontal, vai funcionar.


Hermione sorriu para ele.


- Por que não medir o coração e dividir por trinta e dois? Assim você saberá exatamente quanto cada trigésima segunda parte deverá medir e cortar e medir de acordo com isso.


Severo balançou a cabeça.


- Ainda a sabe-tudo. - O sorriso dele transformou a observação em elogio. Ele balançou as mãos em direção a ela. - Se você quiser fazer do jeito fácil...


- Eu acho que vou fazer da maneira que posso, professor.


- Eu também, senhorita Granger.


Hermione olhou dentro dos olhos negros e brilhantes de Severo.


- Eu acredito que vou cobrar isso de você mais tarde.


Eles passaram o resto da tarde cortando, medindo, picando, comparando e apreciando o processo científico envolvido na pesquisa das mudanças que eles esperavam conseguir na Poção Mata-Cão. Harry e Rony já tinham tentado convencê-la a assistir aos treinos de Quadribol, sem entenderem que a oportunidade de trabalhar com Severo no laboratório privativo dele, um laboratório equipado com os melhores equipamentos disponíveis, era para ela o equivalente a apanhar o pomo de ouro. Sem mencionar a oportunidade de trabalhar numa poção tão difícil que somente poucos Mestres em Poções conseguiam fazê-la corretamente.


O relógio na parede soou. O ponteiro moveu para “quinze minutos para o jantar no Salão Principal”.


Severo olhou para o relógio.


- Eu ainda estou de serviço esta noite e preciso jantar no Salão Principal, mas você não precisa fazer isso. Você pode ficar aqui e trabalhar e peço o jantar para você ou você pode me acompanhar.


Hermione sorriu e Severo se ofereceu com prazer para acompanhá-la ao jantar no Salão Principal. Havia alguma outra escolha?


- Eu prefiro muito mais jantar com você, mesmo que seja na frente do castelo inteiro.


Eles limparam o laboratório e foram para o Salão Principal.


Enquanto eles caminhavam pelos corredores, Severo mais uma vez se tornou o professor Snape. O simples fato dele colocar as vestes de professor quase não era suficiente para criar o temido professor da época de escola dela, mas ajudava a completar a ilusão. Enquanto andavam, as costas dele se tornavam mais retas, ele aprumou os ombros e toda sua aparência irradiava autoridade. Sua carranca eterna completava o visual.


Ela havia se tornado íntima demais do corpo e do homem por debaixo daquelas vestes para associá-lo com as memórias do passado. Era como se ele fosse dois homens diferentes para ela. O Professor Snape da juventude dela não era Severo, o homem com quem ela estava envolvida atualmente. Harry parecia ter entendido essa diferença quando ela explicou isso num jantar dias atrás. Rony parecia não se interessar por nenhuma conversa, a menos que envolvesse alguma coisa esférica: um pomo de ouro ou atributos femininos. A perspectiva depende do ponto de vista de quem vê, ela supunha.


- Eu vejo que o morcegão está de volta.


- Dez pontos da Grifinória por insultar um professor.


- Você não pode tirar pontos de mim. Eu não sou uma estudante. Entretanto, com essa atitude, eu posso não querer fazer amor com você mais tarde. - Hermione tentou parecer séria, mas ela estava satisfeita em poder jogar com ele. Ela não esperava que ele a puxasse para um canto enquanto contornavam o corredor.


O canto estava sombreado e ainda estava no nível da masmorra. Não era um lugar totalmente isolado. Ela sentiu a vibração de magia quando ele realizou um feitiço Sem Notar. O corpo dele pregou o dela contra a parede de pedra. Ela podia sentir o calor que irradiava dele e a ereção dura contra sua barriga. Sem nenhum aviso, os lábios dele capturaram os dela num beijo ardente. A mão dele serpenteou por entre os dois para gentilmente apalpar e apertar a bunda dela antes dele se afastar.


- Fazer amor ou não é opção sua. Sempre é. - O tom dele era solene, mas os olhos dele brilhavam na penumbra. Ele notou a excitação óbvia dela com aprovação. Ele se moveu para frente, permitindo o mínimo toque do ombro dele no dela e sussurrou no ouvido dela. A respiração quente dele sobre a pele dela enviava ondas de choque direto ao centro do seu ser. - Nós podemos discutir isso mais tarde quando eu estiver enfiado entre suas pernas. - Com um leve roçar dos lábios dele contra o pescoço dela, Severo se foi, permanecendo em seu lugar o professor Snape.


Ele fez um sinal para que ela o precedesse.


- Hermione, você vem? O jantar vai começar daqui a pouco.


Hermione estava sem fala enquanto eles caminhavam até o Salão Principal.




O jantar correu como de costume. Hermione se sentou entre Severo e Remo. Eles estavam discutindo o progresso da Poção Mata-Cão e quando eles achavam que ela estaria pronta para ser testada. Severo perdeu o interesse na conversa quando o assunto se tornou Harry e Rony.


A mão de Hermione sobre o antebraço dele chamou sua atenção.


- Severo, eu quero falar com a Gina por alguns minutos. Se você não se importar, te alcanço nos seus aposentos.


Ele dividiu o tempo dele entre escutar Alvo e Minerva discutindo a dança do Halloween a sua esquerda, observar os estudantes e simplesmente relaxar, mas era difícil dizer isso olhando para a carranca dele.


Antes que ele pudesse responder, dois estudantes adentraram o Salão Principal e se dirigiram para a Mesa Principal. Os estudantes estavam ensopados: um estava verde com bolinhas prata. O outro estava laranja com bolinhas azuis. Ambos tinham penas que brotavam nos cabelos.


- Professor Snape, senhor, é melhor você vir rápido! Williams e Girdwood dispararam acidentalmente uma Cascata Weasley na sala comunal.


O Diretor levantou a mão.


- Acalme-se senhor Verbeck. Alguém está ferido? Você pode me dizer de onde vêm as penas e por que vocês dois estão cheio de bolinhas?


Severo olhou para o diretor. A sala comunal está praticamente inundada e ele quer saber sobre as penas?


Os garotos olharam encabulados.


- Ninguém está ferido, senhor. Uhm, as penas vieram do Weasley cracker*. Você puxa e vários tipos de explosões muito legais aparecem: bolhas, penas e outras. Todo mundo na sala comunal está multicolorido. Eu acho que vem da cascata.


O diretor se levantou.


- Muito bem, Severo, Minerva, me acompanhem, por favor. Oh, Madame Weasley, acredito que vamos precisar da sua ajuda também.


Severo só teve tempo de olhar para uma Hermione gargalhante antes de tempestear para lidar com a sua Casa.




Ele voltou para seus aposentos algum tempo depois. Limpar a cascata não foi tão difícil quanto ele temia. A sala comunal estava em ordem em pouco tempo. Levou um pouco mais de tempo para determinar os contra feitiços corretos para as penas, as bolinhas e a pele colorida. Todos os alunos, inclusive os dois primeiros, retornaram ao normal. Williams e Girdwood ainda estavam se recuperando na ala hospitalar. Eles iriam começar a cumprir detenções de duas semanas com Filch na noite seguinte.


Ele foi obrigado a tirar oito pontos de sua própria Casa, quatro de cada garoto, por insistência de Minerva. Ela exigiu mais, mas Alvo o ajudou. Ninguém havia se ferido seriamente. Era só para deixá-los preocupados, pois cumprir detenções de duas semanas realmente era uma boa punição. Ele conseguiu deixar uma Minerva zangada num humor melhor do que ele imaginava para essas circunstâncias.


Ele entrou nos seus aposentos esperando encontrar Hermione sentada em frente à lareira lendo um livro. Ele ficou surpreso com a sala vazia. Ele sabia que ela ainda estava no castelo, pois ele encontrou com o seu maldito gato no corredor mais cedo. Ela podia ter ido à biblioteca, mas ele pensou que ela deixaria um bilhete, se fosse o caso. Ele entrou no seu quarto, com intenção de trocar suas vestes ensopadas. Ele parou quando viu as roupas de Hermione em cima da cama e um bilhete flutuava em frente à porta fechada do banheiro.


O bilhete tinha cheiro de lavanda e estava escrito com tinta roxa. ‘Que graça, ele pensou.


Querido Severo,


Acho que você gostaria de um bom banho demorado depois de lidar com seus queridos Sonserinos. Vou ver o que posso fazer para aliviar o stress dessa noite. Por favor, deixe sua atitude na porta e junte-se a mim.


Hermione, também conhecida como a sabe-tudo


Severo tirou as roupas magicamente.


Deixar minha atitude na porta? Vamos ver!’, ele pensou. A visão que seus olhos captaram quando ele entrou no banheiro o excitou rapidamente.


O banheiro estava iluminado por dezenas de velas flutuantes. O sutil aroma de lavanda preenchia o ar. Duas taças de vinho branco pairavam do lado de fora da banheira, recolhendo umidade do lado de fora de suas superfícies. Uma música suave tocava ao fundo. Mas a visão que lhe tirou o fôlego foi Hermione, boiando na banheira superdimensionada, bolhas roxas gentilmente lubrificando seu corpo. Seus seios eram pouco visíveis através das bolhas, um mamilo intumescido apontando através da água e sabão.


Hermione abriu os olhos e sorriu.


- Oi, senti sua falta. Junta-se a mim?


Severo mandou sua atitude parar de incomodá-lo enquanto se juntava a ela na banheira. Ninguém teve notícias deles até o almoço do dia seguinte.




Continua...


Nota da autora: A forma e os passos da dança seguem informações que podem ser encontradas no site “Tango Tutorial”. Agradeço minha beta Nakhash por suas correções e sugestões. Outro par de olhos é sempre útil para encontrar enganos que ainda acontecem. A seguir: Ensaios para a dança, a fantasia de Hermione, uma celebração do Ministério e muito mais! Divirta-se e conte-me o que você está achando. Como sempre pensamentos, opiniões, comentários, enfim, tudo é bem-vindo.


Nota da tradutora: *Weasley cracker: pequeno rolo de papel utilizado em dias festivos como o Natal, que explode quando se puxa com força uma ou as suas duas extremidades e contém doces, pequenos objetos, bijuterias e feitiços.


Bom eu sei que eu demorei mais de um ano pra traduzir esse capítulo e sei que algumas leitoras traduziram e publicaram esse capítulo em outro site sem a nossa autorização. Eu demorei esse tempo todo por motivos pessoais. Eu me apaixonei por uma pessoa e tive uma baita desilusão amorosa com ela, mas já está passando essa fase. Quero informar que eu vou postar um capítulo novo a cada 2 meses. Mais do que isso é impossível para mim. Beijos e espero que gostem desse capítulo.

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